Anjos Entre Nós

Capítulo 1 - Uma vida dedicada!


"Dedique-se ao que realmente lhe faz feliz, e terá em troca uma vida repleta de prazer... "



Narrado por Manoela


O ruído das Asas batendo era quase que ensurdecedor e cada vez que os corpos se chocavam os trovões dominavam os céus. Era sempre assim, eu me sentia presa ali, não conseguia jamais desviar meu olhar dos dois corpos em batalha acima da minha cabeça. Dois Anjos. Tão unicamente lindos e diferentes ao mesmo tempo. Todas as vezes estavam em batalha, e dali onde eu estava tinha a impressão de que eu era com um troféu, e quando os dois começavam a caminhar furiosos em minha direção eu acordava, e a única coisa que eu sentia antes de cair no sono novamente, era o cheiro de grama fresca daquele campo de batalha.

– Manu, você precisa acordar, vai perder a hora do seu trabalho de novo...

Droga! Sempre o mesmo sonho, interrompido sempre na mesma parte...

– Já estou levantando Juliana. - Disse à minha amiga que ainda me sacudia na cama pra me fazer acordar.

– Desculpa, mas não posso deixar você chegar atrasada, sabe como o Daniel fica quando você perde a hora...

– Jú, eu sei, mas será que agora pode sair da frente pra eu levantar? - Só pelo olhar lançado a mim eu já sabia o que ela pensava, sempre foi assim, quando eu tinha esses sonhos acordava de mau humor.

Desde que minha mãe começou a me contar todas aquelas histórias, minha mente parecia dar voltas e voltas ao redor daquele novo universo que eu ia descobrindo aos poucos. Era e sempre foi tão fascinante estudar sobre criaturas Divinas, eu me perdia no tempo quando parava para ver meus arquivos, as pinturas e todo o material que eu havia colhido no caminhar das minhas pesquisas. Fui tirada de meus devaneios com Juliana me olhando de uma forma curiosa.

– Manoela, eu sei que você sonhou com seus anjinhos de novo, mas amiga, essa sua obsessão por anjos pode estar te fazendo mal de verdade, você sabe disso. - eu podia ver a preocupação estampada nos olhos dela, e sim eu sabia que isso me fazia mal, mas o problema é que eu gostava do tipo de mal que isso me fazia.

–Manoela, estou esperando uma resposta sua! - Disse Juliana sentando na cama ao meu lado.

Bufei, e virei pro outro lodo, igual a uma criança fazendo pirraça.

– Manu, Manu ... – Sempre que Jú fazia essa cara de preocupada eu ficava realmente preocupada.

– Eu preciso me focar em outra coisa primeiro, minhas lembranças ainda estão meio nubladas com as imagens do sonho.

– Manu, você fala como se tudo fosse real. - É, agora ela estava mesmo assustada!

– Juliana, é sério... – Só eu sei o quanto era difícil dizer aquilo, mas era a única explicação que eu tinha nesse momento, após um longo silêncio no quarto resolvi me abrir com minha amiga, aliás, Jú tinha todo o direito de saber dos meus problemas, era sempre ela que estava do meu lado pra tudo. – Acho que essa minha obsessão por mitos e lendas sobre Anjos está me enlouquecendo.

A expressão dela depois disso não foi nada boa.

– Isso é quase óbvio Manu, mas você é que tem que aceitar ajuda - era preocupação pura o que via no rosto de Juliana, mas era irritante demais que as pessoas ficassem me chamando de louca indiretamente todo o tempo. - Manoela, daqui a pouco você vai começar a confundir a realidade com esses seus sonhos - e após me lançar um olhar super desconfiado, completou - Se é que já não está!

– É Jú! E fica cada vez mais real, e sei lá... Eu só ando meio confusa, acho que eu estou começando a confundir a realidade com esses mitos, às vezes parece que eu to em outro mundo, em outra época... acho que eu to ficando louca. – Só depois que terminei de falar é que percebi que as lágrimas escorriam livremente por meu rosto, e da mesma forma que a onda de tristeza veio destruindo tudo, se esvaiu quase que no mesmo instante, como sempre acontecia, meus sentidos ultimamente estavam bem mais intensos, e quase no mesmo instante que esses sentimentos apareciam, iam embora como se tivessem sido absorvidos.

– Vou ligar pro consultório da Angela agora, e não quero objeções a respeito disso! - foi tudo que minha amiga disse antes de se levantar e sair do quarto.

Angela Matias! Era uma mulher linda e meio misteriosa as vezes, seus cabelos eram quase dourados, e seus olhos muito verdes ... era minha amiga e de Juliana desde a faculdade, e hoje era uma psicóloga que tinha um consultório bastante conhecido em Petrópolis, também em uma cidade pequena assim, qualquer coisa é bem conhecida né!

Já fazia tempo que Jú também tentava convencer Angela do meu tratamento, mas de certa forma, ela parecia entender minha necessidade de continuar as pesquisas e os estudos e às vezes ela perecia se interessar também pelo assunto, e quando isso acontecia, aparecia uma Juliana meio descontrolada pra acabar com a farra. Eu sei que ela não fazia por mal, era somente preocupação, afinal, desde que terminamos a faculdade no Rio de Janeiro a quatro anos e voltamos para Petrópolis, essa necessidade começou a se tornar cada vez maior. Juliana vivenciou isso comigo, porque desde essa época, dividimos esse apartamento que era da minha mãe, e o fato, é que tudo aqui me remetia aos meus mitos e estudos favoritos.

Tive que brigar com meu próprio corpo pra sair da cama essa manhã, mas com muito custo, consegui tomar meu banho e vestir o uniforme do trabalho.

Hoje sou Gerente do departamento Financeiro de uma Administradora de Imóveis, e meu chefe, apesar de me adorar não suporta atrasos. Até que não posso reclamar, porque ele deixa passar muitos dos meus furos, mas ultimamente até ele que parecia tão compreensível, tem andado bastante nervoso comigo.

Tomei café correndo e com a Juliana dizendo o tempo inteiro que estávamos atrasadas. Ela também trabalhava na Administradora, era corretora de imóveis. Mas, diferente de mim, Daniel já não entendia tão bem os atrasos dela. Ás vezes acho que preciso concordar com a Jú, Daniel devia ver o tal do algo a mais em mim.

Saímos do apartamento indo em direção a garagem do prédio. O apartamento que dividíamos era bem pequeno, tinha somente uma sala, um banheiro e dois quartos mínimos. Mas era muito bem localizado, no terceiro andar de um prédio simples, mas muito bonito, em uma rua bem próxima ao centro da cidade, o que facilitava demais nossa locomoção, mas Juliana insistia em chegar de carro na Corretora.

Chagamos realmente em cima da hora, pelo menos dessa vez, não estávamos tão atrasadas assim. Logo corri para meu escritório observando a pilha gigante de papéis sobre minha mesa, eu precisava dar um jeito de acabar com tudo isso hoje.

Minha rotina aqui nunca foi muito pesada, eu sempre dei conta de todo o meu trabalho, mas já fazia uns meses que meu rendimento estava caído. Daniel me cobrava o tempo inteiro, e em seu lugar, qualquer outro chefe já teria pedido que eu me retirasse. Agradecia a Deus por Daniel ser tão compreensivo, pois eu precisava do dinheiro daquela imobiliária para sobreviver.

Em uma determinada parte da manhã, meu celular tocou e vi na tela que era Angêla, provavelmente Juliana já tinha falado com ela.

– Alô! – Disse um tanto desanimada.

– Manoela, como vai amiga?

– Bem, na medida do possível. Você já deve saber o que está acontecendo!

– Manu, tente entender a Jú, ela só está preocupada. Mas você pode passar aqui a noite?

– Claro! Até mais então Angela – eu não teria escolhas mesmo.

Desliguei o celular ainda sem saber se era certo essa coisa de tratamento, afinal, eu não me achava louca. Talvez um pouco obsessiva, aliás, obsessiva demais.

Na parte da tarde precisei participar de uma reunião com Daniel, e isso me incomodava um pouco, pois a maior parte dos homens que participava dessas reuniões não acreditava no meu potencial, bem, pra eles eu era apenas uma mulher. Daniel era tão diferente deles, ele era atencioso e me tratava tão bem, ás vezes parecia até que ele não era meu chefe. E pra falar a verdade, ele era um ótimo partido. Lindo, com uma ótima condição de vida, e de vez em quando até brincava com Juliana dizendo que ele era um Anjinho Caído...

Quando meu expediente terminou, fui direto para o consultório de Ângela, e como sempre fui muito bem recebida.

– Ha quanto tempo não nos víamos Manoela! Como você está? – Disse Ângela enquanto se sentava no divã no meio da sala.

– Pois é, fazia tempo mesmo!

– Manu, o que está acontecendo com você? A Juliana parecia bem preocupada hoje no telefone! – Ângela puxou uma poltrona até perto do divã, fazendo sinal para que eu me colocasse ali. Após deitar confortavelmente comecei a falar o que acontecia.

– Olha, Ângela, o que ela acha é a mais pura verdade. Eu queria que meus sonhos fossem reais! Estudei demais a respeito disso, passei toda a minha vida atrás de respostas que sequer faço idéia se existem. Dediquei tempo demais da minha vida a essas pesquisas, é quase uma necessidade física que isso se torne real. E é por isso que acho que estou ficando louca! – Os sentimentos que sempre me tomavam quando tocava nesse assunto estavam me corroendo de maneira estranguladora agora, era insuportável a dor de admitir a qualquer um, que toda minha vida havia sido jogada fora apenas com loucuras.

– Manoela! Sinto dizer que isso não é loucura! – Ângela me olhava de uma maneira tão profunda, como se realmente entendesse o que se passava em minha cabeça agora. – Isso é somente uma paixão avassaladora, e não acho certo você desistir disso. Acredito que seja necessário somente uma forma de controle maior da sua parte, mas não desista daquilo que te faz feliz nunca Manoela!

– Isso está realmente tomando conta da minha vida, controle seria ótimo agora.

Ângela conseguia me acalmar de uma forma inexplicável. Além de me entender é claro.

Só não sei o quanto conseguiria me controlar, pois teria que deixar de lado a única coisa que realmente me acalmava... Meus Anjos!

Mas ainda havia algo que não se encaixava em minha cabeça. Ângela relutava tanto quanto eu no tratamento que Juliana tanto insistia. Ela deveria me fazer parar, não é mesmo?! Queria entender o que se passava em sua cabeça, por isso, resolvi dar corda para ela se enforcar.

– Ângela, eu queria tentar esse tratamento, pelo menos controlar essa sede de informações. - Disse sentindo um aperto gigante no peito. Afinal, isso seria como um tratamento de desintoxicação.


– É bom mesmo que tente isso. - Disse-me uma Ângela muito compreensiva. - Mas, nesse caso, lhe encaminharei para um grande amigo meu, eu sei coisas demais sobre você e isso poderia me atrapalhar bastante em seu tratamento.


– Eu imaginei isso. - No fundo, eu queria poder me abrir com Ângela, pois além de nossa longa amizade eu confiava nela, seria mais difícil ainda falar do meu problema com um estranho.


– Manoela, apesar de tudo eu realmente gostaria de saber se você evolui em suas pesquisas. - eu sabia do interesse dela nas minhas histórias, e eu gostava disso. Ângela realmente escutava aquilo que eu dizia e não me julgava. Talvez agora eu pudesse descobrir porque Ângela não via problemas naquilo que até eu sabia ser um problema.


– Pouca coisa. Sabe, é muito difícil encontrar qualquer coisa recente que possa ser verdade. Mas tudo que encontro se torna objeto de estudo... - e assim nossa conversa foi adiante, falamos o tempo todo das lendas contadas por nossos antepassados e nem sequer vimos a hora passar.


– Manoela, eu sei que já está tarde, mas se não fosse incomodo demais, gostaria de ver esses seus estudos e essas fotos que você sempre diz que são maravilhosas.

Somente depois que escutei a palavra tarde é que me dei conta das horas. Quase dez horas da noite, realmente a hora tinha voado, mas quando se tratava de Anjos, eu nem lembrava o que eram as horas.

– Claro. Se você quiser, podemos ir lá em casa agora e eu te mostro tudo isso. - disse mais empolgada do que deveria.

– Não acha que está muito tarde Manoela? Talvez seja melhor marcarmos num outro dia.

– Não, tudo bem Ângela, podemos mesmo ir agora se quiser.

Saímos de seu consultório em rumo de minha casa. Era lá que eu guardava minhas mais preciosas histórias. Tudo isso fazia com que lembranças fortes de minha mãe invadissem minha cabeça e, consequentemente, me lembrava das noites em que, depois de me colocar para dormir, ela se sentava ao meu lado e descrevia criaturas de Deus para mim. Contava-me o porquê da vinda de muitos deles ao nosso plano Terreno, falava-me de suas missões, sempre dizia que um deles era meu protetor e que sempre poderia contar com ele. Depois, quando cresci mais um pouco, deu-me pinturas antigas, feitas com cores muito peculiares e em papel muito amarelado. Eram Anjos estampados ali. Em sua maioria eram tão divinos que nem sequer chegavam perto de qualquer beleza humana, outros pareciam demônios, não eram criaturas feias, muito pelo contrario, eram tão belos quanto os outros, mas o que os diferenciavam eram seus olhos, olhos frios e cheios de maldade e a expressão desses era de puro ódio. Na medida em que os anos se passavam, minha mãe adicionava novos detalhes nas histórias e assim o quebra-cabeças ia se encaixando. Mas depois de sua morte, tudo ficou estagnado. Até o dia em que decidi descobrir sozinha o final das histórias interminadas contadas por Dona Luciana, minha mãe.


Logo que chegamos ao apartamento, fomos direto ao meu quarto. Não podia negar que aquele era o lugar que maia amava no mundo, aliás, era a minha cara. Logo abaixo da janela de madeira envernizada, ficava uma cama quase na altura do chão em cor mogno, assim como o armário do lado esquerdo da parede e a escrivaninha em frente à cama tinham cores amadeiradas e escuras. Caminhei até a frente da cama e abri a gaveta da minha escrivaninha tirando de lá uma pasta gigante onde estavam vários documentos antigos.


– Bem Ângela, aqui está o que eu tenho de tão importante. - disse sorrindo para ela, enquanto abria a pasta e espalhava os documento sobre a cama.


– Isso é realmente muito interessante Manoela - Ângela disse enquanto remexia nos arquivos e nas imagens antigas. – Nossa! Essas pinturas são realmente impressionantes, parecem reais - todos que viam aquelas imagens ficavam dessa forma, maravilhados. Pena era, que poucos acreditavam nas histórias por trás delas.


– Eles são lindos, não?! Mas nessas fotos não tem seus nomes, eu chutaria pelas minhas pesquisas - disse enquanto encarava a foto que estava agora na mão de Ângela, aquela era minha preferida sem dúvidas. Ali, eu via o trabalho de um excelente pintor, pois aqueles traços definitivamente eram perfeitos. Estampado no papel velho, estava um Anjo perfeito em seu corpo másculo e definido, suas asas brancas abertas atrás de si emanavam tanta luz, que mesmo através da simples pintura podia-se ver os raios de luz quase cegantes que saiam de suas lindas asas. Sua veste, mesmo simples, o fazia parecer esplendido, apenas uma calça branca de tecido fino que só fazia sua pele branca parecer mais translúcida do que já era. Mas o que realmente me chamava atenção naquela imagem, era o modo profundo como seus olhos esverdeados pareciam olhar o fundo da alma de qualquer um que estivesse olhando aquela estampa.


– Ele realmente é bonito. Sabe me dizer qual é? - Ângela parecia tão hipnotizada quanto eu com aquela imagem em suas mãos.


– Gabriel! Esse é o único que tenho certeza.


– Como sabe que é ele? - Perguntou Ângela me olhando de uma forma curiosa.


– Pelos meus estudos! Não há chances de que seja outro, sua beleza é cegante. - o fato é que quando vi aquela foto, busquei informações, mais do que nunca queria saber quem era aquele Anjo, e por mais que não tivesse provas concretas de que aquele era o Arcanjo Gabriel, eu tinha certeza que era. E isso me bastava como fonte segura.


– Sim, é cegante! - Dessa vez a voz de Ângela soou um pouco diferente do habitual. Ao invés de doce e compreensiva, ela parecia automática e preocupada. Então reparei que ela estava com uma pintura diferente em sua mão.


– Ele também é bem bonito. Aliás todos eles são. - Disse enquanto me aproximava dela.


– Manoela, o quanto você sabe sobre a Lenda da Profecia? - Perguntou Ângela sem desviar os olhos da imagem.


– Pouco. Muito pouco. Você sabe alguma coisa sobre isso?


– Não! Mas me conte o que sabe, essa é uma história que me fascina - depois que Ângela finalmente largou a outra imagem em cima da cama, se virou em minha direção olhando em meus olhos, e tive a impressão de ver um brilho conhecido neles. Isso me deixou um pouco desnorteada.

– Só o que sei é que a Profecia dizia que um Anjo se tornaria o Guerreiro responsável pela vitória ou perda dos Anjos de luz em uma Guerra muito importante. Sinceramente, é a única parte de toda a Lenda que acredito, pois algumas histórias dizem que esse Anjo deveria se unir a uma mestiça que vive na Terra como humana, para que sua espécie ganhasse a Guerra, outras histórias dizem que se esse Anjo tocar, no sentido sexual quero dizer, nessa humana ele perderia sua imortalidade e os Anjos dele poderiam ser extintos.


Ângela, parecia atenta a qualquer coisa que eu pudesse falar, seus olhos estavam tão focados em mim que chegaram a me dar medo, e aquele brilho nos olhos dela... eu conhecia aquele brilho.


– Contra quem eles lutariam nessa Guerra?


– Contra outros Anjos. Os caídos, mas não...


– Fale-me sobre os caídos! - fui interrompida por ela, que agora parecia extremamente nervosa. O que estava acontecendo aqui?


– Ângela, isso tudo é somente interesse nessas histórias ou você só quer ver o quão louca eu estou? - Perguntei desconfiada.


– Imagina Manoela, é que essas histórias são realmente viciantes. Me desculpe se fui indelicada com você - disse suavizando sua expressão pela primeira vez.


– Tudo bem, mas enfim, os caídos são somente Anjos que se rebelaram, acho que todos conhecem essas histórias padrões sobre Anjos.


– É! Acho que sim. Manoela eu preciso ir, já está realmente tarde. Amanhã pela tarde lhe mando um e-mail com as informações do amigo que te falei que vai cuidar do seu tratamento. - Mal tive tempo de respondê-la, pois assim que acabou de falar, Ângela saiu do quarto e em pouquíssimo tempo do apartamento me deixando completamente confusa.


– O que foi isso? - Perguntei a mim mesmo depois que Angela saiu do apartamento. - Acho que não sou a única louca por aqui!


Depois de tomar banho e comer rapidamente o restante do macarrão da janta de ontem, fui me deitar. Sabia que Juliana chagaria tarde novamente, era assim todas as noites depois que ela conheceu Felipe, seu novo namorado. Então, não me restava saída que não fosse dormir. Porém, apesar de todo o cansaço não havia sono, e como sempre, fiquei horas tentando juntar todas as histórias que minha mãe me contava. No fundo, eu sentia que todas elas tinham uma ligação, e eu ainda descobriria o que as unia.