— Não, não, não, Annie! – Gabrielle tremia, incapaz de fechar o próprio corpete – eu não consigo fazer isso! Não consigo sequer fechar minhas roupas! Como vou tocar? – ela estava branca de ansiedade – como vou fazer isso?

Annika sorriu e se sentou ao lado da irmã, abraçando-a com carinho:

— Escute, abelhinha: lembra-se de quando se apresentou pela primeira vez? Também estava assustada.

— Sim – suspirou a mais moça – quase tanto quanto hoje.

— Lembra-se do que eu lhe disse?

— “A música é sua alma, o violino é seu amante, e tudo o que se passar naquele palco será um ato de paixão entre dois enamorados O amor não julga, não prende, nem envergonha, apenas existe, e é glorioso por isso” – citou a adolescente, com um sorriso.

— E o que aconteceu?

— Eu toquei como se fizesse amor com meu violino... Foi íntimo, apaixonante e envolvente... Eu nem mesmo via a multidão, até que tudo se encerrou.

— E será assim outra vez – assegurou a irmã mais velha – você e seu amante. Feche os olhos e entregue-se. Sabe o que fazer, e faz maravilhosamente bem. Eu acredito em você.

Um longo segundo se passou enquanto a mais jovem respirava fundo e se acalmava, suas mãos se tornando mais firmes e o coração, mais compassado e lento. Finalmente ela sorriu confiante e ergueu os olhos azuis para o rosto da irmã:

— Obrigada, Annika.

— Agradeça deixando-me terminar de fechar seu corpete, e depois ajude-me com o meu.

Terminavam de se vestir e já ajeitavam os cabelos uma da outra quando batidinhas suaves foram ouvidas à porta, seguidas pela voz de Erik:

— posso entrar, senhoras?

— Claro, Monsieur! – aprovaram ambas, vendo-o entrar pela porta do camarim. Trazia as crianças consigo, e os pequenos correram para a mãe e tia com elogios:

— Mamãe, Tia Gabi, estão lindas! – elogiou Alain, no que Carol e Selly concordaram.

— Mamãe parece uma rainha! – disse Carol – uma rainha da noite!

— Concordo com você, pequenina – brincou o Fantasma- sua mãe e tia são as mulheres mais lindas que já vi. – e beijou as gêmeas – como vocês serão, também.

— Um dia vou tocar como a mamãe? – perguntou Selly – ou como tia Gabi?

— É claro que sim! – disseram os três adultos, em coro, e a mãe completou – se for o que desejar, é claro. Farão tudo o que sonharem, e ainda mais, meus pequenos amores!

Annika soltou as filhas dos braços e se ergueu, seu olhar encontrando o dourado dos de seu esposo: ele a fitava com a mesma admiração e fascinação que sempre o acometiam, atordoando-o e fazendo-o se perguntar como podia ser casado com tal mulher: o vestido verde e prata de mangas longas era um marcante contraste com a tez alva e perfeita de vinte e seis anos, os cabelos louros adornados por uma redinha verde adornada por contas minúsculas de prata pura a cair pelos ombros. O espartilho acentuava a curva da cintura, mas mesmo isso não conseguia dar a ela a aparência franzina das outras mulheres. Não... Annika era altiva e de porte régio, majestosa entre as outras pessoas como uma águia em meio a pombas.

Ele piscou algumas vezes para romper o feitiço que o tomava sempre que parava para admirar sua esposa, e a jovem sorriu para ele:

— Fascinado, Monsieur?

— Não mais nem menos do que toda vez em que olho para você. – ele beijou a mão enluvada da mulher – está pronta?

— Pronta? – ela deu um risinho nervoso – é apenas outra estreia. O que poderia dar errado, se terei as crianças para impedir que meu marido derrube o candelabro no palco?

— Engraçadinha. – ele acariciou o rosto delicado – estou no camarote seis, com nossos filhos. Sabe para onde olhar, se precisar de coragem e amor.

— Ou inspiração. – completou a dama, beijando castamente os lábios de seu amado.

— Ou inspiração. – ele se aproximou ainda mais – eu não deveria lhe contar isso, mas descobri que o Kaiser virá presenciar o espetáculo. Será em segredo, para evitar que transformem tudo em um espetáculo, mas ele estará aqui, disfarçado como um nobre cavalheiro qualquer.

— O Kaiser?

— É segredo. – sorriu o homem – quanto a como soube disso... – ele fez um gesto de mãos como se provocasse uma ilusão de mágica – as paredes têm ouvidos.

— Significa que Herr Sucher lhe confidenciou isso. – riu-se ela – precisou hipnotiza-lo, ou foi espontâneo?

— Posso ser convincente sem apelar à hipnose. – ele tirou de dentro do casaco um cordão prateado cujo pingente era uma Clave de Sol com uma esmeralda minúscula incrustada em seu centro. Ele a colocou delicadamente no pescoço da esposa, vendo o adorno se assentar perfeitamente no colo elegante. Sorrindo, beijou-a no rosto apenas para sussurrar ao seu ouvido:

— Um presente, para desejar boa sorte. Mas agora sofro terrivelmente, em pura inveja deste pingente, que pode jazer tão placidamente em seu colo.

Ela não disse nada, nem fez coisa alguma além de sorrir e beijar ternamente os lábios do homem. Foram separados pela voz de Gabrielle, que provocou:

— Pombinhos, a apresentação começa em cinco minutos. – a jovem sorria, abraçada aos três sobrinhos, que tinham reações diferentes à demonstração de afeto dos pais: enquanto Carol e Alain exclamaram um sonoro “eca”, Selly deixou escapar um risinho. Aquilo fez os pais sorrirem com a tez levemente corada, antes que Erik se abaixasse para pegar ambas as meninas nos braços:

— Bem, vamos lá, trupe. Mamãe e Tia Gabi têm de se concentrar.

Os três se despediram das mulheres com um beijo no rosto, desejando-lhes boa sorte antes de seguirem com o pai, que executou uma elegante reverência diante de ambas, antes de enfim deixar o aposento. E ante o sorriso apaixonado no rosto da irmã, a mais moça comentou:

— É incrível ver como, depois de cinco anos juntos, vocês continuam apaixonados qual um casal de adolescentes.

— Abelhinha! – Annika começou a censurar a irmã, mas a outra continuou:

— Ah, pare com isso! Vocês são uma versão de Romeu e Julieta com final feliz! Claro que com mais brigas e tentativas de assassinato mútuo, mas ainda assim... Não estrague minha alegria em vê-los desse modo! – a mais moça ria ao guardar o violino na caixa como se este fosse a mais preciosa das joias; enquanto o fazia, a primogênita perguntou:

— E quanto a você e Renard? Não seriam Romeu e Julieta?

— Estamos mais para Dorian Gray e Sibyl Vane. – respondeu a caçula, suspirando – é intenso, apaixonante e profundo... Mas só Deus sabe até onde seguiremos juntos... Até onde conseguiremos seguir.

— Como assim, Gabrielle? – Annie se sentou ao lado da irmã, apreensiva – aconteceu algo que não me contou? Brigaram?

— Tivemos uma discussão, na véspera de nossa viagem. Eu pedi a ele que deixasse o mundo dos crimes, mas... Ele gosta disso, Annika. Gosta de ser um criminoso. Gosta de roubar, forjar identidades... De matar. De ser temido e estar sempre em perigo. Quando eu pedi que deixasse essa vida, ele disse que nunca me pediria para deixar o violino e os palcos, portanto eu deveria respeitar seu desejo. – ela inclinou a cabeça para trás e deu um suspiro cansado – como eu disse, ele é Dorian Gray. Mas minha têmpera não é a de Sibyl: em algum momento nossos caminhos haverão de se separar, e eu já aceitei isso.

— Minha Gabi...

— Não tenha pena de mim, Annie. – Gabrielle sorriu tristemente para a irmã – tenho a vida com a qual sempre sonhei, e experimentei o amor. O verdadeiro amor. O que importa que não dure para sempre? Pode não ser eterno, mas será infinito enquanto durar. E é muito mais do que jamais sonhei, do que jamais pensei ser possível. Acredite, eu estou feliz! – ela abraçou a irmã com carinho e se levantou, linda em seu vestido de veludo branco, com pele de arminho nos pulsos e gola – agora, vamos, Madame Destler? Quero que minha irmã veja meu solo, ainda que seja das coxias!

— Com prazer, Madame Andrieux!

— Demoiselle Sègur – respondeu a garota, com um sorriso atrevido, dando de ombros – pseudônimo artístico dá certo charme, não é?

— Está bem, “Mademoiselle” – a mais velha ria, por mais que estivesse apreensiva com o que acabara de descobrir – vamos para as coxias?

*

A orquestra se apresentara magistralmente no palco... Mas agora chegara o momento tão ansiado pela família francesa: todos os instrumentos silenciaram, e a jovem de cabelos cor de trigo se levantou de seu lugar com os demais violinistas, indo para o centro do palco. Todos os olhares, desde os dos demais músicos até os técnicos de palco e espectadores se fixavam na linda e aparentemente tímida violinista. A voz do apresentador falou, então:

— Frauen, Herren, recebam nesta gloriosa noite uma pérola francesa que nos veio agraciar com seus talentos: Fraulein Gabrielle Sègur, em solo regido pelo Maestro Sucher.

Gabrielle estava tensa, ansiosa, seu coração disparado a mil, a boca seca... Tão nervosa quanto em sua primeira apresentação. Com mãos trêmulas levou o violino ao ombro, e no instante em que seus dedos tomaram o arco na posição correta, tudo o mais desapareceu: havia apenas o violino, o maestro e ela. Não via plateia, não via coisa alguma além do instrumento que ora se convertia em parte de si mesma, de sua alma. Apresentaria “Primavera”, de As Quatro Estações, composta por Vivaldi. Uma peça difícil, que requeria agilidade e habilidade... Mas estava absolutamente calma, agora, e pronta.

Ao sinal do maestro, o arco deslizou pelas cordas, os dedos da jovem dançaram pelo instrumento, e o feliz alegro inicial ecoou por todo o anfiteatro! Os sons possuíam um vigor, limpidez, clareza e delicadeza ímpares, como apenas um virtuose poderia produzir: a melodia evoluía com fluidez, ora parecendo correr como um rio, ora repicando como o cantar dos pássaros, e o semblante da violinista era puro êxtase, imersa em sua música. Era sua própria alma que ela deixava em cada tom, em cada nota, abençoando com a magia da paixão pura cada simples tom!

A plateia assistia com estupor, arrebatada pelo talento de uma moça tão jovem, mas não apenas no anfiteatro instalara-se tal fascínio: os que trabalhavam, indo para lá e para cá nas coxias, camarins e bastidores, foram igualmente afetados, e muitos pararam exatamente onde estavam enquanto a música os arrebatava. Outros, tomados de paixão, espremiam-se como podiam para tentar ver a fonte de algo tão magnífico.

Aguardando por sua vez de entrar, Annika podia apenas sorrir, incapaz de conter as lágrimas ao ver sua irmãzinha, a menininha que ela criara, transformada numa criatura tão magnífica e talentosa. Finalmente sua missão estava concluída: Gabrielle não era mais uma criança, e sim uma forte e brilhante mulher, mais do que capaz de governar a si mesma. Todas essas percepções, somadas à emoção da própria apresentação magistral, faziam as lágrimas correrem profusamente pelo rosto da pianista.

Sentado com os filhos pequenos no camarote, Erik não estava menos orgulhoso do que sua esposa: lembrava-se com clareza do primeiro dia em que se sentara ao piano com Gabrielle, e do modo como passara a ensiná-la todas as tardes... Lembrava-se de como ela descobrira o violino, e começara a aprender no teatro, também ensaiando com o Fantasma ao cair de cada noite... Retinha em sua mente o modo como ela passara de uma menininha assustada e enfermiça, de voz amarrada e ações medrosas a uma moça exuberante e cheia de vida... Parecia que cada dia fora gravado a fogo em sua mente, apenas aumentando o orgulho e alegria que sentia com a performance mais do que perfeita de sua cunhada e aluna. Nem mesmo ele poderia tocar com tanto sentimento e paixão quanto aquela garota imprimia à própria música! E embora as crianças se maravilhassem com os sons, debruçando-se tanto quanto o pai permitia para ver melhor a imagem da tia, eram pequenas demais para compreender – Erik rezava para que demorassem muito a entender – o que tal desfecho significava para a terrível história de vida de Gabrielle. O que tamanha libertação simbolizava para quem outrora fora uma escrava...

Plenitude: esta era a palavra que definia o anjo sobre o palco, cujas asas se faziam não em plumas, mas em melodia. Aquela mulher estava plena, completa, una consigo mesma, e havia encontrado seu próprio eu. Naquele instante extático, era uma fada, uma deusa, uma musa que não apenas tocava um instrumento, mas o transformava na fonte de maravilhas com que os mortais podiam apenas sonhar. Os sons finais vieram morrer num atônito momento de silêncio em que os ouvintes, perplexos, voltavam a perceber o mundo à sua volta, libertando-se do encantamento antes de irromperem em aplausos ribombantes, uma plena e calorosa aceitação da garota francesa que viera encantar e fascinar seus palcos.

Finalmente percebendo o mundo ao seu redor, Gabrielle sorria e chorava ao mesmo tempo, as bochechas coradas ante os aplausos calorosos da plateia estranha, e até mesmo dos colegas de orquestra! Tinha um sorriso no rosto molhado de lágrimas, e baixava a cabeça timidamente ao executar elegantes reverências em gratidão. Com enorme surpresa, recebeu um buquê de flores do próprio Herr Sucher, e ao deixar o palco havia em si a sensação de estar vivendo um sonho: aquilo era tudo o que sonhara. Tudo o que desejara, e tudo o que mais amava! Como podia ser real? Como sua vida pudera passar do inferno ao paraíso, em tão poucos anos?

Recebida pelos braços calorosos da irmã, ela sorria e chorava ao dizer:

— Conseguimos, Annika... Conseguimos. – e não sabia se estava se referindo à apresentação em um palco estrangeiro, ou à vitória sobre uma vida que fizera de tudo para derrota-las. Fosse como fosse, aquele era o dia mais feliz de sua vida!

*

Annika estava trêmula: como podia se apresentar, depois do espetáculo que Gabrielle oferecera? Não se sentia capaz da mesma proeza, por mais que a caçula dissesse o contrário... O fato de que ia apresentar “Dança da Fada Açucarada e Valsa das Flores”, ambas de Suíte do Quebra-Nozes, de Tchaikovsky – um ballet que estreara há menos de dois anos, na Rússia – não a consolavam. Ia apresentar algo novo e estrangeiro a um povo bastante nacionalista e conservador, e temia as reações, ainda que tenha sido recebida com aplausos quando o mestre-de-cerimônias anunciou:

— Para encerrar nossa magnífica noite, Madame Annika Destler nos presenteará com suas mãos encantadas em “Suíte do Quebra-Nozes”!

A mulher fez uma reverência ao público e se sentou ao piano, procurando parecer tranquila. Voltou os olhos para a plateia e, como esperado, encontrou no camarote seis os olhos dourados de seu esposo, e os azuis de seus filhos. Junto a eles estava Gabrielle, sorridente e desejando-lhe sorte em linguagem de sinais; ao ver sua família, a incerteza desapareceu: dane-se o que pensariam os alemães! Tocaria para aqueles a quem amava! Tocaria pela música em si, como sempre fizera em Paris. Assim, fechou sua mente ao mundo mortal, e abriu-se à magia da Música da Noite; quando seus dedos fizeram soar o primeiro acorde, suave manto de veludo negro tombou sobre seus olhos, que se fecharam: não precisava da partitura. Precisava de suas mãos e ouvidos, enquanto sua mente a transportava por um mundo de maravilhas! Por um mundo que pertencia a ela e a Erik. Por um mundo onde a beleza não era óbvia, onde a ilusão, o fascínio e o mistério imperavam!

De olhos fechados ela podia ver o mundo se converter num bosque ao crepúsculo, no qual orbes coloridos – fadas minúsculas que cavalgavam borboletas e voavam em carruagens de cascas de noz – flutuavam por entre pirilampos. Doces nasciam das árvores que, por sua vez, estavam vivas e cantavam as mais belas cantigas. Na mente de Annie, um soldado Quebra-Nozes de fato ganhava vida, e ratazanas eram um perigo ao reino feito de doces... Sua mente e sua alma eram permeadas de magia, e da alegria que ela trazia consigo! Imergia nas suas próprias fantasias, perdida nas histórias que sua música contava: cada nota era uma palavra, cada tom descrevia uma ação, um lugar, um personagem. Sua música não era para ser ouvida, mas sentida e vivida, pois criava um mundo que se descortinava ante os olhos dos espectadores. Estes quase podiam ver as cenas singelas ou magníficas que o autor imaginara, e que a pianista recriava com mãos tão mágicas quanto as da irmã.

Não era o mesmo tipo de performance de Gabrielle, que deixava a todos petrificados e estáticos, mas algo igualmente envolvente que convidava o ouvinte a se tornar parte daquilo tudo. Tão envolvente, tão empolgante e cheio de vida que muitos se sentiam tomados pelo desejo de sair bailando, enquanto outros fechavam os olhos em deleite e deixavam a imaginação voar. Que poder tinham as irmãs sobre as mentes das pessoas! Podiam leva-las a mundos inalcançáveis, deixa-las perplexas ou completamente rendidas, como agora estavam à melodia da linda, elegante e hipnótica Annika.

O último acorde encerrou a apresentação e trouxe a pianista de volta à Terra, longe dos bosques perdidos de sua imaginação – estranho como as criações da mente podiam parecer mais reais do que a própria realidade. Ela fitou sua família antes de qualquer outro, e ali viu tudo o que desejava: rostos emocionados e felizes, orgulhosos. Não podia, contudo, esperar que emoção similar se estampasse nas expressões dos rígidos alemães que a assistiam, enquanto uma salva estrondosa de palmas a saudava em unânime aprovação!

Com o coração a mil, a pianista se levantou e executou outra reverência impecável, tão emocionada que precisou ocultar as lágrimas com o buquê de rosas de inverno com que foi presenteada por Rosa Sucher – algo realmente inesperado.

— Performance mais do que magnífica, Annika. – o sorriso em seu rosto era sincero ao entregar o largo buquê à mais moça, cujas lágrimas agora escorriam, timidamente ocultas pelas flores – será uma honra tê-la conosco pelos próximos meses.

Não havia voz para dizer o que fosse: estava mais muda do que Gabrielle fora, e só pôde continuar com os agradecimentos até que as cortinas se fechassem. Neste momento todos os amigos que fizera ali vieram rodeá-la, e o pranto correu livre pelo rosto da francesa; e quando sentiu ao seu redor os braços de sua irmã, seu esposo e seus filhos, nada poderia ser mais perfeito. Como Gabi dissera: haviam conseguido.