Anjo Pecador

Nos Seus Devidos Lugares


POV Catharina

Eu me levantei em meio aquele chão.O sol estava me impedindo de enxergar direito.Eu andei amais um pouco e mais um pouco até que cheguei em uma cachoeira.Tinha uma mulher se banhando ali.Ela se molhava com roupa e tudo, parecia não se importar.Seus cabelos escuros e compridos estavam lindos.Até que ela me viu e eu me afastei um pouco, mas ela estendeu a mão como se me chamasse.Eu não sabia quem ela era direito, não conseguia ver seu rosto.Eu escutava a sua risada alegre, aquela risada era familiar.Aquele perfume era familiar...

—Catharina.—Volto a realidade escutando a voz de Maria.—Catharina acorde!—Pede e eu abro meus olhos.

—Como veio parar aqui?—Estevão pergunta e eu penso.

Eu tinha tomado um sonífero para dormir o quanto eu pudesse.Vitor Hugo iria me esconder em algum lugar que eu não me lembro onde.Só sei que estou dormindo á muito tempo.E não sei como vim parar no porão dos San Román.

—Eu não lembro...—Falo e eles ficam preocupados.—Onde ela esta?

—Quem?—Maria pergunta preocupada.

—Aquela mulher na cachoeira...—Falo e eles se olham confusos.—Ela estava se banhando na cachoeira.

—Que cachoeira?—Estevão pergunta incrédulo.

—Eu também não em lembro...

—Você precisa descansar.—Maria sugere me ajudando a levantar do chão.—Pelo menos encontramos uma.

—Quem mais desapareceu?—Pergunto sentindo uma forte dor na cabeça.

—Maria Victória.—Maria fala me assustando.—Ela sumiu.

POV Victória

Eu coloquei meus pés de novo em minha casa antes do esperado.A casa estava muito silenciosa e vazia.Otávio já havia saído dela com Cristina a muito tempo, mais de qualquer forma Cristina iria voltar.Logo guardei minhas coisas e andei pela casa me lembrando de casa lembrança que tive nela.E a cada lembrança lembrada me fazia chorar ao lembrar de Maria Fernanda.E isso me fazia lembrar que tinha que achar de alguma forma Maria Victória.Mais primeiro eu tinha que ler a carta que estava em minhas mãos.Ela era muito importante para o destino de todos.

—Tem certeza de que tudo esta aqui?—Pergunto serio para Fernando Luiz.—Eu confio em você...Até por quê...

—O que?—Ele pergunta sorrindo.—Tia?

—A última vez que te vi você era muito pequeno.—Falo orgulhosa de vê-lo.—E é como um filho para mim.

—Eu sei o quanto a senhora sente ...O quanto tantas emoções estão agora aqui.—Fala suspirando.—Mais...—Tenta falar e abaixa a cabeça.Eu começo a chorar sabendo o por quê.—Mais foram tantos anos nessa agonia.

—Nando, quando eu ler essa carta eu vou saber o que Maria Fernanda deixou escrito, e vamos achar o Demetrio o quanto antes.—Prometo a ele.Logo engulo um seco e abro a carta com nervosismo.

‘’ Victória, eu deixo aqui nesta carta todas as respostas para as perguntas de todos.Eu sabia que só poderia ficar em paz quando vocês estivessem em paz.Lhe peço que seja paciente, que tenha coragem e que não se intimide por nada.Peço que se você e minha mãe se entendam.Que ela seja sempre feliz com Estevão San Román.Que nada os separe, e o mesmo peço para você e meu pai.Vocês merecem ser felizes.A felicidade de todos acabou quando eu cheguei na vida de todos vocês.Então para que todos saibam onde Demetrio realmente esta aqui eu deixo as minhas dicas.

Demetrio esta em uma clinica psiquiátrica sofrendo com suas alucinações.Não acreditem no que ele fala.O que sair da boca daquela criatura infeliz e pura mentira.Mais também terá coisas que ele irá falar no momento de lucidez que será verdade.Demetrio sabe de muitas coisas que ninguém nunca suspeitaria que tivesse acontecido.Como em uma vez que ele falou que eu era sua filha.Isso foi quando ele me empurrou da escada assim que fui encontrada.Eu senti que havia verdade nas suas palavras.Mais sabia que isso era impossível.Pois se você fosse minha mãe nunca teria deixado que ninguém me levasse e me mandasse estudar em outro pais.Você teria lutado com unhas e dentes por mim, madrinha.

Demetrio esta em uma clinica psiquiátrica em Londres. Na mesma onde a casa que eu e Fernando Luiz passávamos o inverno enquanto Fernando José percorria o mundo.Ele esta lá apenas esperando você e Maria.Leve meu pai e Estevão, para que nada aconteça com vocês duas.Vá, faça com que todos sejam felizes e se livrem do medo de Demetrio fugir e ser mais uma vez um risco em suas vidas.

Madrinha, eu apenas peço mais uma coisa.Cuide dos meus filhos.Eles precisam se uma mãe, como você.Precisa de todos vocês, por quê provavelmente eu não voltarei nunca mais para eles.Eu só tive oportunidade de vê-los uma vez.E mesmo assim não tive um amor incondicional por eles.Sou tão má e perversa quanto você imagina , madrinha.Mais saiba que tudo isso foi obra de Demetrio Rivero.

Maria Fernanda San Román. ‘’

—E?—Fernando Luiz pergunta enquanto eu amasso a carta.—O que ela escreveu?—Pergunta novamente e eu fico com um mal estar.

—Precisamos ir para Londres.—Falo.—Maria Fernanda deixou bem claro aqui que Demetrio esta em um hospital psiquiátrico perto da casa onde vocês dois passava o inverno.

—Eu sei...—Fernando Luiz fala com esperanças.—Precisamos ir para lá.

—Ela disse que eu fosse com Maria, Estevão e Otávio...—Falo e ele me olha surpreso.—Preciso que avise aos seus pais.

—E Otávio?—Pergunta preocupado.

—Amanhã vou assinar o divórcio.—Falo determinada.—E eu aproveito para comunicar á ele.—Falo seca e ele me olha.

—Tia, você ainda o ama?—Pergunta sério e eu fico calada.—Por quê não tenta salvar o seu casamento?

—Eu não quero continuar algo que não tem mais futuro.—Falo seca.—E agora vá avisar aos seus pais.

—Tia.—Ele me chama á atenção.—Pelo menos tente.—Pede e me dá um beijo na bochecha e sai.

—Se pelo menos soubesse o quanto vou fazer ele sofrer.—Falo sozinha.—Mesmo nossa filha pedindo que sejamos felizes eu vou fazê-lo o homem mais infeliz e desafortunado.—Falo e logo escuto um ruído.—Deve ter sido o vento.—Falo me sentindo zonza.

—Madrinha.—Escuto a voz de Maria Fernanda e saio correndo pela casa.—Madrinha.—Chama novamente e corro em direção ao som da voz.Logo chego na sala e encontro Cristina.Fico parada ao vê-la.Eu a reconheci sabendo que era minha filha.

—Mãe?—Me chama me olhando da cabeça aos pés incrédula.