Anjo Pecador

Unidos Como Uma Família


‘’ A fé consciente é liberdade.
A fé instintiva é escravidão.
A fé mecânica é loucura.
A esperança consciente é força.
A esperança emocional é covardia.
A esperança mecânica é doença.
O amor consciente desperta o amor.
O amor emocional desperta o inesperado.
O amor mecânico desperta o ódio.

Paulo Coelho ‘’

POV Maria

Eu melhorava a cada dia que passava.Estava praticamente curada, e em breve poderia ficar tranquila com isso.Estava andando com Estevão pelos arredores da casa quando vimos Fernando Luiz chegar apressado,nervoso,apavorado e com algo para falar.Parecia uma criança.Estevão parecia preocupado com isso.Eu pensei que ele tivesse encontrado Maria Victória, mais não era outra coisa.

—O que você tem?—Pergunto preocupada.

—Aconteceu algo ?—Estevão pergunta.

—Tia Victória leu a carta que Maria Fernanda deixou.—Fala e eu fico confusa.Como ela fez isso?

—Do que esta falando?—Estevão pergunta incrédulo.

—Tia Victória viajou para fazer a cirurgia e voltar a enxergar longe de todos.—Fala me deixando brava.—E quando voltou eu entreguei a carta para ela hoje.—Explica.—E o Demetrio esta em uma clinica psiquiátrica perto da casa onde eu e Maria Fernanda passávamos o inverno, lembra?

—Claro,claro...Maria Fernanda sempre gostava de passar o inverno lá.—Falo sorrindo.—Temos que ir para lá.

—Vocês quatro vão amanhã.—Fala e eu fico sem entender.—Vocês dois e meus tios.

—Victória e Otávio?—Estevão pergunta confuso.

—Sim.—Fernando Luiz fala.—Maria Fernanda pediu que só vocês fossem.

—Isso é muito estranho.—Falo.

—Com certeza por quê nós os conhecemos mais e Maria Fernanda queria que nós fossemos os únicos a resolver tudo isso.—Estevão fala e eu concordo.—Mais você não deveria ir, Maria.—Estevão fala e eu o olho incrédula.

—Vou sim.—Esbravejo e ele me olha com raiva.—Maria Fernanda deixou isso nas nossas mãos, e eu vou cumprir o que tiver ao meu alcance.

—Mais você não esta totalmente bem.—Ele teima comigo e Fernando Luiz fica calado observando a conversa.

—Olha...—Fernando Luiz resolve se manifestar.—Papai deixe a mamãe fazer o que ela quiser.

—Como?—Estevão pergunta incrédulo se aproximando de Fernando Luiz.

—Ei!—Falo ficando entre os dois.—Eu sei que estamos a flor da pele com tudo isso.—Falo olhando compreensiva para Estevão.—Mais vamos enfrentar isso sem machucar uns aos outros.

—E...—Estevão se afasta eu fico tranquila.—Melhor enfrentarmos tudo isso sem machucar uns aos outros.

—Então vocês tem que fazer com que meus tios não assinem aquele divórcio.—Fernando Luiz explica.—Por quê o orgulho deles está falando mais alto do que o amor que um sente pelo outro.

—Eu me recuso a creditar que Victória é minha irmã com todo esse orgulho.—Falo brava e os dois me olham irônicos.—Parem, esta bem?—Peço e os dois riem.

—Maria Fernanda só podia ser filha dela.—Fernando Luiz lembra.—As duas preferem se machucar do que se render aos sentimentos.

—E enquanto a Maria Victória?—Estevão pergunta me deixando chateada.

—Estamos fazendo o possível.—Heitor fala me assustando junto á Leonel.—Vamos acha-la.

—E vamos fazer com que a história não se repita.—Leonel fala me olhando e mil lembranças se passam pela minha mente.—Vamos lutar.

—Todos nós juntos vamos acabar com esse mal.—Estrella fala abraçando Heitor.—Vamos voltar a ser unidos.

—Só que dessa vez sem nenhuma interrupção.—Ângelo fala destemido.—Não me importo com Demetrio.—Fala me surpreendendo.—Temos sempre que estar do lado certo.

—E fazermos justiça.—Vivian fala olhando para Fernando Luiz.—E não deixar a felicidade escapar de novo.

—Dessa vez não deixaremos brechas.—Estevão fala passando seu braço na minha cintura.—Sem nenhuma condição de felicidade.—Fala.—Sem um tempo determinado para ela acabar.

—Tentaremos fazer com que nossa historia terminei bem.—Fernando Luiz fala próximo de mim.—Tentaremos.

—Iremos conseguir.—Maria Sófia fala segurando João Paulo nos braços.Eu a olho com remorso.—E iremos nos perdoar para fazermos isso juntos.—Fala me olhando.

—Plantaremos o bem, para colhermos o bem.—Falo vendo a porta onde Maria Fernanda foi deixada.Suspiro pesadamente me lembrando de tudo.—Por quê o bem sempre vence o mal...—Falo olhando com amor para Estevão.

—Ou não.—Victória fala distante.—Eu reli essa carta...—Fala se aproximando de mim e logo vejo Cristina atrás dela.—Por quê ela se descreve como uma pessoa perversa?—Pergunta me mostrando a carta.—Maria...—Começa a falar com receio.—O que foi que nós fizemos?—Pergunta querendo chorar.

—Vamos concertar isso.—Estevão fala a olhando.—Você não esta sozinha.—Fala dando esperanças para ela.

—Eu sempre estive sozinha.—Fala tentando lembrar as magoas do passado e eu fico esperando seu sermão.—Mais eu agora tenho você.—Fala e eu a olho incrédula.—Prometa não me deixar ir embora nunca.

—Não deixarei.—Falo a abraçando.—Minha irmãzinha.—Falo me sentindo completa.

—Agora sim somos uma família.—Cristina fala sorridente.

—Mais ainda falta uma.—Alma lembra de Maria Victória.

—Vamos dar um jeito nisso.—Estevão fala com esperanças.—Sempre damos.

POV Otávio

Eu estava sentada no sofá olhando as fotos da família.E via o quanto eu era feliz mesmo coma tantos problemas.Logo escuto alguém entrar no apartamento. Era Catharina , estava eufórica e com medo.Logo ergui minha cabeça para ver seu rosto pálido.Temia um sermão dela mais ela permaneceu calada.

—O que houve?—Pergunto curioso.

—É assim que quer passar o resto dos seus dias?—Pergunta e eu fico sem entender.

—Seja mais clara, Catharina.—Peço.

—Você vai estar nesse buraco de solidão enquanto uns se amam?—Pergunta com raiva.—Vai ficar ai sentado recordando o passado?

—Victória me deixou assim.—Falo me levantando com raiva.—Você não tem nenhuma autoridade moral para me acusar.

—Sim eu tenho!—Exclama.—Você não teve coragem de segurar o seu amor em seus braços.

—Quem é você para falar de amor?—Pergunto e vejo que a machuco.

—Uma mulher,irmã,amiga e completamente apaixonada por um homem que nem sabe o que eu sinto por ele.—Fala se aproximando de mim, ate demais.—O seu filho.—Fico aliviado.Por um momento pensei que fosse eu.—E agora todos vão ganhar um final feliz.—Fala triste.—Até você.

—E você?—Pergunto.

—Eu já sou um caso perdido.—Fala sendo realista.