Amor Platônico?

Conversas, emoções e Selvageria.


No que o Luan e o Thoso foram embora, ficou um clima estranho na casa dos Lanza. Ninguém falava nada, só nos olhávamos sem graça.

Até que o Pepo se aproximou de mim e disse:

╼ Nem sei o que eu te dizer, me sinto envergonhado por ele.

╼ Imagina Pedro. Foi desconfortável sim, e muito, mas que culpa você tem? – falei tentando acalmá-lo

╼ Desconfortável? – Pedro falou ainda indignado, olhando para mim, mas também um pouco para cima, parecendo estar lembrando tudo que o Thomas fez há alguns minutos – Foi ridículo. Eu nunca imaginei que o cara que eu considerava um irmão pudesse fazer isso comigo. Sabe, brincar ele sempre brincou, agora isso passou de todos os limites. Não falei nada porque não queria estragar um dia tão lindo quanto esse, que você está aqui em casa, pela primeira vez junto com a minha família... Mas a vontade de pular no pescoço dele foi enorme, quase incontrolável.

╼ Eu imagino Pe – falei pesarosa – Não tem como tapar o sol com a peneira, não quero protegê-lo nem nada, mas não fica assim. Tenta ignorar. A amizade de vocês é tão bonita, não pode acabar assim, muito menos por uma besteira dessas.

╼ Amizade? Bonita? Besteira?– falou Pedro incrédulo com o que eu tinha acabado de dizer – Por favor né amor. Amigo não faz isso. E não foi besteira. Ele ficou dando em cima de você na minha cara! Dando em cima da minha namorada, do amor da minha vida ali, na minha frente! Eu nunca amei ninguém como eu te amo, agora ele vem querer furar meu olho? Não tem como perdoar.

╼ Ai Pedro, agora fiquei até dividida. Porque achei lindo o que você falou, mas fico triste por você estar tão bravo com o Thomas. Sabe, não fala assim no passado. Tipo, ele “era” meu amigo, “considerava” meu irmão... Foi mal da parte dele, foi. Mas isso não pode acabar com tudo. Além da amizade de anos, tem a banda... Nunca vou me perdoar se eu estragar com tudo isso.

╼ Você estragar? Não foi você. Você não fez nada amor. Foi ele, a culpa é toda dele. Não se sinta mal. E quanto a banda... Não posso mentir, não sei como vai estar o clima no show de amanhã.

╼ Ah não Pedro! – falei, agora um pouco mais exaltada – Nenhuma fã tem culpa. Sim, eu entendo que você não é de ferro, entendo que você não tem sangue frio ao ponto de fingir que nada aconteceu, mas isso não pode prejudicar a banda. Aí sim nunca me perdoarei mesmo.

╼ Tá bom amor, vou tentar o máximo pra não levar essa energia ruim pro palco. Mas se ele me provocar amanhã, não posso fazer nada...

╼ Ai Meu Deus! – falei um pouco triste – Meu sonho é acompanhar uma turnê de vocês, mas não sei se vai ser uma boa ideia. Não é melhor eu ficar aqui pra evitar brigas?

╼ Claro que não amor! – Pedro falou – Não vou deixar ele estragar nosso fim de semana. Além do que, se for pra gente brigar vai acontecer, mesmo se você não for... É capaz de você lá até ajudar a me acalmar.

╼ Verdade, pensando por esse lado... – falei, agora um pouco mais feliz e aliviada – Mas Pedro, mais uma dúvida: Você só falou aquele negócio de dar uma volta no Rio comigo pra fazer ciúmes pro Thomas? Ou é porque você realmente quer passear comigo? Pode falar a verdade.

╼ Amor, admito que no início foi para atingi-lo, mas depois eu adorei a ideia. Você aceita?

╼ Claro que sim amor! Vai ser incrível. Mas eu não quero mais que você faça as coisas só pra dar ciúmes nele sabe? Tipo me beijar, fazer programas românticos só para provocá-lo. Entendo que você teve motivos... Mas acabo me sentindo usada. Tipo, sinto que você está sendo romântico comigo só pra jogar na cara dele, e isso é péssimo. Me sinto mal.

╼ Eu sei amor, me desculpa – falou Pedro – Jamais demonstraria amor por ti se fosse falsidade. Mas, realmente, eu fiz algumas coisas para provocar o Thomas. Não consegui me segurar. Mas entendo teu lado também. Prometo que nunca mais faço isso tá? Mas só quero que você saiba que nenhum beijo foi falso. Algumas coisas podem até ter sido para provocá-lo, mas eu nunca mentiria um sentimento, um gesto de amor pra ti.

╼ Tudo bem Pe, eu entendi, não precisa se preocupar – falei, agora mais feliz e aliviada – Mas agora, é melhor mudarmos de assunto né? Não podemos mudar nada que aconteceu, mas podemos cuidar pra nada pior acontecer.

╼ E tomara que ele colabore para não acontecer nada pior né. Não vou conseguir abaixar minha cabeça sempre. Já sou esquentado, nem sei como aguentei. Se ele continuar...

╼ Para amor. Não vai acontecer mais nada, não vou permitir. Vou cortá-lo, falar com educação. Agora vamos parar de falar disso? Vamos falar de coisa boa?

╼ Da Tek Pix? – falou Pedro, agora com a aparência leve, brincalhona.

╼ Pode ser – falei.

Rimos juntos.

Em todo esse tempo que estávamos conversando, cada um foi para o seu lado. Tia Leni ainda lavava a louça da janta (O Luan e o Thomas tinham chegado a jantar lá) e a Mi secando. Eu me ofereci para lavar, insisti, mas as duas não deixaram de forma alguma. Mauro já tinha se despedido de nós e ido para o quarto, logo que o Thomas e o Luan saíram. E pouco tempo antes a Dudinha dormiu no colo da Mi, feito um anjo. A Mi a botou no berço.

Ninguém tinha ousado tocar no assunto do Thomas, mas trocavam olhares.

Por fim, Pedro me puxou para a cozinha e falou para a Mi e a Leni:

╼ Amores, estamos indo dormir. – e ele foi dar um beijo nas duas e desejou boa noite.

Eu paralisei. Como o Pedro fazia isso sem me consultar? “Estamos indo dormir”. Como assim “estamos”? O que elas iam pensar de mim se eu aceitasse dormir com o Pedro no primeiro dia que vou lá? Mas, no momento que eu ia reclamar, me lembrei das fotos. Será que elas pensariam que eu estaria tentando pagar de santa, mesmo depois de tudo? Será que não seria cara de pau da minha parte reclamar de dormir com ele, depois que as fotos vazaram e todos já sabem que a gente já dormiu juntos?

Por estar tão sem ter o que fazer e tão em dúvida, continuei ali, paralisada, ainda pensando no melhor a fazer.

Acho que todos notaram o meu desconforto, pois o Pedro rapidamente falou:

╼ Não tem problema pra você dormir no meu quarto amor? É que não tem mais nenhum colchão sobrando por aqui...

╼ Ah... Tudo bem Pe – falei ainda sem graça

Então, me despedi delas também.

Peguei minha toalha, meu pijama (que era uma blusinha de manga curta e um shorts curtinho) e minha nécessaire da minha bagagem e fui tomar um banho. Logo depois, fui para o quarto do Pedro esperar para que ele tomasse o dele.

Eu estava lá, admirando o quarto dele, olhando todos os troféus que ele tinha, por conta da Restart. Troféus que eu também ajudei a conquistar, passando horas e horas votando. A emoção foi me tomando de uma forma incrível, mágica e intensa. Parece que a ficha estava começando a cair só agora. Eu estava ali, no quarto do meu ídolo, quarto que eu tanto vi em fotos e vídeos, que eu tanto sonhei em visitar. Eu tinha acabado de passar um dia com a família do Pedro Lanza, sendo apresentada como namorada dele. Uma coisa que eu sempre sonhei, sempre tive esperanças, a coisa que eu mais desejava na vida, mas podia jurar que jamais aconteceria.

E como se não bastasse o Thomas ainda havia passado o dia junto.

Apesar dos pesares, foi perfeito, porque ele também é meu ídolo.

E amanhã eu ainda veria o Luquinhas e o Preto, e conversaria com eles por um bom tempo, e não só como fã.

Eu acompanharia a turnê da minha banda favorita, que tanto sou fã, assistindo os shows da cochia do palco e indo para o hotel com eles, e no mesmo quarto que o Pepo.

Ainda bem que minha reação quando eu vejo os meninos é sempre boa. Fico nervosa, mas só por dentro. Por fora fico calma, falo muito calmamente também.

Mas a todo momento que vejo o Pedro, mesmo estando namorando com ele, meu coração dispara, e eu penso se isso realmente é de verdade, se eu realmente estou vivendo o meu amor tão sonhado, que eu podia jurar que era platônico, com meu ídolo.

Era tudo perfeito demais, eu nem sabia se merecia tanto.

Eu já estava lá, submersa nas emoções, pensando em tudo de bom, que acabei chorando de tanta felicidade. Então, imagina quando o Pedro entrou naquele quarto, com o cabelo molhado, todo cheiroso com um camisetão e uma bermuda de pijama, ainda com a toalha nas mãos, secando os cabelos?

Chorei e sorri ao mesmo tempo, ainda mais que antes.

Ele me perguntou o porquê de meu choro, e eu expliquei. Nós sentamos na cama dele. Ele me abraçou, eu deitei em seu peito. E ele falou que também parava pra pensar todo o dia o quanto ele era sortudo.

╼ Poxa, primeiro aconteceu o que eu também achei que fosse impossível – me contava Pedro – Que era a minha banda ser reconhecida, ficar famosa. Esse é o sonho de muitos garotos, tive muita sorte de ele dar certo logo pra mim.

╼ Mas vocês também batalharam muito pra isso – falei – mereceram demais.

╼ Sim, mas mesmo assim, fomos muito abençoados – Pedro continuou – E, como se já não fosse o bastante o sucesso profissional, veio você. Sabe, eu já tinha me apaixonado antes, mas nada se compara ao que eu sinto por ti. Agora sei que nada que eu senti antes era amor. Porque isso que eu sinto por ti, isso sim é amor de verdade. E não é só amor, é necessidade. Necessidade de te ver, necessidade de estar com você, de sentir teu cheiro, te beijar, tocar teu corpo.

╼ Nossa Pedro – falei ainda mais emocionada, mas com o choro quase contido – Sabia que eu sinto o mesmo? Nossa ligação é realmente muito forte então. Porque desde que eu era apenas sua fã, eu sentia necessidade de você. Todas as noites olhava suas fotos, abraçava o travesseiro, ou os seus bonequinhos, imaginando como seria se fosse você. Sempre imaginando você presente. Era uma coisa descomunal, uma necessidade sem fim. Necessito de você como necessito da água, do ar. Tentava suprir de qualquer forma essa necessidade, olhando os pôsteres, fotos, vídeos. Mas nada se compara a estar contigo de verdade. E eu tentava me conformar que esse amor era impossível, tentava me imaginar com outra pessoa. Mas, de repente, essa outra pessoa virava você, sempre você. Não conseguia imaginar meu futuro com mais ninguém. Todos me diziam que eu tinha que seguir minha vida, esquecer “esse tal de Pe Lanza” e seguir em frente. Mas eu sabia que, mesmo se o destino me levasse para outra pessoa, você sempre seria o amor da minha vida, sempre estaria em meu coração, sempre em primeiro lugar.

Após eu terminar de falar, Pedro estava visivelmente emocionado também.

Então, ele se inclinou pra frente e começou a me beijar.

O beijo era doce, calmo, muito romântico. Um dos mais românticos que ele já havia me dado até então.

Ficamos minutos neste beijo, até que a coisa começou a esquentar.

O beijo começou a ficar mais rápido, urgente. Parecia que nós estávamos dias no deserto e que a boca do outro era a água que tanto precisávamos.

Não passou muito tempo, eu já estava deitada, o Pedro em cima de mim, ainda me beijando fervorosamente.

Depois, sua boca foi descendo para meu pescoço, o que me fez sentir ainda mais prazer.

Até que o Pedro arranca minha blusa. E eu já estava sem sutiã, nunca durmo com.

E ele volta a me beijar, sua boca descendo cada vez mais...

Até que resolve tirar meu shorts.

Eu me levanto um pouco, para conseguir arrancar a blusa dele.

Então, fui por cima dele, era minha vez de fazer o que eu quisesse.

Tirei a bermuda dele também.

Ficamos assim, por um tempo, alternando as posições, até que ele resolve tirar minha calcinha. Eu também tiro a cueca dele.

Mesmo no calor do momento, não nos esquecemos da camisinha.

Eu que botei a camisinha nele, para não quebrar o clima.

Quando “voltamos”, depois de devidamente protegidos, parece que o Pedro estava ainda mais animado.

Ele estava indo com muito cuidado, como sempre, mas com mais força que o comum.

Não chegava a ser doloroso, na verdade me fazia gemer de prazer.

O Pedro devia estar sentindo muito prazer também, porque ele também gemia e seu rosto demonstrava toda essa satisfação.

Até que o Pedro levanta e me levanta junto, com uma força que eu nem podia imaginar que ele tinha.

Então, ele me tirou na cama, eu com as pernas abertas, entrelaçadas na cintura dele, enquanto segurava em sua nuca e ele me segurava também, me beijando.

Tudo isso sem parar de... Enfim, vocês sabem.

Até que ele me prensa na parede. Ficamos lá, um bom tempo, nos beijando e continuando o ato.

Eu estava gemendo muito, mas o prazer era tanto que nem pensei que alguém da família do Pedro poderia estar ouvindo.

Estava tudo em uma frenesi louca, que nunca havia existido antes.

As outras vezes haviam sido ótimas, mas diferentes.

Parece que ele estava mais sedento por mim dessa vez.

Foi muito mais selvagem, e as outras mais românticas.

Essa não perdeu o romantismo, mas foi muito mais animal.

É, parece que a saudade e esse tempo longe um do outro só apimentou ainda mais essa nossa relação.