Arthur Narrando

Acordei e levei um dos maiores sustos da minha vida. Peguei meu celular e desliguei o despertador. Fechei os olhos de novo.

— Não adianta me ignorar. Eu vou continuar aqui. – olhei para o meu irmão.

— Por que você não tá com Rafael? Como entrou aqui?

— Esse mausoléu não tem as melhores das seguranças e... Imaginei que você iria acordar mais cedo e ir pra casa se arrumar pra poder ir trabalhar.

— Vamos. Vou só passar no quarto de Alice e ver como ela está.

— Viva. E dormindo. Anda logo Arthur. – ele saiu andando me fazendo tentar entender como ele era tão enérgico em plena seis da manhã. Ele já estava em seu carro e fez sinal para que eu fosse, quando entrei em casa lá estava ele como uma assombração atrás de mim.

— Você quer ouvir a notícia ruim ou a muito ruim? – fiquei olhando pra ele.

— Você ao menos dormiu?

— Sabe que não. Vamos lá, Rafael não quer ir pra casa dele. E o nosso irmãozinho vai ser papai. – fiquei em choque. – Logo teremos um velório e um parto. É o ciclo da vida. – ele deu de ombros. – Tenha um ótimo dia de trabalho. – não entendi seu deboche.

— Kevin. – ele não me ouviu e foi embora.

Odiava ter que lidar com esses traços típicos excêntricos dele. Não era possível que Diana estava grávida, agora ela havia ido longe demais. Entre querer ir até o quarto de Yuri e arrebentar a cara dele e acordar o Rafael e tentar convencê-lo que ir seria o melhor eu acabei tomando um banho. Precisava trabalhar e pensar em problemas que não fossem esses.

Quando cheguei do trabalho nem fui pra casa, fui direto pra casa dele e foi a minha vez de atormenta-lo.

— Como você solta duas bombas de manhã daquele jeito e vai embora? – perguntei nervoso.

— Oi Arthur. Dê oi a minha mãe. – ele disse sendo o mais cínico possível.

— Olá Kira. Desculpe chegar assim. – falei ficando sem graça, que era o que ele queria.

— Agora entendi porque você brigou com seu pai e não sente falta... O Arthur tomou o lugar dele. – ela me olhou. – O Kevin parece sentir a necessidade de alguém pra maltrata-lo. – fiquei olhando enquanto ela ia saindo.

— Eu te maltrato? – perguntei perplexo. Ele sorriu.

— Não discorde de uma mãe amorosa. E o seu tom não foi nada carinhoso.

— Só faltava eu ter que ser carinhoso depois do que você fez. – gesticulei negativamente.

— Tá tudo bem, você vai superar. Rafael está correndo perigo e a semente do Yuri está crescendo, ache um jeito de resolver isso.

— Você é um idiota comigo e eu trabalho sozinho? Maravilhoso! – fiquei olhando pra ele.

— Não deixe Rafael ficar aqui. – sua voz saiu amável e aflita.

— É, vai ser moleza, quando ele já decidiu que quer ficar. Se você não o convenceu por que eu o convenceria?

— Você sempre convenceu todos de tudo. Eles te escutam. Você toca o coração das pessoas. E ele é seu melhor amigo, eu sei que não importa o que aconteça você vai protegê-lo. – fiquei um tempo em silêncio. Notei que ele tomava um chá.

— Você tá bem? – ele desviou o olhar.

— Yuri ainda vai ser pai. – seu aviso soou como um murro.

— Sinceramente não estou preocupado com ele. Ele tanto fez que conseguiu com que eu tomasse asco por ele ir atrás daquela garota. E se eles vão ter um filho junto que...

— Não é dela. – ele me olhou.

— Sophia? – perguntei com medo. Ele sorriu como não podia deixar de ser. – Posso quebrar alguma coisa?

— Se quiser que minha mãe apareça e te expulse.

— Não estou acreditando.

— Você foi um péssimo irmão mais velho não o ensinando que nunca se deve deixar de usar camisinha. – ele tomou um gole de seu chá.

— É, eu acho que estava mais ocupado brigando muito com meu irmão do meio. – passei a mão no cabelo nervoso. – Isso vai ser um caos. – fiquei um tempo em silêncio e depois voltei a falar. - O Gustavo vai entrar em conflito com minha mãe. Vinícius vai ficar no meio, os meus avós vão ser obrigados a se posicionar. Vai virar um inferno.

— Vai. – ele bebeu aquilo de novo.

— O que foi Kevin? Sério. – cruzei os braços e o encarei com o máximo de seriedade que conseguia.

— Você acha que ele tá bem? – não precisava nem dizer a quem ele se referia.

— Não faz essa porra. Já te pedi. – olhei em seus olhos.

— Eu nem dormi Arthur. Como você acha que eu me sinto? Tenho pelo menos metade da responsabilidade de tudo que está acontecendo com ele.

— Não posso dizer que não tem. Mas... Talvez se ele amasse outra pessoa isso também acontecesse, ele só precisava amar alguém. – respirei fundo. – Não sei, não sou psicólogo. Apesar de às vezes parecer um.

— Já brigou com Alice pelo plano brilhante dela?

— Sabe que não. Ela tá muito mal pelo irmão. – o olhei. – Vou ir pra casa. Se eu conseguir convencer Rafael ele deve ir amanhã, não quer ir ficar com ele?

— Preciso ficar aqui, estou quase tendo uma ideia... Mas perto dele não consigo pensar direito.

— Essa ideia inclui Murilo? – ele ficou me olhando insatisfeito.

— Danilo.

— Ok. – me despedi e fui pra casa, depois que tomei banho vi que quase todos estavam reunidos na sala. Os adultos contavam algum caso divertido, mas vi que meu melhor amigo não parecia muito contente.

— Vamos conversar? – chamei me sentando ao seu lado. Ele concordou e a gente foi até a cozinha para que eu preparasse algo para comer. – Kevin me disse que você não concordou em ir pra casa.

— Como assim ir pra casa Arthur? Primeiro eu vim porque queria ficar perto dele, senti saudade do meu pai e voltei, o Murilo me buscou e agora eu volto de novo? Meu pai vai achar muito estranho voltar tão rápido assim.

— Então espera completar uma semana. Mas não sai de casa Rafael, por favor. E confesso que até aqui dentro eu fico com medo. – ele ficou me olhando. – Se esse cara está trabalhando com meu pai já que ele o ouviu, ele pode obriga-lo a dizer todas as fraquezas de segurança. E como parece que Caleb não se importa com a sua vida.

— O que parece é que ele quer que eu me ferre muito. Isso sim.

— Imagino o quanto isso deva te chatear... Amar o filho de um homem assim e...

— Não. – ele me olhou enquanto eu me sentava. – Não é isso que está me incomodando. – suspirei.

— É normal ele se preocupar Rafael.

— Nunca vamos estar completamente juntos. Sempre será eu, ele e o Murilo. Toda vez vai acontecer alguma coisa e vai tirar ele de perto de mim. É desgastante.

— Eu sei. – olhei em seus olhos. – Posso te falar de novo que eu te avisei?

— Posso só desabafar? Você não me deixa fazer isso.

— Desculpa. – fiz uma expressão triste. – Diga tudo que precisa.

— A verdade é que ele ama Murilo demais e não me ama o bastante.

— Ás vezes até sinto falta quando ele só amava a si mesmo. – comentei pensativo.

— O Kevin ruim. – dei uma risadinha com a sua fala.

— Esse Kevin morreu há muito tempo.

— Agora é doce e educado. Quase um Arthur. – nos olhamos.

— Não, ele não chegaria a tanto. Nem tem essa intenção. Ele me acha um chato!

— Não. Ele te admira. Se espelha em você. Ele é um Arthur com bastante veneno e humor ácido.

— Usou as palavras erradas eu acho. – rimos juntos.

— Obrigado por me ouvir. Você esteve tão mal pelo fim estranho do seu namoro...

— Até então achei que era fictício. Hoje já não sei mais. – Alice apareceu me assustando muito.

— O que foi? Estou atrapalhando? – ela perguntou nos olhando.

— Não. Claro que não. – respondi rapidamente. – Pensei que fosse ficar em casa com os seus pais.

— Eu iria. Mas Kevin mandou mensagem convocando todos. Ele acha mesmo que estamos por conta dele né? De certa forma estamos. Todos amam a adrenalina das armações dele então...

— Chegamos. – Larissa e Sophia disseram juntas. – Os meninos estão vindo.

— Aqui pode ser nossa central de comando. – Alexandre comentou depois que já estávamos na biblioteca.

— Ninguém nunca questiona por que nos reunimos tanto aqui? – Giovana me perguntou e respondi negativamente.

— Cadê o príncipe? – Soph questionou entediada, a olhei lembrando o que ele me contou.

— Não estava se referindo a mim né? Por que eu sou o rei. – ele disse chegando. Revirei os olhos assim como a maioria. De repente Caleb chegou atrás dele como um vulto.

— Você tem certeza disso né? – ele questionou de forma extremamente ameaçadora. – Vai mesmo trocar TUDO por um... – ele se virou e o olhou, me posicionei perto deles. – Você vai Kevin? – ele não respondeu e continuou o encarando com ódio. – Pois bem. – e então saiu.

— Pega o seu notebook. – ele mandou e como as minhas coisas estavam ali peguei e o entreguei. Ele o ligou e nos olhou. – O que foi?

— O que está acontecendo Kevin? – perguntei o que todos queriam saber.

— Ele tá jogando do jeito que ele sabe jogar. Disse que iria congelar minhas contas. Corrente, poupança e minhas ações do grupo Palace, ele vai me tirar tudo.

— Por você estar com o Rafael?

— Dois mais dois, parabéns Arthur.

— Por que não vai até sua mãe e conta a ela e faz com que ela o impeça?

— Se eu fizer isso corro o sério risco da minha mãe desabafar com Luna e isso chegar ao ouvido do pai de Rafael.

— E como chegou nesse ponto? – dessa vez foi o loiro que perguntou.

— Murilo está internado em um hospital psiquiátrico e eu não fui correndo para tentar vê-lo. – ele respondeu sem olha-lo. – Isso foi motivo suficiente para ele surtar ao perceber que agora não é só desconfiança, ele tem certeza que o que ele menos queria está mesmo acontecendo.

— Você está amando outra pessoa. – conclui. Todo mundo ficou sem reação.

— Parabéns de novo Arthur, vai passar de ano.

— É por isso também que ele queria tanto que Rafael virasse o alvo. O seu pai é doente.

— As informações não estão muito novas. – ele continuou como se nada estivesse acontecendo. Como se ele não tivesse acabado de indiretamente fazer uma declaração de amor a Rafael.

— Enquanto ele estava transando com você entrando e saindo da sua casa tudo bem, mas se ele tiver alguma importância não pode. – Alice comentou indignada.

— Ele não me quer sentindo nada por ninguém, ainda não entendeu isso?

— Acho que ele tem esperanças do Kevin voltar a ser aquele Kevin. – Soph opinou.

— Por que você não aceitou Kevin? Vocês já vão ter fingir mesmo por causa do pai dele.

— Eu não negocio com o diabo.

— Como se você não fosse o próprio diabo. – ele e Alice se olharam.

— Eu era. Encontrei um anjo loiro dos olhos azuis que concluiu a tarefa de me salvar.

— Nunca ouvi uma conversa mais ridícula e sem nexo. – Ryan disse e riu. – O cara tá amando real. Só eu não amo nesse lugar.

— Ah tá. Otávia que o diga.

— Não me coloca nisso. – ela reclamou e eu a olhei surpreso, não imaginei que ela estaria ali com a gente.

— Pronto. Transferi tudo que eu podia para outra conta. Eu vou amar a reação dele. Podemos continuar.

— Continuar o que se nem começamos?

— Cala a boca. Ela. – ele apontou o dedo para a Alice. – Precisa ser parada. Não sei como, mas alguém vai ter que parar essa garota! – ele cruzou os braços e eu respirei fundo. Não sabia o que Alice havia feito, mas eu tinha certeza que não era bom.

— Tá, agora pode dizer o que eu fiz senhor dono da razão.

— Posso. Estava tranquilo em minha casa quando alguém chama. Adivinha? O seu pai. Por que você disse a ele que o meu pai foi responsável pelo que aconteceu a Rafael?

— Eu não disse, ele concluiu. – ela respondeu com medo devido a forma como ele perguntou.

— Kevin pega leve. – pedi vendo que ele estava nervoso.

— Você não consegue enxergar o que ele fez? Não, porque vocês são todos burros. Ela acabou de colocar uma arma na cabeça do pai dela. Agora ele virou um alvo também, parabéns Alice. – ele disse e começou a andar mais alterado ainda.

— Espera. – falei suavemente. – Não sabia que ele significava tanto assim pra você. – ele ficou me olhando de uma forma que eu não soube decifrar, mas que era intensa.

— Você não precisa saber de tudo Arthur.

— Explica por que ele está na mira. – Ryan pediu concentrado em Kevin.

— É bem simples. Não é segredo que Vinicius tem o pavio bem curto. Assim que ele chegar a conclusão que realmente meu pai tem algo a ver com isso ele vai tirar satisfações, isso vai virar um banho de sangue porque ele vai quebrar a cara dele, como já fez outras vezes e... Não sei até onde vai a psicopatia do meu pai, ele pode aproveitar a onda de “assalto” e... Acontecer um latrocínio. E ele sairia ileso. Nunca provaríamos nada, assim como não conseguimos provar nada agora.

— Se eu tomar banho com água do seu banho eu fico tão esperto quanto você? – Alexandre questionou o olhando.

— Não, mas se eu conviver muito com vocês meu cérebro ficará atrofiado. – ele respondeu e sorriu cinicamente.

— Você conseguiu convencê-lo do contrário? – perguntei ignorando aquela conversa.

— O que você acha? – revirei os olhos mais uma vez. – Ser exibido faz parte da minha personalidade e você sabe disso, não reclame.

— Alice... – passei a mão em minha testa e tentei achar um jeito de falar que não a magoasse. – Você realmente precisa deixar que a gente cuide disso.

— O Rafael pode morrer. Vocês ainda estão se lembrando desse detalhe? – ela nos atacou como esperado.

— Não posso. – ele falou e nos olhou. – Amanhã eu vou voltar pra minha casa. – olhei para o Kevin tentando entender e ele gesticulou negativamente.

— Então vamos ter vinte e nove dias para resolver isso. Espero que sejamos eficazes.

— Meu aniversário está chegando. – Alice reclamou. – Vou passar em uma festa ou um velório? Eles vão voltar a me perseguir.

— Essa conversa já está me deixando irritado, vou tomar um ar. – Kevin saiu e Rafael foi atrás dele.

— Sugiro que você coloque um quadro negro aqui Arthur. – Ryan falou tentando não rir. – Ou aqueles de vidros sabe? Ou ainda pode ser uma lousa branca. Tanto faz. Temos que arquitetar planos.

— Temos que calar sua boca isso sim. – falei sério e depois fui até Alice.

— Você vai ficar bem. – falei baixo e fiz carinho em seu rosto. Ela me abraçou calmamente e ficou encostada ali como se nunca houvesse saído de perto de mim por um momento sequer.

Kevin Narrando

Assim que sai da casa de Arthur e me encostei ao meu carro vi Rafael vindo e então andei muito rápido até ele o levando pra dentro. Fui para a área da piscina com ele.

— Você sabe que não pode ficar lá fora. – falei o olhando.

— Não tá nervoso? – sorri.

— Tô, mas não é com você. Por que mudou de ideia? Já sei que não foi Arthur que te convenceu.

— Como você sempre sabe de tudo?

— Nesse caso especifico ele me olhou também sem entender.

— Já estou te causando problemas demais, se você quer que eu vá eu vou.

— Acho que essa foi a maior besteira que já ouvi você falar.

— Não queria que o seu pai te perturbasse tanto... E... Por que não me disse?

— Se eu dissesse você acreditaria? – ele desviou o olhar. – Eu sei que não.

— Mas você podia ter tentado.

— Dizer que eu sinto por você tudo que eu sentia por Murilo me leva a um lugar que talvez eu não estivesse pronto ainda.

— Que lugar é esse?

— De fragilidade. Tentei a todo custo enganar a mim mesmo que não estava acontecendo... Isso é tão...

— Kevin. – ele se posicionou em minha frente. – Quero que pare com isso. Essas coisas de mentir pra você, se enganar, tentar entrar em outra realidade... Tudo isso. Não quero mais. Isso faz parte do seu pai, não pertence a você agora.

— Rafael. – o pai dele chegou da porta da cozinha e a forma com que ele disse o nome dele fez com que eu sentisse um frio na espinha. Meu namorado deu um passo largo pra trás e o olhou. – Vem aqui. – ele ordenou e entrou.

— Acho que nem vou precisar pedir para irmos embora. – ele falou baixo. Segurei seu braço não o deixando sair.

— Quer que eu vá com você? – olhei em seus olhos tentando achar algum medo, mas não existia.

— Relaxa, ele não vai causar aqui.

— Como se eu fosse mesmo relaxar.

— Só me solta. Se ele voltar e ver você me segurando vai ser pior. – deixei que ele fosse e corri até a biblioteca onde todos ainda estavam.

— Vai agora até Rafael e o pai dele. – pedi olhando Arthur.

— Por que?

— Ele o viu perto demais de mim.

— Porra Kevin! A gente já não tem coisa demais pra se preocupar não né?

— Para de reclamar e vai lá. Se ele brigar com ele você pode contornar a situação, diz que me conhece melhor que ninguém, que eu sou do puteiro e já peguei até sua namorada, anda. – o empurrei para a saída. – Do que você tá rindo idiota? – quase gritei com Ryan.

— Essa história com a Alice é atemporal. Ela nunca morre. E pode ser usada nas mais diversas situações. É hilário.

— Hilário vai ser o soco que eu vou te dar, cala a boca. – comecei a ficar mais nervoso e ela chegou perto de mim.

— Não devia te consolar... – a interrompi imediatamente.

— Por que me preocupo com você e o seu pai? Também não pedi seu consolo.

— Você tá bem? – Arthur perguntou ao voltar. – Eu os achei na sala de televisão lá de cima. O pai dele queria que ele o ensinasse a mexer no controle. Estava tudo normal. Ele até sorriu pra mim.

— Não. – o olhei sério. – Ele está em negação. Ele percebeu, eu vi muito bem que ele percebeu.

— É melhor então que ele esteja em negação do que ele quebrar o Rafael. – fiquei ouvindo meu irmão. – Se por acaso ele o expulsa de casa ele vai ficar aqui até acabar os estudos ou até o tempo que ele precisar. Ele sabe disso. Mas o fato é quanto isso é desgastante e doloroso. Ele vai sofrer demais. Eles têm uma boa relação. E se ele joga isso tudo para o alto e vocês nem dão certo. E ele nunca mais se apaixona por nenhum cara. E aí Kevin?

— Aí ele casa com uma mulher é feliz, tem um filho e apresenta ao pai e fazem as pazes. Ninguém resiste a um neném. – falei e dei de ombros.

— Essa mulher podia ser Otávia, por quem ele recentemente teve uma atração sexual fortíssima... É gostoso fazer raiva nos outros né Kevin? – ignorei Alexandre.

— Vamos vigiar a justiceira? – perguntei olhando para Arthur e me referindo a Alice.

— Ah, qual é Kevin, ela não precisa disso. – ele discordou.

— Pois eu acho que precisa. Logo outra ideia arriscada vai rodear essa cabecinha redondinha que ela tem.

— Tá bom. – ele respirou fundo. – Com o Rafael fora daqui também é mais seguro que ela esteja vigiada.

— Vamos trabalhar em duplas então. Alice vá pra casa agora. – falei e sorri.

— Kevin vai para o inferno. – ela saiu pisando duro.

— Você é uma peste. – meu irmão reclamou e saiu atrás dela.

— Não consegue aceitar que estão se dando bem né? – Larissa perguntou e eu ri.

— Ela gosta da minha implicância. E ela é bem esperta em gostar, sabe que só implicamos com quem a gente ama.

— Você tá mesmo falando de amor? – Sophia perguntou como se fosse impossível.

— Precisamos conversar. – falei sério a olhando. – E já passou da hora de fazermos algo em relação a Yuri.

— Eu tenho uma ideia. – Giovana levantou a mão, pronto. Era só o que me faltava, ouvir ideias de uma garota que não sabia nem pronunciar o próprio sobrenome direito. Não achei que isso algum dia poderia acontecer, mas estava completamente enganado.