Maria Joaquina narrando

Depois daquela maravilhosa noite na praia, todos voltamos para nossos quartos e eu dormi um sono tranquilo. Na manhã seguinte, já era hora de voltarmos, partimos para o aeroporto logo de manhã.

–Será que dá pra tomar café aqui ou vamos ter que comer na rua mesmo?- Daniel me perguntou.

–Não sei, o que você acha?- respondi, confusa.

–Também não sei, vamos perguntar ao pessoal.

Então Daniel ligou para eles, em cinco minutos eles apareceram em nosso quarto:

–O que vocês acham? Tomamos café aqui ou na rua?- perguntou Daniel.

–Olha, eu não sei se vai dar tempo, mas acho melhor a gente tomar aqui mesmo. Vai que a gente pega trânsito e fica com fome na rua.- respondeu Paulo.

–É, e além disso, vocês precisam de energia para dirigir.- falou Alícia.

–Tá bom, então será aqui mesmo.- confirmou Daniel.

Assim, descemos para o refeitório e sentamos. Eu torcia pra que desse tempo de tomarmos café e pegarmos o avião, se a gente perdesse, ia ser barra conseguir outro.

–O que foi amor?- perguntou Marcelina ao ver Mário olhando pra fora do refeitório.

–Estou pensando na saudade que vou sentir daqui.- respondeu ele.

–Nós também, sentiremos muita.- concordou ela.

O resto do café foi tranquilo, quando acabamos, pegamos nossas malas no quarto e depois seguimos para a recepção, onde devolvemos as chaves de nossos quartos e fomos pegar nossos táxis. Realmente, ao ver o táxi andar e o hotel desaparecer, não deu pra deixar escapar uma lágrima dos olhos. Esse lugar foi tão bom, tivemos dias maravilhosos lá, não dá pra acreditar em como tudo passou tão rápido.

–Ei, não chora.- disse Daniel, limpando a lágrima que caiu do meu olho.- Outra dia a gente volta aqui.

–Eu adoraria.- respondi, fungando.

Tirei o hotel da minha cabeça um pouco e passei a focar na viagem de volta. Para minha surpresa, o trânsito estava bom, não estava apertado como imaginamos que estaria. Então, pudemos chegar no aeroporto sem problemas, ainda faltava bastante tempo pra decolar e até lancharmos se quiséssemos. Depois de fazermos o check-in, ficamos esperando no saguão.

Daniel narrando

Acordei me sentindo ótimo, uma disposição muito grande, só o que me deixava chateado era que estávamos deixando aquele lugar maravilhoso que passamos os melhores momentos de nossas vidas. Sim, naquela mesma manhã, estaríamos deixando Acapulco. Era triste, mas era verdade.

Depois que tomamos café, voltamos ao quarto para pegar nossas coisas. Então, descemos, entregamos as chaves para o pessoal da recepção e pegamos um táxi. Quando o mesmo arrancou, vi que Maria Joaquina chorava de saudade.

–Ei, não chora.- falei, limpando a lágrima que caiu do rosto dela.- Outra dia a gente volta aqui.

–Eu adoraria.- ela respondeu, fungando.

Levamos cerca de uma hora para chegarmos no aeroporto, mas tudo correu bem, ainda dava tempo de pegar nosso avião e até comermos alguma coisa. Isso porque o trânsito estava bom, correu normalmente. Fizemos o check-in e ficamos esperando a chamada.

–Tá nervosa?- perguntou Paulo.

–Um pouquinho.- respondeu Alícia.

–Eu também.

–Gente, foi tão bom os dias aqui. Poderíamos voltar mais vezes né?- sugeriu Matheus.

–Com certeza.- respondemos em uníssono.

–Esses foram dias maravilhosos, não é mesmo?- perguntei à Maria Joaquina.

–Com certeza, afinal, você estava lá comigo né?- ela disse e eu lhe dei um selinho.

Pouco depois, a partida do avião foi anunciada e nós embarcamos. Chegando lá, Maria Joaquina viajou ao meu lado e Matheus ao lado dela. Marcelina e Mário ficaram junto com Gabriel ao lado deles.

–Me dá sua mão.- pedi e Maria Joaquina assentiu.- A sua também Matheus.

–Pra quê?- perguntou ele.

–É só pra fazermos uma reza, pedir à Deus que ocorra tudo bem nessa viagem.- respondi.

–Ah tá.- ele suspirou aliviado e me deu a mão.

Logo, todos nós estávamos rezando, de olhos fechados. E coincidentemente, quando acabamos, o avião começou a correr. Quando o avião decolou, eu não senti mais aquele frio na barriga, pelo contrário, me senti livre como um pássaro.

–Olha lá.- disse Maria Joaquina, apontando para a janela, mostrando todo o México ficando do tamanho de miniaturas. Eu apenas sorri e assenti. Depois, vi Matheus colocar os fones de ouvido, eu apenas fechei os olhos e acabei dormindo. Quando acordei, já estava escuro, ou seja, estávamos no avião fazia bastante tempo. Olhei para Maria Joaquina e vi que ela também dormia, enquanto Matheus ainda estava com seus fones escutando algo. Aproveitei para me levantar e fui ao banheiro. Quando voltei, o piloto anunciou:

"-Passageiros por favor, apertem bem seus cintos, estamos iniciando o procedimento de descida para aterrissagem em São Paulo. Os aparelhos eletrônicos devem permanecer desligados até em modo avião. Obrigado pela compreensão e tenham um bom pouso."

Rapidamente me sentei em minha poltrona e afivelei bem o cinto.

–Amor, amor.- chamei e ela acordou.- Já vamos descer.

–Ah tá, obrigada amor.- ela disse, bocejando.

Então, olhei para Marcelina, Mário e Gabriel e vi que já haviam acordado. Eu estava morrendo de fome, dormi praticamente a viagem inteira sem comer nem beber nada, agora era só esperar pra comer algo no aeroporto. Em dez minutos, o avião pousou, saímos dele e pegamos nossas malas.

–Gente, antes de pegarmos um táxi, vamos comer alguma coisa? Estou faminto.- falei.

–Eu também amor, vamos.- concordou Maria Joaquina.

Todos acabaram concordando. Enquanto caminhávamos, notei que uma moça aparentando ter a nossa idade, estava indo em uma direção diferente da nossa e deixou cair algo que estava preso na mala dela. Imediatamente Gabriel foi até lá e ajudou:

–Ei moça, você deixou isso cair.- ele disse e só então notei que era apenas o chaveiro da mala dela que havia caído.

–Ah tá, obrigada.- disse a moça. No entanto, deu pra sentir que os dois tiveram algum tipo de conexão, porque eles levaram um tempo pra pararem de se olhar e quando ela agradeceu, fez menção de chegar o corpo pra frente e abraçá-lo, mas não fez isso.

–Você está indo pra algum lugar?- perguntou Gabriel.

–Não, na verdade, acabei de voltar de viagem.- respondeu ela.

–Ah tá. Viagem de onde?

Não escutamos mais nada, continuamos andando até chegarmos ao StarBucks, mas Gabriel não notou, continuou conversando com a garota.

–Já vi que perdi meu melhor amigo para uma garota.- disse Matheus.

Nós rimos, mas realmente parecia verdade, porque eles pareciam trocar telefone, pois estavam com seus celulares na mão. Só deposi de alguns minutos é que eles pararam de se falar e Gabriel veio andando apressado em nossa direção.

–Quem era ela?- perguntou Marcelina.

–Se chamava Jéssica, ela estava viajando a trabalho para os Estados Unidos.- respondeu ele. - E do que você tá rindo hein Matheus?

–É que parece que rolou um clima entre vocês logo de cara. A tal paixão à primeira vista.- respondeu Matheus, ainda rindo.

–Claro que não, mal nos conhecemos. Somos só amigos tá?- Gabriel falou irônico e se levantou para ir pegar seu café, enquanto Matheus resmungava:

–Por enquanto.- e nós trocamos olhares cúmplices.

Depois de uma hora, saímos de lá e pegamos um táxi.

–Puxa, nem tivemos tempo de contarmos aos nossos pais que voltaríamos hoje.- disse Maria Joaquina.

–É mesmo, me lembra de falar quando chegarmos em casa.- respondi e ela assentiu.

Assim que abri a porta de casa, me sentei em meu sofá, estava com muitas saudades de sentar nele.

–Finalmente. Lar doce lar.- falou Paulo, abrindo os braços.

–Graças à Deus chegamos bem.- respondeu Alícia.

–Só acho que tá precisando de uma faxina. Todos esses dias sem limpar.- disse Maria Joaquina.

–Amiga, vamos pensar nisso depois tá? Agora é hora de descansar.- disse Marcelina e Maria Joaquina assentiu.

–Vou aproveitar pra tomar um banho então. É rápido.- garantiu Mário, já entrando no banheiro.

Depois de alguns minutos, todos nós já tínhamos tomado banho. Eram 22:30 da noite, pois eram 12 horas de voo. Assim, quando saí do banheiro, logo me deitei, pronto pra recomeçar a vida no dia seguinte.