- AAAAH!

Tudo que Anne podia fazer enquanto presa naquela máquina de choque era gritar de dor. E sentir ódio do homem que a ativava, com um sorriso sádico.

- Vamos ver, será que assistir você sofrendo fará com que o escritor venha até mim? Porque quero que ele agonize ao vivo.

- Sério? Provavelmente venha, provavelmente não. Mas eu fico pensando, por que um serial killer rebaixaria o nível a ponto de torturar um bebê? Não me diga que está perdendo a prática. – Ao ver o olhar que recebia dele, ela percebeu que o tinha aonde ela queria. – Veja bem, um psicopata puro com certeza iria hackear o sistema de imagens da 12th delegacia de polícia para exibir isso para todo o lugar. Garanto que isso aumenta as probabilidades de atrair quem você quer.

- E você está me dizendo isso por qual motivo?

- Não sei. Algo me diz que você está desesperado. – Respondeu ela, escondendo deu medo ao máximo.

- Certo. Até que não foi má ideia. Enquanto preparo o equipamento, você fica levando mais alguns choques. – Concluiu com um sorriso ainda mais sádico.

- Mesmo, Tyson? Você vai me deixaAAAAH! EU TE ODEIO!

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- Aaaah!— Era tudo o que Kate e Lex podiam ouvir de dentro de suas celas. Obviamente, isso não as tranquilizava.

- O que ela tinha na cabeça quando se colocou entre a gente? – Questionou Lex, levemente desesperada.

- Ganhar tempo para nós. Precisamos achar um jeito de sair daqui.

- A menos que você tenha um grampo e saiba arrombar fechaduras, estamos sem saída. – Respondeu Alexis.

- Só precisamos de um grampo. – Concluiu Kate.

Enquanto pensavam em alternativas, Jamie, já melhor e fora do cercado, brincava com um objeto pequeno e metálico. O qual chamou a atenção de ambas as mulheres, que sorriram, pensando a mesma coisa.

“Que menina esperta.”

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Os policiais na 12th delegacia continuavam a encarar o quadro com as informações que possuíam. O que não os ajudava em nada, pois não permitia que eles seguissem em frente. E o tempo não passava também. Fazia somente 6h desde a hora do sequestro.

- Boa tarde, policiais.— Disse uma voz em cada meio de comunicação do local. Voz reconhecida pelo nosso escritor favorito.

- Tyson. – Grunhiu Castle.

- Antes que qualquer um tente comunicações, esta é uma transmissão de mão única. Venho aqui hoje para exibir um show particular de terror, mas que contém bastante emoção. Conforme já devem saber, eu arquitetei um plano para atormentar um certo escritor enxerido e ao mesmo tempo desequilibrar uma das forças policiais desta cidade. Aparentemente eu consegui. Observo de minha base particular o desespero, a angústia, o terror e o medo de perder sua família. E me admirei por descobrir que esta família aumentou.

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- E me admirei por descobrir que esta família aumentou.

- Com quem ele está falando? – Sussurrou Lex.

- Eu acho que ele está transmitindo isso para a delegacia. – Respondeu Kate, no mesmo tom.

- Devemos entrar e tirar Anne daí?

- Se Jamie não estivesse junto, poderíamos tentar. Podemos aproveitar que ele está distraído, descobrir onde estamos e buscar ajuda. Vamos fazer o seguinte: Pegue James e fuja. Eu vou tentar tirar Anne dali.

- Não! Eu não vou deixar você aqui.

- Vai sim, por você e por seu irmão. – Respondeu Kate, firme. Então, entregou Jamie para Lex, beijou a testa de ambos como despedida. – Vão! E busque ajuda.

- Ora, ora. O que temos aqui? – Disse uma voz horrivelmente conhecida.

- Niemann. –Afirmou Kate.

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- Sem mais delongas. Permitam-me apresentar a convidada especial do show de hoje. Com vocês, Annelise Margaret Jones.

- Eu já disse que odeio esse nome. Espera, COMO você sabe esse nome? Você disse que não me conhecia.

Nisto, a câmera havia virado para ela, e todos viram, chocados, o estado em que ele a havia deixado. Corpo queimado, devido aos choques. Perna ainda quebrada. E, ao que tudo indicava, ele estava fazendo dela um afiador de facas.

- Anne... – Suspirou Castle.

Johnny havia perdido as forças para ficar em pé.

Espo, Ryan e todos os policiais a volta que presenciavam a cena, encaravam a tela em choque.

- Ela me disse que se eu exibisse isso, era capaz de te atrair, Castle. Espero que funcione. Na verdade, a vida dela depende disso. Quero que me encontre hoje à noite no local onde encontraram a minha última vítima, desnecessário dizer que vá sozinho.

- Vira essa câmera pra mim, bastardo!

- Ela chamou ele de bastardo? – Questionou Ryan.

- Agora sabemos como ela foi parar ali. – Respondeu Espo.

- Rick, eles estão bem. Eles estão seguros. Pelo menos foi isso que eu tentei garantir vindo pra cá. Jon, não se preocupa.I.L.Y.

- Certo, já deu seu recadinho. E Rick, me encontre lá as 21h.

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- Sem mais delongas. Permitam-me apresentar a convidada especial do show de hoje. Com vocês, Anelise Margaret Jones.

- Que coincidência. Esse é o nome da minha próxima paciente. – Respondeu Kelly. – Mas ninguém vai a lugar nenhum. Não se eu puder impedir.

Niemann se aproximava de Alexis e James com um bisturi, quando Kate se pôs entre eles.

- Para chegar nos meus filhos, só por cima do meu cadáver. Lex, vai!

Alexis, hesitou por um segundo. Porém, ao ver o olhar determinado de Kate, firmou James nos braços, e correu. Correu com todas as forças que tinha, e procurou reconhecer o lugar onde estava.

- Somente por cima de seu cadáver? – Pontuou Niemann. – Que assim seja.

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- Curtiu o showzinho, Anne? Você acreditou mesmo que eu não te conhecia. Eu investigo cada uma das minhas vítimas. Sei que você está sob a asa de Beckett, sei que seu pai morreu há pouco tempo, sei que tem uma relação abusiva e conturbada com sua mãe interesseira, sei que, antes de conseguir o estágio na LAPD, você esteve em maus lençóis com a lei. Esteve até presa, não foi? Me admiro isto não ter vindo à tona na NYPD. Ah, sim. Como nunca foi provado e era prisão preventiva, eles simplesmente removeram do sistema. Mas não se preocupe. Isto tudo vai ficar entre nós. Agora, onde está a médica que chamei para você?

- Você cuida de suas vítimas agora?

- Cuidar é uma palavra muito forte. E a especialização dela não envolve “cuidar”. Dra. Niemann?

- Sim, Tyson? – Respondeu Kelly, entrando na sala, trazendo Kate, com alguns cortes pelo corpo.

- Kate! O que você fez com ela, vadia? – Gritou Anne.

- Linguajar do gueto de L.A. Fiz o que julguei necessário, em minha posição de cirurgiã plástica. Eu modifiquei. – Devolveu ela, com um sorriso cruel.