A situação não estava boa. Dois anos depois da morte de Stefan, Caroline achava que tudo estava mais calmo e suportável e poderia enfim ter um pouco de paz junto à suas meninas. Mas como foi supracitado: não, a situação não estava nada boa.

De alguma forma, de algum buraco que ela não podia imaginar onde, apareceu em sua vida um vampiro centenário que queria se vingar de Stefan (ou melhor, do estripador) por uma ação dele no passado. Care sabia que Stefan era, provavelmente, culpado pelo ato ao qual o tal vampiro requeria vingança, porém em sua conversa com ele, não conseguiu fazê-lo entender que tinha chegado tarde demais para se vingar.

De qualquer modo, acabou tendo que fugir. Ela soube que precisava sumir quando ouviu Julian, o maldito vampiro antigo dizer:

— Será você, então.

Simples assim. Quando ouviu dela a respeito da morte de Stefan, e como ele já sabia de seu laço matrimonial com o mesmo, passou-lhe a incumbência de morrer. Seria cômico se não fosse trágico.

Até tentou lutar, mas ele era antigo e consequentemente muito mais forte, além de ter passado décadas em uma prisão sonhando com essa vingança. Talvez se ele não tivesse tanto ódio reprimido e sede de sangue, o combate fosse menos violento para Care. Mas é claro que ela não tinha essa sorte e foi tudo mais violento quanto se podia ser.

Depois destas necessárias explicações, voltemos à situação atual, em que Caroline Forbes está com duas crianças no banco de trás de um Hyundai prata, confirmando para si mesma que a situação não estava nada boa. Estava péssima, na verdade.

Temia mais por suas meninas. Alaric estava fora do país por alguns dias, e tudo que ela queria era gritar para que ele a encontrasse e levasse suas pequeninas para fora do país também. Julian só queria a ela. Em sua mente doentia, fazia sentido fazer Stefan sofrer onde estivesse vendo sua mulher morrer, mesmo que Caroline tenha tentado explicar doze mil e duzentas vezes, no breve encontro que tiveram, que o marido provavelmente não tinha consciência do que acontecia, então não sofreria com isso. Claro que estes argumentos não o impediram de tentar matá-la no segundo seguinte, o que explica sua fuga com a roupa do corpo e duas bolsinhas pequenas para as gemias.

Ligou para Alaric; Ele tinha que levá-las o quanto antes. De repente, começou a chorar: teria de se separar delas.

Que diabos. Por que não podia ter paz?

Na terceira ligação Alaric atendeu, dando logo a explicação de que estava em ligação com uma outra pessoa, fato que Care não deu a mínima atenção, focando em contar-lhe rapidamente o que estava acontecendo. Alarmado, Alaric disse que pegaria o avião no mesmo instante para buscar as meninas e que elas só precisavam se manter vivas até sua chegada ao aeroporto. Com certeza conseguiriam, certo?

Três horas mais tarde, a loira seguia para o aeroporto com duas garotinhas sonolentas. O pai delas não demorou a chegar, recebendo-as com um abraço preocupado.

— Você tem que levá-las agora.

— E você? — perguntou, ainda em alerta.

— Vou conseguir me esconder melhor sozinha. Não sei ainda como vou fazer, Alaric, mas acho que só tenho duas opções: Me esconder a vida inteira ou matá-lo. E sinceramente não pretendo ficar como um rato fugitivo a vida toda, ou nunca mais verei as meninas. Eu terei de matá-lo.

— Você mesmo disse que ele era velho e forte. Como acha que vai conseguir acabar com ele?

— Com ajuda.

Alaric a olhou de modo interrogativo, até que ela completou:

— Estou indo á Nova Orleans.