Amarras

Capítulo 4 - Linhas da mão.


Quando saiu do círculo, Klaus pareceu voltar á consciência. Olhou para os lados, e ao ver Caroline em seu lugar, entendeu o que tinha acontecido. Ouviam-se murmúrios das bruxas por toda parte.

“Está desestabilizado, não temos como tirar dela esse poder”.

Ainda tentaram prosseguir com o ritual, o que fez Caroline perder em instantes todos seus sentidos e cair desacordada no meio da circunferência, mas não parecia ser nem um terço do que precisavam. Vendo que ter outra chance de colocar Klaus no círculo era quase impossível considerando que ele a cada segundo recuperava suas forças e já sabia suas intenções, as bruxas desapareceram.

— Caroline. — sussurrou Klaus, ao ver Elijah vindo em sua direção para ajudá-lo, instruindo-o em poucas palavras, a ajudá-la primeiro.

Hayley colocou a vampira nos braços e a levou para um dos quartos no andar de cima. Era um pouco preocupante: ela não acordava de jeito nenhum. Depois de algum tempo, quando enfim conseguiu voltar a caminhar, Klaus foi ao quarto, encontrando Hayley e Rebekah sentadas na cama junto a loira.

— Por que ela não acorda ?

— Não sabemos. — respondeu Rebekah — Já era para ter despertado, mas não apresenta nenhuma reação. — Klaus a olhou parecendo preocupado e bastante perturbado, então a irmã completou — Não, não está morta.

— Teremos que esperar. — concluiu Hayley, pondo sobre Caroline um forro fino de cor roxa, que a cobria até os ombros.

— Onde esteve esse tempo todo, Rebekah? — implicou Klaus — Não me diga que estava com o traidor Marcel, conspirando contra mim de novo.

— Quem você acha que tirou Hope daqui para que ficasse segura?

Klaus queria dizer um obrigado, mas optou por mostrar apenas um meio sorriso. Rebekah por sua vez mostrou-lhe a língua em resposta à sua implicância.

— Saiba que já te traí antes e sei como é a experiência. Na verdade, naquela profecia acho que sou a que irá te deixar. — ela disse, depois de dar de ombros.

— Não seria uma novidade.

~~ ~~ ~~

Passaram-se mais de 15 horas até Caroline começar a mexer-se. Primeiro os dedos dos pés, depois as pálpebras, até aos poucos ir despertando.

Klaus estava no quarto juntamente com Clarie, uma bruxa da cidade a quem ele pedira para ser chamada. Era uma das poucas de que ele lembrava que não odiava os Mikaelson. Clarie disse o que todos já pensavam: havia sido extraído muito poder de Caroline, por isso estava naquele estado que mais parecia um coma.

Depois de afirmar que ela logo acordaria, Clarie fez um pequeno ritual, sussurrando palavras inteligíveis e desenhando na testa de Care, com o dedo indicador, alguns símbolos quase impossíveis de se identificar.

Quando a loira finalmente acordou, Klaus se encontrava sentado em uma poltrona, perto da cabeceira da cama. Caroline olhou todos os detalhes da cena, como se estivesse voltando à vida naquele momento: observou a cor vinho escura da poltrona, a calça preta igualmente escura de Klaus, que olhando direitinho transparecia do começo ao fim o quanto era sofisticada e cara. Levantando mais os olhos, encontrou seu casaco cor verde musgo, e a camisa preta que ele usava por baixo. Quando chegou ao seu rosto, o viu contorcer de preocupação, como se estivesse achando-a meio louca.

— Tá’ com essa cara de culpado por quê? Tentou me matar de novo? — para a surpresa dele, essas foram exatamente as primeiras palavras que ela verbalizou.

— Você não se lembra? — perguntou, já parecendo um pouco nervoso.

— De como eu tirei você daquela coisa e provavelmente salvei sua vida? Lembro sim. Não estou pirada, se é o que está achando. Só queria te irritar.

— Menos mal. — concluiu – Aliás, como soube do que estava acontecendo aqui?

— Meu carro não estava longe quando ouvi o seu celular. Bem, eu ponderei e achei que para Elijah usar aquele tom de voz, devia ser algo bem ruim. Então eu cheguei e você estava sendo, literalmente, consumido. — ela sorriu ao completar sua fala, mas seu sorriso saiu acompanhado de uma careta. Ainda sentia dores.

Klaus queria perguntar “e por qual razão você seria consumida no meu lugar por escolha própria?”, mas aquilo levaria a conversa à um campo complexo. Por achar não ser o momento certo, sorriu um pouco de lado encerrando suas perguntas. Era melhor assim, por hora.

— Olha só... Se pensarmos bem, com esse favor que te fiz deveríamos ficar kits.

— Não senhora! — retrucou com veemência — Eu também te fiz um favor matando o tal Julian, mas você disse que aquilo não contava pois não tinha me pedido, e que você permaneceria devendo apenas um. Pois bem, esse seu favor eu também não pedi, então não pode cobrar por ele, assim como te fiz um favor involuntário anteriormente e não me serviu como haver.

Ela soltou o ar pela boca fingindo estar irritada, mas quem olhasse de forma detalhada, poderia perceber um singelo e escondido sorriso em seus lábios.

— No fim fui eu.

— Você o que? — questionou ele.

— Oras, no fim fui eu que dei a vida por você.

Klaus fez uma cara confusa, mas antes que falasse alguma coisa Rebekah entrou no quarto, interrompendo:

— Aquilo foi dar a vida por Nik? Uma intervenção desastrosa e com motivações duvidosas? Confessa o motivo! — Care sorriu um pouco e a Mikaelson insistiu — Fala!

— Talvez, — começou ela — só talvez eu conhecesse aquele feitiço e sabia que só mataria a ele e não a mim. Eu tenho duas filhas e uma melhor amiga bruxa, oras. — Concluiu, dando de ombros.

—Eu sabia! Está vendo Nik? Acho que nessa profecia sou eu quem vai se ferrar. Sou a única mulher no mundo que te ama.

Klaus riu sarcástico, mas logo depois voltou a ficar sério e jogou em Rebekah o primeiro objeto que encontrou: Um lápis comum, provavelmente de Hope, que passou pela original como um projétil saindo de uma arma de fogo.

Rebekah continuou conversando, mas com o tempo percebeu que apenas Caroline prestava atenção.

— O que foi, Nik? Não sei se você percebeu, mas sua amiga Barbie já acordou. Não precisa mais fazer essa cara de quem sente a culpa e o peso do mundo nas costas.

Caroline nem chegou a se incomodar com o adjetivo que Rebekah lhe atribuiu. A face preocupada de Klaus acabou lhe chamando mais a atenção, então antes que ela também precisasse perguntar, Klaus concluiu:

— Vou ter que mandar Hope pra’ longe daqui.

Os três ficaram em silêncio e por motivos óbvios. Aquilo era péssimo, mas as duas sabiam que ele tinha razão. Se as bruxas queriam se vingar dele, as pessoas aos seu redor também estavam em perigo. Hope principalmente.

— Não será por muito tempo. — Caroline tentou animá-lo. Ela sabia que se Klaus era um homem melhor atualmente era por causa daquela menina. Ela não queria que ele voltasse a ser o que era.

— Fale com Elijah e Hayley, Rebekah. Vejam entre vocês quem vai e quem fica. Ou se vão todos.

— Do que está falando? — alterou-se a original — Não vamos deixar você sozinho aqui no complexo enquanto é atacado. Apenas um de nós irá com Hope, e ponto final.

— Eu não vou embora agora. — Caroline afirmou depois de alguns minutos de silêncio. — Vou ficar por um tempo e já que vou ficar, vou ajudar.

— Por quê? — Rebekah fez a pergunta chave. Klaus voltou seus olhos para ela, também esperando a resposta.

— Bem, eu tenho um dívida com Klaus. E falei com minhas filhas ontem... Elas estão bem sem mim. Estão tirando um tempo para viverem como crianças normais. Então se posso ajudar, eu vou.

Por algum motivo, ninguém disse nada. Aquilo incomodou Caroline. Na verdade a pergunta também rondava sua cabeça: Por que estava fazendo aquilo? Senso de gratidão? Solidariedade? Empatia? Por ele estar parecendo um cachorrinho sozinho e desanimado enquanto tomava todos os problemas e guerra para si?

“Dane-se”, concluiu. Por hora, empurrar aquilo tudo para debaixo do tapete era o melhor. Já tinha ajudado outras pessoas por muito menos, certo?

— Vou falar com Elijah agora. — declarou Bex, enquanto saía do quarto.

~~ ~~ ~~

Mais tarde, naquele mesmo dia, Elijah colocava malas na camionete preta. Hayley partiria com Hope, como já era esperado. Ela não queria ficar longe da filha, então iria com ela para um lugar seguro e desconhecido. Todos concordaram que o melhor era que ninguém soubesse onde era, para que a informação não existisse nem mesmo em suas mentes. Klaus abraçava a pequena ruiva, enquanto ela segurava um desenho na mão, que segundos depois daria a ele. Quando ela disse o último “Tchau, Papai” e entrou no carro, Caroline percebeu o quanto aquilo o abalou: ele encostou-se na primeira coluna que encontrou e passou a mão no rosto várias vezes, calado, mas com a mente visivelmente barulhenta.

“Vai ficar tudo bem” ela dizia internamente. Queria dizer isso a ele, mas não conseguia achar um jeito de fazê-lo. Nunca é fácil chegar perto de Klaus, seja sentimentalmente, fisicamente ou psicologicamente.

Além do mais, ela também estava mexida com a partida da menina. Não sabia se por Hope a fazer lembrar-se das filhas, ou se pelo jeito doce como ela tinha começado a chamá-la de Care. Ela era uma criança adorável e muito sensitiva.

— Klaus. — Chamou Caroline, depois de um tempo. Já faziam vários minutos e ele não saía da mesma posição, olhando para nenhum lugar em especial. — Vamos entrar?

Ele voltou seu olhar até a loira a olhando fixamente antes de responder um “sim” bem baixo.

Já dentro de casa, uma voz conhecida por Klaus ecoou na casa, seguida por uma risada moderada.

— Você não viu mesmo quando eu passei, não é?

Klaus maneou a cabeça, nem dizendo que sim nem que não. Depois sorriu minimamente, cumprimentado a irmã:

— Freya.

— Achou mesmo que eu não viria me despedir de Hope e pôr ordem nessa bagunça?

— Ouvi falar de você. — interveio Caroline, estendendo a mão para a bruxa Mikaelson — Sou Caroline.

— É um prazer. — respondeu ela — Também ouvi falar de você.

— Muito bem, Freya , receio que já saiba o que está acontecendo e espero que já tenha vindo com a solução — interrompeu Klaus, que se servia de uma dose de whisky, de uma garrafa que jazia sobre uma mesinha, e largava-se no sofá. — E onde está Elijah? Alguém tem que dizer a ele que apesar da lobinha que ele tanto aprecia estar temporariamente fora do ar, os deveres continuam.

— Você continua insuportável, Klaus. — inquiriu Freya.

— Nem me diga. — Rebekah entrava na sala com Elijah, que permanecia calado.

— Vamos ao que interessa. — Começou Freya. — Rebekah fez o favor de me atualizar e com tudo o que tá’ acontecendo e acho que primeiramente nós devemos descobrir qual o dia e o horário do ritual. Isso vai nos dizer até quando vamos estar sobre ataque, para que a gente possa se preparar.

— Ou atacar. — Completou Klaus

— Ou atacar. — a irmã repetiu. — Para a nossa sorte, sei de uma pessoa que tem essa informação. Ele dará uma festa essa noite e nós estaremos lá.

Klaus assentiu, seguido de Rebekah. Caroline ouvia tudo, mas preferiu não se pronunciar. Elijah concordou, antes de se retirar, afirmando que à noite estaria pronto, assim como Caroline. Quando a loira saiu, Klaus não demorou muito e também subiu, parecendo animado com a possibilidade de enfim traçar um plano contra suas atuais inimigas.

Rebekah ia se despedir de Freya, quando a mesma a parou.

— Me conta a história deles, Rebekah. Quando você me contou que ela decidiu por ela mesma ficar, eu fiquei curiosa. O que houve entre eles no passado? Eu sei que você sabe tudo sobre isso.

Rebekah riu da curiosidade de Freya e sentou-se no sofá, acomodando-se para contar a história.

— Claro que sei. Eu estava lá. É quase um Romeu e Julieta, mas sem aquele drama do final.

— Não entendi. — replicou Freya, sorrindo.

— Bom, vou parabolizar. Há algum tempo atrás na cidade de Mystic Falls, duas facções lutavam uma contra a outra: a facção Salvatore contra a Facção Mikaelson. O líder da facção Mikaelson estava um pouco ensandecido por poder na época, e para consegui-lo fazia coisas que prejudicava a paz da facção Salvatore, que então decidiu que devia pará-lo. A facção Salvatore era composta por dois irmãos que gostavam de uma mesma garota, a tal garota, o irmão da tal garota, o ex dessa garota e suas duas melhores amigas. Uma dessas amigas, era Caroline, que nesta parábola chamaremos de Julieta. — Freya riu alto com a brincadeira de Bex, mas ela continuou a história de modo sereno, como se fosse algo realmente relevante — No aniversário de Julieta ela quase morreu, por consequência de uma ordem do líder dos Mikaelson, que aqui nomearemos Romeu. Este, ao saber do caso, foi ajudá-la e aquela foi a primeira vez que ele a via de verdade. O fato é que Romeu gostou da garota que salvou, e os Salvatore ao perceberem isso, logo começaram a usar Julieta como distração para seus planos. Era tudo simples: a garota distraía o mais forte enquanto o plano contra os outros Mikaelson era colocado em prática. O problema é que ela se envolveu sentimentalmente na missão, conseguindo enxergar bondade naquele que todos achavam que era um mostro. E ele, se viu tão ligado à Julieta, que muitas vezes sabia que sua intenção era o distrair, mas passou a não dar tanta importância a isso, contanto que pudesse estar alguns minutos com ela. Em suma, eles eram de facções inimigas e estavam em guerra, mas por algum motivo não conseguiam ignorar o sentimento de ligação que tinham.

— Que forte. — opinou Freya. — Como acabou?

— Aí é que está, ainda não acabou. Depois de um tempo, a facção Mikaelson foi embora de Mystic Falls, o que deu com certeza um certo alívio aos Salvatore. Julieta negou para si mesmo até o fim o sentimento que tinha por Romeu, pois ele tinha feito coisas terríveis com pessoas que ela amava. Não podia simplesmente ignorar. Ela teve poucos momentos de intimidade com ele, e os que teve rendeu para si muitos julgamentos. Era difícil para as pessoas entenderem o que ela sentia, pois ninguém conseguia enxergar no líder Mikaelson o que ela via: Bondade; Humanidade. Romeu por sua vez partiu, deixando para trás a mulher que despertou sentimentos nele depois de quase mil anos com o coração adormecido. Isso tudo ficou enterrado por muito tempo, até agora, quando os dois se encontraram novamente, e estão outra vez como bobos, tentando fugir da ligação que têm e se mantendo numa distância segura.

— Essa é exatamente a impressão que eu tenho! — concordou a bruxa Mikaelson em tom divertido — Eles estão sempre a uma distância segura um do outro como se estivessem com medo do que fariam caso se aproximassem demais. Se a gente empurrar um para perto do outro, eu dou 60 segundos para que se beijem.

— Eu dou 30. — caçoou Rebekah. — Agora que já está bem informada, vou subir. Temos uma festa para irmos hoje, certo?

Freya assentiu e viu a irmã se afastar. Ela sorriu para si mesma, refletindo na história contada por Bex e pensando na quão engraçada a vida era.

~~ ~~ ~~

Mais tarde naquele mesmo dia, todos já se encontravam na mansão onde o tal homem oferecia sua festa.

A decoração era carregada de vermelho e dourado, parecendo ter inspirações indianas. As flores nas persianas eram vermelho sangue e seu cheiro exalava a metros de distância.

Caroline observou a todos quando entrou no lugar e não pôde deixar de notar os muitos vampiros. Muitos deles. Ela não precisou de muito esforço para deduzir o que eram, considerando o cheiro de sangue que vinham de seus copos.

Sentaram-se perto de um balcão de bebidas, onde Klaus e Elijah logo foram servidos. Eles esperavam Freya, que já tinha se misturado na multidão á procura, com certeza, do homem a quem vieram ver. Não demorou muito e ela já estava de volta com o tal ao seu lado.

Ele aparentava ser de meia idade, e tinha já alguns cabelos grisalhos que por algum motivo combinavam muito com seu jeito extravagantemente culto e charmoso.

— A família Mikaelson em minha festa. Quanta honra. Meu nome é Chadd. — Apresentou–se assim que chegou. Elijah lhe fez um cumprimento silencioso inclinando a cabeça, enquanto Klaus se limitou a observar. Rebekah fez pouco caso: sua bebida recém chegada à mesa parecia estar mais interessante. — Não me disse que tinha uma outra irmã além de Rebekah Mikaelson, Freya. — complementou, olhando fixamente para Caroline.

— É por que não tenho. Esta é Caroline. É uma amiga de Klaus. — respondeu Freya, de pronto.

— Caroline. — Chadd repetiu com um meio sorriso, ainda olhando para ela — Tenho certeza de que Klaus sente-se afortunado por essa amizade.

Klaus ofereceu-lhe um sorriso fingido que não durou mais que dois segundos, não se esforçando para mostrar simpatia. Caroline nada fez; Também não tinha gostado do tal Chadd.

— Me acompanhem meus amigos. Vamos àquela sala. É mais tranquilo por lá.

Todos acompanharam o anfitrião enquanto a festa prosseguia no salão. Caroline podia jurar que ouvia gritos, mas ninguém se quer olhou para trás.

— Vamos ao que interessa. — Começou Elijah — Em quanto tempo será feito esse ritual e como conseguimos nos livrar de uma vez desse maldito amuleto?

— Bem, já que estão com pressa... O dia e a hora eu escrevi aqui. — Chadd estendeu para Freya um pequeno papel vermelho, com algumas anotações — Isso é por aquele favor que lhe devia, Freya. — Freya assentiu. Ninguém parecia saber do que se tratava, tampouco deram importância — Para destruir o amuleto vocês precisam reproduzi-lo. Freya deve saber esse feitiço, só precisam da última sequência de símbolos gravados na pedra. Para destruí-lo, precisam queimá-lo com óleo sagrado de Neeraj. Ele era um sacerdote ou ancião, sei lá. Nas horas vagas ele fazia feitiços como um bom bruxo encubado que era, e desenvolvia truques contra as bruxas de Lumburgo, há uns dois séculos. Antes que perguntem, não, não sei onde podem encontrar esse óleo.

Houve um pequeno momento de silêncio. Provavelmente estavam deliberando em suas próprias mentes se havia algo a mais a ser perguntado. O silêncio foi quebrado quando Freya se pronunciou.

— Obrigada, Chadd.

Os Mikaelson começaram a levantar-se para se retirar, quando Chadd os parou.

— Ora, não vão tão cedo. Aproveitem um pouco a festa. Tenho certeza que os problemas com as bruxas ainda vão estar por lá quando voltarem.

— Eu vou ficar! — pronunciou-se Rebekah — Estou mesmo precisando relaxar. Vamos meninas, vamos dançar.

Quando os olhos de Caroline procuraram por Klaus e Elijah, os encontrou no balcão do bar, conversando baixo, com seus copos de bebida cara. Estavam se aproveitando da música alta para falarem sem serem ouvidos, ainda assim, ela duvidava que estivessem falando de algo realmente relevante com tantos ouvidos de vampiros ao redor.

Ela se preparava para acompanhar Freya e Rebekah que já estavam há vários metros, quando sentiu sua mão sendo puxada.

— Você poderia me dar a honra? — os olhos cor âmbar de Chadd brilhavam de curiosidade enquanto a indagava — De ler sua mão, eu digo. Gostaria de saber se o que dizem de você é verdade.

— O que dizem de mim? — essa foi a pergunta que Caroline fez, porém não foi o que pensou. Ela se atentou para o fato de que Chadd já tinha ouvido falar dela, e fingiu, na frente dos Mikaelson, não saber de quem se tratava.

— Você saberá se me deixar ler. Minha mãe e minha vó tinham esse talento. Eram bruxas extraordinárias, modéstia a parte. Não vai lhe custar nada, eu garanto.

Caroline assentiu, mesmo que um pouco contrariada, e sentou-se na cadeira que Chadd lhe apontou. Ele sentou-se á sua frente, do outro lado da mesa. Quando ela lhe estendeu a mão, não demorou muito e ele sorriu.

— Sim, sim, é bem como dizem. Você tem uma áurea bonita. Uma luz pura, que nem o vampirismo conseguiu te tirar.

Ele tocou sua mão e segundos depois parou de sorrir. A encarou fixamente antes de dizer:

— Vá embora, querida. Seus sentimentos por Klaus irá lhe trazer muita dor e escuridão. Se afaste dele, se é que você ainda consegue fazer isso.

Caroline afastou sua mão da de Chadd, soltando um pequeno riso. Curto, e não tão real.

— Eu não acredito tanto em superstições.

Dito isso a loira levantou-se e saiu. Observando ela passar pela porta, Chadd completou.

— É uma pena. Você não consegue mais.