Durante toda aquela semana Astrid dedicou-se aos treinamentos com Fahir. Ambos praticavam o ataque e defesa com a espada e, por vezes, o Elfo planejava ataques surpresas para testar a percepção e destreza da jovem com a arma.

Todos os dias Astrid também era obrigada a treinar arco e flecha com Tamina e outros elfos mais experientes, o que não a agradava muito. Todos a olhavam de forma diferente e até se divertiam pelo fato da Meia elfa não ter uma boa pontaria e errar alvos considerados “fáceis” pelo grupo. Além do mais, foi errando um desses alvos que Astrid se transformou na “Caça Traseiros”. Um apelido ganho pelo fato de que ao se preparar para acertar um boneco de pano ela, simplesmente acabou acertando a bunda de um dos jovens elfos que estava próximo ao alvo. A euforia do grupo foi tanta que Astrid quase teve um ataque de risos, se o pobre elfo não estivesse gritando de dor enquanto os amigos tentavam retirar a flecha.

Tirando os vários desastres com os treinamentos o que mais preocupava a jovem era que Tamina lideraria um dos grupos na competição. Não seria nada agradável ter que obedecer às suas ordens ou lutar contra ela pela vitória do jogo, visto que a mesma se mostrava capaz de tudo para vencer. Durante os treinos era possível perceber como Tamina a menosprezava e achava graça de seus erros.

— Desse jeito você não vai sair viva da Competição! – Exclamou Tamina com um sorriso de escárnio, após ver o lançamento de Astrid – Todos os elfos levam isso muito a sério e dão o máximo de si desde crianças para chegar até aqui. – Fez uma pausa- Vencer a competição significa estar entre os melhores, e futuramente se tornar parte do exército do Reino. – Continuou num tom um tanto ríspido, olhando diretamente para a outra.

— E eu estou dando o meu melhor! – Respondeu Astrid mantendo o mesmo tom ríspido enquanto lançava seu arco no chão – Acha que está sendo fácil para mim? Descobrir ser uma Elfa, ter uma ligação com um dragão e ainda por cima ter que treinar as pressas para essa droga de competição? – Aumentou seu tom de voz gradativamente, não escondendo sua raiva evidente por Tamina.

— Quanto drama Meia Elfa! – Tamina suspirou e rapidamente se posicionou para lançar uma flecha – Acha que está sendo fácil pra mim? Ter que te treinar enquanto eu poderia estar treinando com o meu grupo para a competição? – Disse encarando Astrid e logo em seguida lançando a flecha no alvo mais distante – É assim que se faz! – Sorriu e continuou a encará-la.

— Pois então vá reclamar com Fahir, já que essa ideia foi dele! –Astrid respirou fundo e encarou a Elfa com todo o seu desprezo – Eu poderia estar treinando com alguém muito mais agradável e habilidoso do que você! – Continuou enquanto pegava o arco do chão.

— Muito bem já chega por hoje! – Bradou Tamina continuando a encará-la – Nos vemos amanhã na competição, boa sorte Meia Elfa! – Virou-se e saiu a pesados passos do campo de treinamento, indo em direção a um pequeno grupo que treinava com lanças.

— Já foi tarde... – Astrid riu ao ver a elfa se retirar como uma adolescente marrenta. Respirou fundo e voltou a treinar como se ninguém mais estivesse ali, a olhando e rindo de seus erros.

Estava começando a escurecer e todos os jovens já haviam se retirado do campo de treinamento. A maioria deles estava se preparando para a grande competição, e Astrid não compreendia o porquê de tanto alvoroço por conta de uma simples Caça Bandeiras do Adversário. Uma simulação de uma batalha em grupo, que separava os melhores dos inferiores, fazendo com que elfos habilidosos se enchessem de desprezo por aqueles que não estavam no mesmo nível que eles, quando na verdade deveriam ajudar e compartilhar suas experiências e conhecimentos com os iniciantes.

Astrid caminhou a passos lentos até o seu quarto. Por mais que estivesse cansada ainda sentia seu corpo em adrenalina, ao saber que no dia seguinte teria que enfrentar um novo desafio. Avistou a sacada com a vista privilegiada da floresta e a luz do luar, e debruçou-se sobre o parapeito para apreciar o céu e esvaziar a mente. Durante minutos ficou ali como se estivesse sonhando acordada, e ficaria muito mais se alguém não a interrompesse.

— É sempre uma bela vista! – Uma voz conhecida a interrompeu de seus pensamentos.

— Sempre! – Astrid virou-se e sorriu timidamente ao ver que era Légolas – O que faz aqui? – Perguntou um tanto desconfiada que o mesmo a estivesse seguindo.

— O mesmo que você – O elfo também sorriu e voltou seus olhos para o céu – Apreciar a natureza me ajuda a relaxar e esquecer um longo dia de obrigações.

— Com certeza! Ainda mais antes de uma competição... – Astrid riu ironicamente, tentando não parecer preocupada ao se lembrar da competição.

— Você vai se sair bem, confie no seu potencial! – Encorajou Légolas – Todos já passaram por isso, e acredite até mesmo eu. – O elfo riu lembrando-se de sua juventude.

— Mas como? Se vossa Alteza é o Príncipe, e não um elfo comum? – A jovem perguntou incrédula, pois não conseguia imaginar Légolas na competição.

— Ora me chame apenas de Légolas! – Pediu Légolas ainda sorrindo, o que deixou Astrid um tanto envergonhada pelo modo despojado com que o elfo acabara de dizer. – Eu fui um dos líderes da competição. Organizei todo o meu grupo bem estrategicamente para o ataque, defesa e vigia, e logo encontramos a bandeira adversária. – Pausou – Fizemos um ataque surpresa e logo vencemos todos os adversários. Fui retirar a bandeira que estava fincada no topo de uns rochedos próximos ao rio. Era para ser algo simples e rápido, mas, no entanto acabei escorregando e cai dentro do rio com a bandeira em mãos... – Légolas conclui rindo a ponto de ficar vermelho, seu rosto tinha uma expressão divertida e bem descontraída.

— Não acredito! – Astrid não resistiu e começou a ter um ataque de risos logo em seguida, afinal era quase impossível de se imaginar Légolas naquela situação.

— Os príncipes também devem treinar e participar da competição Astrid – Légolas disse recuperando o fôlego – Temos que saber lutar e se defender assim como todos os demais elfos, além do mais, temos que aprender a liderar exércitos e fazer estratégias de batalha, entre outros milhões de coisas que nem vou citar. – Concluiu voltando os olhos para o horizonte. O rosto ainda estava levemente avermelhado.

— Acho bom não citar mesmo, estou cansada só de te ouvir falar – Astrid disse recuperando o fôlego e depois reprimiu um bocejo.

— Você parece cansada mesmo, acho melhor descansar – Légolas levou sua mão no ombro da jovem – A menos que você queira cair dentro do rio por estar sonolenta amanhã – Sorriu maroto.

— Tem razão, preciso ir e evitar mais um desastre – Concordou Astrid. A jovem tentava não corar e seu coração parecia sair pela boca – Boa noite Légolas! – Disse e retirou com cuidado a mão do elfo de seu ombro.

— Boa noite Astrid – Retribuiu Légolas dando um beijo na bochecha de Astrid, o que a surpreendeu e só aumentou a vontade da mesma de sair correndo dali.

Astrid se despediu com um sorriso tímido e rapidamente se retirou da sacada correndo até o seu quarto. Tentou não pensar sobre aquele gesto de Légolas, mas acabou concluindo que o mesmo só estava sendo gentil. Sem demora decidiu tomar um banho e se preparar para o jantar. Desfez toda a trança de seu cabelo e massageou a cabeça para relaxar. A sensação era tão boa que poderia ficar ali para o resto da vida, imersa em pensamentos, no entanto os mesmos recaíram sobre o colar, e então se lembrou do dragão. Não queria confessar a si mesma, mas estava um tanto curiosa para conhecê-lo.

Quem sabe com a companhia de um dragão, os jovens comecem a me respeitar, pensou.

Logo se enxaguou de toda a espuma e se secou. Saiu rapidamente da banheira e afastou todos os pensamentos que a perseguiam. Seu estômago a ajudou nessa tarefa, pois logo a fome se fazia muito maior do que seus devaneios. Vestiu-se com as roupas de costume, penteou os cabelos e desceu até o salão de refeições dos guerreiros.

Desde que começara a treinar para a competição fazia todas as suas refeições junto dos demais jovens. Fora uma ideia de Fahir, e segundo ele, Astrid precisava interagir com os demais e quem sabe até fazer amizades.

Eram cinco grandes mesas de madeira postas de forma bem organizada no grande salão. Cada mesa representava uma das casas de guerreiros do Reino e cada uma delas possuía uma cor símbolo: A cor vermelha representava os mais fortes, aqueles que eram habilidosos com lanças e armas pesadas. A Azul representava os mais inteligentes, geralmente eram estrategistas de batalhas, especialistas com arco e flechas e idealizadores de armadilhas engenhosas. A cor verde representava os jovens que eram cautelosos e habilidosos em construção, geralmente não lutavam nas batalhas, mas eram os responsáveis por forjarem todas as armas dos demais grupos e colocarem em prática as armadilhas do grupo Azul. E por fim a cor Prateada, aqueles que tinham praticamente todas as habilidades dos demais, eram os que sempre venciam as diversas competições e os que mais se destacavam no campo de batalha, além de serem ótimos cavaleiros e domadores de cavalos. Já a última mesa era destinada para aqueles que não pertenciam a nenhuma das casas, ou seja, os iniciantes.

Astrid não tivera nenhuma dificuldade em se acostumar a comer ali, o salão era lotado e cheio de burburinhos, pois muitos dos jovens conversavam de mesa em mesa, riam e até mesmo entoavam canções sobre os acontecimentos diários. Alguns deles chegavam a cumprimenta-la e até mesmo se sentavam perto para comerem juntos. Toda a movimentação do lugar a ajudava se distrair e colocar os pensamentos em ordem.

Até que essa ideia de Fahir não foi de todo ruim, pensou ao cumprimentar Alirya, uma jovem elfa de apenas treze anos com quem conversava frequentemente.

Após o jantar a Meia elfa caminhou para o seu quarto e rapidamente pegou no sono, pois o dia de treinamentos tinha sido bem longo e exaustivo.

***

Depois do ataque do lobo contra Marine, Logan tivera o cuidado de andar lado a lado da mulher e sempre que fosse possível fazer uma pausa para descansar e abastecer seus cantis de água. A jornada seguiu-se tranquila e sem grandes problemas, vez ou outra topavam com matilhas de lobos e até mesmo encontraram dois orcs que assavam um pobre cervo na fogueira. Por sorte Magnus alçou um voo surpresa e os tragou antes que pensassem em gritar. Naquela noite tiveram um delicioso jantar de graça e mais um motivo para continuarem firmes na caminhada.

Fora uma semana de grande jornada rumo a Floresta das Trevas e agora encontravam-se apenas na distância do início da mesma até o Reino. Naquela noite descansariam e retomariam a viagem pela manhã.

— Ah não vejo a hora de ver minha Susana! – Marine estava ansiosa pelo fato de estarem quase chegando. Sentia saudades da filha e também desejava conhecer o tal Reino élfico que tanto despertara sua curiosidade.

— Amanhã você a verá – Disse Logan afagando seus cabelos – Agora durma meu amor – Encostou a cabeça da mulher em seu ombro e fechou os olhos para repousar.

A noite passou num piscar de olhos para Astrid. Arya a acordou antes mesmo que o sol nascesse. A elfa trazia em mãos uma bandeja cheia de frutas e pão e também um pequeno embrulho entre o braço direito.

— Bom Dia Astrid! Hoje é o grande dia e creio que precisará de muita energia para vencer! – A elfa dizia animadamente tentando encorajar a jovem que parecia um tanto sonolenta – Ah e isso é pra você. – Pousou a bandeja na mesa e depois estendeu o embrulho para Astrid.

— Bom dia Arya! O que é isso? – Questionou curiosa ainda esfregando os olhos que se acostumavam com a luz do amanhecer.

— Apenas um presente meu – Respondeu singelamente observando a garota com curiosidade, recordando-se de si mesma no passado.

Astrid rasgou o embrulho com cuidado e retirou uma armadura de couro preto, que parecia moldar-se perfeitamente a sua silhueta.

— Nossa é linda! Obrigada Arya. – A jovem agradeceu e rapidamente se pôs a prova-la.

— Essa foi minha primeira armadura – Revelou Arya com um brilho nos olhos – É para dar sorte na competição hoje. – Concluiu ajudando a Meia elfa a vestir-se.

— Precisarei mesmo de muita sorte Arya, e espero que Tamina não estrague tudo – Astrid comentou e sorriu de forma irônica sentindo um friozinho na barriga ao se olhar no espelho com a nova armadura.

— Você vai sobreviver, assim como eu sobrevivi – A elfa disse marota enquanto trançava os cabelos de Astrid – Agora vamos logo com isso, não vai querer se atrasar logo hoje! – Apressou.

Depois de ajudar a arrumar Astrid, Arya a acompanhou até o campo de treinamento onde uma multidão de jovens estava aglomerada em polvorosa. Fahir começava a ditar as regras do jogo e rapidamente os elfos se puseram a ouvir. Para Astrid, aquele momento parecia uma eternidade. As palavras do sábio soavam arrastadas como nunca e os olhares de alguns guerreiros caíram sobre si, como se a estivessem devorando viva. Não era difícil perceber que todos eles eram do grupo de Tamina na competição, pois estavam usando capacetes com pelos vermelhos, simbolizando o grupo Alpha, liderado pela mesma.

Quando Fahir encerrou suas instruções, praticamente todos os jovens já estavam em seus devidos grupos. Os lideres eram os responsáveis por escolher seus integrantes, e esta escolha geralmente era feita alguns dias antes da competição, porém Astrid havia ficado de fora.

— Parece que só resta a novata, pessoal! – Gritou Tamina para os integrantes de seu grupo, esboçando um sorriso cínico – Quem vota por coloca-la no grupo levanta a mão! – Bradou, porém nenhum dos jovens havia se manifestado e muitos deles tentavam segurar o riso – Imaginei que não mesmo – A elfa riu e desembainhou sua espada.- Desculpa Astrid, mas não foi aceita - Disse com os olhos fixos e um sorriso torto.

Astrid respirou fundo, e tentou manter-se firme para não perder o controle. Era certo de que Tamina a perseguiria em campo de batalha.

— Mas está aceita no grupo Beta! – Um jovem elfo se postou a frente de Astrid, estendendo um capacete com pelos azuis – Meu nome é Jonathan, líder do grupo Beta! – Apresentou-se sorrindo e Astrid pode perceber que seus olhos eram de um azul esverdeado, muito diferente dos gélidos olhos azuis do Rei ou os cintilantes de Légolas. Também percebeu o olhar atento de Tamina sobre eles.

— Ah obrigada – Agradeceu timidamente tomando o capacete em suas mãos, que tremiam nervosamente.

— Você tem alguma arma? – Perguntou o Jonathan enquanto desembainhava uma espada com lâmina prata e detalhes em bronze no cabo.

— Não – Astrid meneou a cabeça em discordância e praguejou por não ter providenciado uma espada para a competição.

— Ah quase me esqueci – Fahir apareceu com uma espada na mão. O mesmo parecia animado e orgulhoso ao olhar para a lâmina em suas mãos. –Isto é para você, minha jovem – Ofereceu o objeto a sua aprendiza e deu uma piscadela quase imperceptível – Boa sorte – Sorriu. Astrid o agradeceu e se colocou junto ao grupo de elfos.

— Muito bem Jovens! Preparem-se para lutar, vocês já conhecem as regras – O elfo começou – Boa sorte a todos e que comece a competição! – Ele gritou e sorriu animado para todos.

— Vamos Astrid, não podemos perder tempo! – Jonathan puxou Astrid sem nenhuma cerimônia, fazendo a garota se sobressaltar de susto – Sei onde eles guardam a bandeira, é só uma questão de estratégia para chegarmos até lá! – Continuou enquanto corria em direção à vasta floresta.

— Tudo bem, mas não precisa arrancar o meu braço – Reclamou Astrid enquanto fazia o possível para acompanhar o ritmo do líder.

— Ah me desculpe, só não podemos perder tempo! – Gritou diminuindo o ritmo da corrida e logo em seguida ordenando que alguns jovens se dividissem. – Vamos por aqui – Chamou alguns jovens para segui-lo.

O caminho era um tanto íngreme. Jonathan os fazia correr por entre as árvores e desviar de pequenos rochedos que ficavam no caminho. Ao longe era possível ouvir jovens gritando e espadas se chocando contra espadas.

Algumas flechas zuniram próximo a Astrid e Jonathan rapidamente as desviou com sua espada.

— Mantenha-se atenta! – Alertou respirando fundo e com os olhos atentos nas árvores – Há vigias arqueiros por toda a parte – Virou-se rapidamente detendo um jovem que corria em sua direção.

Logo um grupo de dez jovens os cercaram com espadas em mãos. Astrid engoliu em seco quando percebeu que estavam encurralados.

— Vá até os rochedos Astrid – Sussurrou Jonathan, segurando a espada e o escudo nas mãos – A bandeira está lá, vamos te dar cobertura. Ao meu sinal você corre – Ele a olhou discretamente, percebendo o medo em seus olhos.

— Tudo bem... – Foi o que conseguiu dizer, respirando fundo assentiu contra a vontade as ordens do líder.

— Agora! – Bradou Jonathan bloqueando o ataque de um dos adversários. – Ronan, à sua direita – Alertou o amigo, que logo se defendeu de uma flecha.

Astrid correu sem hesitar em direção aos rochedos. A mesma estava determinada a vencer a competição. Segurou com firmeza a espada entre suas mãos e desviou de uma elfa que estava prestes a ataca-la, embora estivesse a toda velocidade a mesma a alcançou e a golpeou no braço esquerdo, fazendo-a diminuir o ritmo.

No entanto Astrid não se deteve com o golpe e forçou-se a correr, porém outro elfo surgiu a sua frente com uma flecha prestes a ser lançada.

— É o fim da linha Meia elfa, você não pode nos vencer! – Gritou o jovem, com um sorriso de escárnio nos lábios.

— Isso é o que você pensa! – Ronan apareceu e com um golpe da espada quebrou o arco do jovem. Com Jonathan logo atrás travando uma batalha com a elfa que perseguira Astrid.

Astrid não pensou duas vezes e correu em direção ao rochedo. Logo viu uma fissura entre eles e a bandeira vermelha fincada em suas falhas. A jovem a estendeu a mão para pegá-la, porém alguém a puxou, detendo-a e jogando-a no chão.

— Não tão rápido! Meia Elfa! – Tamina gritou e apontou sua lâmina para a outra que tentava se levantar. – Não vai me vencer tão fácil assim! – Completou desafiando-a.

— Isso é o que veremos – Astrid se levantou e golpeou a braço direito da elfa, que rapidamente se desviou.

— Gosto assim! – A elfa riu e girou sua espada em direção as pernas de Astrid.

Astrid rapidamente desviou e tentou golpeá-la na perna direita, mas a elfa percebeu e desviou-se, golpeando o ombro já machucado da garota. Astrid tentou reprimir a dor e partiu para cima tentando desarmar Tamina da forma como Fahir a mostrara, porém a jovem previu novamente seus movimentos e a desarmou primeiro, encostando logo em seguida a espada em seu pescoço, com olhos em fúria e um sorriso de escárnio nos lábios.

— É só isso que sabe fazer? – Tamina questionou retirando a espada do pescoço da jovem e a empurrando com toda força para o chão.

Astrid recuperou o fôlego e tentou ajustar a visão trêmula para a espada. Com um movimento determinado ela se levantou com a espada em mãos e golpeou Tamina pelas costas, acertando seu ombro esquerdo em cheio. A mesma virou-se a fim de golpeá-la na perna novamente, mas desta vez Astrid previra o movimento e a bloqueara, no entanto Tamina se mexeu mais rápida e novamente a ataco, fazendo com que Astrid parasse novamente ao chão.

Astrid sentia a cabeça latejar e sua força diminuir conforme tentava se levantar. Tamina considerava-se vitoriosa, e continuava com a espada apontada para a meia elfa.

— Você perdeu, Meia elfa! – A elfa riu e se preparou para chutá-la mais uma vez, porém um rugido alto e estrondoso irrompeu próximo e a interrompeu. Astrid sentiu sua mente queimar com o som.

Todos que lutavam pararam e se olhavam assustados, como se tivessem ouvido um trovão do fim do mundo...

(Jonathan)