Lisa olhou para o papel. Antes de começar a lê-lo ela se interessou em ver as fotos de seu pai que também estavam no envelope.

Mal tinha começado a olha-las quando, se sentiu sendo observada. Ao se virar, novamente notou que os agentes a observavam. Os agentes não, o agente. Agora apenas Kendall olhava para ela. Ela se levantou e foi até ele.

-Ei gente. -ela falou animada.

-Oi. -disse Kendall.

-Agente Carlos, eu...

-Ele está bem. Só não está acostumado a levar uma daquelas. -Kendall a interrompeu.

Lisa riu.

-Ah, Lisa posso te fazer uma pergunta? Ela é meio pessoal. -Ele perguntou.

-Claro,Kendall. Na verdade depende da pergunta.

-Você estudou por acaso estuda ou já estudou na Buck Butthons? perguntou com receio.

-A universidade?

-Sim, a universidade. -ele respondeu.

-Sim, eu faço filosofia lá. Já estou quase terminando o 3º período do ano. Por que?

-É que eu também estudo lá, e a sua fisionomia não me é estranha. Então, filosofia, ha?

-É. Temos que criar algumas teorias, e estudá-las. Esta é a atividade escolar mais difícil que eles dão. È a útima lição.

-Então, quer ser uma filosofa?

-Talvez, não sei. Estou fazendo por que acho muito interessante. Mas estou fazendo um curso preparatório, para outra faculdade.

-Mesmo? É preciso muita dedicação. E o que vai fazer na outra?

-Mitologia Grega. Quero me formar, e ser uma especialista. Para fazer o meu livro.

-E você não fica meio insegura de fazer uma faculdade destas?

-Muito. Como você adivinhou?

-Bem, conheça Kendall Wade, formando em sociologia e fazendo curso preparatório para faculdade de mitologia romana.

-Ah! -ela exclamou feliz– que legal! Parabéns! Você está fazendo sociologia lá na Bucks?

-Estou. Não vejo a hora de terminar para poder começar a de mitologia. Por um lado estou ansioso, e pelo outro... -ambos riram.- Sempre penso que não li livros o bastante para , você sabe, me formar em mitologia Romana.

-Nem eu. Eu sou totalmente interessada sobre mitologia Grega! Não só interessada, mas eu só leio mitologia!

-Legal! Você está em que período mesmo?

-3º período do ano.

-São quantos anos?

-Seis.

-Nosa! Você está em que ano?

-Ainda no segundo.

-Ah, coragem! Falta pouco.

Os dois riram.

-E você? Que ano está?

-No terceiro de cinco.

-Sortudo!

Alguém chamou por Kendall, no fundo da delegacia.

-Ah, eu tenho que ir. Mas agente pode sair um dia, para falar de nossos interesses.

-Podemos... -ela lembrou de John . -ACHO que podemos, sim. Você quer meu telefone?

-Quero.

Ela anotou o numero de seu telefone em um pedaço de papel.

-Aqui está. -Ela o entregou o papel.

-Obrigada. Então... Tchau. Até depois. -ele se despediu.

Lisa o beijou em seu rosto.

-Até. - ela disse rindo.

Ele saiu.

Lisa voltou para o lugar onde estava e voltou para a ficha. Tirou as fotos de cima do papel, e começou a ler. Lá, como a policial havia dito, havia uma lista das últimas vezes em que Stone foi visto, antes de seu assassinato.

O primeiro item da lista dizia:

“VISTO EM 06DE NOVEMBRO DE 2011, DOMINGO, EM UMA SORVETERIA LOCAL, “MOTHER SANDERS” APROXIMADAMENTE ÀS 8:15 DA MANHÃ SOZINHO. USAVA CAMISA POLO PRETA E BERMUDA JEANS.”

Lisa tetou se lembrar onde estava em 6 de novembro de 2011, domingo passado.

-Onde eu estava? -falou em voz baixa.

Ela pensou mais um pouco e se lembrou de alguns detalhes.

-Eu tinha saído com o Johny, e... - ela tentava se lembrar de mais coisas. -para... tomar sorvete! - ela se animou - É isso! Tomar sorvete! E aonde nós fomos mesmo? Acho que na... Sanders! É isso! Nós fomos lá de manhã. -ela comemorou – Será que ele teria ido lá só para me ver? Se for, talvez ele tenha me procurado mais vezes!

-Com licença, você disse alguma coisa? -perguntou o coronel.

-Não.

-Hum. -ele voltou ao trabalho.

Lisa continuou a ler a ficha.

“VISTO EM 06/11/2011 NOVAMENTE, ÀS 00:36 NA PORTA DE UM SALÃO DE FESTAS NA ZONA OESTE DA CIDADE. ELE NÃO TENTOU INVADIR A FESTA APENAS FICOU OBSEVANDO O LUGAR. A FESTA PERTENCIA A UMA MENINA QUE COMEMORAVA 15 ANOS.”

Lisa se lembrou que estava na festa da irmã de uma de suas amigas no tal dia e hora. Será? Será mesmo que seu pai vinha à todo este tempo, tentando procurá-la? Ou será que só foi o acaso?

Ela continuou a ler a ficha e percebeu que os lugares, datas e horas que continham na lista batiam perfeitamente com a sua rotina. Ela nunca havia percebido nenhum homem desconhecido a observando. Em algumas das fotografias, ou ela, ou John eram encontrados no fundo. Ela ficou um pouco preocupada, mas depois percebeu que ele só queria vê-la. Este tempo todo ele a seguia. E ela nunca havia notado nada. E ainda havia falado mal de seu pai varia vezes ao descobrir que ele estava vivo. Quantos arrependimentos, e quantos remorsos em seu coração. O quanto ela havia o magoado, em pensamento.

Nada daquilo a fazia bem. Nem mesmo as lembranças. Ela se animou um pouco com a idéia de que seu pai queria a ver, mas nunca tomou a coragem de falar com ela.

Ela pensou melhor e descobriu por que. Em todas as vezes em que a rotina deles batiam, ela estava com John. Ele apenas se sentia sem graça de explicar tudo para ela na frente de uma pessoa tão íntima dela, ou que pelo menos ia com ela para todos os lugares. Ela ficou meio triste, meio feliz, e duas vezes mais confusa. Se ele queria falar com ela sem o Johny por perto, por que não procurou-a em outra hora? Afinal, ele morava à 10 minutos do casal. E John não estava o tempo todo em casa. Lisa também notou, que as suas rotinas nunca se batiam em um momento convencional, em que eles podiam se falar. Afinal, tudo isso era apenas uma coincidência, ou um fato?