Pov Kurt

"Espera, Blaine!" - grito seu nome enquanto corro em sua direção. Blaine já está abrindo a porta da minha casa quando o alcanço.

Eu disse não. Ele se ajoelhou na minha frente e me pediu em namoro na frente do meu pai e do nosso melhor amigo. Ele tomou coragem e quebrou todas as suas barreiras, e eu disse não.

Blaine trava no lugar quando me escuta. Fica alguns segundos me olhando, até que se levanta, emite um "tudo bem" e se dirige ao meu pai. Diz um "obrigado, senhor". Em seguida, ele sai sem nem olhar pra trás.

"Deixa eu falar com você…" - Seguro sua mão, e ele se solta rapidamente.

"Eu não sou louco, Kurt, eu sei o que eu sinto. Eu te amo de verdade, e sei que você também sente alguma coisa por mim, então não me diga que…"

Eu o beijo. No meio da frase, na porta da minha casa, eu me lanço em direção a ele e o beijo o mais forte que consigo. Nossos lábios se abrem, e eu envolvo meus braços ao redor de seu pescoço, enquanto ele me abraça pela cintura. Sou mais alto que Blaine, e preciso inclinar um pouco o meu rosto, enquanto me entrego completamente ao nosso beijo.

Quando o nosso beijo acaba, não sei dizer quantos minutos se passaram, ou em que ano estamos.

Blaine me olha nos olhos, suas mãos seguem em minha cintura, minhas mãos seguem em seu pescoço.

Nós nos soltamos do nosso abraço, e damos as mãos. Nos sentamos na calçada, e ele apoia sua cabeça no meu ombro.

"Você quer mesmo que eu acredite que esse beijo não significou nada?" - Blaine me pergunta, olhando pra frente.

"Claro que significou." - Digo, e ele ergue a cabeça pra me olhar - "Eu gosto de você. Eu só não sei se… eu não sei se isso é o suficiente. Eu não sei se eu amo você." - Confesso. Minha cabeça está confusa. Sempre quis um namorado, alguém que me amasse e cuidasse de mim, mas… Blaine Devon Anderson? É esse o cara que eu devo amar? Mesmo conhecendo esse novo lado dele, mesmo me viciando tão rapidamente no sabor dos seus beijos… algo me impede de continuar. De perdoá-lo completamente.

"Eu posso esperar." - Blaine diz, ainda segurando a minha mão.

Ficamos em silêncio por alguns minutos.

"Eu não sei se eu consigo, Blaine." - falo, confessando tudo a ele - "Te ver como me namorado. Me entregar pra você. Eu não sei se consigo criar essa conexão entre a gente que me permita ser capaz de…"

"É só isso que você acha que eu quero? Sexo?" - Blaine me olha nos olhos, e parece chateado - "Kurt, eu nem…" - ele respira fundo - "Você é o único cara que eu beijei. Eu nem sei… como meu corpo vai se comportar nessas horas."

"Bom, você não é demisexual… você tem suas necessidades." - digo, um pouco envergonhado.

"E eu tenho duas mãos e uma ótima imaginação!" - Blaine diz, naturalmente. Fico ainda mais vermelho.

"Desculpe." - ele diz. Dou uma risadinha envergonhada, e ele acaba rindo também.

"Então, como ficamos?" - ele me pergunta, depois de mais alguns segundos em silêncio.

"Bons amigos?" - minha resposta se parece mais com uma pergunta.

"Coloridos?" - Blaine diz, com uma risadinha no rosto e erguendo as sobrancelhas. Sorrio também.

Ele se levanta, e limpa a calça com as mãos.

"Eu posso esperar." - ele diz, e me oferece a mão para me ajudar a levantar. Eu me levanto, e nos abraçamos, eu sinto sua respiração em meu pescoço.

Nosso abraço se desfaz, mas ele mantém seus braços ao redor da minha cintura, e continuamos nos olhando.

"Você não vai me beijar?" - Digo o que me vem à cabeça. Ele sorri.

"Pensei que fossemos bons amigos." - ele pergunta, atrevidamente.

"Calado!" - digo, e ele ri.

"Sim senhor." - ele responde, e se inclina novamente para me beijar.