Como de costume, eu dormi. Minha mãe veio me acordar, e me abraçou por uns 40 segundos, dizendo o quanto ia sentir a minha falta. É a primeira vez que nos separamos desde que meus pais se casaram, 10 anos atrás. Eu também sentirei a falta dela, ela preencheu o buraco que eu tinha no coração pelo abandono da minha mãe biológica. Eu não poderia ter uma mãe melhor do que Emma.

“Emma, o México é literalmente aqui do lado! O Jesse não vai tacar fogo na casa até voltarmos.” – meu pai bagunça meus cabelos, que estão na altura da minha orelha – “Não taque fogo na casa, Jesse, e pelo amor de Deus lave a louça que você sujar!” – meu pai, como sempre, aproveitando todas as oportunidades possíveis para me lembrar do quanto eu sou relapso. Essa é a forma dele dizer o quanto vai sentir minha falta, também.

“Vem cá, pai.” – puxo-o para um abraço, e Emma está com lágrimas nos olhos. Estamos rindo desse momento família, e eu os lembro que voos tem horário, e não esperam nem mesmo o casal mais feliz do mundo.

Resolvo tomar um banho longo e gelado. Passo um bom tempo com a cabeça embaixo da água, de forma a apagar tudo que estiver lá dentro e não pensar em nada por um tempo. Visto meus jeans antigos e uma camisa que escolhi por que estava limpa. Decidi ir ao shopping comer alguma coisa, afinal é sexta à noite. Saio do meu banheiro secando os cabelos e tentando lembrar onde foi que deixei meus tênis.

Toda a clareza de pensamentos que consegui durante o banho vai rapidamente embora.

Ela está lá, sentada na minha cama.

“Oi.” – digo, jogando a toalha em cima de uma cadeira.

“Oi.” – ela nem chega a olhar pra mim, continua encarando os pés – “Eu não consegui.”.

Não posso fingir que não respirei aliviado depois de ouvir isso.

“Desculpe por jogar a bomba na sua cabeça por telefone, eu não ia ter coragem de te falar pessoalmente.” – ela diz, e eu me sento ao seu lado na cama. Ela finalmente me olha.

“Eu sei que você gosta de me contar tudo que acontece na sua vida, Rach.” – digo, e ela sorri pra mim. Ela sempre me contou cada detalhe sobre tudo.

“Até as coisas que não devo, né?” – ela diz, e estou rindo com ela. Ela pega meu controle remoto e liga minha tv, depois se deita na minha cama. Eu desisti de ir ao shopping, e me deito ao lado dela.

“Trancou a porta quando entrou?” – pergunto.

“Tranquei.”

“Quer dormir aqui?” – pergunto. Ela tem ficado sozinha em casa desde que Shelby assumiu o jornal da madrugada, embora Shelby também tenha que ir á emissora durante o dia em alguns dias.

“Quero.”

“Vou pegar uma roupa pra você vestir.” – digo, e é quando percebo que ela está com um olhar angustiado no rosto.

“Você quer conversar?” – pergunto, e ela está encarando meus olhos. Chego um pouco mais perto dela.

“Eu... não entendo. Eu comprei uma camisola nova, me preparei psicologicamente, tudo, sabe? E ai, quando chegou a hora, eu... travei, sabe? Ele começou a me tocar, e parecia... tão errado!” – ela esconde o rosto no meu peito.

“Tudo bem, Rach, você não precisa se culpar por isso.”

“A gente terminou.”

Estou com raiva da imbecilidade de Hudson. Me afasto um pouco dela, para olhar seu rosto.

“Rach, ele terminou com você só por que você não quis?”

“Não, eu terminei com ele. Pedi um tempo, na verdade. Ele disse que não tinha problema nenhum, que se eu quisesse, ele nunca mais tocava no assunto, mas eu precisava pensar, sabe? Parece que eu... não confio nele, eu me sinto tão desconfortável quando ele me toca dessa forma. Eu gosto muito dos beijos dele, mas não mais do que isso.”

Fico em silêncio, fazendo carinho no seu cabelo, e nós voltamos à olhar pra tv.

“Eu acho que eu vou morrer virgem.”

“Calma, Rachel, tudo tem seu tempo. Você é muito dramática, menina!” – estou tentando animá-la, mas ela está olhando pros meus olhos, e está considerando se deve ou não continuar falando.

“Eu não me sinto confortável, Jesse, só de imaginar o Finn, qualquer um me tocando desse jeito, mas...”

Ela respira fundo.

“Quero dizer, quando as pessoas falam sobre primeira vez, elas falam sobre confiança, sobre não ter medo. Eu acho que eu nunca vou confiar o bastante em alguém para deixar que ele me toque desse jeito.”

Ela fica em silêncio, e eu respeito o seu tempo. Ela começa a falar de novo.

“Mas é diferente quando penso em você. Você me deixa confortável.”

Estou mudo, e minha garganta está seca.

“Você conhece cada detalhe da minha vida, cada detalhe sobre mim.” – ela coloca minha mão sobre a sua cintura – “Então, eu acho que, se existe alguém em quem eu confio o bastante pra fazer isso, esse alguém é você. Não existe, e eu não acho que vá existir mais ninguém no mundo. Só você.” – ela está olhando nos meus olhos, e eu estou perdendo a cabeça. E o universo explode em um milhão de pequenos pedaços quando eu a beijo.

Eu estou perdendo a cabeça. Estou perdendo a cabeça, estou perdendo os sentidos, e tudo o que sei é beijá-la, é sentir seus lábios nos meus, e seu corpo debaixo do meu. E meu corpo está reagindo, e estou esquecendo quem sou e quem ela é, e deslizo minhas mãos pela sua cintura, e minhas mãos tem vontade própria, e minha mão se move sozinha e lhe toca o seio. Eu percebo o que fiz, recobro a consciência por um segundo, e tiro minha mão de lá.

A estou olhando, quero pedir desculpas, mas as palavras não saem. E minha mão está em chamas, e parece que o mundo parou ao nosso redor. Estou respirando fundo, e ela está respirando fundo, e estamos nos olhando nos olhos.

Ela pega minha mão. E a coloca novamente sobre o seu seio.

E eu perco completamente a razão.

Pov Rachel

Ele está me beijando. Ele está me beijando, e isso é certo, e eu estou pegando fogo, e eu poderia passar o resto da minha vida sentindo os lábios dele nos meus, e eu não estou mais namorando ninguém, e ele é o meu melhor amigo, e ele está me beijando, e ele está deslizando suas mãos pela minha cintura, e eu não tenho medo. E ele está me tocando, ele está me tocando, e ele toca o meio seio, e rapidamente se afasta de mim.

Ele tocou o meu seio. Estamos respirando, e estamos nos olhando, e eu sei que estamos em cima da linha, dessa linha invisível que separa o que nos é permitido e o que é proibido, o que devemos e o que não devemos fazer, e ele tocou meu seio, ele acabou de cruzar essa linha.

Eu quero sentir outra vez, quero que ele me toque outra vez.

Pego sua mão, e estou olhando em seus olhos, quando o faço me tocar outra vez.

Ele está olhando pra mim, parece não acreditar no que eu fiz. Acho que nem eu acredito.

Sua mão está tocando meu seio, e ele está movendo seu polegar lentamente sob o meu seio, e eu estou respirando devagar, e estou gostando do que sinto, da forma como seus dedos se mexem, e meu corpo está reagindo, e estou sentindo meus seios enrijecendo, e quando olho para mim mesma, eles tão rígidos, marcando minha blusa branca. Ele também vê, seus olhos presos no meu corpo, e ele hesita por alguns segundos, e toca meu mamilo com o seu polegar. Ele está brincando com essa parte do meu corpo, e seu dedo é como fogo e como nuvem. Meu sutiã, minha blusa, duas camadas de tecido que nos separam, e ainda assim, eu o sinto na minha pele.

Sua outra mão toca meu outro seio, e ele está assim, me tocando, e brincando com meus mamilos, e há muito tecido nos separando, e minhas roupas subitamente começam a me incomodar, o tecido incomoda meus seios, e ele parece ler meus pensamentos, quando começa a desabotoar minha blusa, suas mãos estão tremendo, e ele está sendo rápido demais, mas não cuidadoso o bastante, e um dos botões da minha blusa voa pelo quarto, mas não estou prestando atenção nisso, tudo que eu consigo pensar é no meu sutiã rendado, e que eu estou feliz de tê-lo escolhido para usar essa noite, e ele está me vendo assim, agora, minha blusa está totalmente aberta, e seus polegares tocam meus mamilos outra vez, mas dessa vez só há uma camada de tecido nos separando, e eu o sinto com mais intensidade, e estou gostando do que estou sentindo, e um gemido escapa da minha garganta quando ele me toca.

Ele ergue o rosto, e me olha. E eu nunca o vi desse jeito. Seu olhar é puro desejo, e pura intensidade, e ele aumenta o ritmo dos movimentos do seu polegar no meu seio, e eu estou respirando fundo, e ele está sorrindo um sorriso que é desejo, e é sensual, e ele sabe o que ele está me fazendo sentir, e estou prestes a derreter, não é só porque ele está me tocando tão intimamente. É porque é ele quem está me tocando.

Ele desce as alças do meu sutiã. Toca o tecido, e o puxa delicadamente para baixo. Meu mamilo escapa do tecido, e ele suspira, um gemido estrangulado escapa da sua garganta, e seu olhar está focado no meu seio que escapole pelo tecido, e ele continua descendo o meu sutiã até que meus seios estão completamente expostos, e ele os está olhando, e eu respiro tão fundo, tão rápido que começo a temer que todo o oxigênio do mundo vá subitamente acabar e eu vá me sufocar, e acho que já estou sufocando, e ele está sorrindo e está respirando fundo e contribuindo para o fim do oxigênio do planeta, e ele está tocando meus seios, brincando com o formato deles, tocando cada pedaço, e eu ainda tenho um pouco de sanidade o bastante para perceber que meus seios se encaixam perfeitamente nas mãos dele, como se tivessem sido moldados por elas, e é quando ele se abaixa e eu sinto seus lábios nos meus seios, e meu corpo congela e aquece quando ele o coloca na boca. Ele suga meu mamilo, e sua mão está tocando meu outro seio, e ele respira, respira, e me suga, e respira, e me beija, e respira, até que ele decide que é o bastante, e tira meu seio da boca, e estou prestes a protestar, porque parece que meu seio já se acostumou a ficar dentro de sua boca, quando ele decide que os dois lados do meu corpo precisam de igual atenção, e meu outro seio está dentro de sua boca, e ele me suga, e respira, e me beija, e estou morrendo, e sua língua brinca com meu mamilo, e ele sorri, e meu corpo está pegando fogo, e não quero que ele pare, não quero que ele pare, não quero que ele pare.

Ele está deitado em cima de mim, e eu ainda não tive o bastante quando ele solta meus seios, ergue o corpo e tira a camisa. Eu já o vi sem camisa antes, mas é diferente agora, e estou contornando seu peito com minhas mãos, e ele está fechando os olhos, respirando, e acho que ele está morrendo, também.

Ele se deita sobre mim, seu peito toca o meu peito, sua barriga toca a minha barriga, e eu abro minhas pernas para recebê-lo no meio do meu corpo. Estou usando uma saia cujo tecido é fino demais, e nesse momento a minha calcinha nova é tudo o que me separa dos seus jeans, e ele está deitado sob meu corpo, e escorrega para baixo, para tocar meus seios com seus lábios, e ele está beijando a minha barriga, e sua barriga está encostando no tecido fino da minha calcinha, e é quando ele para, e olha nos meus olhos. Suas mãos estão percorrendo minhas pernas, a parte interna das minhas coxas, e é rápido e devagar demais para que eu sequer pense, quando ele toca o fino tecido da minha calcinha com os seus dedos, e eu paro de respirar, e meu coração para de bater.

Recuo um pouco. Estou nervosa. Quero que ele me toque, algo dentro do meu corpo está gritando pra que ele continue, mas estou nervosa, e ele para, sua mão está sob a minha coxa, e ele está respirando, respirando. E ele se senta na cama.

Eu não quero que acabe. Me sento na cama, e tiro o restante da minha blusa. Ele está olhando nos meus olhos, e está confuso, e está tentando entender, e eu também estou, mas a verdade é que eu não sei nada, e não me importo com nada que não seja o corpo dele no meu, e eu me encosto no seu peito, e beijo seus lábios, e estamos respirando, e nos beijando, e ele se deita sobre o meu corpo outra vez.

Eu o afasto com minhas mãos. Ele para, acho que pensa que foi longe demais, mas não é isso. Eu é que preciso ir mais longe.

Eu vejo o volume em sua calça, e o toco por cima do tecido.

Ele geme. Fecha os olhos, curva a cabeça para trás, hesita por alguns segundos. E desabotoa a calça.

Eu toco o seu volume, e uma camada de tecido separa meus dedos do seu calor.

Ele se deita sobre meu corpo, e suas mãos deslizam minha saia para baixo, seu membro toca minha intimidade, e só o tecido nos separa, e minhas pernas estão abertas, ele está encaixado no meio delas, e seu volume me pressiona, e eu estou sorrindo, estou respirando, e estou gostando de tudo isso, e ele desliza seus dedos pelo tecido da minha calcinha, até que seus dedos estão embaixo do tecido da minha calcinha, e eu suspiro alto demais, e estou nervosa, e estou com medo, e quero que aconteça, e estou tremendo, e não quero que pare.

Ele olha nos meus olhos mais uma vez.

“Rachel.” – ele diz, e o som sai estrangulado de sua garganta, e eu me dou conta de que é ele, é Jesse St. James, ele é o único que pode me tocar desse jeito.

Sempre foi.

Eu empurro suas mãos ainda mais embaixo da minha calcinha. Abro minhas pernas. E ele me toca.

O mundo desaba. Estou desabando, estou caindo, estou girando na mesma velocidade com que seus dedos me tocam nos lugares certos, das maneiras certas, e estou tentando segurar os sons da minha garganta, mas não consigo, e o planeta gira, gira, lentamente, suavemente.

“JESSE...” – seu nome escapa da minha garganta, e é ele, é ele, e ele para de me tocar, enrosca os dedos no tecido, e estou sentindo minha calcinha passando pelos meus joelhos, e pelos meus pés, e ele volta a me tocar, e é mais do que eu posso explicar, quando ele para, ele respira fundo, e sua cueca está passando pelos seus joelhos também, e eu estou o olhando, e ele está me olhando, e eu vejo cada parte nunca vista antes, e ele é o primeiro a quem eu vejo, e eu não sinto medo, e não poderia haver outro que me deixasse assim, e eu sei o que vem depois.

E eu não tenho medo.

E eu o sinto quando começamos a nos tornar um.

Pov Jesse

Estou louco. Estou louco, estou louco, estou louco, estou louco, estou louco. Estou me despindo, estou a despindo, estou louco, estou beijando seus seios, seu corpo, estou enlouquecendo, e a estou enlouquecendo também. Estou sentindo, estou a fazendo sentir, e a beijo, e meus dedos deslizam sob seus seios, e eu os estou vendo, e estou delirando, e estou os tomando em meus lábios, e estou morrendo.

Estou louco. Estou louco, e estou morrendo, e estou parando de respirar, e quebrei minhas barreiras quando a beijo, e estou quebrado, estou quebrado, e a estou tocando, e ela está morrendo, e estou tirando o ar de seus pulmões, e ela está morrendo também.

Quente, quente, quente.

Ela me toca, e eu viro vulcão.

Água, água, água. Rígido.

Água, fogo, pedra.

Ela geme meu nome. Estou morto.

Sou um zumbi em vida, meu coração bate e minha sanidade tenta rastejar para fora da minha mente, mas é tarde demais. Vou devorá-la viva.

Somos dois, e eu reduzo o espaço que há entre nós, e ela morde os lábios e seu rosto se contorce em dor, mas ela é água, ela é rio, e eu sou lento, e navego lentamente até que barco e maré se acostumem um com o outro. Ela me aperta, e eu navego, e ela me aperta. Somos dois, somos um e meio, e estou explodindo, estou morrendo, estou vivo, e todo meu corpo sente, e sinto-a com meu corpo, e estou vivo, vivo, vivo, e me movendo.

Ela grita.

Eu a olho nos olhos.

Somos um.

Pov Rachel

Ele se empurra para dentro de mim. Estou nervosa, tenho medo, mas não quero que pare. Ele me penetra, está cada vez mais dentro de mim, e está doendo, e eu retraio o corpo. Ele me beija, e está respirando fundo, e o sabor dos seus beijos alivia um pouco da minha dor.

Ele geme. Suas mãos estão tocando todo o meu corpo enquanto ele se força para dentro de mim. Seu rosto é prazer, e eu estou tentando o perdoar por sentir tanto prazer enquanto me sinto sendo rasgada. Há um pouco de prazer em mim, há dor e prazer caminhando juntos.

Todos os poros do meu corpo sentem os dele. A cama range e se move. Ele se move, e geme.

Meu corpo cede, e a barreira se rompe. Sou dele.

Ele se mexe um pouco mais livremente dentro de mim, agora. Sinto, e ele acelera, e meu corpo se retrai. Eu aperto seu braço entre meus dedos, e ele diminui sem parar. Me beija, e sinto que perde o controle sobre si. Ele está se movendo cada vez mais rápido, e seus lábios sugam meu pescoço com força. Beija meus lábios novamente, e encosta a testa na minha quando seus movimentos se aceleram ainda mais dentro de mim. Seu rosto se contorce num sorriso, o ar saindo entrecortado por sua garganta, e eu o sinto quente dentro de mim.

Sua respiração vai desacelerando aos poucos, seu corpo relaxando, e ele sai delicadamente de dentro de mim. Deita sua cabeça no meu peito, e eu estou respirando também, recuperando o fôlego.