All Of Me

Capitulo Quatro.


Capitulo Quatro.

Um jantar?

Indago Alice ao telefone.

Sim, isso mesmo. Eu quero muito que esteja nesse jantar onde reuniremos apenas alguns amigos mais próximos e familiares antes do casamento, achei que seria bom também para você os conhecer e se sentir mais à vontade no dia. Quero que se sinta bem, mesmo com meu convite inesperado para ser minha madrinha. — Termina Alice, soltando um riso no final.

Não me parecia uma ideia ruim.

Realmente seria uma boa ideia, afinal eu conhecia Alice no colégio, mas muitos anos se passaram e eu seria sua madrinha de casamento. Precisava a conhecer como a Alice, a grande estilista de moda que descobrir que se tornou.
Futura esposa do maior escritor da atualidade, Jasper Witchock. Quem diria!
Mas era impossível não ter notado o quanto eles pareciam almas gêmeas ainda muito jovens, era só olhar o brilho no olhar entre eles.
Pude ver que continuava igual quando almocei esses dias com ambos em um restaurante da cidade após Alice me pedir para acompanhá-la na prova de seu vestido de noiva. Só se passaram três semanas desde o dia que nos reencontramos, mas parecia que nunca tínhamos nos distanciado.
A amizade continuava a mesma de quando éramos meninas, agora mais madura.
Eu estava gostando de ter uma amiga.

Algo que eu há muito tempo não me permitir ter.
Nenhum outro tipo de relação que pudesse me enfraquecer, era o que eu pensava na época, eu tive outros colegas, companheiros entre outras relações no decorrer desses anos, mas nada que me fizesse ficar.
Eu tinha tantos objetivos para atingir que eu não me permitia.

Mas agora tudo era diferente, eu estava diferente.

Mais forte e pronta para tomar as rédeas de minha vida.
E não seria nada mal começar com uma velha amizade, e uma nova também. Rosalie Hale, advogada da empresa que havia me oferecido um bombom dias antes. Acabamos dividindo outros bombons em dias estressantes e acabamos nos aproximando e nos conhecendo melhor. Como eu Rose, era bastante objetiva e destemida.
E algo que tínhamos em comum também, nenhuma de nós confiava em Charlie e nem acreditava que ele estava sendo honroso com a empresa.

Estávamos dispostas a ir até o fim para descobrir o que estava errado.

—Está bem, estarei nesse jantar.

Confirmo com Alice por fim e desligo quando ouço uma batida na porta.

Era Edward Cullen com seu ar misterioso e olhar desafiante.

Engoli em seco quando percebi que observava cada movimento daquele homem que se aproximava de minha mesa e me endireitei.
Eu não podia agir como uma adolescente boba.

Pigarrei limpando a garganta e falei.

—Precisa de algo?

Ele me encara, demorando em meu rosto, em meus lábios e desvia o olhar.

Fico feliz internamente por não ser a única afetada mesmo sabendo que é uma loucura estar atraída pelo meu sócio.

—Acho que esses documentos são seus. Fui imprimir e percebi o erro.

Disse ele me entregando a papelada e as folheei.

—Sim, são realmente minhas. Obrigada.

—Não precisa agradecer.
Diz ele com um sorriso torto e se vira para ir embora, porém o chamo.

—Sr. Cullen?

—Sim.

Ele se vira prontamente.

Me levanto e caminho até ele. Mordo o lábio um pouco nervosa.

Ele observa tal movimento.

—Sei que não devo, mas estou com dificuldades com uma papelada. Poderia me ajudar?

Pergunto a ele com um tom suave, mas por dentro estremecia.

Era difícil para mim pedir ajuda.

Pois não queria passar a impressão de ser incapaz.

Um medo que Charlie sempre colocou em minha cabeça, me diminuindo por ser mulher e jovem. Lembro dele dizendo que sempre desejou um filho homem para gerenciar os negócios de nossa família. Sempre me fazendo acreditar que era por eu ser filha mulher que nunca demostrou qualquer afeto por mim.

—Posso, qual sua dúvida?

Ele pergunta e fico aliviada ao não ver nenhum vestígio de arrogância ou superioridade em Edward Cullen com meu pedido. Lhe dou um sorriso e volto a minha mesa, o chamando para mostrar a ele a papelada e o motivo da minha dúvida. Ele me auxilia com atenção e paciência.
Descobrimos que realmente havia um erro com alguns valores de ação, fico um pouco mais tranquila por não estar sendo totalmente alheia com minha dificuldade, realmente havia algo errado.

—Atrapalho?

Tanto eu quanto Edward acabamos sendo pegos de surpresa por Rosalie que entrou em minha sala depois de algum tempo com ele me ajudando com as papeladas.
Nem percebi o quanto estávamos próximos em minha mesa até notar o olhar de malícia de Rose nos encarando com seus grandes olhos azuis.

Pigarro, corando e me afasto.

—Não, claro que não. O Sr. Cullen estava apenas me auxiliando.

Digo e ele concorda.

—Sim, espero ter ajudado, Srta. Swan e quando precisar pode me chamar.

Educadamente se despediu de nós duas e seguiu para o lado de fora de minha sala.
Rose ainda me encarava com malícia.

Revirei os olhos.

—Da pra sentir o desejo reprimido de ambos de longe.

A encaro não acreditando em suas palavras atrevidas.

—Ainda sou sua chefe, você sabe né?

— Estamos em horário de almoço, gatinha. Então eu posso.

Ela deu de ombros, jogando seus cabelos loiros para trás.

Eu ri.

—Você é impossível.

—E você não consegue negar que estou certa.

—Céus!

Exclamo com sua ousadia e a puxo para fora de minha sala.

Tínhamos combinado de almoçar juntas naquele dia e por isso ela estava ali naquela hora.
Comunico Jane, a jovem secretária de Edward Cullen que estaria fora por uma hora para um almoço e qualquer problema que me ligasse e ela me tranquiliza avisando que daria conta até eu voltar.
Gentilmente, o Cullen estava dividindo sua secretária até eu encontrar alguém para me ajudar também e eu seria sempre grata a Jane por ser tão competente e ter aceitado. Mas não abusaria tanto dela, até o fim daquela semana eu encontraria alguém.

—E então o que acha de saímos para espairecer um pouco esta noite?

Rose pergunta no meio do almoço.

Paramos em um restaurante próximo a empresa mesmo para aproveitar melhor nossa refeição e não perder tempo indo muito longe.
Era um bom restaurante, familiar e aconchegante. Sem contar que as comidas ali tinham um tempero maravilhoso.

—Seria até que bom, mas já tenho um compromisso.

Comunico, ela ergue a sobrancelha.

—Um compromisso é?

Consigo sentir em sua voz um tom malicioso e eu dou risada.

—Não é nada disso que sei que está pensando. Não tem homem algum envolvido e sim um jantar de uma amiga que me chamou para ser sua madrinha de casamento.

—Oh! Que pena.

Contenho o revirar de olhos e sorrimos.

—Então fica para a próxima nosso after.
Ela piscou e eu concordei.

Eu estava mesmo precisando espairecer um pouco e não me parecia nada mal sair com uma amiga para algum lugar sem me preocupar com nada além de me divertir.

{...}

Eu estava pronta para sair de meu quarto de hotel após anoitecer e eu terminar de me arrumar para o jantar de Alice e Jasper.
Onde eu decidi colocar um longo vestido azul bebê plissado com um faixa na cintura, que moldava aquela parte deixando aquela região mais cinturada, em cima tinha um leve e pequeno decote em v deixando o vestido mais harmonioso.
Coloquei sandália prata e levaria comigo uma pequena bolsa de mão da mesma cor.
Finalizando com joias pequenas e delicadas em meu pescoço, pulsos e orelha.
Optei por deixar meus cabelos castanhos-avermelhados solto, caindo em cascata com leve ondas por minhas costas e passei uma maquiagem que marcava bem meus olhos chocolates e meu lábio rosado.

O caminho até o endereço que Alice me passou não demorou, o que mais demorou foi o trânsito que tive na avenida que dava para mais distante do centro. Ela morava com sua família em um lugar mais afastado e tranquilo do que a agitação no centro da cidade, o que me fazia lembrar o lugar onde minha avó morava.
Era também mais afastada da agitação e mais aconchegante também.

Estacionei por fim em frente a uma casa bem grande de dois andares com grandes janelas e um belo jardim na entrada. Eu podia ver pela porta de vidros que ficava na sala de estar já um movimento ali dentro com pessoas conversando e brindando.

Fiquei um tanto nervosa em estar em um território até então desconhecido, mas respirei fundo e sai de meu carro e ao ir me aproximando da entrada eu podia ouvir agora apenas o som de um piano com uma doce melodia e senti uma calmaria me tomar.
Quando cheguei a porta, ela foi aberta por Alice em um belo vestido rendado e branco, com abertura em seus ombros.

—Faltava apenas você, venha!

Disse ela toda empolgada e eu ri baixinho enquanto ela me puxava para dentro da casa até a sala de estar de onde vinha a linda melodia no piano. E então ela apontou para o causador desse som e eu me vi maravilhada ao ver uma pequena garotinha de costas para nós tocando um grande piano com maestria e delicadeza.
A garotinha tinha longos cabelos loiros escuros trançados de lado, enquanto vestia um vestido com babados azul marinho com pequenas borboletas em tom de marrom e azul claro. Eu apenas a observei sentindo a mesma calmaria de antes e uma emoção me tomou enquanto a ouvia.

Quando a música que tocava chegou ao fim ela se virou lentamente com um sorriso tímido nos lábios. Ela era tão encantadora quanto a melodia. Possuía lindos e grandes olhos castanhos e traços delicados, ela saiu do piano com a ajuda de um homem loiro que sorria para ela orgulhoso enquanto todos batiam palmas e elogiavam.

—Ela é incrível, não é?

Comentou Alice boba enquanto a olhava abismada, eu não sabia explicar mas eu sentia uma necessidade de me aproximar e abraçar aquela pequena garotinha.

Eu prontamente concordei.

—Sem dúvida!

Eu disse com total verdade e não consigo desviar o olhar da pequena menina que deveria ter a mesma idade que meu bebê hoje teria e novamente senti uma imensa saudade e angústia por não o ter ali.
Alice me tirou de meus pensamentos quando chamou pela menina que correu até seus braços.

—Aurora quero que conheça uma amiga muito especial. Essa é a Bella.

Ela nos apresentou, a garotinha sorriu tímida para mim me observando com curiosidade.
Eu sorri me agachando a sua altura e encarando seus belos olhos azuis que me fitavam.

—Olá Aurora, você foi incrível sabia? Nunca escutei uma canção tão linda como a que tocou hoje.

—Obrigada, você toca? Ela pergunta com curiosidade.

Eu aceno positivamente.

—Faz muito tempo, mas sim. O piano é meu instrumento favorito.

—O meu também!

Concorda ela agora bastante empolgada.

—Acho que deveriam tocar uma canção juntas, não acham?

Alice sugeriu e vi que a maioria dos convidados já nos observava.

Impossível não ter corado naquele momento.

Mas sorri concordando.

—Se Aurora quiser companhia, não recusaria!

Digo e vejo um burburinho animado vindo das pessoas ali.

A pequena garota assentiu então com a cabeça e estendeu sua mão em um convite que eu prontamente aceitei.
Caminhei ao seu lado até o piano e a ajudei a se sentar. Me sentando ao seu lado e dedilhando as primeiras notas. Ela deixou que eu escolhesse a canção e pedi para tocar a mesma que tocava antes quando cheguei.

A Thousand Years de Christina Perri e foi impossível não me emocionar enquanto tocava e observava a pequena menina tão talentosa. Palmas foram ouvidas novamente quando a canção terminou e a aplaudi novamente enquanto ela fazia o mesmo com um enorme sorriso para mim.

—Uau! Vocês foram incríveis juntas.

Jasper nos elogiou assim que se aproximou junto com Alice que parecia saltitar de animação, nos arrancando risos.

—Precisam fazer isso no dia do nosso casamento, por favor.

Ela pediu.

Eu ri.

—Alice e seus pedidos surpresa.

Todos riram.

Foi quando a pequena Aurora olhou para algo atrás de nós e então eu segui seu olhar.

Não acreditando que ele estava ali.

—Papai!

Ela gritou e correu para os braços de ninguém menos que Edward Cullen que chegava ao local vestindo um terno escuro, habitual de seu dia a dia, mas sem a gravata e com os primeiros botões de sua camisa abertos, de um jeito completamente descontraído e ...sexy.Aurora se jogou nos braços do homem que a pegou prontamente e nunca o vi com o semblante tão leve como o qual a olhava.

Parecia um outro Edward Cullen.

E eu não poderia negar que estava adorando ver essa sua outra versão.

Mas foi aí que me dei conta que a pequena menina o chamou de papai.

Ele era pai? Oh Deus, certamente também casado.

Corei por ter sentido atração por um homem comprometido, mas não era algo que eu poderia ter controlado e enquanto eu tinha essa briga interna em minha cabeça notei que ele me viu e ficou tão surpreso quanto eu ao me ver e se aproximou com a menina em seus braços.

—Srta. Swan!

Ele me cumprimentou.

—Sr. Cullen.

O cumprimento também e trocamos um olhar que me deixou arrepiada.

—Vocês se conhecem!

Alice afirma, olhando entre nós dois e concordamos.

Somos sócios.

Respondemos juntos.

—Oh meu Deus, os Swan são seus novos sócios, irmão?

Irmão?

Arregalo meus olhos de surpresa com sua afirmação.

Ela ri.

—Acho que temos muito o que conversar, querida amiga.

Diz ela e eu afirmo.

—Com toda certeza.

Digo olhando entre os dois e dizendo a mim mesma como a vida era cheia de surpresas.