Capitulo Cinco.

Capitulo Cinco.

Caixinha de surpresas.
Era o que eu pensava enquanto Alice me contava que era irmã adotiva e prima de sangue de Edward Cullen. Foram eles que a acolheram quando não tinha mais ninguém.
Os Cullen que haviam a adotado quando seus pais biológicos faleceram, Esme a mãe de Edward, era sua tia de sangue e a acolheu apesar de terem um filho quase adulto na época. Que no caso era o Cullen, meu sócio.
Dou um gole em meu champanhe ainda surpresa com as informações.

—Aí estão eles.

Ouço Alice dizer enquanto me encaminha entre algumas pessoas que estavam ali e com os olhos claros brilhando para duas pessoas de meia idade, muito belas e educadas que se aproximaram dela e a abraçaram.
Era a primeira vez que eu conhecia o Sr. e Sra. Cullen, pessoalmente e pude notar naquela família algo que nunca tive na minha: amor e respeito.
Isso fez meu coração se aquecer.
Eu tinha esperança de um dia ter minha própria família e sermos assim, diferente completamente do que eu tive.
Eu tinha muito medo de ser como os meus pais, nunca entendi como eles podiam ser tão cruéis.

— Pai, mãe. Essa é Bella. A colega de infância que falei pra vocês que foi minha heroína no meu primeiro dia de colégio. Se não fosse por ela, acho que nunca teria sentido que me encaixaria naquele lugar.

Sorri para Alice com seu depoimento. Carlisle Cullen estendeu a mão para mim, que a apertei.

—É uma honra conhecer uma velha antiga de minha filha. Então devo ser também grato a você, jovem. Lembro até hoje de como minha garotinha estava amedrontada com seu primeiro dia de colégio.

Ele parecia ter no máximo 40 ou 50 anos bem vividos, cabelos loiros e seus olhos eram azuis, ele era alto e vestia um terno claro. Sua postura e seus traços me lembraram de meu sócio.
Eles se pareciam muito nisso. Notei!

—Seja muito bem vinda, Bella. Em nossa casa e a nossa família, meu nome é Esme e sei que Alice não deixará que se afaste outra vez como ela mesma nos disse.

Confessou a mãe de Alice com um sorriso doce em seus lábios que combinavam com seu rosto jovial e delicado. Como Edward, ela tinha tons de cabelo ruivos e olhos verdes, ele era uma mistura perfeita dos pais.

—Agradeço as palavras Sr. e Sra. Cullen, é uma honra conhecer a família de Alice. Ela sempre foi uma pessoa muito especial para mim e certamente para todos a sua volta.

Digo me virando para ela e nos abraçamos.

O jantar de noivado de Alice e Jasper me surpreendeu, foi uma noite extremamente agradável e com muitos risos. Eles eram uma grande família feliz, dava para notar a união entre eles. Algo que me deixou emocionada. Eu só me sentia assim quando tinha minha avó Marie e isso me trouxe lembranças suas que aqueceu meu coração.
Após o delicioso jantar caminhei até a grande sacada para tomar um ar e não deixar as lágrimas tomarem meu rosto.
Não pude deixar de notar Edward e sua pequena Aurora, dava pra ver que o Sr. Arrogante era um pai presente e muito atencioso com a menina que sorria docemente para ele enquanto conversavam e brincavam discretamente naquela noite durante o jantar.
Uma versão completamente diferente e agradável de Edward Cullen profissionalmente falando. E não passou despercebido por meus olhos naquele mesmo momento do outro lado da sala Edward a segurando em seus braços e a enchendo de cócegas, enquanto a pequena se desdobrava em seus braços de rir.

Eu não era a única encantada com a cena, muitos também pararam para observar.

Nesse mesmo momento Edward encontrou meu olhar e sorri timidamente ao ser pega o observando. Voltei então minha atenção para a bela vista do céu estrelado naquela noite e tomei outro gole de minha bebida, sentindo meu coração bater forte.
Eu não imaginava que um jantar poderia me trazer tantas emoções.

—Uma bela noite, não?

Ouço uma voz masculina soar próximo demais de meu corpo como também o tom de malícia, inevitavelmente revirei os olhos já imaginando o que viria a seguir. Virei um pouco a cabeça e vi um jovem rapaz vestido com jaqueta de couro e jeans; era um homem muito bonito porém algo em seu olhar me desagradou.
E eu tive a certeza que estava certa com o que imaginei em seu tom de voz.

—Sim.

Respondi sem demostrar nada além de educação, não curtia muito homens que já se aproximavam demostrando de qualquer forma segundas intenções. Ele se aproximou mais e se apoiou bem próximo a mim no parapeito em que eu estava também encostada.
Pigarrei me afastando um pouco.

—A propósito, meu nome é James. E o seu é Bella, certo? Ouvi meu primo dizer.

—Isabella. Seu primo é o Jasper?

—Sim e você amiga da noiva dele, seria apenas uma coincidência?

Disse ele novamente com tom de malícia, ri por dentro ele não era muito bom com conversas.

—Está frio. Melhor entrar. Digo me afastando, porém ele segura meu braço e fico surpresa quando se aproxima ainda mais de meu corpo.

O empurro.

—Ei!

—Se afaste dela, James.

Ouço a voz aveludada de Edward em um tom ameaçador que nunca tinha ouvido antes.
James me largou e ambos se olharam de forma nada gentil.
Me afastei de James e quando desistiram de se matar com o olhar James foi embora e suspirei aliviada.

—Obrigada Edward. Mas não precisava me defender.

Ele me encarou incrédulo.

—Estava gostando do papinho desse cara?

Ri de irritação.

—Não! Só não sou nenhuma donzela indefesa que precisa ser resgatada.

Me afasto o deixando sozinho.

Já estava ficando muito tarde e decido ir embora. Me despeço dos noivos e sua família agradecendo pelo jantar e noite agradável. Sigo para o lado de fora quando ouço passos se aproximando de mim. É Edward com Aurora em seus braços, adormecida.
O encarei.

—Eu a levo para casa. Ele ofereceu.

—Não tem necessidade, estou com meu carro... Obrigada Edward.

—...Me desculpe por mais cedo. Sei que é capaz de se defender sozinha, só que conheço esse cara e ele não é tão ...legal.

Dou um sorriso de canto. Não iria ficar com raiva dele por conta disso.

—Eu não o achei nada legal. Arqueio a sobrancelha e rimos levemente. — Agradeço pela ajuda e você tem sorte. Tem uma família incrível e uma filha encantadora. Digo não deixando de olhar com um misto de emoções para a pequena criança.

—Realmente tenho sorte. Concordou ele olhando com os olhos brilhando para ela.

Ele fez questão de me acompanhar até o carro e o agradeci.

—Até mais, Sr. Cullen!

—Até Srta. Swan.

Diz ele quando ligo o carro e dou partida, antes de os perder de vista não deixo de os olhar pelo retrovisor.
{...}

Chego na recepção da empresa um pouco atrasada após ter ido dormir tarde na noite anterior e retiro meus óculos escuro do rosto. Acabo trombando com alguém e não gosto nada ao ver James outra vez. O que ele fazia ali?
Dessa vez eu não via o olhar malicioso em seus olhos porém era o que ele queria mostrar naquele momento. Eu não era boba de confiar dessa forma.

—Oi Isabella. Me desculpe aparecer assim, mas fui um idiota contigo na noite passada precisava me desculpar.

Ergui a sobrancelha.

—Como sabia onde me encontrar?

Ele me olhou culpado.

—Eu sei que é filha de Charlie Swan, sócio do Cullen.

Disse ele frisando o sobrenome de Edward com um tom nada amigável mas logo voltou a sorrir levemente para mim.

—Hum.

Falei pensativa e desconfiada.

Ele então retirou de trás de si um buque de rosas vermelhas, o que me pegou de surpresa.

—É para você, espero que me desculpe e eu consiga em algum momento mostrar que não sou uma pessoa ruim.

Algo que eu não podia negar era que ele realmente estava tentando.

Suspirei pesadamente e aceitei as rosas.

—Obrigada James. Se está sendo realmente sincero, irei o desculpar.

Ele sorriu e me entregou as rosas, depositando um beijo em minha bochecha, nesse mesmo momento vi Edward chegando em seu terno preto e ao nos ver seu rosto se fechou de uma forma que me incomodou.

Ele realmente não ia com a cara de James.

—É melhor ir, James.

Digo me afastando dele que também viu Edward entrando no elevador sem olhar para trás.

—Estou indo. Será que seria muito ousado se eu a chamasse para um jantar?

Ele questiona com um tom ingênuo.

—Com certeza sim, eu preciso mesmo ir trabalhar agora. Uma outra hora okay?

Digo me afastando.

—Espere. Tudo bem, desculpe. Uma outra hora.

Disse ele abaixando a cabeça e indo embora, me sinto um pouco mal por ele.
Suspiro, tanto Edward como James estão me dando ataques de nervos com suas oscilações de humor.

Um tempo depois já me minha sala, ouço uma batida na porta e Rosalie entra em minha sala com dois lanches naturais e sucos em mãos me fazendo notar que já estava passando da hora do almoço.

—Estou virando seu anjo da guarda hein.

Ela comenta brincalhona me entregando um lanche.

E a abraço grata ao ver que estava mesmo com fome, minha barriga roncava.

—Com certeza, Rose. Obrigada.

—E então como foi a noite passada?

Perguntou ela curiosa e contei tudo a ela que ria e ficava confusa junto comigo quando contei a parte em que Edward nos viu ali embaixo.

—Seria ciúmes?

Rose diz e a encaro revirando os olhos.

—Deixa de ser boba. Eu e ele não temos nada, além de estar falando do Sr. Arrogante.

—Nada além de uma bela química. Discordou ela.

A encaro chocada.

—Você é terrível.

Rose ri de minha reação, mas não nego. Era claro que eu me sentia atraída por um homem como Edward Cullen, além de um excelente profissional era um homem muito bonito, mas o que mais me encantou foi seu lado pai.
Isso me fez ver o homem grande e família que ele era, algo que raramente notei nos homens que me envolvi durante esses anos, os quais nunca foram para frente.
Mas meu foco não era me envolver com ninguém, eu tinha planos maiores e que me trouxeram aqui: encontrar meu filho me faria realmente feliz.

E só assim eu estaria completa e pronta para começar a amar.