Alice não reconhecia o que um dia foi o luxuoso palácio da Rainha Vermelha, o castelo tinha perdido quase toda a cor vermelha que tinha antes e, estava completamente coberto por plantas que o envolviam, havia uma escultura da Rainha segurando a cabeça do rei bem em frente ao castelo, o chapeleiro espantado disse:

– É, ela era um poço de delicadeza não?

Cheshire riu e respondeu:

– É melhor nós entrarmos logo, assim saímos mais rápido, esse lugar me dá medo.

Alice disse:

– Cheshire tem razão vamos logo.

O lugar estava em ruínas, era possível ver uma luz negra saindo de dentro da mais alta torre, Tweedle-Dee e Tweedle-Dum então disseram:

– É lá que a gente ter que ir né?

Cheshire e o chapeleiro apenas concordaram com a cabeça olhando para a torre. Olhando mais atentos viram o lago que cercava o castelo, e as cabeças decapitadas da Rainha de Copas, que agora não passavam de crânios se deteriorando na água suja, Alice começou a andar em direção a entrada do castelo, logo depois o chapeleiro acompanhado da lebre, Cheshire e por fim Tweedle-Dee e Tweedle-Dum logo atrás, Alice estava assustada as paredes das ruínas do castelo pareciam conversar entre si, a observando. Quando entraram na sala principal, Alice sussurrou:

– Mais alguém tem a sensação de estar sendo observado?

Não ouve resposta, e então se pode ouvir uma porta batendo, Alice virou-se para trás, seus amigos não estavam mais lá, a garota entrou em pânico por dentro, de repente ela ouviu uma voz falando com ela, uma voz rouca e sombria que chegava a dar calafrios, a voz então disse:

– Quer seus amigos de volta Alice?

Ela respondeu:

– Claro! O que você fez com eles? Seja lá quem for!

A voz misteriosa respondeu rindo:

– Cada um deles está em um quarto do castelo, vai ter que achá-los, mas cada quarto trás um perigo, que você vai ter que enfrentar sozinha...

A porta em frente de Alice se abriu, e ela caminhou até ela, a porta levava até a sala de jantar, com uma enorme mesa, e no fim dela estava o chapeleiro com a lebre amarrados a uma cadeira na ponta da mesa, com a mesa havia cadeiras, e em cada cadeira havia uma pessoa que já foi o motivo das lágrimas de Alice, sua mãe, seu pai, o garoto que ela gostava seu amigo Andy, os alunos de sua escola sempre sendo cruéis com ela, todos a olhavam com uma cara de decepção, então a voz voltou e exclamou:

– Conhece as pessoas aqui Alice? Claro que conhece, se quiser ter seu amigo de volta, vai ter que passar por todas estas pessoas que vão dizer coisas a você, coisas que tenho certeza que você não vai gostar, agora vai ter que passar por elas sem derramar uma única lágrima, pode ir.

Alice sentiu um aperto no coração, aquilo a olhos alheios parecia ser fácil, mas não para ela, para Alice aquilo seria a maior das torturas. Ela então começou a caminhar sobre a mesa, logo após comentários e gritos maldosos soaram em seus ouvidos, ela segurava o choro como podia, ela escutava as zombações, as criticas, colocou as mãos nos ouvidos, fechou os olhos e correu o mais rápido que pode, uma voz então gritou:

– Pare!

Era o chapeleiro, Alice parou e abriu os olhos, ela estava na beirada da pesa, mais um passo e ela caia, então ela se virou para trás, e todos na mesa desapareciam como uma fumaça negra. Ela desamarrou o chapeleiro, e suspirou aliviada.