Algo errado no País das Maravilhas

Em direção ao Castelo de Copas


Então começou a passar por sua mente todas suas lembranças com os gêmeos, brigas bobas e sua forma estranha de falar, Alice gostou de ter-los achado, mas de repente, quando finalmente observou bem os dois reparou em sua aparência, pareciam um tanto pálidos, com suas roupas cobertas de folhas e algas, depois dos segundos que passou os encarando, ela percebera que eles disseram algo:

– Alice é você mesmo? Disse Tweedle-Dee.

Tweedle-Dum então respondeu:

– Claro que é, você ta ficando cego?

– Poderia não ser, ela está mais alta. Retrucou Tweedle-Dee.

– Foi nisso que você reparou, é sim ela. Disse Tweedle-Dum.

– E se não fosse? Mais uma vez questionou Tweedle-Dee.

– Vamos deixar-la dizer, Alice é você não é? Perguntou nervoso Tweedle-Dum.

Alice riu alto e disse:

– Claro que é, estou tão feliz em velos!

Então ambos responderam ao mesmo tempo:

– O que está fazendo aqui?

Alice então respondeu:

Vim salvar o País das Maravilhas e tudo vai voltar a ser o que era.

Tweedle-Dee e Tweedle-Dum sorriam e disseram:

– Então vamos rápido! Mas pêra ai onde vamos?

Alice riu e disse:

– Precisamos ir ao Castelo de Copas.

Os dois responderam animados:

– Ah sim! Vamos, não estamos longe!

O grupo andou pelo pântano e repararam em um esqueleto que parecia ser do Jaguadarte, todos passaram rápido pelos ossos, com olhares de tristeza. O chapeleiro disse:

– Este pântano não é um dos lugares mais seguros daqui, vamos passar rápido por aqui.

Alice rapidamente respondeu preocupada:

– Porque não é o lugar mais seguro?

Cheshire então gritou:

– Por causa daquilo!

Todos olharam para trás, e se apavoraram com a visão, um enorme crocodilo surgia do fundo das águas do pântano, era gigantesco e sua boca não ficava muito atrás ela abria e fechava parecia que procurava algo para morder, mas o que realmente dava medo eram os enormes e pontudos dentes que pareciam marfim de elefante, a enorme fera gritava talvez para provar sua ferocidade, todos então gritaram também e saíram correndo para longe do animal que parecia nadar cada vez mais rápido, Alice então nunca se sentira com tanto pavor, ela gritou o mais alto que pode dizendo:

–Vamos pessoal! O pântano acaba logo ali na frente! Ele não vai poder nos seguir até lá!

Cheshire em um segundo desapareceu e reapareceu como fumaça para fora do pântano e gritou:

– Venham logo! Ele ta se aproximando!

O chapeleiro então disse:

– E você acha que a gente não ta vendo?!

Tweedle-Dee e Tweedle-Dum corriam o mais rápido que podiam, e pareciam competir para ver quem chegava primeiro para fora do pântano, os dois então em um descuido tombaram e saíram rolando para fora do pântano, foi o único momento engraçado que fez Cheshire soltar uma gargalhada alta. O chapeleiro corria apavorado ao lado de Alice, o crocodilo deu um pulo e alcançou o chapeleiro, tentou morde-lo, mas ele com sorte deu outro pulo e foi parar bem em cima da cabeça do feroz animal, a fera tentava morde-lo de qualquer jeito, sem sucesso pois o chapeleiro se segurava como se a cabeça do animal fosse o melhor chá de todo o País das Maravilhas, a lebre que até o momento parecia nem existir, finalmente deu sinal de vida e pulou do chapéu, e sem nem o crocodilo perceber pegou um galho pontudo que estava na chão e antes que a fera pudesse se defender enfiou-a em seu peito, apenas se ouviu um grito que pode ser ouvido das mais distantes montanhas do País das Maravilhas. Quando o chapeleiro finalmente abriu seus olhos, ele desceu do animal morto, apenas conseguiu encarar a lebre que parecia fazer uma dança da vitória pulando rindo e dizendo:

– Haha! Perdeu! Pensou que ia fazer um lanchinho é? Não dessa vez!

Todos pararam e a encararam pasmos, Alice depois de processar o que acabava de acontecer começou a rir, contagiando a todos. Então Cheshire olhou para frente e disse:

– Parece que chegamos ao Castelo de Copas.

Todos se viraram e olharam, Alice sentira que chegava ao seu destino.