Agathe, meu amor. Quantas noites passamos acordadas por entre suspiros e sorrisos, a voga de nossa respiração alterada e tua mão escorregando pela minha pele, enquanto eu pedia aos deuses que nos permitisse sermos infinitas.

"Estás calada demais, Anna".

"Perdão?", eu disse, tirando meus olhos da janela e os fixando em ti.

"No que estás pensando?"

"Tu não tens medo? De que nos descubram?"

"Anna". Tu suspirastes. "Quem vive em medo não vive, meramente sobrevive".

Tu sorristes, acariciando meu cabelo.

"Tu pensas que ninguém pode tocar-lhe".

"Sei que não podem".

Agathe, foi preciso morrer para entender essas suas últimas palavras.