N está preocupado que tivessem descoberto o relacionamento de Hyuk e Hongbin, mesmo depois de ter alertado tanto eles. Tinha sido um choque quando os mais velhos descobriram, mas foi a risada de Ken e o ‘uau, isso parece legal’ de Ravi, que fez com que N e Leo respirassem fundo e aceitassem a situação. Porém, N achava que ainda tinha que agir como um líder, e com medo que as fãs destruíssem o relacionamento dos dois, ficava os alertando 24h por dia sobre serem discretos.

O que parecia não ter dado resultado algum. Alguns boatos começaram a ser levantados, mais de três sites de fofocas falando sobre o assunto, algumas postagens de fãs felizes - as shippers - e outras raivosas, querendo explicações sobre aquilo.

O manager começou a pressionar N, que tentou desmentir aquela situação para que os dois mais novos não fossem atingidos. Ninguém parecia perceber a sobrecarga sobre Hakyeon, achando que o tempo ausente dele nos ensaios ou dormitório era para resolver assuntos relacionados à seu comeback.

Mas na verdade, sem contar a ninguém o que acontecia, ele corria atrás de cada repórter e fotógrafo tentando reverter a situação. Conseguiu poucos dias antes do comeback, deixando N tão aliviado e ao mesmo tempo exausto. Agora, além de tudo, tinha que correr atrás dos ensaios perdidos e conciliar com as gravações de seu drama.

O comeback de Chained Up deveria ter sido normal, se HongBin e Hyuk não tivessem sido descuidados de novo. O excesso de fanservice na coreografia fez com que os boatos voltassem a borbulhar, e N não sabia mais o que fazer.

E quando Cha Hakyeon achava que nada poderia piorar, ao chegar no dormitório depois de mais uma apresentação, havia uma carta direcionada ao grupo. Empolgados com algum possível convite ou elogios, Ravi abriu-a e começou a ler.

“Vocês mexeram com a pessoa errada. Espero que estejam preparados para pagar por seu erro.

After Dark.”

—Isso é algum tipo de brincadeira? - Ravi jogou a carta de lado, indo para seu quarto.

—Ah, mas usaram a nossa música, certo?! Acho que deve ser uma brincadeira boa. - Ken tentou ser positivo, mas quem ligava para o que estava escrito naquela carta? Ela foi esquecida no canto do dormitório e os integrantes de VIXX seguiram sua rotina sem nem se lembrar dela.

Porém eles deveriam ter se preocupado com aquela carta. Deveriam ter se lembrado dela, e principalmente, ter se preparado para pagar por seus erros.

Última apresentação de Chained Up, uma mistura de satisfação por aqueles dias de promoção, cansaço pela correria, e agora iriam focar no seu próximo comeback. Mas é claro que uma comemoração comendo algo gostoso estava nos planos dos meninos.

Incluindo ate mesmo o Manager e os backdancers, todos brindavam o sucesso da nova música, os futuros planos e se deliciavam na comida do restaurante. Ravi ainda fazia alguns raps durante a janta, tentando lembrar dos momentos engraçados nos ensaios, e no meio de toda aquela bagunça, N estava orgulhoso que seus dongsaengs decidiram finalmente seguir seu conselho e serem discretos.

Hyuk e Hongbin pareciam não querer mais causar problemas para ninguém, sentados em lados opostos da mesa.

Comemoração terminada, ao caminho para o dormitório, Hakyeon finalmente sentia que poderia descansar em paz. Os boatos sobre os mais novos morreram de vez, não havia mais comentários ácidos ou comprometedores, as apresentações haviam acabado, e teriam uma semana de folga antes de se preocuparem com novos conceitos, composições, solos, doramas.

Tudo parecia tão perfeito… Parecia.

Todos entraram no dormitório, e antes que N pudesse trancar a porta, uma explosão aconteceu. No meio da fumaça e do caos da explosão, tudo o que Hakyeon e TaekWoon puderam enxergar foi uma pessoa toda vestida de preta, carregando o que parecia ser um taco de beisebol. E foi a última coisa que lembravam ao apagarem.

Os bombeiros não demoraram a chegar, assim como o Manager e alguns staffs. Todos entraram preocupados no dormitório, e retiraram um por um. A perícia chegou para investigar o motivo da explosão, e um deles pareceu acordar, atordoado.

—JaeHwan, o que aconteceu?! - O manager tentou ser delicado, mas acabou sacudindo o cantor pelos ombros.

—Ah, eu não lembro direito. - Seus olhos ainda ardiam da fumaça, tossindo.

—Vocês viram se tinha alguém dentro da casa? Ou uma bomba?

—Não! Apenas entramos e antes que o N-hyung pudesse trancar a porta…

Antes que Ken terminasse de falar, Leo acordou em um susto, ignorando a tosse e procurando por N. Os médicos da ambulância - que demorara a chegar - tentaram impedir o loiro, pedindo para que ele ficasse deitado e usasse a máscara de oxigênio.

E então ele percebeu. E ficou em pânico, chamando atenção de todos. Ken foi o primeiro a se aproximar, preocupado com o mais velho.

—Hyung…

—Levaram ele!!!!

—O que? Quem? - Ken franziu o cenho, e olhando a sua volta começou a tentar entender quem havia sido levado. E algo fez sentido para Ken. Havia apenas cinco macas... Saiu de perto do loiro, começando a ver um por um quem era.

Hakyeon... Para onde haviam levado ele?!

—/-

N acordou com uma tosse horrível, seu peito doía, nariz e olhos ardiam o inferno. Sua vista estava embaçada. Tentou se mover, sentindo a cabeça pesar. Lembrava-se da explosão, e queria logo ver se os outros estavam bem. Tentou respirar fundo, acalmando-se, mais um acesso de tosse vindo. Sua garganta estava horrível, deveria ter ficado muito tempo respirando aquela fumaça.

Olhando ao redor, entrou em choque. Ele não estava no dormitório, nem na rua sendo atendido por bombeiros, e muito menos em um hospital. Era um quarto cinza mal pintado, desgastado, havia apenas uma janela e a porta parecia estar enferrujada há anos.

O que estava acontecendo? Por que ele estava ali? O desespero o ajudou a ignorar os sintomas anteriores, levantando-se e vasculhando cada centímetro daquele quarto. Pelo menos estava sozinho... Seus dongsaengs não haviam sido pegos.

Mas pegos por quem? Pelo que?!

E então, um som familiar começou a soar pelo cômodo. N colocou a orelha contra a parede, tentando ouvir melhor. Apenas para se arrepender, afastar-se e cair sentado no chão. Aquela música…

Estava tocando a música After Dark de seu grupo... E aquela carta...

—Não entre em pânico, não entre. Respire fundo! - Falava para si mesmo, tentando pegar algum detalhe que estava faltando.

A carta, a música, a explosão, ser raptado. Tudo estava ligado, mas não conseguia um sentido, um por que e nem a principal questão: QUEM.

Ouviu a porta se abrir, aquele ranger de metal enferrujado, e uma figura estranhamente conhecida entrar. Uma bandeja e uma carta foram deixadas, e novamente a porta se fechou. Hakyeon olhou desconfiado antes de se aproximar. Água e arroz. Apenas isso e nada mais.

A carta abriu, reconhecendo a letra da mesma com a ameaça que ignoraram. Era a letra de outra música de seu grupo. Reconhecia-a. Mas onde aquilo se encaixava e fazia sentido? Era uma música sobre um primeiro amor que não deu certo. Tentou se lembrar dos relacionamentos dos companheiros, não se lembrando de nenhum término horrível com desejo de vingança.

N deu uma risada nervosa, aproximando-se da porta.

—YAH! VOCÊ ACHA QUE ISSO É COMIDA?! ACHA QUE VOU SOBREVIVER SÓ COM ISSO?! - Gritou, tentando soar mais alto que a música de fundo.

Só podia ser muito irônico sua semana de folga ter começado com uma dieta em um lugar frio e fedido. E longe de seus companheiros. Será que Cha Hakyeon iria aguentar tudo isso sem enlouquecer? Pelo menos esperava que ninguém tivesse se ferido...