Advice Vampire

Memórias da Mol...


Primeiro, um pequeno fato: Todo ser humano tem direito á sentimentos, um nome, lembranças e blá blá blá... Assim como o resto das pessoas, a Mol também tem um segredo, que ela guardava desde os cinco anos de idade. Até que um dia, ela simplesmente esqueceu do próprio segredo. Mas isso foi apenas um acidente.

Já ouvi vários fatos de pessoas que falavam sozinhas e eram apelidadas pela sociedade de: Loucas, neuróticas, deficientes mentais, e vários outros... Mas é aí que Mol entra na história: Elas estavam apenas falando a verdade. Não estavam falando sozinhas. E como a Mol pode afirmar isso? Simples, ela também falava "sozinha"...

Então, eu vou compartilhar um pouco da memória perdida da Mol Blackburn com vocês...

"Era um dia ensolarado e florido, claro, isso foi na primavera. Eu andava pela pracinha com a Lucy e com a Ariel. Eu procurava flores por todo canto, observava as outras criancinhas brincarem e se divertirem. Eu tinha a mesma idade daquelas crianças, mas não me animava nem um pouco em brincar com elas.

–Mol, você quer tomar sorvete? -Perguntou Lucy.

–Sim! -Falei animada.

–Que sabor você quer? -Ela perguntou.

–Tem sabor Danoninho? -Eu perguntei e ela começou á rir. Não entendi o motivo da piada?

–Sinto muito, Mol. Pelo que eu saiba, ainda não inventaram! Mas tem de morango, serve?

–Tá, pode ser... -Falei meio desanimada.

–Ótimo, espere aqui e eu já volto. -Ela disse e saiu.

Voltei á observar as coisas ao meu redor. Eu achava isso interessante, olhar crianças brincando e olhar as árvores floridas da pracinha. Mas algo me chamou atenção: Um cara vestido de preto, e não foi só o cara, ele segurava um potinho de Danoninho ainda lacrado nas mãos. Mas quando eu pisquei, ele havia desaparecido. Me perguntei: Aonde ele foi com aquele Danoninho? E eu podia jurar que o Danoninho estava me chamando! Ele não pode simplesmente sumir com o MEU Danoninho!

Andei até aonde o homem alto de roupas escuras estava há alguns segundo atrás. Mas nem sinal dele.

–Olá, garotinha... -Uma voz grossa disse atrás de mim, me assustando. Era o homem com o pote de Danoninho. Fiquei olhando o potinho rosa de Danoninho nas mãos dele.

–Você quer este iogurte? -Ele me perguntou. Esse homem havia um sorriso assustador no rosto. Mas Danoninho é Danoninho, e isso não se discute.

–Sim! -Falei. Ele deu uma gargalhada curta. Quando ele ia me entregar o Danoninho, um garotinho mais ou menos da minha idade, chegou e o interrompeu:

–Liam! Pare já com isso! -Disse o garotinho. Ele era um pouco pálido, tinha cabelos negros caídos sob o rosto e olhos incrivelmente dourados.

–Saia daqui, Nightray! -Disse o homem, cujo nome era: Liam. Ele estava realmente bravo.

–Isso é contra as regras, Liam. Até o próprio Conselho sabe disso! -Afirmou o pequeno garotinho.

–Ora, cale a boca menino! Não está vendo que o Liam vai me dar um Danoninho! -Falei um pouco irritada, mas o garotinho apenas me ignorou.

–Liam, te darei apenas dez segundos para sair daqui! -Disse o garotinho.

É, estávamos nessa bela discussão, quando de repente a Lucy chega:

–Mol, aqui está o seu sorvete.

–Não quero mais esse sorvete! Não está vendo que o Liam vai me dar Danoninho?! -Falei mostrando á Lucy onde Liam estava. Mas ela parecia não estar compreendendo.

–Quem é Liam, minha filha? -Ela perguntou.

–O homem que está bem na minha frente, Lucy! -Falei, apontando de novo para onde Liam estava.

–Ah, já entendi. Você está conversando com seu amiguinho imaginário? Que fofo, Mol! -Disse Lucy. "Mas que mulher retardada! Ela não está vendo o Liam?!?!"

–Deixa para próxima, Mol. -Disse Liam, indo embora e sorrindo assustadoramente. O garotinho foi logo atrás dele, com uma cara de bravo.

–Não! Espere, moço! Não leve meu Danoninho! -Gritava para ele voltar. -Está vendo o que você fez, Lucy?! Ele levou meu Danoninho embora!

–Mol? Você está bem? Não tinha homem nenhum aqui! -Disse Lucy assustada.

–Ah, esquece! -Falei e voltamos á andar pela pracinha, esperando o Sol ir embora, para depois, irmos para casa. Um dia típico de uma criança..."

E isso, foi só um pouco do que lhes devo contar. Creio também, que essa não foi a única coisa "estranha" á acontecer com a pequena Mol. Ainda há muito coisa perdida e emaranhada nas memórias da Mol...