Adotada Pela Loucura

Capítulo 54- O pior pai do mundo?


Eu te avisei.

Todas as vezes, que você foi chata comigo. Eu te perdoei.

Todas as vezes que me feriu. Eu não guardei rancor.

Todas as vezes que ignorou seu próprio criador, e me trocou por aqueles mundanos.

Mas agora, é a minha chance, e eu não vou a perder tão fácil. Não dessa vez...

EU. TE. AVISEI.

[...]

Entre tentar respirar, ou parar pra pensar em nadar pra cima, nada ocorreu em minha mente. Por que a morte passava nela.

Tic-toc,Tic-toc. Era como se eu visse cada segundo da minha vida passando na minha cabeça. A pressão machucando, os gritos ferindo, e apenas uma coisa. Vingança.

Abri os olhos e o sangue saia do próprio. O tapa-olho fora de meu rosto, o vestido sujo, os olhos negros, e a cabeça quente.

Subi e peguei todo o fôlego possível.

– Odeio quando tentam isso.- Disse de cabeça baixa, sorrindo psicoticamente. A Garota apenas sussurrava várias vezes, “ Não pode ser.”

Levantei os olhos e vi sua cara de espanto. Ela correu, e eu sai da piscina, indo atrás. Alicia gritando.

– DEMÔNIO!- A garota ruiva gritou.

– Eu tenho outros nomes, sabia? Mas pode me chamar assim por enquanto.- Eu sorri e ela correu. As outras correram em outra direção. - Depois eu vou atrás delas.

Andei até ela, e Alicia me segurou.

– Não acha que já deu muito trabalho?

– Eu sou, o problema Alicia? Se eu for, eu vou embora calmamente.

– Eu prefiro que você vá calmamente mesmo.

Virei de costas e fui atrás da ruiva. Ela fechou a porta com o peso de seu próprio corpo.

Chutei a porta várias vezes, e a garota se encostou na parede. Segurei o pescoço dela, e ela foi arranhando o meu braço.

– Ai ai...- Disse despreocupada, enquanto a garota tentava respirar.- Então, quando vai morrer?

– Aceite o fato... Alicia... Não gosta de v-você...

Soltei ela imediatamente.

– Só não vou te matar, por ordens dela. E acredite, ela me convidou. Não percebeu ainda que estou aqui, por causa de um convite?

Ela continuava tossindo, e eu chutei seu estômago.

– Me responda quando eu pedir!- A chutei de novo.- Inútil. Como é estúpido o jeito de vocês, agirem, estou farta de pessoas como você no mundo. Aviso a você. Ah, e a suas outras vadias.

Me aproximei dela, e sorri.

– Se eu te encontrar, na rua... Saiba que será pior. Bem, pior.

Me levantei e vi Alicia na porta.

– Você precisa ir embora AGORA!- Ela disse com as mãos em minhas costas.

– Por que?!

– 1, os pais delas estão vindo. 2, a Charlotte está chorando litros por causa que derrubaram o bolo, enquanto fugiam de você, e 3, está perto do nosso horário de se proteger.

– Tá bem eu enten...- Arqueei a testa.- Horário de se proteger? Do que?

– Isso não importa, vão logo!- Ela apontou pra escada, e vi Charlotte se aproximar dela chorando repetindo " proteger".

Desci, e vi Jane do meu lado com cara de assustada. Jeff veio atrás de mim.

– A Jane não está passando muito bem, vamos embora.

– De qualquer forma, iríamos embora.- Eu disse, e Jeff me olhou espantado.

– Eles nos expulsaram?!- Ele disse.

– Não, é só algo sobre "proteger".- Disse fazendo aspas com os dedos. O silêncio reinou por alguns segundos.- O que ouve Jane?

– Hum? Ah, não, nada... É só... O Bebê.

– Hum sei... Jane você acha que eu sou otária?- Eu disse.

– Por que diz isso, querida?

" Finge que me engana?"

– Nada, nada. Só acho que você ficou um tanto quanto feliz quando me afoguei.- Disse parando na frente dela, mas ela desviou.

– Ora, isso não importa!- Ela pegou o meu braço e sussurrou.- A menos que não queira conhecer seus pais...

Me soltei e voltei para perto de Jeff. Ele me olhou desconfiado, mas quando chegamos em casa provavelmente, já tinha esquecido.

– Tô com fome...- Ele disse subindo as escadas.

– Oi?- Jane disse surpresa.- Você comeu pra porra, naquela festa.

– Olha a minha cara, de quem liga.

– A sua cara não muda a tipo, uns 13 anos.- Ela disse sarcástica, e eu também subi. Meu cabelo estava totalmente encharcado, e eu estava com frio.

Jane chegou em minha porta e sorriu.

– Malennie, sobre a viagem...

– O que têm? Não está já pronta?- Disse rápido.

– Não, não é isso. É que... bem, Jeff não pode saber que iremos sair do país. Ele iria, pirar.

Por um momento eu olhei pro rosto de Jane, sem desviar o olhar.

– Por que vocês tem tanto medo de serem pegos, ou coisa do tipo?

–Não é o medo. Não podemos ser pegos. Existe uma coisa feita pro Zalgo, que quanto mais, nossas creppypastas são lidas e adoradas, nós ganhamos mais força, e mais 1 ano e meio de vida. Por isso, Jeff, Slender, Smile e Zalgo, são os melhores.

– Existe uma lista dos mais fortes?- Perguntei, curiosa. Seria bem engraçado, se Smile estivesse em, sei lá, 3 lugar. Ele é muito inteligente pra ser algo assim.

– Sim, sim depois eu te passo, mas isso não importa agora. Lembra, precisamos ir.

– Que horas?

Ela olhou pro relógio na parede do meu quarto e balançou a cabeça para os lados, como se estivesse pensando.

– Umas... 4 horas?

– QUATRO HORAS?! VOCÊ É DOIDA, O AEROPORTO NEM PERTO DAQUI, COMO VAMOS SAIR A...- Ela tapou minha boca.

– Shhh! O Jeff pode ouvir. Vai se arrumando, e eu digo que vamos... comprar coisas.

– Ele vai perguntar o que!

– Hm...- Ela parou por um tempo e mexeu no cabelo.- Coisas de mulher!

– Tá, tá, eu vou ir me arrumando e... Espera, a gente vai... A pé, até o aeroporto?

– PFFF, Olha pra mim, eu estou grávida. Não consigo descer nem uma ladeira que saio rolando. Vamos com os pais do Philip, eles vão também pra lá, mas a passeio.

" MERDA!"

– Ah, tá. Eu vou ir me arrumar, e fazer a mala. Vai fazer o mesmo, ou mantenha o Jeff fora, disso, ele se machucaria muito se soubesse.

– Está bem. Você tem duas horas, vá depressa.- Ela disse se levantando.

– Que horas iremos chegar lá?

– Umas três da manhã.- Ela disse sorrindo.- E, falando nisso, onde está a Lena?

Ela apareceu atrás da Jane e ela pulou pra trás.

– Ah, que feio Malennie. Bater em si mesma!- Ela disse rindo.- E ainda não me convidar para viajar? Acho que terei que interromper isso, não acha?

– Já estou farta de você.- Eu me levantei.- Quer contar? CONTE, eu aviso Jeff sobre seu plano!

Jane estava entre nós duas, realmente espremida. Helena me olhou fixo e cruzou os braços.

– Está bem. Não irei contar, mas... Quero algo em troca.

– O que, seria?- Disse enquanto ela me observava, andando á minha volta.

– Uma gota do seu sangue.- Ela sorriu. Ajustou o tapa-olho no rosto e continuou, tinha retirado da blusa um alfinete.- Apenas.

– Não, não sei pra que diabos, você vai querer meu sangue! E outra, que sei muito bem, que o que vem de você, vem de Zalgo também.

Ela sorriu e colocou as mãos na cintura.

– Ora, pelo que saiba, você não é a "garota problema" daqui? Então, qual seria o mísero problema de eu estar envolvida com Zalgo?- Ela disse.

– O problema não é o Zalgo. O problema é VOCÊ, o Zalgo, e a Jane. Todos juntos, como se fossem um clã de vilões.

– MAS QUE MERDA EU TENHO A VER COM ISSO?!- Ela disse me olhando fixo nos olhos.

– Eu não confio em você.- Disse e vi ela olhar pra baixo.- Não me importa se quer me levar para lá pra ver meus pais de verdade, se é que eles estão vivos. Eu não confio em você, com remédio sem remédio, não me importa. E agora com licença, eu preciso ver os meus pais, os meus VERDADEIROS, PAIS.

P.O.V Jeff

Eu estava encostado na porta. Não poderia ter ouvido isso, não, não... Ela, gosta de mim? Ela disse, prometeu! Me abaixei na porta, e senti o líquido quente percorrer o meu rosto, o que por anos não senti.

– Eu te avisei, Jeffrey!

– O que você quer?- Eu estava novamente falando comigo mesmo, o que era realmente horrível, pois ele só aparecia enquanto estava nessas crises “emocionais”, apesar de quão gay isso soa.

– Apenas vim te dar o aviso. Sabe como é, você nunca me ouve.

– Eu te ouvi, quando me transformei em Creppypasta.- Disse enquanto ele ria de mim, ou ele também.

– Tanto faz, isso é passado. Agora você tem essa... Garota.

– Filha.- Eu disse.- Eu, tenho agora que não cuidar só de mim.

– É, você não deveria me escutar o tempo todo.- Ele disse e desapareceu.

– Sempre fugindo, não é?- Disse pra mim mesmo, abaixando a cabeça.

Até que a porta abriu, e eu acabei caindo, estendido no chão.

– Eh... Oi.- Malennie disse e olhou pra mim rindo.

– Oi.- Disse seco, e me levantei, indo pro meu quarto.

Enquanto estava indo pro corredor, ou vi Malennie sussurrar " O que ouve com ele?", ou algo do tipo. Me tranquei dentro do quarto, com a chave do meu lado.

Eu apenas deitei, e olhei pro teto. A mistura de ódio, e tristeza era, e é horrível. Até que me deparei com Smile do meu lado.

– AHH!

– Bu?– Ele me olhou, e subiu na cama.

– Jane tem alergia a...

Olha, eu realmente não ligo. E outra é que, eu deito aqui todas as vezes que vocês SAEM, E ME DEIXAM SOZINHO!– Ele ficou de olhou arregalados, mas depois lambeu meu rosto.

– Argh, Isso é nojento cara!- Disse me limpando.

Comparado em levar um beijinho de boa noite do Zalgo, eu sou bem melhor.

– Tanto faz...

– O que ouve?

Eu não queria contar pra ele, por que ele simplesmente iria começar a sentir pena, e não é o que quero das pessoas.

– Nada.- Eu disse me virando.- Apenas... Cansaço.

Você finge que me engana, e eu finjo que acredito, Jeffrey.

– Então sabe o motivo?- Disse me virando pra ele.

Na verdade, sei. Mas prefiro ouvir da boca dos humanos. Eles nunca dizem a verdade, isso é regra.

– Hum...- Acariciei, a cabeça do mesmo e ele sorriu.

Na verdade, ela não fez aquilo por mal. E... Elas estão planejando algo péssimo. E, acho melhor, você ficar esperto.

– E, o que seria?

Não posso dizer, seria injusto com Malennie, mas... tente associar a frase que ela disse, apenas isso.

Ele se aninhou do lado de meu braço.

– Posso perguntar mais uma...

– Não.

– Okay...

Fiquei sonolento, e acabei pegando num sono. Acordei de repente. Olhei para o relógio, e eram 17:27. Levantei com dor de cabeça, e destranquei a porta.

A casa estava o maior silêncio possível. Apenas o barulho dos relógios.

– Gente?- Disse e não ouve resposta, nem mesmo do vento, ou dos tic-toc do relógio.

– Ela já foram?

– AHH!- Eu pulei pra trás.- DE NOVO CACETE?!

Desculpa, boca suja.

– Como se você nunca tinha dito um palavrão na vida.- Fui pra escada, e ele me seguiu. Procurei no jardim, porão, cozinha, sala, e nada.

Na verdade, já disse, mas por impulso. Então, foi sem querer.

– Hum tudo bem... Smile, onde elas foram?

– Não posso contar.

– Ah tá... Mas, sabe aquele biscoito, super delicioso, que você sempre vê na Tv? Então... Eu iria comprar. Mas...

Manipulação não funciona comigo.

– AH, TUDO BEM. Mas saiba de uma coisa... VACILÃO MORRE CEDO. E talvez você nem queria tanto assim... quem sabe no Natal, certo?

– ELAS FORAM PRA ITÁLIA!

– O QUE?! ITÁLIA?! EU DISSE PRA ELAS NÃO IREM, ELAS VÃO MORRER!- Eu disse indo de um lado pro outro.

Isso não importa agora. O que importa, é que se elas estão fora do país, Zalgo pode possuir a Malennie. Ela não pode sair da zona de conforto!

– MERDA. MERDA, MERDA, MERDA, MERDA! Eu preciso pegar uma passagem com alguém! E RÁPIDO!

Elas saíram faz umas 3 horas.

E VOCÊ NÃO ME ACORDOU, PORRA?!

Não é assim que a história é Jeff. Agora vai procurar ela. Ela está em Gênova.

– Ótimo. Gênova.- Eu suspirei.- Regra número 75. Se você for pai da escolhida, nada será fácil.

P.O.V Malennie-

Estávamos dentro do avião. Jane ficou no banco do canto, pra não ser muito reconhecida. Ela ficou o tempo todo de cabeça baixa, e respondia balançando a cabeça quando a pergunta era de " sim ou não".

– Então... O que vamos fazer quando chegar?- Disse Jane sussurrando.

– Você não planejou isso?!- Disse brava.

– Fala baixo! Olha aqui, eu paguei tudo, deveria ficar quieta! Tem algum endereço?

– A Lena deixou um em seu bolso. Podemos nos guiar por ele.

– Ótimo.- Jane disse e abriu um pequeno sorriso.

" Ela deve ter algo a ver com esse endereço. Afinal, como ela questionaria se eu tenho um endereço? Ela não viu o papel!"

– O que ouve?

– N-nada. Apenas pensando.- Fechei meu olho, e me ajustei na poltrona.- Em breve, eu vou acabar com tudo isso, e saberei o motivo de ser abandonada.

[...]