Adotada Pela Loucura

Capítulo 56- Me desculpe


Horas e mais horas dentro de um avião. Era tedioso, mas era o que eu queria. Na minha cabeça, só de saber que eu iria ver os meus pais, e poder receber uma explicação deles. Quer dizer, se é que estão vivos.

A gente desceu do avião depois de muito tempo. Recordo-me, de ter dormido bilhares e bilhares de vezes, e acordar com Jane, se revirando na poltrona.

Phillip e sua família, - ele com uma cara de sono, os olhos inchados, e uma mochila de alças- estavam esperando nós duas.

– Bom dia.- Ele disse pra mim esfregando os olhos.

Eu coloquei minha mochila nas costas e sorri.

– Bom.- Ele me olhou de olhos arregalados.

– Achei que não iria me responder... Uau. Essa viajem está realmente mudando você...

Eu andei na frente dele e dei um soco em seu ombro.

– Não se acostume com o bom-humor, babaca.- Eu andei na frente o tempo todo, Phillip tentava falar comigo, mas eu só murmurava como resposta, o que talvez, fosse chato pra ele.

Paramos depois de duas horas de caminhada. Jane as vezes tinha que parar e respirar, e ela estava com fome, então fomos a um restaurante. Eles pediram a comida, eu preferi apenas a água. Jane me olhava séria a cada gole que eu dava.

– O que houve?- Disse num tom frio.

– Nada, é estranho não ouvir você falar. Pensando em algo?

– Como eu não vou pensar? Jeff deve estar doido de raiva.

– Não se preocupa. Aposta quanto que o Smile já disse algo?

– Ah, eu acho que não, eu confio nele...

– Porém,- Ela disse com uma pausa seguida de suspiro- eu não. Ele não gosta de mim, e eu muito menos.

– Então pelo menos tenha respeito com ele, pois ele é meu.- Eu bati o copo de água na mesa e saí com raiva. Caminhei um pouco e me sentei, na calçada mesmo.

Suspirei e retirei o papel com o endereço do meu bolso. Eu precisava de um mapa e uma bússola, quem sabe pra achar isso. Ou talvez, apenas a ajuda de algum italiano que fale a minha língua. Placas não iriam ajudar muito, porque é óbvio que estariam em italiano, mas... se houvesse alguma estação de metrô, ou quem sabe um guarda...

Phillip chegou do meu lado e me cutucou.

– Pensando?

“ Não-não,usando telepatia pra ouvir as pessoas.”

– É.

– No que?- Ele disse chegando mais perto.

– Como diabos vou achar os meus parentes. Não falo italiano. As únicas coisas que me recordo bem, é Farfalla, Borja, Mayara, Pena, palavrões, e outras palavras idiotas que aprendi pequenininha. Isso que dá não me ensinar as falas, antes de me jogar em um orfanato.

– Farfal... O que?- Ele me olhou arqueando a sobrancelha.

Eu iria responder o que era, mas ele tapou a minha boca.

– Isso não importa agora. Meus pais falam italiano, eles podem te dar uma ajuda. Desde que me faça um favor...

“ Lá vem merda.”

– Fala.

Ele sorriu maliciosamente, mas antes que pudesse dizer algo, os pais dele chegaram.

– Nós iremos te ajudar a achar a sua família. Quer dizer, já viemos aqui umas 4 vezes, não será algo muito trabalhoso.- Alice disse.

– Okay.- Eu sorri pra Phillip e ele revirou os olhos.

Andamos um pouco, e chegamos a um guarda de uma praça, ele era bem simpático. Eles perguntaram onde ficava a casa “ Clementin’s house.” Agradecemos e fomos a nosso caminho.

1 hora depois-

Chegamos no lugar. Era enorme. Não era uma “casa”, era... como uma empresa, gigantesca.

– É. O guarda da praça tinha razão.- Masky respondeu.

– O que ele disse?- Perguntei.

– Ele achou que nós éramos otários por tentar achar uma das maiores empresas da Itália.

–...- Pelo menos o meu palpite de que ela me abandonou sem razão, era verdade.

– Tá, mas como a gente vai falar que estamos com a Malennie, e se é que vão lembrar que ela é filha deles?

– Hum... Poderíamos entrar na recepção, e falar sobre a estória da Malennie.- Phillip respondeu.- Mas... Nós não sabemos a estória dela...

Todos olharam pra mim com um sorriso.

– TÁ, eu tenho que fazer tudo nesse caralho!

Eu entrei na frente e todos foram atrás. Uma moça loira, alta e de roupas pretas me olhou de cima a baixo, ela carregava contra a barriga uma prancheta. Eu fui pra perto deles.

– Vocês sabem que eu não sei italiano!

– Tá, a gente fala.- Alice respondeu.

Eu me sentei numa cadeira junto com os outros. Eu não ouvi a conversa mas a reação da moça foi uma das mais estranhas que já tive na minha vida. Ela não olhava fixo para Alice. Olhava pra mim, e de repente, ela deixou a prancheta cair, e tapou a boca. Ela saiu correndo para um corredor extenso e voltou rapidamente sorrindo pra mim.

– A senhora está pronta?- Ela sorriu segurando a minha mão, me ajudando a levantar.

– Você...

– Fala inglês? É. Sabe, pra entrar na empresa da sua mãe você precisa saber no mínimo 3 línguas. E ela priorizou inglês, por causa de você.

– Ela?- Soltei a minha mão da dela.

– Sim, a Ms. Jackson Clementine.

Nós entramos em um elevador espaçoso, porém não deixou Jane ou os outros entrarem.

– Eles não podem vir comigo?- Disse.

– Não. Ms. Clementine não gosta de muitas pessoas.

– Tá, mas, porquê?

– Logo saberá. – Ela bagunçou meu cabelo, e paramos em um andar com uma espécie de casa.- Bem, ela pediu para você entra no terceira porta a sua direita. Não posso passar aqui sem ordens, mas logo voltarei pra te buscar.

Ela apertou o botão do elevador e as portas fecharam. Suspirei e olhei pra frente.

– Essa é minha chance, e eu não vou estragar tudo.- Disse caminhando e ficando enfrente a porta.- Não hoje, não agora.

Abri a porta e era uma sala, grande com várias coisas. Ouvi alguém me chamar.

– Hum?

– Aqui!- Apenas segui o grito e encontrei uma mulher, em um quarto pequeno, deitada em uma cama cheia de cobertores. Ela parecia ter uns 30 anos.

Dei um passo pra trás e fiz uma cara de espanto.

– Oh, finalmente te encontrei! EU ESPEREI TANTO POR VOCÊ, QUERIDA!

– Q-querida?

– Bem, sei que não é algo muito receptivo, e que você já deve ter acostumado com os seus pais bastardos.

Meu sangue esquentou.

– Pelo menos eles nunca me abandonaram.- Eu disse sorrindo.

– Oh, vejo que puxou o lado do seu pai.- Ela disse em um tom baixo.- Pobre homem...

– Bem... Eu não vim aqui por muito papo. Tenho muitas coisas melhores. Tenho perguntas pra você.- Disse chegando um pouco mais perto.

– Adeline me disse que minha filha estaria aqui, não uma senhora querendo questionar minha vida, ora bolas! Mas, tudo bem, eu também tenho perguntas pra você.

– Perfeito.- Eu disse.- Vamos lá. Qual é o seu nome?

– Ms. Jackson Clementine.

– Não-não-não. O nome, não os seus títulos.

– Espertinha.- Ela se sentou na cama com um pouco de dificuldade e sorriu.-Elisabeth. Ou Elisa. Mas, prefiro que me chame de mãe.

– Desculpa mais, acho que já peguei o costume de chamar a minha mãe “ BASTARDA”, de mãe.

Ela deu tapinhas do lado da cama, para que eu sentasse. Me sentei e ela me olhou.

– Qual o nome do meu pai, e onde diabos ele está?

– É, seus novos pais te deram muito respeito, em? Bem, ele é brasileiro. Nome dele é Daniel, e ele...- Ela suspirou, e olhou pra baixo, aparentemente quase chorando.- Teve um câncer maligno e acabou morrendo. Eu digo que ele é o seu anjo da guarda, pois...

– Não. Eu tenho o meu pai, e te garanto que ele pode ser o meu anjo da guarda.

–... Okay. Então, o que te trouxe até aqui, querida?

É o momento. A minha estória é como uma montanha-russa. De altos, e baixos, revira-voltas e as vezes, fica de ponta cabeça. E o que um dia já foi uma trilha enorme, ela acaba, agora.

P.O.V Jeff-

Eu estava em um avião. Uma blusa preta com capuz cobrindo o rosto. Daqui a 15 minutos eu desceria. Smile estava em outro vagão, tentando se socializar com os outros cães e animais... Espero.

“ Atenção senhores e senhoras, nós iremos...”

Eu parei de ouvir porque era a mesma coisa que antigamente, quando entrei no meu primeiro voo para Pierce. Nostálgico, devo admitir.

Um tempo depois-

Eu estava na frente do endereço. A pergunta que você está se fazendo provavelmente agora, é “ como você arranjou o endereço?” Bem, eu não sou idiota, e antes de sair de casa peguei com a Lena. Posso parecer retardado nessa estória, mas continuo sendo um assassino, e tenho as minhas estratégias. Eu entrei lá, batendo os pés, quando vi a Jane ela ficou assustada. Ela, Phillip, Masky e Alice estavam conversando. Uma garota me parou na recepção, mas Jane fez um gesto para que eu passa-se.

– Minha senhora ele não pode entrar ali! Se a Ms. Clementine descobrir, que eu deixei, ela me expulsa daqui!

– Não se preocupe, garantiremos que nada acontecerá.- Jane disse.- Mas... Só pra garantir, vou ir junto.- Ela acelerou o passo, e eu também o fiz. Ela sempre foi um pouco mais rápida.

Ela entrou no elevador, e apertou o botão mais rápido e forte que podia, enquanto via a minha cara ficar mais perto.

– JANETTE NÃO OUSE DEIXAR ESSA PORTA...- A porta se fechou e eu bati a mão na parede.- Fechar!

Eu bati várias vezes no botão, até ver o elevador, entrei nele, e memorizei em qual botão Jane avia batido.

Vi ela correndo no corredor e entrando em um quarto. Fui atrás dela, e a casa estava em silêncio. Caminhei um pouco e ouvi pessoas conversando.

Quando cheguei Jane estava com uma cara de preocupação, e Malennie surpresa.

– JEFF!- Ela gritou e correu até mim me abraçando.

– Oi Annie.- Eu disse bagunçando o cabelo dela. Abracei ela, de modo que minha boca ficasse perto de seu ouvido.- Você está fudida quando chegarmos em casa, fique avisada.

Ela engoliu o seco. Olhei para Jane com o olhar profundo.

– Você também, e se lembre, que se você fez algo de ruim pra Malennie, tu tá mais fudida ainda.- Eu disse um pouco mais baixo.

– Sabe, o que é mais estranho minha filha, é que o rosto de seu pai é familiar, e parece até fresco em minha mente!

Eu não tinha reparado na mãe dela. Quando olhei pra ela tive a maior surpresa da minha vida. Eu pensei que ela... Não. Como ela estava aqui? Ainda bem que ela não se lembra de mim, pois se lembrasse, eu já estaria bem encrencado.

– N-não te conheço minha senhora.- Quando eu disse ela se levantou e apertou o resquício de minhas bochechas.

– Ah, mas eu acho que eu te conheço sim! Só deve fazer muito tempo... Será que você era um filho de uma vizinha minha?- Ela disse em um tom baixo, com a mão na frente. Ela parecia maluca falando sozinha.- Não, não, eu não estava grávida nessa época. OH! Onde estávamos Malennie?

– Como fui parar naquele orfanato, que por sinal era uma bosta?- Ela disse de braços cruzados. Ela parecia uma adulta naquele momento, não parava para piscar. Acho que faz parte do sistema.

– Bem.- Ela pegou ar e começou.- Seu pai sempre foi muito idiota. Mas, era o idiota que eu amava. Eu trabalhava em uma empresa de jornal, o que era bem legal, eu amava fazer o que tinha que investigar. Eu era do setor de casos de assassinatos, sociopatas da classe alta, e de tudo mais bizarro no mundo. Até que um dia, eu achei um caso, que me surpreendeu.

“ Tô fudido.” Eu pensei. Ela continuou normalmente.

– Era sobre uma mansão. Ela simplesmente estava vazia, porque a família foi morta brutalmente. Mas não por um assassino, vários. Só que nem um deles foi encontrado... Até o dia em que eu recebi a mensagem. Nessa época eu já era casada com seu pai, e já estava grávida de 3 meses, mas eu insisti, para continuar trabalhando, pois eu não faria muito esforço escrevendo em um caderno, tirando fotos ou coisas do gênero. Mas, voltando. Eu estava no caso a muito tempo, e faltava poucos passos para encontrar pelo menos um, dos assassinos, até que eu cheguei em minha casa, e ela estava completamente coberta de sangue. Uma das paredes, escrita em sangue, estava “ BEM-VINDA AO JOGO”, e embaixo uma nota de papel escrito “instruções.”, o que era realmente estúpido. Eu li, e até hoje memorizei as regras.

1- Não tente ignorar, isso só irá piorar a situação.

2- Não tente continuar procurando o assassino, quanto mais você se aproxima, mais próxima a sua morte chega.

3- Se você continuar, eu vou te achar. Ou pior, ele vai te achar, e te garanto que a sua garotinha não estará segura, muito menos você. A maldição atacará você, e a todos os seus próximos.

Na época eu nem sabia se era garota ou garoto. Então, eu achei que era só uma coisa babaca. Eu continuei no caso, faltava tão pouco, e eu iria me dar bem! Até que eu comecei a sentir dores fortes demais, e a sangrar. Eu sabia que não estava bem, até que um dia, se me recordo bem, um dia antes do seu parto, o assassino apareceu. Ele ria de mim, e falava “ eu lhe avisei.”, várias vezes. Á noite, o seu pai brigou comigo, para que eu deixasse você em qualquer lugar, ou ele me mataria ou terminaria comigo. Ele pensava que você era o problema, mas eu sabia que não era! Eu podia cuidar de você, tinha dinheiro, tinha tudo, mas ele não deixou. Eu chorei, tanto naquela noite. Eu algumas horas antes, pedi para que um senhor de idade do bairro, moldasse a letra “M” em um medalhão de ouro que eu tinha. Eu tive você, e aí, fui pra Pierce. Mas, eu tinha um sentimento que você não era uma criança normal. Seus olhos eram negros, você quase não chorava, e as vezes... sorria. Eu coloquei o cordão, e... te deixei lá. Uma mensagem me chegou “ Você será perdoada. Teremos certeza de que a garota estará bem.” E... uma foto sua. Eu guardo-a até hoje. Bem, depois de uma depressão, criei essa empresa, perdi o seu pai, e tenho dificuldades pra andar por causa do seu parto. Mas... eu, ainda me recordo do rosto do assassino.

Um silêncio enorme ficou na sala, enquanto Malennie ficava parada. Respirando pesado, sem piscar os olhos.

– Me diz como ele é?- Ela disse chorando.

– E-eu não me recordo bem. Mas... Ele tinha os cabelos negros, um sorriso largo, pele pálida e...

Ela caiu no chão tapando os ouvidos. Ela balançava a cabeça negativamente.

– ... Por favor que não seja você.- Ela disse olhando pra mim, e eu dei um passo pra trás.

– A-annie... Eu.- Ela se levantou e apontou o dedo pra mim.

– EU SÓ QUERIA SER NORMAL. Eu podia ser uma criança saudável, e feliz. Mas você. Eu pensei que poderia confiar em você. Porquê?

De repente, a mãe de Malennie me olhou com os olhos esbugalhados.

– Ai meu deus... É ELE!- Ela gritou caindo e apontando pra mim.

– Ai não...- Eu peguei o braço de Malennie, e a coloquei em meus ombros, puxando Jane junto.

Ouvia a moça gritar em italiano “ seguranças!”

Descemos as escadas correndo, e vi Masky, Alice e Phillip sem perguntar, indo junto. Malennie batia nas minhas costas com força, para que eu a soltasse mas eu continuei correndo. Fomos pra uma viela, e ficamos lá por uns 15 segundos. Eu soltei ela, e já tinha começado a dar socos repetidamente em meu estômago.

Segurei sua cabeça com a mão e a afastei.

– EI, EI. PARA!- Eu disse sussurrando.

– COMO?! Ignorando o fato de você ter causado TODA essa merda de vida que eu tenho!

Eu abaixei a cabeça.

– Desculpa. Se eu fui o único a te dar ouvidos. Desculpa. A te proteger de Zalgo. Desculpa. Por te salvar da Jane. Desculpa. Por tirar a loucura de sua cabeça. Me desculpe se sou tão inútil pra você.

Ela não respondeu e continuou com a cara de raiva.

– Acho que eles já foram.- Jane disse.

– Então vamos até aeroporto.- Phillip disse, e começamos a caminhar.

O percurso inteiro, o voo inteiro, e até a caminhada pra casa, Malennie não falou comigo. Ela simplesmente ficou quieta.

– Então, é isso. Tchau gente!- Alice disse.

– Obrigada por tudo.- Jane disse colocando a mão no ombro de Malennie, dando tapinhas.

– Tchau Malennie!- Phillip disse empolgado, sorrindo. Ela apenas acenou. Seca.

Ela pegou a mochila dela que Jane estava carregando, e subiu.

– Quer que eu vá falar com ela?

– Não. Se ela quer dar uma de garotinha crescida, que ela o faça.

De repente, a casa ficou um silêncio. Nem um barulho, ao menos dos relógios. Eu e Jane estremecemos no mesmo momento.

– Você também?- Eu disse cruzando os braços e me encolhendo um pouco.

– Sim. Mas está fazendo sol!- Ela disse apontando pra janela.- Isso só pode dizer alguma coisa.

Nos olhamos por um momento, e engolimos seco.

P.O.V Malennie-

Acho que fui dura demais. Mas o que eu iria fazer?! Ele deveria ter me falado antes de eu criar um laço familiar com ele. Mas talvez eu fosse muito dura. Mas ele também foi. Isso é muito confuso. Sabe, quando você tem que olhar para os dois lados, mas os dois parecem ser positivos? Minha vida é formada disso.

– Deveria me desculpar.- Eu disse em voz alta.

– É, deveria.

– AHHHHHHH...Ah.

– Me desculpe te assustar desta forma de novo, Ms. Jackson.

– Meu nome não é esse.- Eu disse séria.- É Malennie Dahmer Woodh. Você sabe disso.

– Está bem. Vá se desculpar!

– Sério, sem conselhos?

Nope. Vai...

De repente eu ouvi um barulho muito alto, vindo da parte debaixo da casa. Me levantei rápido e Smile me seguiu.

– Pai? Eu... Queria falar com vocês.- Eu disse alto.- Mãe?

Nada me respondeu. Quando dei um passo a frente, senti alguém, me abraçar e me segurar forte, e com uma mão apertar a minha boca, não deixando eu gritar. Smile estava latindo alto. Senti um grande impacto na minha cabeça, e tudo ficou preto.

[...]