Adotada Pela Loucura

Capítulo 44- Qual o seu, ponto fraco?


Eu aposto que nem um de vocês deve ter entendido, absolutamente, nada do que escrevi no começo do capítulo. Então, vai ser mais fácil se você ignorar isso, se é que já não fez. Então, como já deve saber, começarei mais um texto do meu diário, a moda antiga.

[...]

Eu suspirei e me sentei na cama. Eu estava cansada, mas tinha dormido no carro, então estava com um pouco de ânimo.

Caminhei até o corredor e desci as escadas, parando em um degrau ouvindo Jeff e Jane conversarem.

– Mas Jeff, olha o jeito que ela falou comigo! Eu acho que nunca vou ser aceita por ela...

" Mas que mentira linda Jane. Fazendo esse circo patético? Ah se eu pudesse contar pra Jeff o que você fez comigo..."

– Deve ser só uma fase. Lembre-se que se não cuidarmos dela, ela poderia contar pra Zalgo, e nos matar. Então tente não ser afetada por isso, e a trate bem.

" Matar... Certo?" Pensei com uma sorriso no rosto.

– Certo. Jeff...

– Sim?- Ele disse aparentemente calmo.

– Você gosta muito da Malennie? Mas tipo... Muito mesmo?

– Sim. Ela é basicamente, minha filha. E pelo menos ela não ferra comigo, ou tenta me matar.

– Então... Se eu fizesse algo que a ferisse, e que poderia deixar sequelas ou ódio de mim... você me odiaria?

– Sim. Pra falar a real eu te mataria.- Ele disse seco.- Porque a pergunta?

– Na-nada...

– Janette. Se. Você. Fez. Algo...

– Claro que não fiz nada! Só estava perguntando mesmo...

– Bom mesmo... mas ainda suspeito de você.

Respirei fundo, tirei o sorriso da cara, e mudei para uma séria, desci as escadas e Jeff começou a me olhar.

– Você dormiu?- Ele perguntou.

– Não durmo em 1 minuto. Óbvio que não Jeff.- Disse ficando na frente dele e cruzando os braços, olhando nos olhos do maior.

– Porque você está desse jeito estranho?

– Que jeito? Nada... estou apenas entediada, olhar pra suas pálpebras é divertido.

– Obrigado. Am...- Ele fez uma pausa não muito demorada.- Que tal um jogo? Mas verbal, não estou com saco para entrar no porão.

– Dê exemplos.- Disse franzindo a sobrancelha.

– Verdade ou Desafio.

– Não, sempre me ferro nesses jogos... Mais um?

– Ponto fraco.- Jeff disse e vi seu sorriso abrir um pouco mais.

Eu desviei o olhar dele e olhei pra Jane, afastada sentada no sofá, irritada. Eu tentei "sorrir" com o olhar, é como uma expressão, e abri um sorriso de canto.

– Como seria esse... jogo?

– Ah, nós Creppypastas fazemos esses jogos em família as vezes. É assim, você precisa contar um segredo, verdadeiro ou não, as outras pessoas que dirão se é verdade ou mentira, se for mentira, quem disse que é mentira pagará um preço.

– Adoraria jogar.

Jane começou a apertar o olhar e passar o dedo indicador na própria garganta, e eu apontei o meus dois dedos para a cabeça, formando uma arma e atirando.

– O.k, então sentem-se.- Jeff disse, e eu me sentei no canto do sofá virado pro quintal.- Alguém viu o Smile?

Senti algo mexendo no meu tênis e olhei pra baixo. Smile estava de novo, mordendo meu tênis.

" Am... agora não é o momento pra isso, certo?" Ele disse olhando pra todos.

" É, vai querer jogar?"

" Pode ser."

" Mas os outros não sabem que você fala..."

" Jeff sabe."

" SÉRIO?! MAS, MAS COMO?!"

" Longa história, vamos logo com isso."

Segurei o mesmo, e o coloquei do meu lado. (N/a: Pra quem não sabe, Smile ainda é filhote e tals... Eu tô manjando que vocês acharam que ele já era adulto né? e.e)

– Quem começa?- Jane perguntou.

– Pode ser o Smile?

– Mas ele não...- Jane iria completar até de repente ficar perplexa e olhar pro cachorro.- Ele falou...comigo.

– É.

– Sabemos.-Jeff completou.

– Eu, a mais tempo que todos vocês.- Disse encostando minha cabeça no sofá.

– A mais ou menos quanto tempo?

– Um ano e... sei lá quantos meses.- Respondi revirando os olhos.- Vamos logo começar, aproveitando que todos ouvem ele. Depois dele é a Jane.

– EU?!

– Sim. Ordem alfabética, só deixei o Smile ser primeiro porque ele tá me devendo essa.

" Mas o..."

" Apenas siga meu plano."

– Tá. Depois o Jeff, e depois...Você.- Ela disse "Você", abrindo um sorriso.

" Eu não vou entregar os pontos...Jane."

" Ah, você precisa realmente lembrar que eu leio tudo que você diz MENTALMENTE!"

" Desculpa... Pode parar um pouco então?"

" Tá, eu vou me afastar um pouco de você." Ele disse, indo mais pro outro lado do sofá.

– Eu vou ter que fazer esse jogo, mesmo?

– Como ele está falando com a gente... por telepatia? Ele não tá mexendo a boca!- Jane disse.

– Humanos, sempre tão esquisitos... É, claro, Telepatia. Tá, deixa eu ver um segredo ou algo do tipo...Hum... Eu já mordi alguém.

– Ah, acho que não...- Disse Jane.

– Já.- Disse Jeff.

– Sei lá.

– Você não pode responder sei lá...- Jane disse.

– Tudo bem, conta como um... não.

– Tá, quem acertou?- Jeff disse.- Provavelmente fui eu, porque que demônio em são, nunca mordeu alguém...- Ele disse baixo.

Smile revirou os olhos.

– É, Jeff ganhou.

– Ah que droga.

– De um jeito ou de outro ele iria ganhar.- Eu disse.

– Ela têm razão.- Ele disse sério.- Mas o problema... É QUE EU ESCOLHO O CASTIGO DE VOCÊS DUAS!

– Isso é ruim?- Disse olhando pra Jane.

– Só te digo uma coisa, Vai.Dar.Merda.

– Vocês vão ter que fechar os olhos, e eu darei um doce a vocês... vocês terão que adivinhar que doce é.

– Ah, não parece tão ruim.- Disse vendo ele se levantar e ir até um armário da cozinha, e pegar dois panos. Eu fechei meus olhos e senti ele amarra o pano em mim. Ele deve ter feito o mesmo com Jane, e ouvi ele se sentar, e abrir algo.

– Façam conchas com suas mãos.

– O.k- Jane disse.

Eu fiz e senti algo macio, com a textura de um Marshmallow.

– Por favor Jeff, não tenha me dado um doce que me faça vomitar...- Jane disse.

– Você só vai saber se você tentar... podem colocar na boca de vocês, boa sorte.

Eu coloquei na minha boca e mordi, senti algo azedo, amargo, e que queimava minha língua.

Eu cuspi tudo em um gesto de desespero, e comecei a passar minhas mãos na minha língua, tentando tirar todo o doce, retirei a venda e fiz uma careta.

Jane ainda estava com a venda, e mastigando, feliz.

– Isso é... Gummy.- Ela disse engolindo.

– ISSO É HORRÍVEL!- Eu disse.

– Horrível pra você. Quando se vira Creppypasta, precisa comer isso em forma de honra, e promessa de ser servo de Zalgo. Mas ele dá uns sacos desse doce, que é bom. Basicamente, quando um humano experimenta, é horrível, mas pra uma Creppypasta é ótimo.

– Tipo, têm gosto do que isso, pra vocês?- Eu disse.

– Hum... eu esqueci o nome... É um doce italiano. Sei lá o nome...

– Marzipan?- Eu disse.

– ISSO.- Ele disse colocando uns 5 daqueles na boca.- Como sabe disso? - Ele falou cuspindo.

– Sou Italiana. Você leu minha ficha e não viu minha origem certo? Enfim, cheguei no orfanato com...quase um ano. Lembro que comia isso.

– Ah, que ótimo.- Jane disse tirando a venda.- Agora ME DÁ ESSE GUMMY JEFFREY!

Ela pulou em cima dele e começou a puxar a lata dele, e ele o mesmo. Smile e eu nos entreolhamos.

– ISSO É MEU POR DIREITO!- Jeff gritou.

– MAS EU QUE PEGUEI DA ÚLTIMA VEZ!

– NÃO IMPORTA, EU QUE PEGUEI JANE, SAI!- Ele puxou o pote e se virou de costas pra ela, Jane continuava tentando pegar o doce.

– NÃO VOU DESISTIR, GUMMY É MELHOR QUE NUTTELA JOVEM ME DÁ ISSO!

Eu me levantei.

– Como ousa falar que essa COISA, é melhor que NUTTELA?!

Eu me aproximei dos dois e tentei separa-los, empurrei Jane pra um lado e tirei o pote da mão deles.

– NADA DE GRUDE PRA VOCÊS!

– É GUMMY!- Jane gritou.

– NÃO IMPORTA, SÁ PORRA GRUDA, E É ESTRANHA. Não quero vocês comendo isso!

– Tá, que coisa.- Jeff disse colocando o resto do doce que tinha, na boca.- Famo confinuar.- Ele disse com o doce todo na boca, quase caindo.

– Jane tua vez. - Eu disse.

– Tá... Am... vamos começar com um fácil.- Ela disse olhando pro joelhos, apertou os olhos e respirou fundo.- EU TENHO ALERGIA A PANQUECAS.

– O...que?- Eu disse.- How This is Even Possible?!

– ISSO É HORRÍVEL, VOCÊ NÃO DEVERIA ESTAR NESTE MUNDO, SUA VIDA É UMA MERDA!- Jeff disse.

– VOCÊ... NÃO PODE SER. Como isso é possível?! COMO?!- Eu disse me encolhendo e balançando.

Jane revirou os olhos e olhou pra nós dois.

– Dá pra pararem de drama e responderem logo?

– O.k- Disse Jeff voltado ao normal.

– Tá, tudo bem.- Eu disse me levantando e sentando no sofá.- Eu acho que... sim.

– Eu acho que não.- Jeff disse.- Sei lá, a gente se conhece faz tempo mas nunca dei uma de doutor e perguntei sua ficha média.

Eu bati minha mãe na cara e a esfreguei na minha cara.

– Tá bem...- Eu disse.- Mas como vamos comprovar isso? Tacando panqueca na cara dela?

– É uma boa.- Jeff disse.

– Eu aprovaria, mas se o nível de alergia for grave, ela pode morrer. Então a fazer experimentar, também pode ser.

" Não seria tão ruim se ela morresse..." Disse.

" Também acho. Mas espere, um dia você tenta." Disse Smile me encarando.

– Mas... se ela experimentasse também não a mataria?- Disse sorrindo pra Jane.

– Meu nível não é alto, e existe um remédio pra isso.- Jane disse cerrando os olhos e apertando as mãos.

– ÓTIMO. PANQUECA NA CARA!- Disse Jeff levantando os braços feliz.

– PANQUECA NA CARA!- Eu gritei fazendo o mesmo.

Eu e ele olhamos pra Smile, que rebateu o olhar revirando os olhos.

– Yeey, panquecas na cara... Infantis.

– Pelo que eu saiba, você é o filhote aqui.- Disse fazendo gestos com as mãos.

– Tá, tanto faz, sou mais inteligente que todos vocês juntos.

– E fofo.- Eu disse.

– E assustador.- Jane disse em seguida.

– E um demônio meio cachorro que fala, e sabe fazer altas macumbas.- Jeff disse. - Mas enfim, eu tô com preguiça de fazer panqueca...

– Sério mesmo que eu vou ter que fazer?- Disse olhando pra ele, com preguiça.

– Yep.- Ele disse fazendo um "positivo" com as mãos.

– Tááá.- Disse me levantando e indo na cozinha.

[...]

Depois de fazer as panquecas eu as coloquei na mesa na frente dos sofás e Jeff pegou uma e saiu do lado dela, se sentando do meu lado.

– Quando vocês disseram que iriam fazer isso, não achei que era verdade...- Jane disse se encolhendo um pouco.

– Mas é.- Jeff disse pegando impulso com o braço e tacando a panqueca na cara de Jane, que ficou se "arrastando".

Eu comecei a rir de tudo. Da cara de Jane, da panqueca no colo dela, de Jeff fazendo um O.k pra ela.

– Sua vez Malennie. Não pode jogar saindo do sofá.

– Tá...- Disse parando de rir e pegando a panqueca. Eu joguei ela e Jane desviou dela.

– HAAAAAAAAAAAAAAAAAAAM, ELA SE AFASTOU, NÃO VALE!

– AH, QUAL É, VOCÊS TÃO TACANDO PANQUECAS EM MIM E ESTÁ RECLAMANDO?!

– JANE NÃO VALE SE MEXER!

– VALE SIM, PANQUECAS CARA! PANQUECAS CARALHO!

– SÓ DE RAIVA... MALENNIE TACA AS PANQUECAS NA CARA DELA JUNTO COMIGO!- Jeff gritou e começou a jogar várias delas, Jane tentando proteger o rosto e eu tentando não rir tanto, tacando as panquecas.

– Jeff peraí!- Eu disse.

Fui na cozinha, abri a geladeira e tirei a nuttela. Chacoalhei o pote e Jeff abriu mais o sorriso.

Peguei uma faca e me sentei do lado dele, abrindo o pote e passando a nuttela nelas. Jane estava paralisada, olhando aquilo, de olhos arregalados.

– Vocês estão de zoeira...

– Não.- Eu disse olhando pra ela e tacando a panqueca, que ficou grudada por um tempo e caiu no chão. Jane lambeu a Nuttela da sua bochecha.

– O.k... vocês que pediram...

Ela se levantou e pegou algumas panquecas as tacando. (N/a: Mas que desperdício é esse?!)

– Guerra de comida... Típico de mortais.- Ele revirou os olhos e foi até a escada, se deitando.

– AI MEU OLHO MERDA!- Disse Jeff com uma panqueca na mão.

– Deixa eu ver.- Eu disse, o olho dele envolta estava coberto de Nuttela.

Eu comecei a rir e senti algo bater em minhas costas. Quando olhei o máximo que conseguia tinha nuttela esparramada nela. Olhei pra Jane, que estava jogando a panqueca pro alto e pegando de volta.

Continuei tacando e acertando as vezes, Jeff caído no sofá, tentando tirar a nuttela de seu olho, e Jane com nuttela na cara.

A guerra continuou assim por um tempo até as panquecas acabarem. Jane com a cara e o braço direito lotado de borrões de nuttela, eu com as pernas e um pouco da testa, e Jeff com os olhos, sorriso, e moletom.

Eu olhei para minhas roupas.

– Bem... acho que é agora, o momento pra tomar banho.

– Concordo.- Disseram em coro.

– MAS EU TOMO PRIMEIRO!

Eu corri pra escada e pulei alguns dos degraus, correndo pro meu quarto, pegando trouxas de roupa, e me trancando no banheiro.

Depois de tirar toda a sujeira, Nuttela, do meu corpo, me troquei e desci com o cabelo ainda molhado. Jane entrou no banheiro logo depois de mim, e Jeff estava com um pacote de bolacha (N/a: Para todos os cariocas, é BOLACHA, não BISCOITO. BISCOITO, não têm FUCKING recheio, e BOLACHA TÊM!)

– Quer uma?- Ele disse sentado no sofá.

– Sim.- Eu peguei uma, e me sentei do lado dele.

Ficamos em silêncio por um tempo.

– Sabe... desde que comecei a ser assassino, sempre parava pra pensar em sangue, vítimas e não tinha diversão... E eu fui crescendo assim... até você aparecer, me meter em cada merda de loucura e...-Ele parou e olhou pra mim.- Trazer um pouco da felicidade, que eu tinha antes e não consegui aproveitar muito.

– Own...- Eu disse apertando o resto da bochecha dele.- Você está sendo extremamente gay comigo. Stop it.

– Tá... que horas são?

– Hora de aventura?- Eu respondi sorrindo.

– Não merda, as horas mesmo.- Ele disse chacoalhando meu cabelo.

– Hum...20:45.

– Tá... Daqui a pouco você vai dormir entendeu?

– Porquê?!- Eu disse boquiaberta.

– Porque a gente vai fazer compras amanhã e você vem comigo.

– PORQUE EU?!

– Porque a Jane quer levar o mercado todo. Agora quer mais bolacha?

– Pode ser pai.

Ele olhou surpreso pra mim e eu o abracei, comendo a bolacha e me aconchegando no sofá.

[...]