Adotada Pela Loucura

Capítulo 28 - Eu te odeio / Eu te amo.


" Boa hora para o Smile me deixar na mão. Droga! "

Eu pensei, enquanto caminhava e segurava minha lanterna desligada. Eu achei uma pequena porta de madeira desbotada, e a levantei, e encontrei um lugar escuro, com um cheiro forte. Como imaginei, aquele é o porão. Sempre em filmes, a parte mofada, escura, e enfestada de insetos, é o porão. Apenas caminhar não iria ser a coisa mais legal do mundo. Eu queria que fosse em um filme. Menos eu sendo a mocinha ingênua que vai com o psicopata, monstro e blá-blá-blá.

Quando eu liguei a lanterna e desci, aquele cheiro de mofo subiu e eu estava ficando zonza por causa disso.

"Calma Malennie, você aguenta o fedor de Jeff o dia todo, isso é fácil pra você."

Eu desci correndo e com os olhos fechados.

Eu bati em uma porta, e comecei a ficar zonza. Aquele cheiro não era algo bom pra mim. Quando bati na porta, tentei me recuperar, e de alguma forma, eu comecei a ouvir Jane, cantando. Logo, eu desmaiei. ( Lena~~ FRACAAAAAAAA!)

Eu acordei presa em uma maca, com uma faixa na boca, e ainda com a testa roxa, graças a porta "invisível". Eu senti algo gelado, e que perfurava o meu pescoço, enquanto ria. De cara, pela voz, e o jeito daquela pessoa se aproximar eu pensei "Já achei a Jane!".

– Vejo que você acordou...- Ela abriu um sorriso e começou a passar o dedo com sangue na minha bochecha, formando um sorriso.

– Hmpf! Hm-hm-hm!

– Hrgh, esqueci dessa merda de lenço!- Ela gritou o arrancando.

– EU NUNCA GOSTEI DE VOCÊ MESMO! AGORA VAMOS ACABAR COM ISSO, E ME MOSTRA ONDE ESTÁ O JEFF!

– Nossa. Vejo que já acordou de bom humor. Ha-ha... Jeff está bem, por enquanto. - Ela rodou a cadeira e a parou com o pé, apontando para um canto escuro da sala.

– Sua...

– Sabe... você se parece muito com ele. Mas posso te falar uma verdade? Você não deveria existir. Sabe, eu te odeio.

– O-oque? - Eu disse.

– Sim, isso mesmo. Eu só te adotei por causa desse panaca, e por causa de meu pai.

– Do que você...

– Cale a boca e me ousa! - Ela disse colocando a faca no meu pescoço de novo. - Desde criança, eu sabia que não era do mesmo sangue, que meu pai. Ele era diferente de mim, mas os costumes iguais. Eu não comentava nada com ele, porque a minha vida com ele, já era ótima. Aquilo depois de alguns anos, começou a me atormentar. Com 10 anos, eu perguntei a ele isso. Ele começou a chorar e me abraçar forte. Ele disse que eu era adotada. Que eu só fui adotada por um problema de coração dele. Eu comecei a sentir ódio dentro de mim, algo queimava. Uma lágrima saiu do meu rosto, e no mesmo instante ele perguntou: "Está tudo bem?" E eu abri um lindo sorriso e disse sim. Alguns meses depois, nós continuamos assim, mas eu continuava com o ódio. Ele morreu, quando eu fiz 15 anos. Antes dele morrer, ele disse para eu formar uma família e ser, feliz. Palavra que eu não consegui cumprir, descobrindo que eu, também tinha esse problema, era hereditário. Então... só por isso eu te adotei. Eu não te amo, eu não ligo para sua existência. Teria ficado totalmente FELIZ se meu pai não pedisse aquilo. Então, Por favor, PARE COM ISSO. Eu não vou te dar atenção. Sabe de uma coisa? Eu finjo que gosto de você, mas por dentro, VOCÊ, É UMA QUALQUER.

– Eu sabia... Que coisa mais feia Jane.

– O que? - Ela disse tensa.

Eu fiz um sorriso e ela continuou focada em mim.

– Shhh... Vá dormir.

Eu só vi Jane caindo no chão. Pela frase, já sabia quem era. Continuava com o sorriso estampado no rosto. Ele retirou as cordas e puxou meu braço.

– Vamos dar uma lição nela? - Ele disse, mostrando a chave.

– Perfeito.

Ele trancou a porta e guardamos a chave.Ele saiu na frente, e eu esperei um pouco. Cuspi, na tampa de madeira.

– Eu também te odeio Jane.

– Você não vem? Amanhã você têm que acordar cedo!

– Por?

– DAAAAAAAR! ESCOLA! - Ele disse e fez um L com os dedos, colocando na testa.

– JESUS CRISTO COMO ASSIM?! - Eu disse impressionada.

– Eu te matriculei he-he. Agora, vai se trocar e direto pra cama.

– Ah, qualé. Eu quase fui morta, e eu tenho que já ir dormir?

– Vai logo. - Ele disse e eu subi. Me troquei, e deitei na cama.

– Posso fazer uma pergunta?

– Sim - Ele respondeu.

– Porque me adotaram? Porque vocês são tão loucos? Eu não podia ser normal?

–Muitas perguntas. Vou só falar uma coisa, eu te adotei porque te amo. – Ele disse.

– O que diabos foi isso? – Eu disse sorrindo.

– Acredite, você é diferente das outras crianças.

– Hum...

Ele estava preste a sair do quarto, eu peguei seu braço.

– Jeff, que guerra você disse que ocorreu em Scary?

– Hum? - Ele me olhou confuso.

– Você disse algo sobre uma guerra!

– Ah, pff. Joguinhos de Zalgo. Ele nos trouxe até Scary, e fez com que a gente comece uma "briga". Todos estavam contra todos, até que quando esta vamos discutindo, ele teve a ideia, " Porque não fazemos uma... Guerra?". E aí começou. Eu fiquei contra Jane, Sally contra Ben, Masky contra Jack , Slender e End Live...E assim vai. Quando um de nós ganhava, ele mudava de adversário. Quando todos estavam no chão, ele só disse: " Tolos mortais. As vezes gosto tanto de ver o caos de vocês... Matam por querer, destroem sem motivo... sem harmonia e felicidade. Quer dizer, a felicidade de vocês, é a matança. E é disso que eu, gosto em vocês..." Foi mais ou menos isso. Você devia ter uns 8 anos no orfanato.

Eu fiquei de boca aberta. Cara, ele aparentava ser tão... legal.

– Ok. Então né... Oque ele queria em mim?

– Você lembra se ele te disse algo sobre as classes? - Ele disse.

– Sim.- Respondi.

– Você são todos. Ele queria uma gota de seu sangue, para poder ter um pouco de seu poder. No começo é assim, na segunda ele pede mais sangue e abre um corte, na terceira já é sua alma.

– Admita, só você que veio me buscar em Scary não é?

– Yep. Jane te odeia por causa do Passado dela e blá-blá-blá.

– Você gosta MESMO de mim?! - Eu movi minha cabeça para trás e comecei a balançar a cabeça como negativo.

– Claro, Afinal é minha filha... Bem está tarde e...

– Sabe, eu não te acho tão otário...- Eu disse em voz baixa.

– ... Shhh, vá dormir.

[...]