Adotada Pela Loucura

Capítulo 22 - Um pouco diferente


" Você sabe como entrar não é? " - Smile disse.

- Pra falar a verdade não. Não prestei atenção quando eles abriram essa coisa... - Eu disse, e tive a leve impressão que Smile revirou os olhos.

" Ah, vai ser mais difícil do que eu pensava! " - Smile ficou perto do tal portal e ficou o encarando. - " Ele vem, ele é oque quer ver o mundo em ruínas. Ele quer ser o dono. Para chama-lo, venha comigo nessa roda. Ele é o que vem atrás da parede, que te observa a cada passo. Você o vê? Você o vê? Ele é Zalgo. Zalgo. "

Aquilo em deu calafrios. Senti como se estive-se vendo minha vida correndo, passando em câmera lenta. Tudo oque eu já senti, e já vivi. Desafios, problemas, sonhos e esperança. Como se... eu estive-se presente de novo em tudo aquilo.

Senti uma ventania, e um vendaval de folhas, um barulho calmo. Fechei meus olhos, e senti uma presença.

" Você está bem? " - Smile perguntou.

- E-e-eu... Não sei... eu posso abrir meus olhos? - Disse forçando eles. Eu me sentia leve...

" Claro... Se sinta..."

Eu abri os olhos.

" Em casa." - Ele continuou.

Eu olhei para mim, e vi que estava com um vestido Azul. Igual ao do meu sonho, mas ainda continuava com o cabelo solto, e com meu tênis.

- Oque?! Eu estou com aquela roupa... - Eu disse.

" Por mim você está bonita. "

- Cale-se. Muito baixo de sua parte falar isso.

" Muito formal de sua parte falar assim. E eu estou te guiando, acho melhor se calar, pois eu posso te mandar para casa de volto, Malennie. " - Ele disse caminhando.

- Tanto faz... - Eu disse acompanhando o seu ritmo.

Eu olhava para os lados, com os meus olhos bem atentos. Se algo ocorre-se comigo e com Smile... Jeff e Jane me matavam, eu era responsável pela casa...

Caminhei pelas folhas secas, me sentindo de volta no sonho. Logo, vi algumas moradias, se é que podia chamar aquelas coisas de... Casas.

" Como você é Humana, vamos ter que chamar Zalgo para deixar você entrar. " - Smile disse.

- Porque? Ele já não sabe de que nós estamos aqui? - Perguntei.

" Digamos que só pessoas especiais têm permissão para entrar aqui. Como sou um demônio eu entro. Você não, teria que ser uma de nós. "

- Como assim uma de nós? Um demônio? - Perguntei chutando algumas folhas, que eram de um tom avermelhado, com laranja.

" Não tecnicamente, você poderia ser um demônio, se você quiser, mas também, dependeria de sua história. Nós temos três categorias para entrar aqui. Demônios, Humanoides e... Psicopatas. "

Algo desceu pela minha garganta, e logo vi uma pessoa se aproximando.

- Quem é você?! - A criatura chegou com um machado.

" Eu sou Smile. Criado por Zalgo, o ser dono deste "mundo" "

- Hum, e quem é essa? Ela é meio humana. - Disse olhando para mim. A pessoa que carregava o machado, era na verdade uma garota. Tinha aparência de ter 17 anos. Cabelos longos e negros, lisos e que iam até metade das costas. Olhos verdes e muito chamativos. Usava também uma roupa com um vestido azul, só que com um pequeno "avental" branco, com símbolos no bolso e manchada de sangue.

- Ei, meia? - Falei estranhando.

- Sim, uma parte sua é cheia de sangue. - Ela disse.

Eu olhei para meu vestido, estava mesmo com sangue. Eu... não lembro de ter matado... alguém.

- E afinal, você têm olhos negros, e eu consigo ver seu ódio. É meia humana, como eu disse. - A garota continuou.

- Ah, enfim. Me chamo Malennie, e vim de passagem para este... lugar.

- Olá Malennie. Seu nome é familiar... e eu me chamo Alice. Prazer. - Ela disse dando a mão. - E bem-vinda a Scary.

- Scary? Esse é nome daqui? - Perguntei dando a mão a ela de volta.

- Sim. Vejo que é novata aqui não? Mas, se quiser, eu chamo Zalgo, para poder ver se você pode entrar. Ou qualquer coisa, eu faço companhia a você, para te mostrar aqui. - Alice disse.

- Obrigada pela oferta. Você poderia o chamar agora? - Perguntei olhando para algumas casas.

- Sim. - Ela começou a andar, e eu a acompanhei, junto com Smile.

"Acha que eu posso confiar nela, Smile?" - Perguntei mentalmente.

"Não sei. Nunca fui de gostar muito das pessoa que vivem aqui."

"Mas você meio que nasceu aqui, não é?" - Perguntei.

"Nasci, aprendi, e decidi ficar na terra. Bem, na verdade foi Zalgo que decidiu isso. Ele me criou para sua família." - Ele disse.

"Ah. Bem, você sabe o porque dessas casas?" - Perguntei.

"Não são bem casas. Algumas são escolas, determinadas e para cada categorias." - Ele respondeu

- Chegamos. - Alice disse ajeitando os cabelos. - Bem, boa sorte e bem-vinda.

- Obrigada, e tchau. - Eu disse vendo ela se afastando.

"Chegamos né... está pronta?" - Smile perguntou.

- Estou... Será que eles já chegaram? - Disse preocupada.

" Acho que sim..." - Smile respondeu.

P.O.V Jeff

- Você acha que a gente vai conseguir matricular ela? - Jane perguntou.

- Hum, não sei. Ela pode matar pessoas ou até ser suspensa. - Eu disse.

- Ah, tanto faz mesmo. Bem... Pelo menos eles vão ver, se podem a colocar.

- Vamos voltar logo para casa? - Eu disse.

- Tá. Só espero que não estranhem sua aparência na hora da escola. - Jane disse fazendo piada.

- Haha, como se eles não fossem gritar por causa dessa sua palidez! Vão achar que você é uma morta, sua coisa feia. - Disse enfrentando ela.- Só vamos logo pra casa. Já foi um saco aquela escola. Me lembra aqueles filhas da puta da gangue...

- Hum. Só pare de pensar essas coisas, e vamos logo entrar em casa?! - Jane disse arrogante.

- Tá. - Disse andando mais rápido até a rua.

Depois de alguns minutos de caminhada, nós chegamos em casa.

- JÁ CHEGUEI MALENNIE. - Eu gritei, esperando algum sinal de vida naquele recinto. - Malennie?

Não vi ela descendo as escadas, ou até saindo do Jardim.

"Ela deve estar nos fundos... Ou quem sabe até no seu quarto, tocando o seu violão, rabiscando, ou sei lá oque mais ela faz."

Eu fui até os fundos e comecei a procura-la.

- Oque ouve? - Disse Jane.

- Eu acho que Malennie fugiu. - Disse como se fosse normal.

- COMO ASSIM?! VOCÊ NÃO ACHOU ELA?! - Jane disse histérica. - Ela deve estar no orfanato... ou quem sabe... na casa do Philip.

- Não, na casa do Philip não está. Eles meio que brigaram. - Disse olhando para os lados.

- Como assim? Achei que eles era amigos ou sei lá.

- Só amigos? Não acha mais nada não?! - Disse o óbvio.

- Bem... só um pouco. - Jane disse passando a mão na nuca. - Mas isso não muda o fato de termos perdido ela! E se a diretora do orfanato vier visitar ela?! OQUE A GENTE FAZ?!

- Primeiramente, a diretora pelo oque ela diz, é uma vadia. Segundo, PARA DE GRITAR, EU NÃO SOU SURDO MERDA!

- Humpf... - Jane bufou.

- Faz assim, você procura na parte de cima, e eu aqui mesmo, ok?! - Disse sério.

- Tá bem.

Ela subiu as escadas e ouvi ela abrindo e batendo as portas.

Onde diabos ela foi?!

Logo eu lembrei da sala. Ela não poderia estar lá... Poderia?

Eu fui ver a porta, e percebi que estava aberta. Oh droga. Ela não podia entrar lá, sem armas.

-... O-o-u... Oh, Jane! Vem aqui... - Disse desesperado com a mão fixa na maçaneta.

- Estou indo! - Jane gritou de lá de cima.

Ela desceu as escadas correndo, e foi do meu lado. Eu olhava aflito para a porta. Ela olhou para mim, e ela logo percebeu oque eu estava pensando.

- Oh jesus. Ela não poderia...

- Mas ela entrou Jane! Agora encare os fatos, ela pode estar morta agora! - Eu gritei.

- Eu tranquei a porta, e outra, se ela estiver viva? - Jane disse adentrando na sala.

- Bem... vamos ter que entrar para ver...

Ela e eu olhamos para o portal, e logo pensamos em pular. Pular ou não... Vamos ter que fazer isso...

[...]