Adotada Pela Loucura

Capítulo 23- Estranho Universo


– Está pronto? - Jane disse.

– Sempre. - Disse sério.

– Okay. Não vai ser nada fácil... lembro da última guerra que ouve lá. Maldito Zalgo... aqueles jogos dele, testando até o máximo de um de nós...

– Você está parecendo um soldado. Pare com isso. E só para te falar, quando acharmos ela tente dar um sorriso para ela ok? - Disse sorrindo pegando minha faca, e passando o dedo nela. Doces lembranças...

– Do que você está falando?!

– Ha-ha, não se faça de sonsa. Eu sei que você odeia Malennie. - Disse olhando sério para ela.

– Não fale merda Jeff. Me ajude com as facas. - Disse ela se virando para a estante.

– Não, não, não, ou você admite que odeia ela. Ou eu mesmo falo isso pra ela. - Disse a empurrando e vi ela batendo as costas na parede. - Fala... Agora! - Disse me aproximando e colocando a faca no pescoço dela.

– Não seja TOSCO! Eu gosto dela. Ela é minha filha... - Jane disse tirando a faca de seu pescoço.

– Ha-ha-ha, você não me engana... quando voltarmos, você vai conversar comigo, Janette.

– Não me chame assim... JEFFREY! - Ela disse brava e pegando com força as facas tiradas de uma prateleira.

Eu fiquei com raiva dela. Aquela deliciosa vontade de matar ela, mas eu não poderia, seria muito pesado para Malennie. Isso não importa agora. Ela, importa agora.

Vi Jane indo para o portal. Ela se apoiou na mesa de madeira, com a cabeça baixa, a faca na mão e soltou um leve suspiro. Eu fiquei olhando ela. Eu sei que Jane não quer ir, mas é obrigada. E se não for, eu vou.

– Humpf... Vamos logo com isso. - Jane Disse -Ele vem, ele é oque quer ver o mundo em ruínas. Ele quer ser o dono. Para chama-lo, venha comigo nessa roda. Ele é o que vem atrás da parede, que te observa a cada passo. Você o vê? Você o vê? Ele é Zalgo. Zalgo.

Senti de novo aquela sensação. Igual a da última vez, Lembranças, pensamentos, sonhos. Aquelas coisas melosas que eu odeio. Eu estava com os olhos fechados, e ficava ouvindo o barulho das folhas secas, voando junto com o vento. Aquilo me acalmava muito... Por mim, poderia ser chamado de remédio.

– Já pode abrir os olhos, otário.

– Hurgh, dá pra parar de encher o saco? Eu só estou aqui por causa da pirralha, depois que acharmos ela, vamos embora!

– Se é que vamos achar! - Jane disse.

– Vamos encontrar. Vamos...

Eu comecei a correr na frente dela. Lá eu me sentia livre, se é que podia dizer isso. Era como-se eu pode-se finalmente, correr, e não ser sei lá, caçado pela polícia... Além do mais, as folhas, o jeito das casas... Tudo era mais... Vivo. Vivo... Uma palavra que não vinha em minha mente a anos... Vivo faz tempo que não me sinto. Para falar a verdade, desde que adotamos Malennie, a casa não é mais aquele silêncio. Eu gosto dele, preciso dele. Mas as vezes... é bom ter companhia dela.

Eu comecei a ir parando aos poucos de correr. Eu estava vendo os recintos, os que não tinham muitas cores, e que fui treinado metade de minha vida. Aprendi até que muito em algumas dessas "escolas".

– Faz tempo que não vejo Scary assim... Sei lá é como se estivesse sem...- Eu disse.

– Vida. - Dissemos em coro.

– Idiota.

– Retardada...Bem,estamos chegando, isso que importa agora. - Eu disse.

– Hum... bem,tirando os pensamentos de Malennie, que tal nós... Apostarmos uma corrida? - Jane disse.

– Olha, é meio infantil de sua parte. Mas se é para vencer você, eu aceito! - Eu falei correndo. Logo vi Jane correndo, ela estava atrás nunca iria me alcançar. Eu disse para ela, eu era mais ágil. Isso tirou totalmente o meu pensamento de Malennie.

P.O.V Annie

Caminhamos bastante. Já estava exausta de ver tanto Vermelho e Laranja no chão.

" Chegamos. " - Smile disse.

– Ah... Finalmente. - Disse olhando para cima. Era um enorme muro de tijolos acinzentados, e com um portão já bem maltratado pelo tempo.

" Vá embaixo daquela árvore, e pegue uma caixa, dentro dela á a chave deste portão. "

Eu saí correndo e achei a pequena caixa. Retirei uma pequena caixa com um cordão. Voltei correndo para o lado de Smile.

Eu destranquei o portão, e vi um grande caminho, com árvores e mais folhas. Oh Jesus.

" Vamos?" - Ele perguntou.

– Sim... só de pensar em caminhar, tenho vontade de me deitar nessas folhas.

" Então, deite-se."

– Sério? Você não vai ficar chateado? - Eu falei alegre.

"Claro que não. Mas você terá suas consequências, como seus pais podem ter percebido que você está fora de casa, e estão aqui, e já-já de acham." - Ele disse olhando para o lado e andando.

– Tá, já entendi que você não quer que eu faça isso. - Eu disse indo para o lado dele. Reparei que ele olhava firmemente para sua frente. Olhava sempre reto. Nada de olhar para a direita, esquerda, ou atrás de-si.

– Por que você não olha para os lados? - Falei estranhando.

"Se eu olha-se para trás, seria como voltar oque não dá para refazer. Como se eu estivesse voltando tudo. E se eu olhasse para os lados, seria sem sentido. Esses outros caminhos ainda não estão abertos para eu me decidir." - Ele falou sério.

– Sábio de sua parte... Sábio. - Novamente o silêncio reina. Eu fiquei pensando em uma música, e cantando ela. Claro mentalmente, se as pessoas ouvissem iriam se sentir Intimidadas.

" Quando eu te vi fechar a porta, eu pensei em me atirar pela janela do oitavo andar. Onde a dona Maria mora, porque ela me adora, e eu sempre posso entra. Era bem o tempo de você chegar no "T", Olhar no espelho, seu cabelo, falar com seu Zé. E me ver caindo em cima de você, como uma bigorna, caí em cima de um cartoon qualquer e aí? " - Até que eu fui interrompida.

" Lembre-se que eu ouço. Não sou surdo. "

" Ah, foi mal esqueci." - Disse passando a mão na nuca.

"Tudo bem. Sabe, até que você canta bem. Só achei a letra muito... melosa." - Ele disse.

"Eu só canto porque é de uma cantora que eu gosto... Mas foi mal, vou ficar em silêncio."

Caminhamos um pouco mais. E eu continuava pensando em toda a minha vida, como se fosse um filme. Pensava oque estava acontecendo ao meu redor, oque iria acontecer a todos que eu amava. Bem, se é que eu amo alguém. Nem meus pais... Ah, isso não importa.

" Chegamos. Está pronta?" - Smile olhou para mim, e olhou de volta para frente, onde avia uma mansão bem velha.

– Acho que sim. - Disse engolindo seco.

Nós fomos para o caminho da mansão. Lá, aviam duas sombras, talvez como guardas. Smile apenas entrou,e eu o acompanhei.

" Apenas faça oque eu mandar, e converse comigo só pela mente ok?" - Ele disse.

" Está bem!" - Eu respondi.

Entramos em um espaçosa sala, dois sofás e quadros da idade média. Quem ainda os guardava?

– Quem está aqui? - Uma voz grossa e um pouco rouca disse.

Logo vi a criatura descendo. Era mais ou menos uma sombra, e com os olhos brancos.

– Ah, Smile. Meu pequeno, como vai? E oque a escolhida faz aqui? - Perguntou confuso.

" Eu voltei por causa dela mestre. Ela precisava se esconder."

– Mas, exatamente do que? - Ele perguntou.

– Bem... - Eu disse - De meus pais. Eles querem me colocar numa escola, no mundo real. Parece bobeira fugir da escola. Mas tenho um sentimento ruim sobre isso.

– Entendo. Mas, que tal enquanto você se esconde, treinar um pouco? - Ele disse estendendo a mão.

Eu olhei Smile, e ele balançou a cabeça. Eu segui a criatura, e ele me mostrou uma daqueles casas, do começo deste estranho universo.

– Bem, aqui existem várias casas, ou escolas. Casas para quem treina, e vive aqui. Escolas, para certos tipos. Assassinos, Humanoides e demônios. Eu só posso te mostrar um pouco delas. Enquanto você não tiver uma classe, você não poderá estudar sobre cada uma delas.

– Está bem. Qual vai ser a primeira? - perguntei curiosa, e vendo algumas pessoas lutando, mirando, atirando.

– Assassinos. Aqui ficam metade de meus pequeninos. Eles treinam, para que um dia, em seu mundo minha pequena, eles possam ser imbatíveis. Mas aqui, eu dou várias vítimas para eles, para assim, treinarem mais.

– Entendo. - Eu só observava com atenção.

– Este setor, é o de mira. Com Arco e Flecha. Mais para frente com armas. Você quer treinar com qual antes?

– Arco e Flecha. - Disse certa. Eu adorava aquele instrumento. Dependia de seu temperamento.

– Você sabe como atirar certo?

– Sim. - Respondi.

Ele me deu um Arco e Flecha, e eu mirei, coloquei o restante da flecha, apoiado na parte de baixo de minha boca, e mirei no alvo. Atirei, e por um segundo não atirava certo, até ver que Zalgo, queria me puxar para o outro setor.

– Você é boa. Desculpe te atrapalhar mas, quero lhe mostrar tudo, aproveitando que seus pais não estão.

" Como assim " seus pais não estão" ?" - Disse em minha mente.

"Eu também não entendi. Apenas continue caminhando, e veremos no que dá."

" O.k." - Respondi.

P.O.V Jeff

Eu e Jane paramos de correr. Ela se jogou no chão, eu me segurei em minhas pernas.

– GANHEI! - Gritei.

– Isso... Não... Importa...- Disse ela cansada.

– Sou foda, admita.

– Fique quieto. - Ela se levantou e caminhou mais um pouco, me deixando para trás.

Ela olhou para frente e viu o grande muro acinzentado. Ela correu para uma árvore que estava ao lado e se sentou.

– ... Jeff. Vem Aqui! - Ela gritou e eu vim correndo para o seu lado. Ela olhou para mim, e ficou encarando por um tempo. Logo me mostrou que em suas mão avia uma pequena caixa aberta.

– Ela está...

– Perto. - Jane continuou a minha "frase." Ela se levantou e correu um pouco. Ainda bem que estamos perto de Malennie. Ainda bem.

[...]