Adotada Pela Loucura

Capítulo 19 - Histórias de cada um.


Ah, legal. Eu cai num sono. Primeiramente pensei: "Será que estão acordados?" Depois pensei: "Vão me matricular em uma escola né? Que droga.". Eu nunca gostei muito de fazer novos amigos, só quando era obrigada.

Mesmo assim, sentia que se fosse para a escola, algo iria mudar minha vida... completamente! Não, nada de amiguinhos, grupinhos de garotas, bully, nada disso que outras pessoas falam. Eu apenas acho, que minha vida vai mudar lá.

Eu me espreguicei, e levantei indo para o guarda-roupa. Peguei uma calça jeans, e uma camiseta preta. Coloquei meu All Star, e desci.

- PARA COM ISSO SEU DOIDO!

- NUNCA! VOCÊ COMEÇOU!

- AAAAAAAAH!

- VIU?! ISSO QUE DÁ ME ENFRENTAR!

"Mas o que está acontecendo?!", eu pensei. Desci e vi Jeff em cima de Jane apontando uma faca para seu pescoço.

- O-oque está... havendo? - Perguntei assustada.

- É uma longa história. - Jeff respondeu saindo de cima dela, e como se estive-se limpando se, passou a mão em sua blusa.

- É, uma longa história. - Jane repetiu, sentando se no sofá de se conformando, acho que era uma briga que tiveram. Provavelmente ela perdeu.

- Eu acho que já entendi Jane. - Disse indo em direção a Jeff.

- Caramba, como sabe meu nome?! - Ela perguntou surpresa.

- Talvez, porque eu seja um ser pensante, ou, quem sabe, eu tenha ouvido Jeff falar, ou talvez, eu apenas saiba mesmo. - Respondi irônica.

-Engraçadinha. - Jane cruzou os braços e se levantou.

Comecei a encarar Jeff, percebi que tinha sangue seco na boca dele, caramba, aquilo era meio... estranho. Ainda me questiono o porque da boca e pálpebras desse jeito. Igualmente a Jane, com a pele pálida e olhos negros.

- Para de me encarar encosto! - Ele disse me empurrando.

- Encosto o caramba! - Repeti avançando.

- Tanto faz, quer comer algo? - Ele disse indo para um armário, depois para a geladeira.

- Qualquer coisa está bom. Não sou de escolher.

- Legal mas, não lembro de ter perguntado. - Ele disse tirando da geladeira suco, e pegando um copo.

- Tô rindo muito palhaço. Agora... e sobre ontem?... Eu... vou mesmo para uma escola? - Eu perguntei meio séria.

- Sim, nós já escolhemos. Você vai pra escola porque... ter uma filha burra é chato pra caralho. - Ele disse me entregando um copo com suco.

- Droga, conhecer pessoas novas... Ser gentil, com algumas pessoas não é meu estilo. - Disse bebendo o suco.

- Eu também não gostava mas... Ah, eu não preciso de contar minha história. Preciso te conhecer antes. - Ele disse pegando outro copo, e bebendo suco colocado nele.

- Nossa. Era só pedir. Já ouviu essa palavra? Pedir? - Perguntei olhando pra ele surpresa.

- Hum, tá. Eu vou te dar um tempo para fazer isso. Vai começa aí. - Ele disse pegando seu copo, e sentando.

Eu me aproximei, e sentei ao seu lado.

- Bem, como deu para perceber eu não sou nada gentil e dócil. Eu nasci já sem pai e sem mãe. Só tenho uma lembrança dos miseráveis, que por sinal me abandonaram. Nasci, e vivi boa parte de minha vida no orfanato, que se chamava "O canto do céu", mas eu dei o apelido de "O pedaço do inferno". Acho que graças a isso, não sou uma daquelas mimadas que passa maquiagem, e parece um palhaço. No orfanato, eu era quieta, e anormal. A única garota, que eu confiava era Alicia. Minha primeira melhor amiga. A pessoa que eu não gostava de lá, eram... As enfermeiras, as médicas, professoras, chefes, e... a Stephany, filha de uma das médicas, enfermeiras, sei lá. Ela morava lá graças sua mãe, que tinha o emprego. Ela podia ser igual a gente, mas queria tudo de nós. Ela se exibia por ter mãe, e pai. Eu e ela, nos odia-vamos, ela quebrava coisas, e colocava culpa em mim. Claro, todos com ela, pois ela ameaçava. Enfim, eu a quase matei em uma dessas situações, quando ela prejudicou a mim, e a adoção de Alicia. Eu senti meu sangue borbulhar, e eu quase a matei. Mas agora, eu fui adotada por vocês, que são melhores do que meus antigos pais.

Vi Jeff fingindo estar dormindo, e parecendo que estava acordando.

- Ahn, ahn? Oque aconteceu? Nossa que história sofrida... - Jeff disse esfregando os olhos e dando um gole no suco.

- Seu panaca. Tá, agora me conte sua história. - Disse curiosa.

- Ah, minha história. Bem vamos lá. Eu tinha acabado de me mudar para uma nova casa. Quando chegou aquela vizinha. Ah, minha vida seria perfeita se pessoas assim não me em comoda-se. Ela se apresentou, falou da festa do filho dela, minha mãe me obrigou a ir, eu fiquei bravo com isso e senti meu sangue ferver. No outro dia, era minha aula. Eu estava no ponto de ônibus quando uns garotos, vieram nos roubar. Um ano mais novos que eu e Liu, meu irmão. Eu estava com raiva, e num ato desse, acabei ferindo aqueles garotos. Eu sai correndo e cheguei na aula, falei para Liu, não falar para minha mãe que isso ocorreu. Quando chegamos em casa, policiais estavam lá, e perguntaram sobre aquilo, eu ia confessar, quando Liu, chegou. Ele disse que foi ele, e teve que ser preso. Vi ele indo embora, e senti meu sangue ferver, e decidi vingança contra eles. No outro dia era a festa, e eu fui, no começo, admito que me diverti, até ver eles chegando. Ah merda, eles de novo. Começou uma briga entre a gente, consegui dar alguns golpes neles, mas, um deles jogou alcool em mim, e ele tinha um esqueiro. Eu tentei me limpar, mas ele foi mais rabido, e acabei em chamas. Acordei em uma cama de hospital, com ataduras por todo o corpo. Vi o médico dizendo que depois eu iria ver meu novo rosto. Eu fiquei animado, depois daquela luta, minha sanidade abaixou. Bem, eu vi meu rosto, ele é assim, pálido, lábios vermelhos, cabelo negro. Quando fui pra casa, continuava com a sanidade baixa. Eu em um momento, esperei todos irem dormir, e fiz este belo sorriso,com uma faca, e queimei minhas pálpebras, para pode ver meu sorriso para sempre. Bem, minha , mãe me viu, e mandou me matar. Eu já tinha percebido, e matei minha mãe e meu pai. quando eu fui para o quarto de meu irmão, ele lutou comigo, para eu não o matar, então eu o venci. Quando percebi, a polícia estava chegando, então eu corri, blá-blá-blá, eu conheci a putinha da Jane, e etc.

Eu sem reação ao ver no tom que ele contava. Ele contava normalmente. Normalmente! Eu comecei a bater palmas de boca aberta.

- Caramba... você falou como se sua vida fosse... NORMAL! - Eu disse surpresa.

- Mas... é minha vida, oque você queria que eu fizesse? Me mata-se? Desculpa, mas suicídio não é comigo. - Ele disse bebendo e indo para a pia.

- Hey, eu ouvi que estão contando histórias de vocês mesmos. - Jane disse.

- Ah, qual é a sua? - Eu perguntei.

- Eu não vou contar. - Ela se virou.

- Qualé Jane, todo mundo contou, e não deixe a garota com vontade. - Jeff disse voltando pro sofá.

- Eu apenas era rival de Jeff. - Ela disse. num tom dócil.

- Sério?... Essa, é sua história? - Eu perguntei.

- Sim, eu não gosto de explicar detalhe por detalhe. Vou deixar ela guardada para mim. - Jane disse voltando para sua posição.

- Mas, como vocês meio que... se amam porque... vocês me adotaram porque são um casal... Né? - Perguntei.

Eles se encararam por alguns segundos, e olharam para mim.

Eles começaram a rir.

- Você é uma palhaça mesmo! - Jeff se deitou quase chorando.

- Meu deus, minha barriga tá doendo de tanto rir... - Jane disse.

Vi Smile chegando, e o abracei.

"Pois é, eu adoro minha família nova, mesmo doida." Disse baixo

[...]