Accidentally in Love

Voltando para o The Mirror


Os dias passaram rapidamente e hoje era o dia de Regina e Emma voltarem ao The Mirror. Elas tinham aproveitado ao máximo os momentos tranquilos e caseiros ao lado de Toby, e agora já se sentiam prontas para iniciarem essa nova etapa em suas vidas. Emma acordou mais cedo que o combinado, queria fazer um agrado para a namorada, levantou e foi até a cozinha preparar o café da manhã. Enquanto esperava o bacon ficar pronto, foi até a área de serviço trocar a água de Toby e lhe servir mais ração. Depois de arrumar a bandeja de café da manhã com ovos, bacon, torradas e suco de laranja foi em direção ao quarto. Regina ainda dormia tranquila, então a loira colocou a bandeja na mesinha de cabeceira e foi até a cama para despertar a sua amada.

— Acorda, amor! – Emma sussurrou no ouvido da morena, mordiscando sua orelha. – Eu fiz um café da manhã especial, para iniciarmos o nosso dia com o pé direito.

— Hum. – Regina se espreguiçou. – Está querendo subornar a chefa no primeiro dia já?

— Claro. – Emma sorriu. – Quero estar nas boas graças dela! Toda a ajuda é bem-vinda.

— Eu sei de várias formas de você ficar nas boas graças dela! – Regina sorriu maliciosamente.

— Oh, eu até imagino essas formas. – Emma deu um selinho na morena e trouxe a bandeja de café da manhã para cama, enquanto Regina se sentava. – Mas resolvi começar com uma boa refeição.

— Está com uma cara deliciosa, obrigada meu anjo! – Regina deu outro selinho na namorada. – Vamos provar então.

As duas tomaram café em um clima descontraído e alegre. Tomaram banho juntas, regado de beijos e carinhos trocados e depois se arrumaram para o trabalho. Já devidamente prontas, ajeitaram as coisas de Toby e se despediram dele. Como o jornal ficava perto, foram a pé de mãos dadas.

— Você acha que o Toby vai ficar bem? – Emma perguntou aflita. – Vai ser a primeira vez que o deixamos tanto tempo sozinho em casa.

— Claro que sim. – Regina sorriu. – Não precisa ficar preocupada, na hora do almoço nos verificamos ele.

Quando chegaram na redação foram recebidas com abraços e boas-vindas de todos. Graham era o mais contente, falando que tinha morrido de saudades das duas. Regina olhou em volta e percebeu que Killian não estava em parte alguma, mas sua mãe estava na sua sala, olhando a recepção calorosa que as duas tiveram. Regina e Emma agradeceram a todos e a morena puxou a namorada pela mão até a sua sala, onde Cora as aguardava.

— Sejam bem-vindas. – Cora sorriu.

— Obrigada, Cora. Estamos felizes de estarmos de volta. – Emma agradeceu e cutucou Regina que ainda não tinha falado nada.

— Sim, realmente estamos. – A morena falou dando um sorriso contido. – A senhora vai me atualizar de tudo o que eu preciso saber?

— Sim, irei te repassar tudo e depois o jornal é todo seu. – Cora sorriu para a filha e olhou diretamente para a loira. – Emma, a sua mesa continua sendo a mesma, fique à vontade. – Cora falou calmamente.

— Certo, vou estar lá. – Emma deu um selinho em Regina e um aceno de cabeça para sua sogra, antes de sair da sala.

Regina olhou a loira saindo e depois para a sua mãe.

— Certo, podemos começar?

— Regina, antes de mais nada, eu gostaria que você soubesse de como eu estou feliz de você estar de volta na cidade e no jornal. – Cora falou sorrindo para sua primogênita.

— Eu também estou feliz de estar de volta. – Regina sorriu timidamente, ainda sem jeito de estar novamente na presença de sua mãe.

— Bom, vamos aos negócios então.

Cora passou todas as informações em relação ao jornal para Regina, lhe atualizando de tudo que tinha acontecido em sua ausência e tudo que Regina iria precisar saber para comandar o jornal sozinha. Cora informou a morena que Killian tinha concordado em ser profissional enquanto estivessem no jornal, ao que Regina não acreditou nem por um segundo. Depois de tudo acertado, Cora foi embora, desejando sorte e sucesso para sua filha.

Regina passou a manhã toda concentrada em todas as tarefas que precisavam de sua atenção, enquanto Emma escrevia um artigo para o jornal. Estava perto da hora do almoço, quando a loira entrou na sala da namorada, que estava ao telefone. Regina notando a presença da sua amada, tratou de encerrar a ligação e sorrir para ela.

— Ei, meu anjo. Tudo certo?

— Tudo ótimo. – Emma foi até a morena, lhe abraçando pela cintura. – Só vim ver como você estava indo, muita coisa para fazer ainda?

— Bastante. – Regina fez uma careta. – Mas eu já esperava por isso.

— O que acha de fazer uma pausa? – Emma sorriu. – Vamos almoçar?

— Acho uma excelente ideia, só deixa eu enviar um e-mail que preciso e podemos ir. – Regina deu um selinho na loira, antes de sentar em sua mesa. Escreveu rapidamente e enviou o e-mail, se levantando e entrelaçando sua mão na de Emma, que lhe esperava pacientemente.

— Vamos passar em casa para verificar o Toby e depois vamos ao Granny’s? – Regina consultou a loira.

— Sim, fica perfeito assim! – Emma sorriu.

Emma e Regina foram até o loft verificar Toby, que estava bem, brincaram um pouco com ele e depois seguiram em direção ao Granny’s. Almoçaram tranquilamente, apenas as duas, pois Ruby não estava no estabelecimento. Depois de comerem, foram caminhando tranquilamente de volta ao jornal, de mãos dadas e trocando sorrisos apaixonados.

— Você acha que o Killian ainda vai aparecer hoje? – Emma mencionou quando já estavam perto do jornal.

— Não sei, meu amor. Espero que não, o nosso dia está perfeito do jeito que está. Apesar de Cora me garantir que ele concordou em agir profissionalmente, eu ainda não consigo acreditar nisso.

— Quando você vai voltar a chamar a Cora de mãe? – Emma parou e fez Regina fazer o mesmo, fez um carinho na bochecha esquerda da morena. – Eu sei o motivo de você fazer isso, mas não acha que está na hora de tentar superar isso? Ela continua sendo a sua mãe, baby.

—Eu não sei. – Regina suspirou. – Eu ainda estou muito magoada com ela, fico desconfortável na sua presença e ainda não consigo agir como antes. Eu vejo que ela está tentando se aproximar e consertar as coisas, mas ainda tem algo que me bloqueia em relação a ela.

— Olha, dê tempo ao tempo. Vocês vão conseguir retomar a relação de vocês, disso eu não tenho dúvidas. – Emma sorriu. – Eu conheço o seu coração, meu amor, ele vai encontrar um meio de superar essas mágoas e perdoar a sua mãe por tudo que aconteceu.

— Eu gosto do teu otimismo. – Regina sorriu e deu um beijo carregado de carinho em sua namorada, que retribuiu da mesma forma.

As duas encerraram o beijo e entraram na redação do jornal. Emma foi para a sua mesa para continuar escrevendo seu artigo e Regina para a sua sala. A tarde passou mais rápido do que elas imaginaram, estava faltando pouco para encerrar o expediente quando Killian chegou. Ele olhou para a sala de Regina, que estava concentrada em algo no computador e para a mesa de Emma, que havia percebido a sua chegada e lhe olhava com curiosidade. Sendo assim ele decidiu ir até a mesa da loira.

— Podemos conversar? – Ele questionou tranquilamente.

— Pode falar. – Emma o encarava séria.

— Em um lugar onde possamos conversar com mais privacidade, por favor? – Killian fez sinal para as pessoas em volta deles.

— Não vejo motivo para isso. – Emma olhou em direção a sala da namorada, que continuava alheia a presença do irmão. – Pode falar aqui mesmo.

— Você me deve pelo menos isso, Swan! – Killian seguiu o olhar da loira e negou com a cabeça. – Precisa de permissão da sua mulher para poder conversar em particular comigo?

— Vai para o inferno, Killian. – Emma respondeu com raiva.

— Eu só quero uma conversa honesta, será que é pedir demais? Depois de tudo o que aconteceu? – Killian questionou arqueando a sobrancelha.

Emma o olhou o analisando, na realidade pensava que realmente devia essa conversa para ele, afinal eles nunca falaram a respeito de tudo o que aconteceu. Quem sabe assim, ele ficaria mais conformado e deixaria Regina em paz? Sim, definitivamente essa era uma boa tentativa de apaziguar os ânimos.

— Tudo bem. Podemos conversar em particular. Vamos ao refeitório, não tem ninguém lá a essa hora.

Killian concordou com a cabeça e Emma se levantou, olhou mais uma vez para a sala de Regina e foi em direção ao refeitório, sendo seguida pelo ex-namorado. Entraram no refeitório e Killian encostou a porta do local.

— Muito bem, já estamos sozinhos, pode falar o que queria. – Emma falou de cara fechada.

— Quanta hostilidade, Swan. – Killian sorriu debochado. – Não me lembro de você ser tão agressiva assim antes.

— Se você não vai ir direto ao assunto, eu vou embora. – Emma andou em direção a porta, mas teve seu pulso segurado por ele. Se virou e o encarou. – Me solta agora mesmo.

— Tudo bem, calma. – Killian soltou o pulso da loira. – Ok, vou direto ao ponto. Eu queria saber quando começou o caso de vocês e quem deu o primeiro passo.

— Killian. – Emma respirou fundo.

— Eu preciso saber. – Ele falou com os olhos implorando.

— Não foi questão de quem deu o primeiro passo, na realidade eu nem sei dizer quem teria feito tal coisa, nos aproximamos gradualmente e simplesmente aconteceu. – Emma suspirou. – Mas ficamos juntas depois daquele jantar em que fomos juntos e que Regina estava acompanhada de uma ruiva. Foi naquele dia que eu percebi que tinha desenvolvido sentimentos pela tua irmã. Eu sinto muito, Killian. Eu não queria te machucar, iriamos conversar contigo no dia que chegamos de viagem, mas aquela festa e o teu pedido de casamento atrapalharam os nossos planos.

— Não queria me machucar? – Killian negou com a cabeça. – Vocês foram viajar juntas como um casal apaixonado, enquanto eu fiquei aqui me sentindo culpado de não ter apoiado a viagem de vocês. Eu planejei uma festa de boas-vindas para vocês. Você tem noção do quão humilhante foi para mim, flagrar vocês transando, minutos depois que te pedi em casamento?

— Eu realmente sinto muito. – Emma foi sincera. – Não era daquele jeito que queríamos que você soubesse da gente. Mas você tem que entender que não foi algo leviano, nós nos apaixonamos uma pela outra. Eu sei que deveríamos ter agido diferente e que não deveríamos ter te traído, mas foi mais forte do que a gente.

— Você nunca sentiu nada por mim? – Killian perguntou curioso.

— Eu sentia carinho por você, gostava da sua companhia, mas nunca foi mais do que isso. E eu nunca menti para você. – Emma apontou.

— Eu pensei que com o tempo você iria me amar. – Killian deu um sorriso triste. – Eu não entendo o que eu fiz de errado.

— As coisas não funcionam assim. – Emma suspirou.

— Ser trocado pela minha irmã, não era algo que eu imaginava que podia acontecer.

— Killian, a nossa relação não iria durar muito mais, mesmo que eu não tivesse me envolvido com a Regina.

— Eu não acredito nisso. – Killian rapidamente empurrou Emma contra a parede, segurando suas mãos para cima e colando seu corpo ao dela, que ficou sem reação por uns segundos. – Posso te provar que isso não é verdade. – Ele falou aproximando seu rosto para beija-la, mas ela virou o rosto.

— Me larga, Killian. – Emma tentava se soltar, mas ele era bem mais forte que ela.

— Deixa eu te mostrar que temos um futuro. – Killian falou e tentou mais uma vez beijar a loira, que ainda tentava inutilmente se soltar.

A porta do refeitório se abriu e Regina entrou, se deparando com a cena de Emma encurralada na parede e seu irmão tentando lhe beijar.

— Que merda é essa aqui? – Regina avançou e puxou seu irmão para longe de sua namorada. – Você está louco, Killian?

— Ah, qual é, maninha? – Killian se endireitou e sorriu arrogante. – Nós já dividimos a Emma uma vez, o que tem de mais, fazer isso novamente?

— Seu canalha. – Regina espumava de raiva. – Nunca mais coloque as mãos nela novamente ou eu corto elas fora.

— E se ela desejar que eu coloque as minhas mãos nela? – Killian sorriu debochado. – Ela pode cansar de brincar de casinha com você e querer um homem de verdade para a satisfazer plenamente.

Regina avançou para cima do seu irmão, mas teve sua cintura puxada por Emma.

— Killian, vai embora daqui e nunca mais chegue perto de mim novamente. – Emma falou gritando, tamanho era a raiva que sentia de toda essa situação.

— Emma, me solta. – Regina se livrou dos braços de Emma e se aproximou de Killian, que ainda mantinha um sorriso arrogante em seus lábios. – Esteja avisado, eu não vou responder por mim a próxima vez que você tentar algo do tipo. Agora suma da minha frente.

— Eu não prometo nada. – Killian se afastou e antes de sair pela porta, falou sobre o ombro. – Se ela me traiu com você, o que a impede de fazer o contrário?

Regina avançou para ir atrás de Killian, mas Emma mais uma vez a puxou pela cintura. Regina tirou os braços da loira bruscamente de si e virou para encarar a namorada.

— Que raios você estava fazendo aqui sozinha com esse imbecil? – Regina gritou com raiva.

— Não grite comigo. – Emma gritou de volta. – Ele queria conversar em particular, eu não pensei que ele tentaria me beijar.

— Ah, não pensou? – Regina sorriu debochada. – Por favor, Emma. Não tinha necessidade nenhuma de vir conversar com ele aqui.

— Regina, vai para o inferno! – Emma empurrou a morena e saiu pela porta.

Regina respirou fundo, sentindo uma raiva enorme. Chutou um banco do refeitório e empurrou as coisas que estava em cima da mesa para o chão. Pensou em ir atrás da loira, mas ainda estava de cabeça quente, era melhor esperar para se acalmar antes. Saiu do refeitório e foi para a sua sala, ainda bem que restava poucas pessoas pela redação, pois imaginou que elas tinham ouvido algo. Sentou em sua cadeira e deixou a cabeça cair em sua mesa. Pensando em como queria matar Killian, era muita audácia dele fazer algo assim e ainda sugerir que Emma iria querer ter algo com ele. Suspirou, tinha perdido a cabeça e agora Emma estava magoada com ela. Mas também, a loira não deveria ter ido conversar sozinha com o bastardo do seu irmão, dando chance para ele se aproximar da forma que fez. Estava furiosa com Killian e chateada com Emma. Sabia que a namorada não iria lhe trair, mas não conseguia esquecer a cena de Killian tão próximo de sua amada.

— Que droga. – Regina praguejou, levantando e resolvendo que estava na hora de ir para casa, tinha que ter uma conversa séria com Emma.