Ao ouvir o som da campainha, Zelena sutilmente empurrou Regina em direção ao quarto.

– Espere lá dentro.

– Você só pode estar brincando. – Regina olhava para a ruiva, tentando entender o que estava acontecendo. – Não vou fazer tal coisa.

– Ah, mas claro que vai. Vamos Regina, ela sabia que eu iria falar toda a verdade para você, mas não sabe que você veio comigo. Por favor, aguente um pouco mais.

– Eu odeio você duas. – Regina bufou e entrou no quarto, para onde estava sendo empurrada pela ruiva. – Não demore, odeio esperar.

– Muito ódio nesse coração. – Zelena sorriu. – Prometo ser o mais rápida possível, mas não esqueça que Emma é loira.

Regina acabou gargalhando com isso. Sabia que Emma realmente as vezes era lerda e precisava que fossem claros e diretos com ela. Regina olhou para a porta fechada do quarto, pensando se era muito rude ouvir a conversa atrás da porta.

Na sala, Zelena abria a porta para Emma, que entrou afoita.

– O que ela falou? – Foi a primeira coisa que saiu da boca da loira. – Ficou muito braba?

– Bom dia para você também, Swan. Eu vou ótima, muito obrigada por perguntar, e você? – Zelena debochou, recebendo um sorriso nervoso de Emma. – Calma criatura. Ela reagiu como o esperado, primeiro ficou furiosa e depois entendeu. O que não significa que ela aceitou.

– Eu sei que estraguei tudo. – Emma suspirou, sentando no sofá da sala. – Eu queria tanto poder volta no tempo. Tipo um portal, sabe?

– Isso não está listado em minhas habilidades, infelizmente. Acho a ideia de um portal do tempo fascinante, mas eu tenho uma alternativa para você.

– Que seria? – Emma questionou ansiosa.

– Consertar o presente, para poder ter um futuro.

Emma puxou o ar com força, queria tanto poder consertar todas as coisas, mas sabia que tinha magoado a mulher que amava profundamente. E ainda tinha os motivos que a levaram a fugir, eles ainda existiam.

– Ela nunca vai me perdoar.

– Vocês precisam conversar. – Zelena ofereceu carinhosamente, tinha se afeiçoado a essa loira birrenta. – Emma, olhe para mim.

Emma olhou nos olhos azuis da ruiva, que continuou.

– Regina ama você, esse mês longe foi uma tortura para ela. Por favor, esqueça seus medos e apenas se permita a sentir tudo o que sei que você tem guardado aí dentro. – Zelena apontou para o peito de Emma. – Regina veio comigo.

Isso fez Emma saltar do sofá, olhando em volta da sala.

– Você quer dizer...

– Sim, ela está dentro do quarto. Mas não se preocupe as paredes tem isolamento acústico. Eu realmente aprecio a minha privacidade. – Zelena respondeu sorrindo amplamente e levantando em seguida. – Vou deixar vocês a vontade. Só não quebrem o meu apartamento por favor, e caso termine em sexo, minha cama está fora dos limites. – Zelena piscou para a loira e saiu pela porta.

Emma olhou para a porta que a ruiva havia saído, depois respirou fundo, tentando criar coragem para enfrentar Regina. Mas nem teve muito tempo para isso, pois a porta de um quarto foi aberta, revelando a morena. Regina ficou com medo de Emma ir embora sem falar com ela, por isso cansou de esperar e resolveu aparecer. Ficou surpresa ao notar que a loira estava sozinha, nem sinal da sua amiga querida.

Quando os olhos verdes encontraram os castanhos, pareceu que o mundo parou. Ambos ficaram presos um no outro, a saudade estampadas em ambas as faces. Emma se aproximou da morena, que continuava parada no portal do quarto.

– Eu sinto muito. – Emma falou baixinho.

– Deveria sentir mesmo. – Regina foi rude, a raiva de toda dor que a loira causou tomando a frente da situação. – Você deixou um maldito bilhete. Apenas umas palavras idiotas e nada mais.

– Eu nunca fui boa em despedidas. – Emma tinha os olhos tristes, parecia realmente arrependida de tudo que fez. – Eu me odiei por fazer você sofrer.

– Não sei se isso é o suficiente para mim. – Regina respirou fundo e falou em um tom de voz mais elevado. – Covarde. Você foi uma baita covarde, eu te odeio por isso.

– Eu sei, Regina.

– Não. Você não sabe. Não ouse falar isso. Eu abri meu coração para você, falei tudo que tinha dentro dele e você foi embora no mesmo dia. Eu me permiti amar você, pois acreditava ser retribuída...

– Ei, isso...

– Cala a boca. Você não tem direito de falar nada, cale a boca imbecil e me ouça. Eu enfrentei a minha família pelo nosso amor, enfrentei as minhas limitações e mesmo assim você não pensou duas vezes antes de partir. Você quebrou o meu coração. No início de tudo, você tinha tanto medo de eu fazer isso com contigo, irônico, não acha?

– Eu nem sei o que falar, Regina.

– Claro que não sabe. Eu estou aqui na sua frente, é mais fácil escrever um bilhete, não é? Encerrar uma relação com algumas linhas escritas e deu. Ponto final, era só eu amar de novo, não era? Que tipo de amor é esse que você dizia sentir por mim?

– O tipo que não era merecedor do seu. – Emma já estava chorando, não conseguiu mais segurar suas lagrimas.

– Não chora. – Regina gritou. – E não fale essa asneira de merecimento. Eu não quero ouvir desculpas baratas. Eu quero que você seja sincera comigo.

– Eu estou sendo. Eu sempre fui sincera com você. E eu te amo sim, me desculpe se meu amor é tóxico para você...

– Emma cala a boca, se você continuar falando esse tipo de besteira, eu juro que...

– Jura o que? Você não queria me ouvir sendo sincera? Pois bem, estou fazendo exatamente o que você pediu...

Regina se aproximou rapidamente da loira, lhe encurralando contra a parede, invadindo totalmente o espaço pessoal de Emma. As respirações se misturando, os peitos subindo e descendo descompassados e a morena desceu os olhos para os lábios rosados a sua frente. Esquecendo toda a dor que sentiu, esquecendo que foi abandonada pela mulher que amava, esquecendo todos os problemas e aflições que tinham, apenas focando naquele momento. Ter a loira tão perto de si novamente era sufocante, sentia dificuldade em respirar e pensar corretamente.

– Regina... – Emma falou em um sussurro.

– Emma, por favor fique quieta. Eu só preciso de...

Regina se calou, ainda olhando para os lábios da mulher de sua vida. Queria apenas beijar ela, beijar ela até precisar parar para seus pulmões respirarem.

– Precisa? – Emma continuava sussurrando, visivelmente totalmente entregue aos desejos da morena, faria qualquer coisa que ela pedisse.