Accidentally in Love

Nada é definitivo


Ainda com o corpo prensado ao de Emma, Regina encostou a sua testa na da loira.

— Preciso que o último mês não tenha existido. Preciso que você não tenha ouvido aquela minha declaração de amor e tenha fugido de mim no mesmo dia. Preciso que você não tenha usado a desculpa de eu querer filhos para me abandonar. Preciso que você tenha voltado para mim.

Regina suspirou, se afastou e olhou para os olhos verdes da mulher a sua frente. Desejando mais do que nunca, que seu coração não estivesse partido pela mulher que sabia com certeza, ser o grande amor da sua vida.

— Eu te odeio. – Regina falou calmamente, com um ar de derrota.

— Você me falou uma vez, que a linha era tênue...

— Eu falei várias coisas idiotas depois que te conheci, Emma.

— Como falar que me amava? – Emma perguntou baixinho.

Regina olhou profundamente para a loira, que abaixou a cabeça, deixando mais lágrimas escaparem de seus olhos.

— Ei. – Regina levantou a cabeça de Emma pelo queixo, para olhar em seus lindos olhos verdes, que estavam em uma tonalidade diferente, por causa das lágrimas derramadas. – Amar você foi a coisa mais certa que eu fiz na minha vida. Eu não sabia o quão solitária eu era, até você chegar na mansão e me irritar diariamente. Eu sei que vou te amar o resto da minha existência, mas eu não posso esquecer tudo o que passei e senti nesse tempo em que ficamos longes uma da outra. Eu perdi a confiança em você, e sem confiança não existe um relacionamento.

Emma ao terminar de ouvir isso tudo, desabou a chorar copiosamente, instintivamente Regina amparou a loira em seus braços, fazendo um carinho em suas costas, até que ela se acalmasse. Quando Emma finalmente conseguiu parar de chorar, a morena soltou ela, que falou em um fio de voz, mas que Regina ouviu perfeitamente.

— Eu perdi você. Eu estraguei tudo, também me odeio por isso. Por favor, não vá embora, eu prometo ser melhor – Emma mantinha a cabeça baixa, sem coragem de encarar a morena a sua frente.

Regina suspirou alto, estava sentindo-se exausta, não sabia mais o que fazer. Ao ouvir esse pedido, lembrou do fato que Emma nunca teve uma família, sendo rejeitada em todos os lares adotivos por quais passou. Olhou para a loira, que ainda estava de cabeça baixa, e mais lágrimas desciam dos olhos verdes, ela parecia uma garotinha frágil, com medo de ser sozinha no mundo novamente. Regina voltou a chegar muito perto de Emma, que levantou a cabeça finalmente.

— Não se torture, nós duas cometemos erros.

— Mas o meu erro foi definitivo...

— Nada é definitivo nesta vida, Emma. – Regina interrompeu, não poderia ouvir Emma falar que o relacionamento delas não teria mais volta. Sabia que a confiança iria demorar a ser restabelecida, mas queria tentar, queria reconstruir a relação delas da maneira certa desta vez.

— Mas você falou que...

— Eu sei. – Regina interrompeu novamente, respirou fundo e continuou. – Emma, meu amor por você não mudou. Mas muita coisa mudou, precisamos conversar com calma e direito. Temos muitos assuntos para colocar em dia, coisas que fizemos nesse tempo em que ficamos separadas, e eu quero tentar recomeçar. Começamos errado da primeira vez, e precisamos aprender com nossos erros. O que você acha?

Emma abriu um sorriso lindo, que fez a morena se ver encantada por aquela expressão, tinha sentido muita saudade de ver ela assim, com aquele sorriso capaz de iluminar a cidade inteira, com certeza ele iluminava o coração de Regina.

— Eu acho que eu não te mereço.

— Não diga besteiras, todos têm defeitos e qualidades. Oh céus, e tenho grandes defeitos, você mesma os conhece. Vem aqui. – Regina puxou Emma pela mão até o sofá da sala, sentaram lado a lado, mas com os troncos virados, uma de frente para outra, sem perceber Regina ainda mantinha as mãos unidas a da loira. – Eu preciso saber de uma coisa.

— Todas que você quiser. – Emma respondeu com um sorriso torto.

— De todas as possibilidades do mundo inteiro, porque Boston?

— Você vai achar bobo. – Emma respondeu mordendo o lábio inferior.

— Eu sempre te acho boba. – Regina falou em tom de brincadeira, recebendo um tapa no ombro por isso. – Ai, isso dói. – Falou enquanto esfregava o local agredido.

— É para doer mesmo, idiota! – Emma sorria.

— Sua idiota. – Novamente Regina respondia no automático, sem pensar nas implicações de suas palavras.

A expressão do rosto de Emma mudou, ficou mais séria analisando a morena a sua frente, que só então percebeu o que havia dito.

— Eu quis dizer...

— Eu entendi Regina, foi apenas um reflexo. Você sempre me falava isso. – Emma sorriu triste, e desviou do olhar da morena. – Foi bom ouvir isso novamente. Mas eu não quero criar falsas expectativas. Não ter um final feliz é doloroso o suficiente, não preciso criar esperança em algo que não vai acontecer.

— Emma, olha para mim. – Regina delicadamente segurou o rosto da loira entre as mãos, olhando com uma ternura sem tamanho para ela. – Eu nunca faria algo assim. Eu falei muito sério, quando disse que queria recomeçar da forma certa desta vez. Claro que ainda vamos cometer muitos erros pela frente, afinal somos nós. – A morena sorriu. – E só para não restar dúvidas, sim.

— Sim, o que? – Emma perguntou confusa.

— Eu ainda sou a sua idiota, só sua, de mais ninguém!

Emma sorriu amplamente, e fez que sim com a cabeça. Olhou para as mãos, que continuavam entrelaçadas na da morena.

— Eu posso te pedir uma coisa?

— Claro.

— Me beija?

Regina olhou surpresa, não esperava ouvir isso de Emma. Notando o desconcerto da morena, Emma suspirou e tentou explicar.

— Eu sei que você quer fazer tudo certinho desta vez, ir com calma e tal...

Emma foi interrompida pelos lábios da morena, que tomaram sua boca para si, com uma vontade e saudade sem tamanho. O beijo foi faminto, ambas tentavam matar a saudade que sentiram todo esse tempo afastadas. Regina explorava a boca de Emma, com um domínio e voracidade impressionantes, deixando a loira sem fôlego. Quando o ar se fez definitivamente necessário, a morena se afastou, mordendo e puxando o lábio inferior de Emma no final do beijo.

— Emma, apenas cala essa boca. – Regina sorriu amplamente, enquanto negava com a cabeça.

— Vem calar!

— Com o maior prazer! – Regina respondeu e voltou a beijar Emma.