Accidentally in Love

Podemos ir para casa?


Depois de dançarem até ficarem exaustas, Emma e Regina resolveram abandonar a pista de dança. Regina puxava a loira pela mão em direção ao bar para pedirem bebidas, afinal depois de todas as atividades físicas da noite, elas precisavam se hidratarem.

– Regina, vai indo na frente, que vou ao banheiro primeiro. – Ao ver o olhar malicioso que recebeu da morena continuou. – Vou sozinha, para usar ele apropriadamente desta vez.

– Da última vez foi inapropriado, sério mesmo? – Regina ergueu a sobrancelha, estava com a cara séria, mas por dentro estava louca de vontade de gargalhar. – Se realmente achar isso...

Emma calou Regina com um beijo, era a maneira mais eficiente de evitar ouvir as besteiras da mulher da sua vida. A morena correspondeu com vontade o beijo, que foi encerrado com Emma puxando o lábio inferior de Regina com os dentes.

– Eu amo você. Amo o que fizemos dentro daquele banheiro, mas você não vai comigo desta vez e não quero ouvir piadinhas sobre o assunto.

Regina sorriu amplamente e concordou com a cabeça.

– Certo, meu anjo. Que bebida você gostaria de tomar?

– O mesmo que você. – Emma deu um selinho na morena, antes de se afastar. – Te encontro direto no bar.

Emma foi para o banheiro feminino, enquanto Regina se dirigiu para o bar. A morena pediu dois drinks ao bartender e ficou aguardando ele preparar as bebidas.

– Regina! – A voz de Anita se fez presente. – Que surpresa agradável!

– Olá Anita. Como vai? – Regina foi cordial. – Ruby estava conosco no camarote de Zelena.

– Me separei da minha irmãzinha logo na entrada. Temos personalidades diferentes e raramente ficamos juntas em uma festa. – Anita se aproximou mais, dando um beijo no canto da boca de Regina. – Senti a sua falta.

– Anita... – Regina gentilmente afastou a cabeça para o outro lado, desviando de um beijo na boca. – Você sabe perfeitamente bem que eu não estou mais disponível. Por favor, pela nossa antiga amizade, respeite isso.

– Nunca fomos amigas Regina, apenas amantes ocasionais. – Anita encurralou a morena no balcão, colocando um braço de cada lado do corpo dela, prendendo-a ali. – E não vejo o motivo disso terminar. – Mal terminou de falar, tascou um beijo em Regina.

Ao sentir os lábios de Anita aos seus, Regina ficou estática, totalmente sem reação. Não correspondeu ao beijo, mas tampouco se afastou, apenas esperou que Anita o interrompesse. O que ela fez ao notar que Regina não estava a beijando de volta.

– Eu não entendo. – Anita falou baixinho, realmente não conseguia entender a mudança da morena, que sempre foi desprendida e sem laços emocionais com as mulheres que levava para a cama. – Sempre tivemos química.

– Exatamente, tínhamos sexo, era apenas físico. Você não entende que eu estou amando de verdade uma pessoa, não sei se por egocentrismo ou qual seja o motivo disso, mas você vai ter que aceitar que não teremos mais nada daqui para frente. Espero que tenha aproveitado esse beijo de despedida, pois meu coração é de outra mulher. E apenas essa mulher vai ter meus beijos de hoje em diante.

Regina afastou o corpo da ex-amante da sua frente, pegou seus drinks no balcão e se retirou. Olhou em volta, mas não viu a loira por perto, porém pelo tempo que ela havia ido ao banheiro, teve certeza que ela viu o beijo acontecer. Foi até o camarote em que Zelena estava com Ruby, aonde viu as duas amigas trocando confidencias ao pé do ouvido. Imaginou que se as duas ainda não haviam ficado juntas, estavam a um passo disso acontecer, portanto não quis atrapalhar e seguiu procurando pela loira.

Emma estava no espaço aberto da boate, pegando um ar para esfriar seus pensamentos. Depois que saiu do banheiro viu Anita cercando a Regina, e logo em seguida o beijo que as duas tiveram. Na mesma hora seu impulso era de ir até o local e arrancar a morena dos braços daquela vadia, mas lembrou que não tinha esse direito. Elas mal haviam se acertado, era tudo muito recente, ainda tinham conversas para colocar em dia e planos para traçarem juntas. Sem falar que não sabia se Anita e Regina tiveram algo na sua ausência, isso lhe deixava morta de ciúmes, mas era a única culpada disso tudo. Por isso respirou fundo e com lágrimas em seus olhos, foi para o terraço da Camelot, aonde se permitiu chorar.

– Nunca imaginei que veria o dia em que você se afastasse de uma boa briga. Não faz parte da sua personalidade, desviar os olhos e fazer de conta que não aconteceu nada Emma. – Regina falou se aproximando calmamente. – Eu sei que você viu o beijo.

– Eu não tenho o direito de te cobrar nada. – Emma falou firmemente, demonstrando uma confiança que estava longe de sentir. Tinha ficado abalada com o que viu, e principalmente pelas coisas que estava imaginando que havia acontecido no tempo em que ficaram separadas. – Vocês duas têm um caso antigo.

Regina arqueou sua sobrancelha, estaria Emma pensando que nesse último mês ela havia dormido com Anita? Mesmo magoada com a loira, nunca passou pela sua cabeça voltar a ter algo com a ex-amante. Anita era problema, e a morena queria apenas paz em sua vida, tentando superar o fora que tinha levado da loira.

– Sim, conheço ela desde pequena. – Resolveu provocar, para ver até onde Emma iria com essa postura de mulher madura.

– Eu sei disso. Sua mãe e a mãe dela são amigas de longa data. – Emma respondeu surpreendendo a morena, pois estava se controlando ao máximo para não ter um ataque de ciúmes infantil e desnecessário. – E você não pratica o celibatário, então eu imagino tudo que vocês já viveram juntas.

– Sim, eu nunca fui santa. – Regina sorriu - Mas vamos esclarecer apenas uma coisa.

– Que seria? – A loira mantinha a postura impecável, como se estivessem conversando sobre o tempo e não sobre o passado amoroso do amor de sua vida.

– Eu não pretendo ter mais nada com a Anita. Aliás com mulher nenhuma. Eu sou sua, lembra? Apenas sua. – Regina se aproximou sorrateiramente da loira, que se manteve no mesmo lugar. – Sempre achei teus ataques de ciúmes bonitinhos, mas essa versão madura é extremamente atraente, podemos ir embora agora?

– Regina...

– Emma!

– Eu não me importo com o passado. – Ao ver a cara de incrédula da morena, resolveu retificar. – Claro que tenho ciúmes das mulheres que tiveram com você antes de mim. Mas o que eu quero disser, é que isso não é importante mais. O passado não importa para nós, a única coisa que importa é o nosso amor. O nosso futuro juntas, toda a história que ainda temos para escrever no nosso presente, isso é o que realmente importa, Regina. Eu amo você, hoje e para todo o sempre. Quero o nosso final feliz e que ele seja eterno.

Regina sorriu emocionada, estava visivelmente encantada com a postura e palavras da mulher da sua vida. Concordou com a cabeça e acabou com a distância entre elas, tomando a loira para um beijo avassalador.

– Eu também te amo! – Regina falou e sorriu lindamente para Emma. – Agora podemos finalmente ir embora?