Accidentally in Love

Visita inesperada


Os dias em Boston foram passando tranquilamente. Regina tinha ficado no apartamento de Zelena, aonde Emma ficava direto, indo muito pouco para o hotel em que ainda estava hospedada. Depois de muita insistência da morena, Emma fechou a conta no hotel e foi morar oficialmente junto dela. Zelena as visitava com frequência, sempre fazendo piadas que havia perdido seu próprio apartamento para o casal de idiotas. Aliás, a ruiva não poupava as duas apaixonadas, sempre deixando claro que todo aquele clima de amor e devoção era enjoativo demais para o seu gosto. Regina e Emma se divertiam com isso, sabiam que estavam vivendo momentos doces e não se importavam de aparentarem estarem vivendo um sonho.

Os dias viraram semanas, e as semanas viraram meses. Quatro meses se passaram, e Emma e Regina estavam em um namoro cheio de carinho e confiança. Elas conseguiram superar suas dificuldades e problemas, focando no amor que nutriam uma pela outra. Emma fazia alguns trabalhos para o jornal local, enquanto Regina ajudava Zelena a administrar seus negócios. Além das visitas constantes da ruiva, Ruby também havia se tornado uma boa amiga do casal, indo junto de Zelena diversas vezes para visita-las. Zelena e Ruby estavam em uma amizade colorida, o que Regina e Emma fingiam não perceber, já que elas não assumiam isso publicamente.

Em um fim de tarde, Emma estava regando as plantas na sacada do apartamento, quando ouve a campainha tocar. A loira estranha o fato, pois Regina e Zelena tinham reuniões até tarde da noite naquele dia. Larga o regador no parapeito da varanda, seca as mãos que estavam molhadas e vai em direção a porta de entrada. Ao olhar pelo olho mágico, sente as pernas bambas e o coração palpitar. De todas as pessoas que imaginou estar batendo em sua porta, com certeza Cora Mills não constava nesta lista.

Emma respirou fundo, pensou em ignorar, mas ouviu a voz de sua sogra do outro lado da porta.

— Nem pense em fazer de conta que não tem ninguém em casa. Eu me certifiquei de vir na hora exata, para encontrar você sozinha, então por favor abra a porta logo. – Cora e todo o seu tom de voz autoritário, fizeram a loira bufar irritada, era muita arrogância para uma pessoa só. – Vamos Emma, você sabe perfeitamente bem que precisamos conversar.

Emma abriu a porta e cedeu passagem para a sua estimada sogra entrar no apartamento, fechando a porta de entrada e olhando para Cora olho no olho.

— Fique à vontade. – Emma fez sinal para a mais velha sentar no sofá da sala de estar. - Gostaria de algo para beber?

— Um copo de água seria ótimo. – Cora respondeu sustentando o olhar desconfiado que a loira lhe lançava.

Emma fez que sim com a cabeça e foi até a cozinha para buscar a água. Enquanto a loira não voltava, Cora olhou tudo a sua volta, analisando cada canto visível aos seus olhos do ninho de amor de sua primogênita. Pelo pouco que pode perceber, Regina e Emma deram seu toque pessoal ao apartamento de Zelena, o deixando bem aconchegante e parecendo um verdadeiro lar. Tinha porta-retratos espalhados pelo cômodo, aonde Emma e Regina pareciam verdadeiramente felizes juntas. Em outras fotos, tinha Zelena e Ruby junto as duas, aonde podia notar que além de terem uma a outra, o casal tinha boas amigas em sua vida em Boston. Cora suspirou, sabia que sua missão seria difícil, afinal as duas estavam bem morando ali.

Emma voltou com a água e entregou para a mais velha, que agradeceu e sentou no estofado confortável.

— Vejo que vocês estão bem instaladas por aqui. – Cora decidiu uma abordagem mais apaziguadora. – Fizeram um ótimo trabalho com o lugar.

—Realmente estamos muito bem aqui em Boston, então porque não cortamos o papo fiado e vamos direto ao ponto? Regina não quer falar com você, e com toda a razão do mundo, ela não quer contato com vocês e muito menos voltar para Storybrooke. – Emma falou de forma firme, sem se deixar intimidar pelo olhar nada amigável que Cora lhe deu, ao ser tratada desta forma tão rude. – Eu acho que você deve ir embora agora, Regina pode chegar a qualquer momento, e não quero ver ela chateada. A senhora não merece a filha que tem.

— Escute aqui mocinha. – Cora se levantou e apontou o dedo direto para a loira. – Não ouse falar de merecimento. Eu te acolhi na minha casa, te tratei como uma filha e você foi desleal. Não só ao Killian, mas a mim também, você desrespeitou o meu lar e a minha família. Nossa família foi destruída por sua breve passagem em nossas vidas, então feche essa maldita boca e me escute. – Emma olhava com raiva para Cora, que continuou ferozmente. – Regina pode estar magoada e não querer me ver no momento. Mas ela é minha filha, e sempre será. Sangue é mais grosso do que água. E eu posso ter errado ao subestimar o relacionamento de vocês, mas uma coisa eu tenho certeza, ela sente falta da família dela. Ela e Killian sempre foram unidos e companheiros, e a minha relação com ela era ótima.

— Você manipulava a Regina, para ela fazer todas as suas vontades, e a senhora sabe perfeitamente bem que ela não conseguia lhe falar não, e mesmo assim usava isso contra ela e ao seu favor. Isso é uma relação ótima? Eu posso não entender de relações de mãe e filha, mas eu sei que isso está longe de ser o ideal. – Emma se levantou e foi em direção a porta. – Por favor se retire.

— Emma Swan, eu ainda não terminei. – Cora foi até a porta que a loira já havia aberto e fechou com força. – Sente e termine de me ouvir!

— E porque eu faria isso? – Emma continuava com a expressão dura e firme.

— Porque você ama a minha filha, e só quer o bem-estar dela, não é mesmo? Como eu falei antes, eu subestimei a relação de vocês. Eu quero restabelecer a minha família, e estou disposta a aceitar a sua presença na vida de minha filha, se esse for o preço para ter Regina de volta.