Emma e Regina olhavam sem reação para um Killian furioso, a morena levantou a calça jeans da loira e ficou de pé rapidamente.

— Killian – Regina tentou, mas foi cortada bruscamente pelo irmão.

— Essa era a conversa que você ia ter com a minha noiva? Tentando converter ela?

Regina olhou para seu irmão com nojo.

— Vai a merda. Em primeiro lugar, ela não é sua noiva, ou você não notou a ausência de um sim, após seu pedido ridículo? – Regina falava irritada. – Em segundo lugar, eu não converti ninguém, isso não é uma religião, seu imbecil!

Killian riu debochando, assumindo seu lado mais arrogante e perverso.

— Ah, não? – Ele riu mais uma vez. – Eu acho que eu saberia se minha namorada fosse lésbica. Claramente você tentou seduzir a minha mulher...

Killian não pode terminar a frase, pois Regina acertou um soco em seu rosto, fazendo ele cambalear para trás, segurando o rosto no local atingido.

— Cala essa boca, seu animal. Ela não é sua mulher, ela nunca foi. Ela é minha, é a mim que ela ama. Sinto te avisar, querido irmão, mas ela é apaixonada pela lésbica aqui, então cale essa maldita boca.

Emma saiu de seu estado catatônico, após o ataque de Regina, segurando a morena pela cintura e a puxando para longe de Killian. Ele cuspiu o sangue de sua boca e se aproximou da irmã, que ainda tinha a loira a segurando por trás.

— Você é nojenta, se enxerga Regina. Minha namorada nunca...

— Eu não sou mais a sua namorada, e muito menos sua noiva. – Emma se pronunciou, a decepção a reação de Killian, nítida em sua voz. – Nunca mais fale com a Regina desta forma, eu amo ela sim. Você sabe perfeitamente bem, que eu nunca te amei, nunca te iludi, e sinto muito que tenha descoberto desta forma, mas eu e sua irmã nos amamos.

Atordoado, Killian deu alguns passos para trás. Viu Emma virar Regina para si, segurando seu rosto de forma carinhosa e olhando de tal forma para sua irmã, que chegava a ser doloroso para ele. Emma nunca o olhou assim, era evidente que elas tinham algo real, ele tinha perdido para sua irmã, seria cômico se não fosse trágico.

— Emma? – Killian falou mais calmo, ainda tentando processar tudo. – Você está realmente me falando que me trocou pela lésbica da minha irmã? Isso é imoral. Há quanto tempo você anda dando para essa pervertida?

Emma teve que segurar Regina fortemente, pois ela tentava a todo o custo se soltar, para avançar em seu irmão novamente.

— Virou homofóbico agora? – Regina gritava a pleno pulmões, tamanha era sua raiva. – Não ouse falar desta forma com a Emma, tenha vergonha nessa cara e aceite que perdeu. Nem tudo gira em torno de você, irmãozinho.

— Vergonha eu tenho de vocês. – Killian sorriu arrogante. – Meu amor, se queria mais sexo oral, era só ter me pedido, não precisa apelar para a família.

Emma iria responder, mas viu Cora entrando na biblioteca.

— Eu não vou nem questionar o que está acontecendo aqui, mas vocês esqueceram que essa casa está lotada de convidados? – Cora falou olhando para os três. Ela sabia perfeitamente que agora estava tudo perdido, seus filhos iriam entrar em guerra, tudo por causa de uma loira, parecia até a história de Tróia se repetindo. – Killian, você não levantou a mão para nenhuma delas, não é?

— Claro que não, Regina que me deu um soco. – Killian rebateu ofendido. – Mas, espera um pouco, você sabia disso?

Cora olhou para seu filho com compreensão, e fez que sim com a cabeça.

— Descobri no dia da viagem delas, mas eu não concordei com nada que elas fizeram. Hoje elas iriam lhe contar toda a verdade, meu querido, mas a sua festa atrapalhou isso.

— Eu não acredito nisso. E que bela forma de me contarem, queriam ilustrar a situação para mim? Eu já vi pornô lésbico, não precisava de show ao vivo e a cores. – Killian continuava atacando, sua revolta era tanta, que ele queria ofender com palavras o máximo que pudesse.

— Chega Killian. – Cora aumentou o tom de voz, recebendo olhares incrédulos de todos presentes. – Eu imagino que esteja sofrendo, mas não precisa ser cruel, não esqueça que Regina ainda é sua irmã.

— Não mais. Não preciso ser traído pelo meu próprio sangue, eu odeio você Regina, não somos mais irmãos. – Killian falou encarando a irmã, que continuava lhe olhando com nojo. – E quanto a você sua vagabunda, não é à toa que ninguém nunca te quis, você não merece ser amada, não merece uma família, pegue suas tralhas e suma da minha cidade. – Ele falou olhando nos olhos verdes, que rapidamente se encheram de lágrimas.

— Me solta, Emma. – Regina fez tanta força, que a loira não conseguiu mais a conter. – Seu desgraçado mimado, cala essa maldita boca, antes que eu quebre esses teus dentes.

Cora parou Regina, ficando entre ela e Killian.

— Regina! Eu não quero mais ouvir vocês, e pare de avançar em seu irmão, ele é o prejudicado desta história, não se faça de vítima.

Enquanto Cora falava, Emma saiu da biblioteca, correndo para seu quarto. Lágrimas saiam de seus olhos sem parar, as palavras de Killian surtiram um efeito devastador dentro de si mesma. Já não se sentia merecedora do amor de Regina, e ouvir que nunca mereceu uma família, a fez lembrar que a morena queria isso com ela. A morena queria ficar com ela e terem filhos, algo que era incapaz de dar para o grande amor de sua vida. Ainda tinha a mala da viagem pronta, então pegou todas as suas coisas e guardou nas outras duas malas que possuía. Fez tudo o mais rápido possível, saindo com as malas em direção a garagem da mansão. Deu graças a Deus, que não encontrou ninguém no meio do caminho, entrou na Mercedes de Regina, que ainda tinha as chaves na ignição e deu partida.

Enquanto isso na biblioteca, Cora tinha conseguido acalmar os dois filhos, que ainda furiosos, continuavam se encarando nada amigavelmente.

— Emma? – Regina chamou, percebendo que a loira não estava mais no local.

— Ela saiu daqui. – Cora falou. – Killian, pode me deixar a sós com a sua irmã? Vá colocar gelo em sua boca, para evitar que inche, já vou atrás de você.

Killian concordou com a cabeça, saindo da biblioteca. Cora olhou para sua filha com ternura.

— Minha querida, eu realmente sinto muito por isso tudo.

— Mas? – Regina já esperava pelo pior.

— Eu não aceito você e a Swan juntas. Se quiser seguir em frente com essa loucura, eu não irei estar ao seu lado.

— Está me pedindo para escolher, sério mesmo, Mamãe? – Regina estava incrédula, isso era um absurdo. – Pela primeira vez na minha vida, eu encontrei o amor, e você quer que eu abra mão dele?