Regina olhava para sua mãe com espanto, não poderia acreditar que ela iria lhe dar as costas, caso mantivesse seu romance com Emma. Suspirou fundo, e tentando manter a calma inexistente em seu sistema nervoso, tentou ser breve para poder ir atrás de sua amada.

– Fique com o seu filho, não irei abandonar Emma. – Regina se dirigiu até a porta da biblioteca, parando ao ouvir sua mãe.

– Isso é um erro, ela vai fazer o mesmo que fez ao seu irmão contigo. E quando isso acontecer, você vai se arrepender de ter preferido ela ao invés de sua família. – Cora falou resignada, já previa que a filha não iria abrir mão de seu relacionamento com Emma. – Eu vou estar aqui lhe esperando, não se preocupe com isso. Eu te amo minha filha.

Regina nada respondeu e continuou seu caminho, indo até o quarto de Emma o mais rápido que conseguiu. Quando abriu a porta, o desespero tomou conta de seu ser, ela havia levado todas os seus pertences, não havia mais nada dela no quarto. Regina correu até a garagem, surpreendendo-se ao não encontrar seu carro, chegou à conclusão que a loira havia o pego. Foi até o carro de sua mãe, que sempre mantinha uma cópia da chave guardada dentro dele, e deu partida no carro. Foi direto para a rodoviária, com medo que Emma fosse embora da cidade. Chegou lá e procurou em todos os lugares, como era uma pessoa influente, conseguiu informações privilegiadas, constatando que a loira não havia comprado nenhuma passagem em seu nome.

Depois seguiu até a redação do jornal, aonde encontrou seu carro estacionado na frente, seu coração se encheu de esperanças de ter encontrado a sua amada, mas logo que entrou no prédio, percebeu que não havia ninguém lá dentro. Sentou na cadeira da loira, deixando as lágrimas tomar conta de seu rosto. Emma havia ido embora, nem se despedir ela foi capaz, isso era mais do que podia aguentar. Chorou copiosamente, sentindo uma tristeza sem tamanho e tentava se convencer que só podia ser um engano. A loira iria voltar e tudo ficaria no lugar certo. Limpou as lágrimas com as costas da mão, e foi então que percebeu um bilhete preso na mesa de Emma, com as mãos tremendo pegou ele com receio. Tinha medo do que leria ali, isso poderia mudar sua vida inteira, antes de o abrir, prometeu a si mesma, que se a loira realmente foi covarde e lhe abandonou, nunca iria lhe perdoar.

Regina

Eu te amo mais que tudo, por isso mesmo, resolvi ir embora.

Você merece alguém melhor do que eu, não vou ser capaz de lhe fazer plenamente feliz e no fundo você sabe que é a verdade.

Por favor seja feliz, eu desejo as melhores coisas no mundo para você e seu futuro Henry.

Tenha uma boa vida e ame outra vez... Com carinho Emma

Regina terminou de ler, amaldiçoando a teimosia da loira burra, será que Emma não percebia, que não havia uma vida boa sem ela estar ao seu lado? Maldita hora que foi falar em filhos, agora a loira o usou como desculpa para fugir. A tristeza que sentia era enorme, mas agora a raiva estava concorrendo para superar esse sentimento. Queria poder xingar Emma pessoalmente, queria lhe falar que ela era uma covarde e que nunca iria lhe perdoar por isso. Havia sido abandonada pela única mulher que amou, queria gritar e chorar até cansar. Deitou a cabeça na mesa, deixando mais lágrimas descerem por seus olhos, queria acordar desse pesadelo ambulante. Queria voltar no tempo, queria tantas coisas, então se permitiu a continuar sentindo tudo a que tinha direito.

Anoiteceu, e a morena decidiu dormir no sofá de seu escritório mesmo, não queria ir para a mansão tão cedo. O choro já tinha parado, desconfiava que nem tinha mais lágrimas para desperdiçar com uma pessoa que claramente não a amava o suficiente. Estava profundamente magoada com Emma, ela desistiu do amor delas na primeira oportunidade. Nem a chance de uma conversa ela lhe concedeu, apenas deixou um bilhete idiota e foi embora. Não fazia ideia para onde ela havia ido, afinal a loira não tinha raízes e poderia estar no meio do caminho para qualquer lugar do mundo. Regina dormiu pensando na loira, por mais que tentasse apenas sentir raiva, o amor ainda falava mais alto, e estava preocupada em como e onde ela estaria agora.

A manhã seguinte chegou, e com ela uma dor de cabeça infernal para a morena, que levantou procurando por um remédio para amenizar os martelos que batiam dentro de sua cabeça. Tomou o remédio e resolveu ligar para sua amiga fiel.

– Regina? Caiu da cama, foi? – Zelena resmungou do outro lado da linha.

– Preciso de você. – Regina falou em um fio de voz.

– Onde você está? O que houve? Céus Regina, agora fiquei preocupada... – Zelena disparou a falar.

– Na redação, eu não me sinto nada bem. – Regina sentou, sentia o mundo girar ao seu redor. – Ela me deixou, Zel. Falou que me amava e me abandonou, deixando apenas um bilhete estupido.

– Oh, querida. Estou indo para aí, continue falando comigo. – A ruiva nunca havia ouvido sua amiga soar tão derrotada, estava extremamente preocupada que ela fizesse uma besteira. – Vocês brigaram de novo, é isso?

– Killian pediu ela em casamento e logo depois nos pegou no maior flagra na biblioteca da mansão. No meio da confusão que ele armou, ela saiu sem eu ver e quando fui procurar, já era tarde demais. Não faço ideia para onde ela foi e nem quero mais saber.

– Amiga...

– Ela escolheu me deixar, e fez isso da forma mais covarde possível. Eu não quero mais saber dela, ela deixou apenas um maldito bilhete para trás e eu fico como? Quando eu me deixei transformar nessa pessoa patética, que adormeceu chorando? – Regina parou para respirar fundo e continuar. – Emma Swan quebrou o meu coração e pretendo esquecer que ela existiu em minha vida. Irei fazer o que faço melhor, me reerguer e não olhar para o passado. Posso contar com a sua ajuda?

– Você sabe que sim, minha querida. Estou aqui para tudo que você possa precisar. – Zelena respondeu prontamente.