A princesa proibida

Eu sou do meu amado e meu amado é para mim


(Mad world - Brooklyn Duo)

O jovem príncipe estava lendo debaixo do salgueiro do jardim da ala sul. Era um dia perfeito: frio e nublado, espantando a maioria das pessoas das áreas externas. Taka não gostava muito de companhia quando lia, ou quando fazia qualquer coisa, na verdade. Não que muitas pessoas viessem conversar com ele, mas preferia evitar ser perturbado por conversas sem importância.

Quando pequeno, Scar costumava ser bajulado, entretanto, os criados e os nobres perceberam que Mufasa era o preferido do rei, e assim, o louvor fora transferido ao mais novo. Taka, percebendo não haver propósito em ser gentil com quem não oferecia muito em troca, não fez questão de usar a boa educação ensinada pela mãe. Na verdade, achou mais interessante importunar a criadagem nos momentos de tédio do que ser bajulado por ela. O fato de ser príncipe o isentava de punições. Já com os nobres, não ousava infernizá-los, pois poderiam ser necessários um dia, então trocava palavras cordiais quando preciso.

Eles não mereciam seu respeito, afinal, nem muito tempo de sua atenção. A única que apreciava sua presença ali era sua mãe. Contudo, nos últimos anos Uru entrou num quadro depressivo. Não saía muito do quarto, não pronunciava muitas palavras e parecia sempre aérea. Taka não podia culpa-la, Ahadi arranjara muitas amantes e praticamente esquecera-se de sua rainha. Isso só fez aumentar o ódio que Scar sentia do pai. O rei que se afirmava tão nobre era uma verdadeira fraude moral, não valia um quilate do ouro de sua coroa.

Por isso, Taka passava a maior parte do tempo em sua introspecção. Ultimamente, no entanto, começou a sentir certa empatia pelas hienas -como resolveu chamar o grupo nômade que encontrou no castelo Stauben-. No final, eram apenas peões em seu jogo. Descartáveis. Mas era bom tê-los caso fossem o último recurso para um xeque-mate. De qualquer forma, sentia-se mais confortável na presença deles do que com a família.

Foi interrompido de sua leitura por uma cabeleira loira que entrou em seu campo de visão, o impossibilitando de enxergar as palavras. Não se assustou, no entanto, poderia estar de olhos fechados e, mesmo assim, reconheceria a pessoa que emanava aquele aroma cítrico tanto apreciado por seu olfato. Detestava os perfumes demasiadamente doces de baunilha ou rosas que as nobres de Reichstein costumavam usar. A fragrância da menina à sua frente era perfeita, assim como sua dona, aos seus olhos.

Algo decente seu pai havia feito, afinal. O noivado com a princesa de Xártis fora, de fato, a melhor coisa que lhe acontecera em anos. Sempre soube que havia um acordo entre os dois reinos, estratégias militares apenas. Era disso que se tratavam casamentos, no final das contas. Por isso, não ficou nem um pouco ansioso há 2 anos atrás quando o pai lhe falou que sua noiva e a comitiva real fariam uma visita a Reichstein. Em sua mente, não poderia apreciar nada arranjado por Ahadi.

Contudo, ao ver a jovem de feições tão angelicais e seus olhos azuis penetrantes que lhe fitaram curiosamente no jantar de recepção, ponderou se não estaria errado. A beleza da moça o fascinou. Por isso, ao vê-la sair do castelo escondida no dia seguinte, resolveu segui-la e surpreendeu-se ainda mais quando a viu descobrir seu lugar secreto, a clareira. Achou-a ainda mais encantadora estando naquele local, e, após observá-la de longe por um tempo, aproximou-se abruptamente, assustando a garota.

Notou como ela estava tensa de estar à sós em sua presença. Não era de se espantar que perguntasse dele para as criadas e não ouvira boas coisas. Contudo, seria incapaz de ser rude com um ser tão delicado, parecia uma flor. A princesa despertou nele um instinto que nem mesmo sabia existir dentro de si, de cuidar e ser carinhoso. Nem mesmo com a mãe era tão gracioso, mas Sarabe era a exceção. Sentia-se leve ao seu lado, tinha vontade de sorrir mais e conversar leviandades só para ouvir sua voz. Era tosco, ridículo e ainda assim, tão bom. Ela era um descanso par sua alma turbulenta.

Ficaram juntos por 1 mês, período em que o rei Oberon estabeleceu para que pudessem se conhecer. Com pesar, despediram-se, mas mantiveram contato por cartas durante os 2 anos separados. E agora ela estava ali na sua frente, mal podia acreditar. Seu coração se acelerou e abriu o sorriso que guardava apenas para a pequena criatura loira.

Logo sentiu seus lábios serem preenchidos pelos finos e rosados dela, fora um selinho rápido, mas suficiente para desencadear uma cadeia de reações por todo seu corpo.

Surpreendeu-se pela atitude da menina. Haviam se beijado apenas uma vez antes de sua partida. Scar ficara sem jeito, não era muito experiente naquele quesito, nem ela. Até isso a princesa conseguia, deixa-lo constrangido. Apesar de desajeitado e rápido, fora a melhor das sensações. Naturalmente, a inciativa partira dele como de costume, por isso, embasbacou-se com o selinho dado por ela.

Sarabe estava de cabeça para baixo, com as pernas penduradas num galho da árvore. Após o beijo surpresa, talvez por vergonha, puxou o corpo rapidamente de volta a fim de ajeitar-se para descer. Taka ofereceu-lhe a mão para ajudá-la.

— Desculpe. -sorriu corando, Taka deu um sorriso de canto de volta.

Seu modo tão inocente parecia de uma criança que acabara de fazer travessura, tornando-a ainda mais encantadora. Contudo, Scar sentira seu orgulho ferido por ela ter tomado a atitude que ele gostaria de tomar ao vê-la. Assim, quando Sarabe abaixou o rosto timidamente, seus dedos tocaram-lhe o queixo, o erguendo e rapidamente capturou os lábios da moça novamente. A mão que repousava no queixo deslizou para o encontro de seus cabelos e a outra descansou em sua cintura.

Sarabe imaginava este momento todas as noites antes de dormir e em seus sonhos. Os lábios de Scar eram doces e inebriantes, envolvendo os seus com um volume delicioso. Nunca pensou que poderia ter a sensação de flutuar e arder em chamas ao mesmo tempo. Este fora diferente do trocado em sua despedida, havia uma saudade e necessidade que somente a luta desbravada por suas línguas conseguia transmitir. O príncipe terminou o beijo com uma leve mordida no lábio inferior da loira, arrancando-lhe um suspiro prazeroso, que soou como música aos seus ouvidos.

Ficaram algum tempo de olhos fechados com suas testas coladas, apenas absorvendo o fato de estarem ali tendo todo o tempo do mundo, mesmo naqueles segundos finitos.

— Eu senti sua falta. – falou com a voz grave e rouca o príncipe, causando arrepios na mais nova.

— Eu também. – respondeu com dificuldades, trêmula.

Então o imaginável aconteceu, Scar começou a rir sozinho e bobamente. Sarabe abriu os olhos e mesmo não compreendendo, o acompanhou. Era simplesmente bom demais para ser real e se aquilo fosse um sonho, o jovem casal preferia viver numa doce ilusão do que em uma realidade dura de estarem a um mar de distância.

Deitaram aos pés da árvore abraçados e contemplaram a paisagem. Não era um cenário romântico, o dia estava cinzento e frio, não haviam flores, nem um belo pôr-do-sol para ser observado e nem pássaros cantando ao fundo. Contudo, a presença um do outro era o suficiente. Conversaram leviandades até o momento em que uma serva os chamou para o jantar de recepção da comitiva real de Xártis.

— Espere. -chamou o príncipe antes da princesa seguir para a ala sul, onde ficavam os quartos dos convidados. – Acorde amanhã bem cedo e me encontre nos estábulos, quero lhe levar a um lugar.

— Mas eu não posso sair do...

— Shh... Confie em mim, sei despistar os guardas. – E com um beijo despediram-se.

Na manhã seguinte, Sarabe despertou com o nascer do sol e tratou de arrumar-se logo, colocando um vestido florido de mangas soltas e sapatilhas douradas. Saiu do quarto e, felizmente, os guardas não perguntaram para onde iria tão cedo. Dirigiu-se ao estábulo silenciosamente e encontrou seu príncipe num porte majestoso de costas para ela, acariciando um cavalo.

— Levou a sério meu pedido. – disse. Ela se perguntava como ele a ouvira chegar.

— Sempre cumpro minhas promessas.

— Bom saber. – virou-se sorrindo, mas então ficou sério de repente. – Porque vou precisar que prometa mais uma coisa. O que vou lhe mostrar jamais mostrei a pessoa alguma. Não conte a ninguém, está bem? Se perguntarem por nós, diga que fomos fazer um passeio.

A princesa de Xártis franzira o cenho, tentando entender o porquê tamanho mistério e segredo, mas apenas consentiu. Confiava em Scar, ele não a levaria a um lugar perigoso. Observou melhor o cavalo e percebeu que havia uma carroceria coberta, presa ao animal. Resolveu não perguntar, tudo seria esclarecido depois, ela acreditava.

— Como passaremos pelos guardas com tanto volume? – indagou

— Este é o horário e o dia da semana em que baixam a ponte para que os comerciantes entrem trazendo seus produtos. Entre na carroceria e eu me enrolarei em panos para não ser reconhecido. Eles só fazem inspeção de mercadoria na entrada, não na saída.

— Está bem. – ainda desconfiada entrou na carroceria sendo ajudada por Scar. Havia um monte de comida ali, sacos de trigo, cevada, frutas, linguiça, garrafas de leite e carnes. Num cantinho havia um emaranhado de panos colocados por Scar para que ela pudesse se acomodar.

— Será um pouco desconfortável, milady. Sinto muito.

— Não sou feita de cristal, bom senhor. -disse sorrindo.

Assim, Scar montou o animal e saiu da parte coberta do estábulo na área leste do castelo. O pátio de entrada estava repleto de cavalos e homens maltrapilhos negociando suas mercadorias com os administradores das finanças reais. Eles passaram sem serem percebidos.

Sarabe perdeu noção do tempo e acabou adormecendo. Acordou quando os pulos da carroceria cessaram. Ainda sonolenta ouviu vozes e a fenda da cobertura se abriu, revelando seu príncipe, a convidando para descer. Com certa dificuldade pela dor dos sacolejos, saiu e deparou-se com um castelo. Não era o cenário que imaginava, de fato. Não era um castelo como Reichstein, este estava em ruínas e possuía uma energia de tristeza.

Logo se viu cercada por alguns homens não muito mais velhos do que ela, mas não pareciam fazer mal, diria até que exibiam um temor pela presença do príncipe e a sua também.

— Onde estamos? – perguntou desorientada.

— Sarabe, bem-vinda ao castelo Stauben. Creio que já ouviu sua história, mas não sabia que ele vem sendo habitado recentemente. – fez uma pausa para que se situasse. - Eu tenho ajudado o povo que se estabeleceu aqui, trazendo mantimentos uma vez por semana.

— Vossa Majestade se deu bem. A moça é realmente bonita, Scar. É melhor casar logo, antes que ela fuja. – gargalhou, sendo seguido por outros 2 homens. Scar revirou os olhos. Odiava essa intimidade que teve que criar com um povo inferior, mas era necessário. Sarabe não dizia nada, continuava confusa com as informações.

— Janja, Majestade, ao seu dispor. -beijou-lhe a mão. Ele era magro, com uma grande testa, tornando sua expressão sisuda, olhos e cabelos muito negros. Era uma feição medonha. Mesmo sentindo nojo da mão e dos lábios sujos tocando sua pele, Sarabe não se deixou intimidar e sorriu graciosamente. Também achou estranho o fato de usarem o tratamento destinado a reis ao se referirem a eles. – Trouxe coisa boa Scar?

— Sempre trago. -respondeu presunçoso. – Podem descarregar, vou levar minha noiva para conhecer o local.

Scar a guiou pelo pátio de entrada, por locais onde acreditava ter existido um jardim antes e pelo interior, tomando cuidado para não pisar nos buracos. Eram tantas perguntas na mente de Sarabe, todavia, não conseguia pronunciar uma única palavra, temia chorar. Viu crianças empoeiradas e magras demais a olhando assustadas, pessoas adoentadas e famintas. Nunca se deparou com tal realidade antes. Saber que existiam pessoas vivendo em condições tão precárias a fez sentir culpa.

Taka a guiou até uma torre após percorrerem uma longa escadaria. A janela não existia mais e o teto continha buracos, mas a vista era de se tirar o fôlego. Podia ver bem ao longe o castelo de Reichstein entre as montanhas, o Olho d’água, os vilarejos e a floresta também. Os raios de sol matinal batiam na água não muito profunda, formando um arco-íris onde a nascente desaguava numa cachoeira. Era uma imagem de se tirar o fôlego, tão linda que a fez ter vontade de chorar, misturado ao sentimento de pesar. Scar a abraçou por trás.

— Por que choras, minha bela? – perguntou num sussurro ao pé de seu ouvido, provocando uma reação elétrica em seu corpo.

— É tão triste o modo como vivem... Temos tanto e eles não tem quase nada. Se não fosse por você... -virou-se para ele acariciando seu rosto, que fechou os olhos recebendo o carinho.

— Não te trouxe aqui para que ficasse triste, Sarabe. – beijou o topo de sua cabeça.

— Quem são eles? Como chegaram até aqui? – questionou, limpando as lágrimas.

— Eles moravam em Reichstein, mas foram expulsos de seus vilarejos por não terem dinheiro para pagar impostos. Acharam o castelo abandonado e se firmaram aqui, mas a terra é muito infrutífera e seca. Com a invasão, os campos foram queimados e nunca mais foram férteis da mesma forma. É como se estivesse amaldiçoada. – fez uma pausa para que ela absorvesse. – Eu sempre gostei de vir aqui e um dia os encontrei. Estavam passando fome e eu achei injusto eles não serem assistidos por meu pai, por isso, resolvi ajudar trazendo mantimentos toda semana.

— Como pode ser tão bom? Como fui ter tanta sorte?

Sarabe se emocionou. Nunca pensou que Scar pudesse se importar tanto com os outros. Ele não mencionou é claro, que suas hienas eram na verdade grupos de contrabandistas, que fugiram de Reichstein por serem perseguidos. Contudo, era verdade que o faziam por passar fome e Scar os ajudava, que mal havia em omitir parte da verdade? E não, não o fazia por bondade de seu coração, os treinava para servi-lo um dia, mas se era isso que sua princesa gostaria de acreditar e aumentaria sua imagem aos seus olhos, que mal faria?

— Eu pretendo, quando for rei, incluí-los em meu reinado. Nosso reinado. -ele corrigiu, sorrindo e depositando um beijo em suas mãos. - Por isso a trouxe aqui, para conhece-los. Você concordaria em abriga-los quando formos reis?

Os olhos de Sarabe se encheram de lágrimas mais uma vez. Scar estava pedindo sua opinião, mesmo que no final ele não precisasse dela. Temia que fosse ser um rei autoritário e ela se tornasse um mero objeto decorativo de sua corte, mas não, ele queria incluí-la nas decisões. Soube naquele instante que era a mulher mais feliz do mundo, recebeu um amor que mal cabia dentro de si, sentia vontade de explodir. Pulou então nos braços de seu amado.

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— É claro que sim. Seria maravilhoso. Você vai ser um rei maravilhoso, meu Scar. – beijou seus lábios e olhou em seus olhos significativamente, precisava dizer aquilo que estava entalado em sua garganta e em seu peito. – E eu te amo, quero ficar com você, me casar com você, reinar ao seu lado, ser sua. Não por um acordo entre nossos pais, mas porque aprendi a te amar. - o coração de Scar disparou com aquelas palavras. Ouvi-la dizer que era sua, tão rendida, tão entregue, despertou nele um sentimento de posse.

— Eu te amo, Alteza. Sou seu.

Num impulso ele a beijou ainda mais ferozmente do que no dia anterior. Seus lábios se encontraram com fervor, uma mão Scar depositou em sua nuca e a outra foi descendo por suas costas. Isso pareceu despertá-la do torpor do momento e empurrou seu peito de leve, interrompendo o momento.

— Não somos casados ainda, Scar. -falou num sussurro, ainda muito próxima a ele.

— Eu... não posso mais esperar, Sarabe. – respondeu sôfrego. – Desde que te conheci, te desejo, eu preciso de você mais do que o ar. Sinto que você controla a minha vida agora. Eu mataria e morreria por você, iria contra os céus e o inferno se preciso fosse.

— Não fale assim, essa devoção se deve a Deus. É blasfêmia. – respondeu corada.

— Eu não ligo. Te ter na minha frente dizendo que é minha e não poder te ter é insuportável. – e então sussurrou ao pé de seu ouvido. – Olha o estado que você me deixa, Alteza. -estavam tão colados que Sarabe podia sentir o coração dele martelar contra seu peito.

— Isso é errado. -tentou ainda sem voz, fechando os olhos ao sentir os lábios carnudos e molhados dele traçando um caminho de beijos por seu pescoço. Arfou quando chegou no vale de seus seios. Sentiu a respiração quente dele adentrar o decote pequeno do vestido e assim suas pernas perderam as forças. Passou a ser sustentada por ele e a parede a suas costas.

— Vamos nos casar aqui e agora então. – ele soltou, voltando os olhos para ela. Retirou o anel com uma esmeralda grande de seu dedo anelar e depositou no indicador dela, sendo mais fino. – Eu te aceito como minha legitima esposa. -declarou fitando profundamente seus olhos. – Para amar-te e respeitar-te até o momento do meu leito de morte. Serei seu para sempre. – chegou mais perto e sussurrou em seu ouvido novamente. – E você, princesa, aceita ser minha rainha agora e para o resto de nossas vidas? Aceita este príncipe rebelde para ser seu? -sentiu a pele dela se arrepiar novamente.

— A-aceito. Sou sua. Eu sou para o meu amado e meu amado é para mim. – declarou convicta, mas com a voz falha. Retirou seu anel de rubi e colocou no indicador do príncipe.

— Dito isso, não há problema em consumarmos nosso amor, não é? – questionou manipulador com a voz grave e baixa. Ela apenas sacudiu a cabeça, negando.

Era a primeira vez de ambos, mas Scar, tomado pelo desejo parecia ser experiente no que fazer. Já havia lido livros e escutado a conversa de mais velhos a respeito.

— Você é linda, minha rainha. – murmurou antes de capturar novamente seus lábios.

— Scarr... Scarr... – ela suspirava e chamava por ele.

Com juras de amor eterno, suspiros e gemidos no alto de uma torre de um castelo abandonado, se tornaram um. Não era um cenário digno e luxuoso para rei e rainha, mas para os jovens apaixonados, isso não importava.