Ele suspirou e pegou o livro do chão e abriu vendo o símbolo dos Uchihas começou a ler. Arregalou os olhos com raiva do tio. Odiou o irmão com todas as forças por ele ter matado seus pais, mas agora ao descobrir que o irmão preferiu matar os pais a perder toda família, mesmo podendo escolher qualquer pessoa para deixar viva, o escolheu. Não matou ele por ter muito amor e querer o proteger.

Sasuke socou a mesa com raiva, o tio o manipulou como muitas pessoas. Conseguiu o enganar a matar muitos apenas por querer poder para conseguir sua vingança e assim uma possível felicidade.

Olhou pela janela ouvindo gritos de terror e medo. Suspirou, mais uma vez foi convencido pelo tio em troca de poucas informações sobre o irmão. Entregou a vida de todos ali nas mãos do tio, apenas para descobrir algo que a própria Sakura poderia lhe contar se ele perguntasse.

— Droga! – ele falou saindo correndo indo ajudar os aldeões.

...

Madara jogou Sakura na cama de um quarto onde se aproximou e se alimentou até se saciar por completo. Sentiu a parede atrás de si e olhou a rosada com as esmeraldas verde-escuro com uma mão no pescoço. Ele deu um sorriso de canto e se levantou do chão. Sakura o encarava com atenção aos mínimos detalhes. Ele olhou para a porta e sorriu mais.

— Daisuke saia de trás da porta – Madara falou.

O loiro entrou e Sakura o encarou. Madara sorriu e Daisuke acompanhou seu olhar até parar na rosada. O loiro se virou para o moreno com os olhos vermelhos.

— Disse para não encostar nela! – o loiro gritou.

O moreno apenas desviou do soco do loiro que deixará a marca na parede. Sakura observou seu irmão ser arremessado na parede atrás de si caindo próxima a ela. O moreno sorriu ao ver o loiro se aproximar da rosada com o objetivo de protegê-la. Ela estava entre os braços do irmão que estava soado.

— Deve estar cansado Daisuke, os treinamentos são pesados- ele riu antes de continuar – Fiquei sabendo que hoje foi com veneno.

Sakura encarou o moreno de olhos arregalados. Ela tentou ir até ele, mas seu irmão a segurou.

— Mesmo eu querendo ver ele no chão, não posso arriscar você, Sakura – ele falou fraco.

O moreno aproveitou a distração, logo Sakura estava com as mãos na cabeça.

— Ora seu...! – o loiro avançou sem pensar.

Foi jogado na parede diversas vezes. Sakura com esforço levantou os olhos e avançou. O símbolo de um losângulo azul claro adornou sua testa. O moreno redobrou a atenção nos golpes dela que agora, mesmo um pequeno soco poderia o matar. Logo o moreno estava no chão segurando as costelas. Sakura se acalmou e o losangulo desapareceu e suas esmeraldas voltaram ao tom habitual.

O barulho de um corpo caindo fez Sakura virar-se rapidamente, ela encarou o irmão no chão. Correu e colocou a cabeça dele em seu colo sentindo as lagrimas se formarem.

— Dai – ela chamou acariciando o rosto dele.

Ele a encarou com um sorriso mínimo nos lábios. As lagrimas começaram a escapar caindo na camisa, agora branca do loiro, ele segurou a mão da rosada em seu rosto. Em um momento ele estava no colo dela e no outro estava a protegendo da katana que o moreno mais velho havia desferido. Sakura olhava o irmão virado com os olhos arregalados. Ele a protegeu como sempre fez. Daisuke jogou o moreno longe aproveitando que ele estava fraco. Sakura puxou a katana e pegou o corpo do irmão após ajeitar o ferimento, o envolvendo com um pano limpo, ganhou um pouco de tempo com isso.

Colocou o loiro nas costas e começou a correr em direção ao vilarejo só parou na frente do hospital improvisado. Olhou para os lados vendo que o vilarejo estava com a maioria das coisas intactas. Logo apareceram alunos da academia correndo com pessoas no colo. Ela entrou e deixou o irmão com Chyo.

Caminhava até sua casa, sua cabeça estava bagunçada, nada mais se encaixava. Entrou e se jogou na cama sem se importar com nada...

No outro dia já de manhã, Sakura após um banho foi na cozinha e preparou um chá. Sentou-se em uma cadeira e começou a tomar o chá com o olhar perdido pela mesa. A porta se abriu Sasuke entrou e colocou várias armas encostadas na parede e se dirigiu a cozinha. Arregalou os olhos quando viu a rosada.

— Sakura? – teve medo de ser uma ilusão.

Ela o encarou seus olhos estavam opacos. Sasuke ficou mais arrependido por ser o culpado da rosada estar naquele estado. Ela negou e voltou a olhar para a mesa. Sasuke sentou-se na sua frente e a observou.

— Sakura desculpa eu estava cego... – ele foi cortado.

— Eu sei. Se não se importar eu quero ficar sozinha – ela falou e subiu para se quarto.

Passou o resto do dia olhando o teto esperando notícias do irmão. Acabou dormindo, quando acordou tomou banho e foi à cozinha pegou uma maçã e olhou a janela distraída. Ouviu passos pesados nas escadas e encarou o moreno que acabara de entrar na cozinha, visivelmente cansado. Ele sentou-se na cadeira e apoiou a cabeça na mão.

Sakura abriu a geladeira e pegou a garrafa com sangue. Colocou em um copo e pôs a frente de Sasuke que notou sua presença. Sakura se encaminhou para a porta de entrada.

— Aonde vai? – o moreno perguntou.

— Meu irmão está no hospital – ela falou deixando um moreno pensativo para trás.

Após visitar o irmão que dormia, começou a andar olhando tudo ao seu redor parou vendo que chegara ao limite do vilarejo mais a frente estava uma pequena floresta que escondia a presença do vilarejo. Olhou o céu, pensativa, teve medo de chegar e tudo estar no chão como ocorreu há anos atrás. Suspirou e foi para casa teria que conversar com o moreno não adiantava ficar adiando. Sentou no sofá da sala e viu o moreno sentar à sua frente, ele suspirou.

— Desculpe, eu não deveria ter colocado o vilarejo em perigo – ele falou encarando o chão.

— Você se arrependeu pelo menos – ela falou.

— Como você sabe?

— Hideki me contou tudo e também seus olhos demonstram isso.

— Você sabe que eu vou atrás do meu irmão uma hora ou outra, não é? – ele perguntou.

— Sim, eu entendo você quer recuperar os anos que perdeu – ela falou calma – Eu também vou tentar isso.

Ele sorriu, pensou que ela não compreenderia seus motivos, mas como sempre ele estava enganado e esquecera que ela era diferente...

Sakura aproveitou que ele estava com a cabeça sem muitas preocupações e resolveu dar uma volta, coisa que ela andava fazendo muito nos últimos dois dias após o acontecimento que a testou verdadeiramente. Andava observando tudo desde uma folha a uma bonita arvore. As crianças corriam de um lado para o outro se divertindo, muitas pessoas a cumprimentavam alegres recebendo um sorriso acompanhado de um aceno de cabeça. Realmente era um dia feliz.

Ela parou no exato momento que viu uma cabeleira loira rodeada de crianças e guerreiros recém-formados da academia. Não soube dizer quando começou a correr na direção do loiro apenas sentiu ser girada no ar e o tão conhecido beijo na testa. Cumprimentou o senhor de longos cabelos brancos, logo voltando a prestar atenção no loiro de incríveis olhos azuis.

— Naruto quando você avisou que voltaria? – ela perguntou.

— Pensei que uma surpresa era melhor – ele falou sorrindo.

De longe Sasuke observava tudo, saiu dali tomando por fim sua decisão.

...

Mais tarde Sakura se dirigiu a casa acompanhada de Naruto. Assim que chegou encontrou Sasuke saindo da cozinha.

— Sasuke que bom que te encontrei, este é Naruto – ela apontou o loiro.

O moreno apenas encarou o loiro e depois a rosada.

— Venha Naruto você deve estar cansado – ela falou o puxando pelo pulso escada acima.

— Calma Sakura-chan, eu terei muito tempo para descansar – ele falou sorrindo.

Ela sentou na cama e suspirou o loiro fez o mesmo e a encarou sério.

— O que aconteceu nos últimos 02 anos que eu estava treinando fora? – ele perguntou.

— Nada fora do comum, alguns ataques, perdas... – ela falou sem interesse – Mas e você como foram os treinamentos?

— Pesados – ele falou mais sério do que o comum – Não teve nenhum movimento de Madara?

Ela se levantou e ele sabia que ela escondia algo. Levantou-se e a prensou na parede com cuidado.

— O que ele fez? – ele perguntou.

— Nada além de pesadelos– ela desviou os olhos.

— Que tipo de pesadelos?

— Naruto – ela pediu.

Ele suspirou e a soltou sentiu o gosto de sangue e olhou a rosada que tinha os olhos arregalados. Passou a mão sobre a boca limpando um filete de sangue que escorrera.

— Naruto você está... – ela foi cortada.

— Sakura não se preocupe com isso – ele falou e se apoiou na parede por causa da forte dor que sentira.

Ela tirou a camisa dele após o levar para a cama onde ele se sentou. Ela sentou de frente para ele mantendo suas esmeraldas nos olhos azuis dele. Ela colocou uma mão no símbolo que ele tinha na barriga e a outra mão na testa dele.

— Sakura, você vai se machucar – ele avisou tentando fazê-la desistir.

Ela sorriu e fechou os olhos se concentrando. Ele relaxou assim que a dor sumira, sentiu o corpo de Sakura cair sobre o seu e a pegou no colo se encaminhando para o quarto dela.

— O que você fez com ela? - parou assim que ouviu a voz do moreno.

— Sakura estava cansada e acabou dormindo – o loiro mentiu.

— Não minta, a presença dela é quase imperceptível – o moreno falou.

— Apenas não se preocupe eu não a machucaria como vocês, Uchihas fazem – o loiro falou entrando no quarto da rosada a colocando na cama.

O moreno entrou e desferiu um soco no rosto do loiro.

— Por que ficou bravo? Eu apenas falei a verdade!

Os dois começaram a brigar sem perceber a rosada olhando as duas pessoas importantes para ela brigando.

— Por favor – ela falou fracamente apertando os pulsos em soco em cima do colo.

— Sakura- chan – o loiro falou parado olhando para ela vulnerável como nos primeiros dias dela ali após Itachi a levar para o vilarejo.

O moreno olhava a rosada com a cabeça baixa com os pulsos apertados. Era a primeira vez, desde o encontro com o tio, que a via daquele jeito. Sentiu uma grande vontade de abraça-la, mas não poderia fazer isso.

— Por favor, saiam, não briguem na minha frente – ela pediu sem olha-los.

O loiro saiu junto ao moreno, foram cada um para seu quarto sem trocar uma palavra.

...

O moreno observava a rosada dormindo serenamente, gostaria de beija-la e se despedir dela da maneira certa, mas se fizesse isso toda coragem que reunira sumiria e ele acabaria por ficar.