A menina dos Milagres

Procura Por Um Lugar Perfeito


Na manhã seguinte, a expectativa pairava no ar quando minha mãe e meu pai se prepararam para dar o próximo passo em direção à concretização do sonho da loja de eletrônicos. Os dois estavam radiantes de esperança e determinação.

— Ana, vamos lá fazer história! — exclamou meu pai, com um brilho nos olhos, enquanto ajustava o nó de sua gravata.

Minha mãe concordou com um sorriso e um aceno, pegando sua bolsa com os documentos necessários. Partiram juntos para o banco, onde todos os detalhes do financiamento seriam acertados. Eu os acompanhei com ansiedade, sabendo que cada passo que davam os aproximava mais do objetivo. No banco, a atmosfera era de seriedade misturada com a empolgação do momento. Papéis foram assinados, formalizando o acordo, e logo depois, a notícia que tanto esperávamos: o valor do financiamento foi liberado. Meus pais saíram do banco com um envelope contendo o capital necessário para começar a jornada empreendedora.

Empolgados, eles se dirigiram a corretoras imobiliárias locais, ansiosos para encontrar o espaço perfeito para a loja. Caminhamos juntos pelas ruas do Condado de Notre Dame, mas o desafio se revelou maior do que imaginávamos. Os prédios disponíveis não atendiam às expectativas e necessidades da nossa visão para a loja de eletrônicos.

— Parece que teremos que ampliar nossa busca, encontrar o local perfeito para criar algo único e especial — disse meu pai, mantendo o otimismo diante dos obstáculos.

O dia se transformou em uma jornada de busca, explorando diferentes bairros e conversando com corretores. Mesmo diante da frustração inicial, a determinação dos meus pais permaneceu inabalável. Cada conversa, cada rua percorrida, era um passo em direção ao futuro que almejávamos construir juntos. E assim, com o sol se pondo no horizonte, a busca pelo espaço ideal continuou, carregada de esperança e a promessa de um novo capítulo para a nossa família.

POV DONA LARA

— Talvez precisemos expandir nossa busca para além do Condado de Notre Dame. O lugar perfeito pode estar nos arredores, e não podemos deixar que essa dificuldade inicial nos desanime — sugeriu meu marido, demonstrando resiliência diante dos desafios.

Aceitamos a sugestão e ampliamos nossa busca para além dos limites conhecidos. Exploramos bairros adjacentes, conversamos com diferentes corretores e visitamos prédios que, esperávamos, se encaixassem em nossos planos. Cada rua percorrida, cada conversa com corretores, era uma etapa rumo ao nosso objetivo. O sol começava a se pôr no horizonte quando percebemos que, apesar das dificuldades, a busca era uma parte fundamental de nossa jornada empreendedora. Era preciso persistir, adaptar-se às circunstâncias e manter a visão clara do futuro desejado.

Sentamos juntas à mesa, eu e Ana, folheando os classificados de jornais espalhados pela superfície. A luz do entardecer iluminava o cômodo, criando uma atmosfera aconchegante enquanto buscávamos incansavelmente por aquele lugar perfeito para a nossa loja de eletrônicos.

— Mãe, acho que deveríamos dar uma olhada nos anúncios online também. Talvez haja algo interessante por lá — sugeriu Ana, mostrando sua habilidade com a tecnologia.

Assentindo, peguei o meu celular e, juntas, exploramos os recursos online em busca de opções adicionais. Os anúncios se desdobravam diante de nós, uma miríade de oportunidades e possibilidades. Ana, com seus olhos curiosos e dedos ágeis, destacava aqueles que pareciam promissores.

— Olha, mãe, este aqui parece interessante. Um espaço amplo e bem localizado. Vamos anotar o número e ligar para obter mais informações — sugeriu Ana, apontando para um anúncio em destaque.

Anotamos os detalhes e, em seguida, pegamos o telefone. A ligação para o corretor nos levou a uma conversa detalhada sobre o prédio em questão. Ana, atenta, ouvia cada palavra, demonstrando uma maturidade e interesse surpreendentes para sua idade.

— Parece uma ótima opção. A localização é conveniente, e o espaço parece atender às nossas necessidades. O que acha, Ana? — perguntei, buscando a opinião da minha filha.

— Acho que vale a pena visitarmos. Podemos agendar uma visita para conhecer o lugar pessoalmente — respondeu Ana, transmitindo confiança e otimismo.

Após a conversa, agendamos uma visita ao prédio destacado no anúncio. Eu e Ana compartilhávamos a expectativa de que este poderia ser o lugar que estávamos procurando para tornar nosso sonho empreendedor uma realidade palpável.

Enquanto preparava o jantar, meu pensamento ainda girava em torno da possibilidade do prédio que havíamos encontrado ser o local ideal para a loja de eletrônicos. A fragrância dos temperos enchia a cozinha, e eu não podia deixar de sentir uma mistura de entusiasmo e nervosismo. Ana, atenta aos seus próprios afazeres, ocasionalmente perguntava sobre os detalhes da visita que estava por vir. Sua energia juvenil se misturava ao meu ânimo, criando um clima positivo em casa.

— Mãe, você acha que esse prédio é o lugar certo para a loja? — questionou Ana, enquanto cortava alguns vegetais para a salada.

— Espero que sim, querida. Mas só teremos certeza quando o visitarmos pessoalmente. Fico feliz que esteja tão animada quanto eu com essa possibilidade — respondi, sorrindo para ela.

À noite, quando meu marido chegou em casa, compartilhei a notícia da visita agendada. Seus olhos brilharam com uma mistura de expectativa e interesse.

— Parece promissor, não é? Vamos torcer para que seja o que estamos procurando — comentou ele, saboreando o aroma do jantar que se espalhava pela casa.

Durante o jantar, discutimos os detalhes da visita e imaginamos como seria abrir a nossa loja naquele lugar. As conversas descontraídas sobre o futuro nos uniam, fortalecendo a sensação de equipe entre nós.

Depois do jantar, nos recolhemos para a sala de estar. Ana, entusiasmada, compartilhou suas ideias sobre a decoração da loja, enquanto meu marido e eu trocávamos olhares de cumplicidade, cientes de que aquele empreendimento poderia transformar as nossas vidas. O telefone tocou, interrompendo nossos devaneios. Era um lembrete da corretora sobre a visita marcada para o dia seguinte.

Depois do jantar, encaminhei Ana para o quarto, enquanto as expectativas sobre a loja ainda flutuavam em minha mente. Ao entrar no quarto, notei uma bagunça característica de uma adolescente criativa e cheia de energia. A expressão de Ana denotava ansiedade e entusiasmo, uma combinação de emoções que eu entendia muito bem.

— Mãe, o que acha se eu pintar algumas ilustrações para decorar a loja? — sugeriu Ana, com olhos brilhantes.

Sorri, apreciando a iniciativa dela. Enquanto Ana se sentava na cama, comecei a pentear seus cabelos com delicadeza, sentindo a textura suave e sedosa dos fios. A conversa fluiu naturalmente enquanto compartilhávamos ideias sobre o visual da loja. Sua empolgação era contagiante, e eu me via cada vez mais envolvida na visão animada de um futuro promissor. Guardamos juntas as coisas que estavam espalhadas pelo quarto, uma tarefa que se transformou em um momento de cumplicidade entre mãe e filha. Ana comentava sobre suas expectativas para a loja, enquanto eu a ouvia com carinho, maravilhada com a criatividade e determinação daquela jovem.

Aconchegada em seu travesseiro, Ana parecia imersa em pensamentos positivos e sonhos inspiradores. Enquanto observava minha filha, senti um misto de orgulho e esperança. Aquela noite marcava o início de uma nova jornada para nossa família, e eu estava decidida a enfrentar os desafios que surgiriam pelo caminho.

Ao apagar a luz do quarto e fechar a porta suavemente, desejei a Ana uma boa noite de sono, sabendo que a visita ao prédio no dia seguinte seria um passo importante na concretização de nossos planos. Com um suspiro de expectativa, caminhei para o meu próprio quarto, levando comigo a esperança e a certeza de que, juntas, poderíamos construir um futuro repleto de realizações.

Ao sair do quarto de Ana, retornei à sala onde meu marido, Pedro, estava sentado, folheando alguns documentos relacionados à loja. O brilho da lâmpada criava um ambiente aconchegante, e eu me aproximei, sentindo a tensão e a ansiedade que pairavam no ar.

— Pedro, precisamos conversar sobre os planos para a loja e também sobre os medos que tenho em relação a isso — disse, escolhendo minhas palavras cuidadosamente.

Ele ergueu os olhos dos papéis e, ao perceber a seriedade em minha expressão, colocou-os de lado, abrindo espaço para a conversa.

— Lara, estamos juntos nessa jornada. Compartilhe seus pensamentos e preocupações comigo — encorajou ele, estendendo a mão para segurar a minha.

Me sentei ao seu lado, sentindo o calor reconfortante de sua presença. Expliquei meus planos para a loja, desde a decoração até a seleção de produtos. Contei sobre as ideias de Ana para contribuir com ilustrações e como aquilo me emocionava. Entretanto, também expressei meus medos, preocupações com o financiamento, a incerteza sobre o sucesso do empreendimento e as possíveis adversidades que enfrentaríamos. Pedro escutava atentamente, e sua compreensão me trouxe um alívio momentâneo.

— Lara, sabemos que será desafiador, mas estamos fazendo isso pelo nosso futuro e pelo futuro de Ana. Vamos enfrentar os desafios juntos, superar os medos e celebrar as conquistas — disse ele, olhando nos meus olhos.

Fomos envolvidos por um abraço caloroso, selando nossos compromissos e reafirmando nossa parceria na jornada que tínhamos pela frente. No silêncio do abraço, percebi que, independentemente dos desafios, tínhamos um ao outro para enfrentar cada obstáculo. Nos separamos suavemente do abraço, mas não dos olhares ternos. Um sorriso se formou entre nós, e sem palavras, nos inclinamos para um beijo, como uma promessa silenciosa de apoio mútuo, determinados a transformar nossos sonhos em realidade.

Eu me deitei ao lado de Pedro, meu marido, sentindo o seu abraço me envolver. Eu encostei a minha cabeça no seu peito, ouvindo as batidas do seu coração. Ele acariciou os meus cabelos, e beijou a minha testa. Ele me olhou nos olhos, e sorriu.

— Eu te amo, Lara. Você é a minha vida. - ele me disse, com ternura.

— Eu também te amo, Pedro. Você é o meu tudo. - eu disse, com ternura também.

Nós nos beijamos, e trocamos olhares de amor. Nós nos sentíamos felizes, e agradecidos por termos um ao outro. Nós nos sentíamos completos, e fortalecidos pela nossa união.

— Como foi o seu dia, meu amor? - ele me perguntou, com interesse.

— Foi bom, meu amor. Eu trabalhei bastante, mas também me diverti. E o seu? - eu respondi, com interesse também.

— Foi bom também, meu amor. Eu tive algumas reuniões, mas também consegui resolver alguns problemas. - ele disse, com satisfação.

Nós conversamos sobre os nossos dias, contando as nossas experiências e as nossas conquistas. Nós nos ouvíamos com atenção, elogiando e apoiando um ao outro. Nós nos interessávamos pelo que o outro fazia, e compartilhávamos as nossas opiniões e os nossos conselhos.

— E a Ana, como está? - ele me perguntou, com preocupação.

— Ela está bem, meu amor. Ela voltou para a escola hoje, e parece que se saiu bem. Ela me contou que fez alguns exercícios, e que reencontrou os seus amigos. - eu disse, com orgulho.

— Que bom, meu amor. Ela é uma menina incrível, e eu tenho muito orgulho dela. - ele disse, com orgulho também.

Nós conversamos sobre a Ana, a nossa filha, contando as suas histórias e as suas qualidades. Nós nos preocupávamos com ela, e queríamos o seu bem. Nós nos orgulhávamos dela, e admirávamos o seu dom.

— Você acha que ela vai conseguir realizar a sua missão, meu amor? - ele me perguntou, com esperança.

— Eu acho que sim, meu amor. Ela tem fé, coragem e determinação. Ela tem um propósito, e uma visão. Ela tem um dom, e uma missão. - eu disse, com esperança também.

Nós conversamos sobre a missão de Ana, a nossa filha, contando as suas realizações e os seus desafios. Nós acreditávamos nela, e torcíamos por ela. Nós a acompanhávamos, e a ajudávamos.

— Eu te amo, Lara. Você é a minha companheira. - ele me disse, com gratidão.

— Eu também te amo, Pedro. Você é o meu companheiro. - eu disse, com gratidão também.

Nós nos beijamos, e trocamos olhares de cumplicidade. Nós nos sentíamos unidos, e confiantes na nossa relação. Nós nos sentíamos parceiros, e comprometidos com o nosso projeto.

— Boa noite, meu amor. Durma bem. - ele me disse, com carinho.

— Boa noite, meu amor. Durma bem também. - eu disse, com carinho também.

Nós nos abraçamos, e fechamos os olhos. Nós adormecemos, e sonhamos. Nós sonhamos com o nosso futuro, e com o futuro de Ana. Nós sonhamos com o nosso amor, e com o amor de Ana. Nós sonhamos com a nossa missão, e com a missão de Ana.

Naquela madrugada, Pedro e eu nos sentíamos em paz, envolvidos pelo amor que nos unia. Nós dormíamos tranquilamente, abraçados, sem nos preocuparmos com os problemas que nos esperavam. Nós sonhávamos com o nosso futuro, e com o futuro de Ana. Nós sonhávamos com o nosso amor, e com o amor de Ana. Nós sonhávamos com a nossa missão, e com a missão de Ana.

Mas o nosso sono foi interrompido por um barulho estranho. Era um som de batidas na porta, seguido de uma voz grave e autoritária.

— Polícia! Abram a porta!

Nós acordamos assustados, sem entender o que estava acontecendo. Nós nos levantamos rapidamente, vestindo as nossas roupas. Nós olhamos pela janela, e vimos vários carros da polícia cercando a nossa casa. Nós nos olhamos com medo, sem saber o que fazer.

— O que eles querem, Pedro? - eu perguntei, com angústia.

— Eu não sei, Lara. Mas nós temos que abrir a porta. - ele respondeu, com nervosismo.

Nós saímos do quarto, e fomos até a porta. Nós abrimos a porta, e nos deparamos com dois policiais armados. Eles nos olharam com severidade, e nos deram ordens.

— Vocês são Pedro e Lara, pais de Ana? - um deles perguntou, com firmeza.

— Sim, somos nós. O que está acontecendo? - Pedro perguntou, com confusão.

— Vocês estão presos, por suspeita de fraude, estelionato e charlatanismo usando a filha de vocês. - o outro disse, com dureza.

— O quê? Isso é um absurdo! Nós não fizemos nada disso! - eu protestei, com indignação.

— Vocês têm o direito de permanecer em silêncio. Tudo o que disserem poderá ser usado contra vocês no tribunal. - o primeiro disse, com frieza.

Eles entraram na nossa casa, e nos algemaram. Eles nos levaram para fora, e nos colocaram em um dos carros. Eles nos levaram para a delegacia, e nos colocaram em uma cela. Eles nos deixaram lá, sem nos dar nenhuma explicação.

Nós nos sentíamos confusos, assustados e revoltados. Nós não entendíamos o que estava acontecendo, nem por que estávamos sendo acusados. Não sabíamos que Ana era tão adiada, ela apenas fazia o bem. Nós não sabíamos o que iria acontecer conosco, nem com a nossa filha. Nós nos abraçamos, e choramos. Nós nos sentíamos impotentes, e desesperados.

Ana acordou com o som do telefone tocando. Ela se levantou da cama, e atendeu. Era Vitor, o seu irmão, que estava desesperado.

— Ana, você precisa vir para a delegacia. Os nossos pais foram presos. - ele disse, com angústia.

— O quê? Como assim? Por quê? - ela perguntou, sem acreditar.

— Eles foram acusados de fraude, estelionato e charlatanismo. Tudo por causa dos seus milagres. - ele explicou, com revolta.

— Mas isso é um absurdo! Eles não fizeram nada disso! E os meus milagres não são uma fraude! - ela protestou, com indignação.

— Eu sei, Ana. Eu sei. Mas tem gente que não entende, que não aceita, que não respeita. Tem gente que quer te prejudicar, que quer te explorar, que quer te destruir. - ele disse, com tristeza.

— Quem são essas pessoas, Vitor? Quem fez isso com os nossos pais? - ela perguntou, com medo.

— Eu não sei, Ana. Eu não sei. Mas eu vou descobrir. Eu vou ajudar os nossos pais. Eu vou te proteger. - ele disse, com determinação.

— Obrigada, Vitor. Obrigada. Você é o melhor irmão do mundo. - ela disse, com gratidão.

— Não precisa agradecer, Ana. Não precisa. Você é a melhor irmã do mundo. - ele disse, com gratidão também.

— O que eu faço, Vitor? O que eu faço? - ela perguntou, com desespero.

— Fica calma, Ana. Fica calma. Eu já falei com o nosso avô, e ele vai contratar um advogado. Ele vai nos ajudar. Ele vai resolver isso. - ele disse, com confiança.

— E onde eu fico, Vitor? Onde eu fico? - ela perguntou, com insegurança.

— Fica tranquila, Ana. Fica tranquila. Eu já pedi para a Angélica, a minha namorada, te buscar. Ela vai te levar para a casa dela. Ela vai te acolher. Ela vai te apoiar. - ele disse, com carinho.

— E quando eu vou ver os nossos pais, Vitor? Quando eu vou ver? - ela perguntou, com saudade.

— Logo, Ana. Logo. Eu vou fazer de tudo para tirá-los de lá. Eu vou fazer de tudo para trazê-los de volta. Eu vou fazer de tudo para reunir a nossa família. - ele disse, com esperança.

— Eu te amo, Vitor. Eu te amo. - ela disse, com emoção.

— Eu também te amo, Ana. Eu também te amo. - ele disse, com emoção também.

Eles se despediram, e desligaram o telefone. Ana ficou ali, parada, sem saber o que pensar. Ela sentia uma mistura de sentimentos, que a deixava confusa e angustiada. Ela sentia medo, raiva, tristeza, culpa, impotência. Ela sentia amor, orgulho, admiração, gratidão, esperança. Ela sentia tudo, e não sentia nada.

Ela se arrumou, e esperou pela Angélica. Ela chegou em alguns minutos, e a abraçou. Ela a levou para o seu carro, e a levou para a sua casa. Ela a acolheu, e a apoiou. Ela a ouviu, e a consolou. Ela a fez se sentir segura, e amada.

Enquanto isso, Vitor procurava o seu avô, que estava dormindo. Ele o encontrou, e o abraçou. Ele o contou o que tinha acontecido, e o pediu ajuda. Ele o apresentou ao advogado da família, que se chamava Inácio. Ele era um homem sério, competente e honesto. Ele se dispôs a ajudar, e a esclarecer a situação.

— Não se preocupem, eu vou defender os seus pais. Eles são inocentes, e eu vou provar isso. - ele disse, com firmeza.

— Obrigado, doutor Inácio. Obrigado. - Vitor agradeceu, com alívio.

— De nada, Vitor. De nada. - Ricardo agradeceu, com gentileza.

— Como o senhor vai fazer isso, doutor Inácio? Como o senhor vai fazer? - o avô perguntou, com curiosidade.

— Eu vou usar as provas, os testemunhos, os argumentos. Eu vou mostrar que Ana é uma menina normal, que só tem um dom de cura, que faz milagres. Ela não é uma aberração, nem uma fraude. Ela é uma bênção, e uma esperança. - ele disse, com convicção.

— E quem vai testemunhar a favor dela, doutor Ricardo? Quem vai testemunhar? - o avô perguntou, com interesse.

— Eu já falei com algumas pessoas, que se dispuseram a colaborar. São pessoas que conhecem a Ana, que foram curadas por ela, que acreditam nela. São pessoas que vão explicar o poder divino de Ana, e a sua missão. - ele disse, com confiança.

— Quem são essas pessoas, doutor Ricardo? Quem são? - o avô perguntou, com ansiedade.

— São o reverendo John, e o padre Miguel. Eles são os líderes religiosos da cidade, e eles são os maiores defensores da Ana. Eles vão testemunhar a favor dela, e vão convencer o juiz. Eles vão retirar as acusações, e vão libertar os seus pais. - ele disse, com certeza.

POV ANA

Eu estava sentada no sofá da sala, olhando pela janela. O céu estava cinzento e chovia sem parar. Eu me sentia tão impotente e culpada. Como eu pude colocar meus pais em perigo por causa do meu dom? Eles sempre me amaram e me protegeram, mesmo sabendo que eu era diferente. Eles nunca me trataram como uma aberração ou uma ameaça. Eles me ensinaram a usar o meu dom para o bem, para ajudar as pessoas que precisavam. Eles me disseram que eu era uma bênção, não uma maldição.

Mas nem todos pensavam assim. Havia pessoas que me odiavam, que me temiam, que me queriam morta. Pessoas que achavam que eu era uma bruxa, uma herege, uma pecadora. Pessoas que me denunciaram para a polícia, que invadiram a nossa casa, que levaram os meus pais presos. Pessoas que não entendiam o que eu era, o que eu fazia, o que eu sentia.

Eu não podia deixar isso acontecer. Eu não podia perder os meus pais. Eu tinha que fazer alguma coisa. Eu tinha que provar a minha inocência, a deles, a de todos que acreditavam em mim. Eu tinha que mostrar que o meu dom era divino, era puro, era verdadeiro. Eu não estava sozinha nessa luta. Eu tinha o apoio da minha família, dos meus amigos, da minha comunidade. Eu tinha o Dr. Ricardo e a sua filha Isabelly, que testemunhariam a meu favor. Eles eram provas vivas do meu dom, do meu milagre. Eu tinha curado a Isabelly de uma picada de cobra, que quase a matou. Eu tinha salvado a sua vida, e eles eram gratos por isso.

Eu também tinha o reverendo John e a madre Miguel, que me conheciam desde pequena. Eles eram os líderes religiosos do Condado de Notre Dame, e eles me defendiam com fervor. Eles sabiam que o meu dom era um dom de Deus, um sinal da sua graça, um presente da sua misericórdia. Eles me abençoavam, me orientavam, me consolavam.

E, claro, eu tinha o meu irmão Vitor, o meu avô e a minha cunhada Angélica, que estavam ao meu lado, que me davam força, que me davam esperança. Eles eram a minha família, o meu sangue, o meu amor. Eles me abraçavam, me beijavam, me diziam que tudo ia ficar bem.

Eles estavam comigo na casa de Angélica, onde eu estava hospedada desde que os meus pais foram presos. Eles me acompanhavam nas idas e vindas ao tribunal, onde o nosso advogado, o Dr. Inácio, tentava provar a nossa inocência. Eles me apoiavam nas horas mais difíceis, nas noites mais longas, nos momentos mais angustiantes. Eu não sabia o que seria de mim sem eles. Eu não sabia o que seria de mim sem os meus pais. Eu só sabia que eu tinha que lutar, que eu tinha que resistir, que eu tinha que vencer. Eu era a protetora deles. Eu era a protetora de todos.