10 anos Depois

10 ANOS DEPOIS…

“QUE ODIO!”

Okay, vamos esclarecer as coisas, é simples explicar o que foi que aconteceu depois do cassino, sai alguns anos depois...ou foram meses? Q seja, parei de contar depois do 9 mês lá dentro que foi quando começaram a instalar uns jogos de armas muito legais e eu passava horas (ou dias?) jogando ( acho que eram anos...n sei agora...)

Quem me tirou de lá? Ares. Ele perdeu o pôquer para mim e me arrastou para fora para tentar me espancar fora do cassino.

Se eu sabia que eles eram deuses? Meu deuses! Não! Eu realmente não sabia, mas agora sei e me arrependo de não ter dado uma surra neles enquanto pude.

Se querem saber porque estou reclamando vão ter que esperar eu falar tudo o que aconteceu desde que eu sai do lótus, vou tentar resumir tudo, se não entenderem...bem...não posso fazer nada.

Quando sai correndo de Ares fiquei 2 dias na rua, um casal de velhos me encontrou e cuidou de mim por alguns meses antes de serem internados com bronquite. Depois fui para um orfanato onde aprendi coisas interessantes, como palavrões e chingamentos, ou como enfiar a cabeça dos meninos nas privadas.

Fui adotada quando completei 7 anos (ou devia dizer 319? ARG! Desisto disso!) um cara que estava namorando uma mulher uns 20 anos mais jovens, cheios da grana, com 2 filhos mais velhos do que eu.

Desde então me estabilizei... estudava em casa e quase nunca saia. Sempre carrego meus livros de magia comigo para onde eu for e sim! Aprendi a manipular quase tudo o que os livros ensinavam.

Agora, vamos a minha reclamação do início. Eis que meu “pai” resolve me dar de “presente” de 15 anos uma matricula na escola. Entendam, eu gosto de ficar sozinha, sem muitas pessoas me encarando ou encarando meu cabelo branco e anormal. Gosto de estudar sozinha em casa só eu, meus livros e uma professora legal que não me enche o saco e deixa eu ir ao banheiro quando quiser.

Sabem o que é ir dormir as 5 da manhã com o nascer do sol e ter que acordas as 6 para não se atrasar para a droga do colégio?

Esqueci de avisar que tenho insônia? Gosto de observar a lua, ela é tão linda e encantadora. Me imagino se existe alguém no mundo que não a ame. Sem contar que sempre que durmo eu tenho pesadelos. Não me lembro do que aconteceu antes de eu entrar no lótus, mas os pesadelos me parecem tão reais que prefiro não dormir.

Decido me levantar depois da decima vez que me chamam no andar de baixo para ir comer. Em tempo Record visto minha roupa, penteio o cabelo, passo uma base liquida na cara para não parecer tão pálida e desço correndo como se tivesse acordada a horas (se não fosse a marca de travesseiro no meu rosto amaçado)

De café da manhã recebo duas torradas, ovos mexidos, nesquikki, e café para a ida para a escola. Depois de comer corro para escovar os dentes, jogo dois cadernos na mochila, os livros da escola e um de magia (caso tenha tempo livre), também jogo umas moedas para o lanche e me recuso me olhar no espelho. Passo só um leve gloss. rosa claro nos lábios e ponho lentes de contato castanho escuro para cobrir os olhos prateados.

Saio de casa correndo e entro no carro esportivo do Thiago, meu “irmão “mais velho, que está no último ano da escola. Ele para em uma vaga meio longe e ri de mim quando me vê correndo para a escola, ele não tinha pressa alguma para entrar, mas no primeiro dia de aula odiaria já receber a fama de “atrasada” assim, sabe, sem emoção alguma.

“O fundo me parece tentador”

A última carteira me chamava pelo nome original “LUNAAA!! VENHA ATE MIM SUA LINDA!!”. Enquanto caminhava escutando a cadeira gemer meu nome algum babaca estica a perna me fazendo tropeçar, mas por sorte as fileiras eram apertadas e eu tive reação rápida o suficiente para me apoiar em duas mesas e não cari, porém, as minhas pernas ficam presas na dele e tive que fazer uma forcinha extra para solta-las fazendo questão de deixar um belo hematoma no lugar. Prometi não pegar pesado logo no primeiro dia, mas foi ele quem pediu.

Primeira aula...filosofia...OTIMO! posso ficar lendo meus livrinhos extras como “um caso perdido”, “sussurro”, “a fada” ou “sereia”. Não sabia quanto tempo livre eu iria ter então trouxe bastante.

Enquanto o professor falava, eu, no meio da leitura, levanto a cabeça e...bem...desligo. (hein?) pois é, eu fico olhando para o nada pesando em tudo ao mesmo tempo e no final não chego a lugar algum. Quando volto para a realidade do mundo real o sinal já tinha tocado indicando o final da primeira aula (quanto tempo fiquei desligada?).

Segunda aula...biologia

Terceira aula Matemática

Quarta aula “como roubar o lanchinho dos ‘amiguinhos’ legais das turmas mais novas”

Quinta aula geografia

Sexta aula historia

Saio da escola as 11:40 desesperada para sair dali. Já descobri que se deve evitar o banheiro perto da sala de química pois pode facilmente ser confundido com um bordel, não pode usar a mochila nos dois ombros pois parece que você é uma nerd, totalmente proibido olhar para os garotos, qualquer um, mesmo, é serio! Não pode!

Perto do carro do meu irmão eu já recebi tantas cantadas e tantos “elogios” sobre ser uma “vadia esquisita” que já perdi a conta, e olha que estamos só no primeiro dia. Acho que preciso de mais café amanhã se eu quiser desligar menos durante as aulas.

Chegando em casa eu não sei se a comida está boa ou sou eu que estou morrendo de fome. Seja como for, só sei que comi que nem uma mendiga que um dia já foi gorda que nem uma baleia.

Próxima parada! Lar doce quarto...tranquilidade, paz e silencio. Nada de chingamentos, insultos, elogios, pedidos, perguntas, explicações, pré-conceitos, etc.

Volto a ler meu livro até ouvir alguém bater alucinadamente na minha porta que nem um desesperado para ir ao banheiro, ou um louco querendo uma droga rara que só eu tinha, livros!

Abro a porta o mais devagar possível para irritar quem quer que seja e vejo meu irmão com os olhos arregalados me olhando

– O que mulheres gostam de ganhar de presente? – ele pergunta com a mão nos meus ombros enquanto segurava o celular que não parava de vibrar com as mensagens- Acho que acabei de arrumar uma namorada.

–Legal... Tenta flores e ursinhos de pelúcia, gente normal gosta disso. Ou faz uma play list de músicas que fazem você lembrar dela – Falo com um tom de tedio total, ele só me chamava para isso mesmo

Depois que dou a “dica” ele volta correndo para o quarto dele fechando a porta e digitando rápido fazendo um “tec tec tec tec tec” viciante de ser escutado, mas ao mesmo tempo enjoativo. Também dava para escutar meu “pai” teclando no computador, e minha “mãe” trocando de canal na tv. Tudo aquilo fazia eu me sentir em casa.

Pena que tudo isso me deixa entediada em menos de dois tempos. Mudo de roupa rápido e decido dar uma corrida pelo quarteirão como sempre gosto de fazer.

Pular a janela é algo fácil, principalmente com a arvore grande que tinha perto da minha janela, era só, descer.

Enquanto corro decido por em dia meus pensamentos, decidi parar de orar pelos deuses faz alguns anos já que não adiantava de nada para mim. Nada de orações e oferendas, na verdade, evito até pensar neles fingindo que nada daquilo existia. Eu nunca tinha matado meu pai ou praticado magia de verdade.

Naquele dia acho que eu já sabia que alguma coisa ruim (pior que a escola) iria acontecer e não demora muito para a “surpresinha” aparecer. Uma criança em um beco sem saída estava sendo atacada por um ciclope.

“ciclopes, por essa área? Tem alguma coisa errada aqui. Mas primeiro, vamos salvar a criança”

Luna pensa indo correndo em direção ao ciclope falando .

–Amo uma boa encrenca.