— Eu também te amo, pai!!! - o agarrou beijando muito e Frederico amolesceu.

Frederico amava os filhos mais que tudo e tinha um ciúmes sem igual, principalmente de Paloma que era a sua menina, ele não a queria perdida por aí ou fazendo algo que fosse se arrepender depois.

Ele a beijou e a agarrou bem forte em seus braços e logo a deixou ir, Victória também logo levantou para levar Ana na casa dela, mas Mariano não permitiu que a mãe fosse e ele mesmo foi com sua mulher.

Frederico como tinha coisas para fazer na cidade decidiu levar seu amor para o trabalho e assim passaria mais um tempinho com ela. Victória adorou e eles seguiram para a cidade conversando sobre como seria aquele dia.

Quando Mariano parou frente a casa de seu sogro, percebeu o quanto Ana estava nervosa e a segurou na mão caminhando para a entrada e ele apareceu com uma cara nada boa, mas era a hora de resolver aquela pendência e eles se encararam...

— Você está bem? - Mariano perguntou com calma baixinho para Ana que fez um gesto com a cabeça indicando que não.

— Vieram acertar as coisas... Você nem devia pisar aqui, Mariano! Você tirou a pureza de minha filha com sua safadeza!- a voz cheia de rancor com tudo aquilo.

— Pai, eu amo Mariano.- Ana disse com medo do que o pai ia fazer.- Não queremos brigar! Só vim pra casa...

— Deixe de ser tola! Ele é um caça pomba! Ele não liga para você! Para de ser burra que ele já vai te abandonar!

Ana sentiu uma coisa ruim, uma dor no coração. Era muito verdade tudo aquilo que o pai estava falando. Mariano nunca queria compromisso com ninguém e agora parecia que ia ser diferente só por que ela estava grávida? O coração ficou triste e ela soltou a mão dele num gesto natural.

Mariano tinha feito muitas coisas loucas na vida. Amava muitas mulheres e sempre ia ter o desejo de estar com todas. Só que Ana e ele tinham algo especial. Era hora de mostrar isso...

— Eu não vou discutir com o senhor. Vim aqui para minha mulher pegar as coisas dela.- o rosto de Mariano mostrava que ele estava falando sério e o pai dela na mesma hora se surpreendeu.

Ana sentiu uma coisa estranha e olhou para o rosto de Mariano sem entender o que ele estava fazendo. O combinado era que ela ficasse ali na casa do pai até que eles pudessem resolver tudo.

— Pensei que você já estava aqui para devolver a minha filha... do jeito que ela está não vai servir para sua safadeza. Mas a minha filha não é vagabunda não!- disse com raiva.

— Ana, meu amor, vai pegar as coisas que você precisa para a gente ir para nossa nova casa.- olhou diretamente para o pai dela.- Vamos morar juntos até o casamento e vocês podem visitar a nossa casa quando quiserem. Não vai mais falar desse jeito com ela porque agora ela está comigo.- ele deu um pequeno selinho nos lábios de seu amor que estava emocionada.

— Você não vai levar nada aqui de casa.- espetou.

— Ela não precisa de nada do senhor, só vai pegar o essencial. Pode ir, meu amor!

Ana brilhou os olhos porque Mariano estava tendo uma postura decente de homem sério. Ela caminhou na direção do seu quarto para pegar apenas as coisas que eram fundamentais para começar uma vida nova e sabia que Mariano tinha dinheiro. Ela não estava interessada no dinheiro dele, mas podia ter certeza que não ia passar nenhuma necessidade e nem o seu filho.

Os dois ficaram se olhando e Mariano disse tentando acalmar os ânimos porque sabia que o sogro estava completamente enraivado com ele.

— Ana é uma pessoa maravilhosa e eu vou cuidar dela. Eu não sou esse monstro que o senhor pensa. E vou cuidar do meu filho também.

— É sua obrigação cuidar do que você fez e não venha aqui falar como se eu tivesse que te agradecer por você ter feito o que fez com a minha filha. Você foi um cafajeste jogando o nome da minha menina na lama.

O homem bufou com raiva e sentindo aquela sensação de que tinha perdido a guerra. Era um horror saber que sua filha tinha sido passada para trás. Era sua menina e não uma safada qualquer.

— Eu não fiz nada com ela que ela não quisesse. - espetou de volta. - Vou esperar a Ana do lado de fora e não quero que o senhor faça nenhuma grosseria para ela nunca mais! Seja homem e resolva as coisas comigo já que o senhor disse que é tão homem.

— Não venha me afrontar na minha casa, rapaz, que eu te dou uma coça aqui esqueço que você é filho de quem é!

Mariano não tinha a menor vontade de tornar aquilo ainda pior e por isso ficou perto da porta para sair dali o mais rápido possível. Não correu, apenas ignorou. Ana veio até o pai com uma pequena bolsa na mão e parou na frente dele.

Eram tantos sentimentos que ela tinha e tantas coisas que passaram pela cabeça. Ia ter um filho e era tão bom pensar que aquela criança poderia unir as famílias ao invés de separar. Seu pai estava furioso com o que tinha acontecido, porém, em algum momento ele ficaria muito feliz de receber seu neto.

— Eu estou indo...- disse triste.

O pai a abraçou meio sem jeito. Ele amava a filha, mas era um bruto. Não ia permitir que o nome da sua família fosse jogado na lama e que a filha passasse de idiota na frente de todo mundo. Tinha sido uma noite muito ruim enquanto ele pensava na raiva que estava quando foi a casa de Frederico Rivero.

— Você me liga se esse cara não cuidar de você. Não botei filha no mundo para ser maltratada por vagabundo.

Ana deu um beijo no pai e saiu. O coração parecia triste e ao mesmo tempo alegre porque ela estava começando uma vida com o homem que amava e ia formar uma família com ele.

— Vamos, meu amor...

Mariano deu a mão a sua menina, pegou a bolsa e juntos foram para o carro. Ele colocou a bolsa dela na parte de trás e depois deu partida indo para a cidade.

— Nós não podemos pagar uma casa. A menos que você vá pedir dinheiro a sua mãe. Não quero viver do dinheiro da sua mãe!

Mariano sorriu e a beijou com rapidez.

— Não se preocupe! Vamos ficar bem.

Mariano dirigiu até a empresa e quando chegou procurou seu pai. Ana ficou na copa tomando um suco enquanto ele conversava...

— O que houve, meu filho? Aconteceu alguma coisa na fazenda do seu sogro?- a voz de Frederico era firme e ele chegou perto do filho.

— Eu fui até lá e não deixei Ana lá não. Eu sei que a gente tinha combinado que ela ia ficar na casa do pai até o nosso casamento acontecer. Só que eu cheguei lá e o pai dela já veio cheio de onda. Eu não quero que ele fique maltratando ela por minha causa...

Frederico sentiu tanto orgulho do filho por ele ter tomado uma atitude como homem que puxou o seu menino para o sofá e se sentou ao lado dele para conversar uma conversa como nunca tinha feito antes.

— Você fez muito bem, meu filho, porque se ama a pessoa não quer que ela seja maltratada. Você foi muito homem por tomar essa atitude e o que vai ser agora? Ela vai ficar lá em casa junto com você?

Mariano suspirou e olhou dentro dos olhos do pai porque parecia que aquilo era um pesadelo ao mesmo tempo que se sentia feliz por tomar aquela atitude.

— Quero trabalhar! Você pode me dar algumas horas de trabalho aqui também? Quero alugar uma casa pra mim pra Ana até o casamento. - suspirou. - Eu trabalho lá com a mamãe e se você permitir aqui também!

Frederico sentiu o coração saltar de alegria era a primeira vez em tantos anos que ele viu filho tomar uma atitude para crescer na vida. Ele melhor que ninguém sabia como um filho poderia mudar a vida de um homem e o mesmo tinha acontecido quando descobriu que Victória estava grávida.

— Claro que você pode trabalhar aqui. Essa empresa é sua e da sua irmã. Se você quiser pode trabalhar na fazenda também. Porque eu sei que você prefere estar lá do que ficar aqui nesse ambiente fechado com um terno e gravata.

— Pai, eu amo xerecas!- ele riu com o pai ali junto a ele. - Mas meu filho tem que ter orgulho do paizão dele! Vou tentar fazer direito.

Frederico tocou o rosto do filho com amor enquanto gargalhava. O que desarmava seu coração de fazendeiro era o amor por seus filhos.

— Vai escolher sua casa. Você sabe que se quiser pode ficar em casa, filho. É nossa casa.

— Eu quero que ela escolha as coisas e arrume nossa casa do jeito dela. Vamos ser adultos, fazer comida, ficar juntos.

— Tudo bem, filho. Mas quero que converse com sua mãe. O Fomfom dela não pode simplesmente sair e pronto.

— Eu vou conversar com a mamãe e contar tudo a ela. Obrigada por me apoiar no meio dessa confusão toda viu, pai!

Os dois se abraçaram e Frederico deixou que o filho fosse fazer as suas coisas. Pegou o telefone ligou para Victória...

— Acho que o nosso filho cresceu... - disse rindo.

Victória se arrumou em sua cadeira e suspirou, era bom que ele crescesse, mas ao mesmo tempo não já que assim ele iria para longe e ela não queria que assim fosse. Se Victória pudesse os manteria ali debaixo de sua asa para sempre, mas sabia que eles precisavam criar asa e voar.

— Eu confesso que me da medo! - sorriu de lado.

— Meu amor, ele precisava criar juízo! - falou com calma.

— A medida que o tempo vai passando, eu percebo que ficaremos só nós dois naquela fazenda enorme e não sei se irei me acostumar não! - já pensava num futuro distante.

Frederico riu e disse safado.

— Assim poderemos andar pelados pela casa e eu vou te pegar em qualquer lugar! - gargalhou.

— Safado! - riu também. - Marquei o médico para quinta-feira.

— Eu não vejo a hora de descobrir que aí dentro tem mais um filho meu! - falou todo feliz.

— Eu acho que já tem, mas precisamos confirmar! - se arrumou melhor na cadeira. - O que nosso filho queria?

— Veio me pedir emprego!

— Frederico Rivero, você não vai roubar o meu filho!

Ele danou a rir porque sabia o quanto ela era ciumenta com os filhos e sempre queria disputar a atenção deles mesmo não precisando.

— Meu amor, ele quer alugar uma casa e trabalhar mais ainda e eu não vou dizer não a ele! - tomou um gole de água. - Nosso filho cresceu e temos que ajudá-lo nessa fase para que ele não faça errado e perca a mulher dele e o filho!

— Se ele magoar Ana novamente, eu vou dar uma surra nele! - falou bem seria.

— Ele já aprendeu a lição, meu amor! - falou todo amoroso e orgulhoso do filho. - Eu preciso ir trabalhar até mais tarde minha vida!

— Até meu amor! - mandou beijo e desligou.

Eles voltaram a seus afazeres, mas sempre com os pensamentos nos filhos e em como seria aquela nova rotina que se desenhava...

(...)

LONGE DALI...

Paulina estava deitada na espreguiçadeira e curtia aquele sol gostoso, estava numa paz que tinha até medo do que poderia vir a seguir porque com eles nunca eram assim tão calmos. Tinham os filhos que sempre traziam problemas e aquele silêncio todo era sinal de que algo estava errado, mas ela não queria pensar em nada ruim e apenas se deliciou com aquele momento de paz.

Marcos a observava com tanto amor, tantos anos casados e ainda podia sentir como na primeira vez que a viu e a beijo na boca. Paulina era uma mulher maravilhosa, forte, determinada e ele só conseguia sentir orgulho por seu amor, podia recordar ali todos os momentos bons e ruins daquele casamento porque nada nessa vida é perfeito e eles também não eram, mas queria ser melhor para seu amor para que ela não ficasse tão magoada como estava nos últimos dias.

Ele foi até ela e sentou a seu lado e ela abriu os olhos o admirando, ele com toda certeza do mundo era o seu amor e ela somente queria ser feliz a seu lado sem tantas preocupações, mas parecia que era impossível nos últimos tempos e por isso estavam ali para deixar a vida real um pouco de lado.

Ele segurou a mão dela e beijou sem quebrar o contato com seus olhos e ela sorriu o puxando para um beijo que ele a correspondeu de imediato a apertando na cintura e ela o soltou sorrindo e ele deitou a cabeça em seu peito.

— O que foi, meu amor? - o acariciou.

— Aqueles pestes fazem falta! - começou a rir e ela também.

— Eu sinto a mesma coisa!

Ele a olhou e ela tocou seu rosto.

— Mas não quero voltar não! - se justificou e ela riu.

— Eu também não! - o beijou toda carinhosa. - Temos muito que fazer aqui ainda e eu quero que me ame muitooooo ainda! - sorriu largamente.

— Podemos começar agora se quiser! - acariciava o corpo dela sem pudor. - Depois quero te levar a um lugar pra gente se casar novamente!

Ela o olhou sem entender.

— Como?

— Isso mesmo que ouviu! - voltou a sentar. - Quero sair daqui com nossas energias renovadas e o nosso casamento abençoado, estamos brigando muito ultimamente e eu quero que tanto você quanto eu, nos lembremos o porquê de estarmos juntos!

Ela encheu os olhos de lágrimas e sentou para ficar mais próximo dele.

— Meu amor, isso é lindo! - sorriu. - Eu nunca esqueço o porquê de estarmos juntos, eu te amo tanto e ficar brigando assim realmente é algo que está nos desestabilizando e eu não quero isso e nem quero que por problemas com nossos filhos a gente fique afastado!

— Não vamos, meu amor! - ele a abraçou. - Eu te amo muito!

— Eu te amo muito mais! - eles se olharam e se beijaram, eram um o amor do outro e nada que viesse dali em diante os faria ficar afastado porque o amor tudo pode e tudo vence.

Eles saíram dali sorrindo e praticamente correram para o quarto e fizeram amor até os corpos cansarem. Depois foram até a igreja e o padre abençoou mais uma vez aquela união mostrando a eles que com fé um matrimônio se mantem de pé, com amor, com dialogo e principalmente com reciprocidade de ambas as partes. Dali saíram mais fortes e com um sorriso que brilhava em seus rostos e olhos!