Eles saíram dali sorrindo e praticamente correram para o quarto e fizeram amor até os corpos cansarem. Depois foram até a igreja e o padre abençoou mais uma vez aquela união mostrando a eles que com fé um matrimônio se mantem de pé, com amor, com dialogo e principalmente com reciprocidade de ambas as partes. Dali saíram mais fortes e com um sorriso que brilhava em seus rostos e olhos!

E O TEMPO PASSOU...

Frederico estava cada dia mais apaixonado por sua pequena bebê no ventre de sua esposa. Com todas as exigências e questões e pedidos absurdos, aquela gravidez foi à frente. Cada dia tornando Victória mais intensa e linda.

Cada uma das vontades dela eram realizadas com toda atenção de Frederico. Ele sabia que a esposa tinha "suas frescuras"! Ela era uma mulher quente, e tudo tinha ficado mais apimentado entre eles com aqueles hormônios fazendo tudo ficar mais intenso.

Frederico estava a par de tudo que acontecia em sua fazenda, mas a proximidade da espera da chegada do bebê o fazia querer passar muito tempo em casa.

Mariano estava brincando de casinha com seu amor. Ana e ele estavam descobrindo as novidades de terem casa, compromissos e serem um casal. O casamento deles estava marcado e tudo corria bem.

Paloma continuava ardentemente cedendo suas maguinhas ao tomateiro e ela sempre queria mais e mais atenção. Os pais estavam convencidos de que apoiar a relação da filha era o jeito mais prático de permitir que as coisas fossem de certo modo controladas por eles.

Mas Paloma e Doug eram peritos em se esconder, em buscar um espaço para fazerem amor. Os dois estavam decididos a ser um do outro para sempre e Paloma já planejava a seu modo fazer um casamento entre os animais da fazenda.

Naquela manhã, Victória acordou cedo sentindo umas dores estranhas. O corpo estava pesado e ela não tinha ideia de como aquilo poderia ser apenas cansaço. Apertou as costas de Frederico e ele roncou. Ela sentiu uma pontada na barriga e chamou por ele.

— Frederico, acorda! – disse com certa impaciência pela dor que estava sentindo.

— Hum, não, solta a porca, mandinga!

— Frederico, seu filho de uma vaca, acorda! – ela segurou os cabelos dele e puxou quando a contração foi mais forte. Estava nervosa e queria que ele a ajudasse. – Nossa filha, homem de Deus, nossa filha quer nascer.

Frederico sorriu ainda dormindo, sob total efeito do sono absurdo que ele sentia por passar o dia resolvendo problemas e se cansando com os pedidos da esposa. Victória sentiu uma contração mais forte e deu um berro e um soco em Frederico.

— Arriiiiiiii égua! Que diabo é esse? – ele disse nervoso pulando da cama.

Ao ver o rosto de Victória Frederico entrou em choque, estava nervoso e sabia que ela estava ainda mais. O rosto da esposa em agonia e dor demonstrava o que ele com sono ainda não tinha processado.

— A cabrita vai nascer, Vick? – disse nervoso passando a mão no rosto e depois dando dois tapas.

— Vai nascer nessa cama se você não acordar, desgraçaaaaaaaaaa! - ela gritou de dor e de repente a porta se abriu com Paloma entrando.

— Ela está saindo, mãe? Ela está vindo? Cadê? – disse nervosa e olhando a mãe. – Me deixa ver!

Victória respirou pesado e bufou, estava em dor profunda e sabia que o parto não ia demorar. Se a família não se agitasse, a filha ia nascer ali naquela fazenda.

— Frederico, pega a bolsa e vamos para o hospital! - disse nervosa. – Paloma, filha, pega as coisas da sua irmã. É aquela toda rosa e com as bonecas.

— Vai, minha filha, vai logo, você está deixando sua mãe nervosa! – ele disse ainda mais nervoso que a filha.

— Frederico! Veste as calças! – Victória disse nervosa sentando na cama e tocando a barriga enquanto o via correr pelo quarto de cueca. – Se você não se vestir como vamos fazer isso? Vai logo! Pega as calças, homem de Deus!

Frederico saiu correndo e tudo que ele conseguiu fazer foi apenas o básico. Se vestiu, pegou sua carteira e ajudou Vick a se vestir para sair dali.

Ela estava nervosa, por algum motivo, Victória sentia que a filha estava incomodada. Sentia uma coisa estranha no coração. Quando entrou no carro, segurou a mão do marido e apertou forte. Queria que ele percebesse que estava nervosa. Frederico também estava, parecia um verdadeiro idiota.

Nunca tinha se sentido assim, como se fosse velho demais para fazer aquela correria toda. Suspirou ligando o carro enquanto Paloma vinha correndo com o restante das coisas. Ele olhou nos olhos de Victória, ela estava nervosa, ele estava, mas tinha fé.

— Eu te amo, fica calma, vai dar tudo certo. Você é a pessoa mais linda que existe no mundo. Eu quero que você fique bem e fique calma. Você é forte!

Victória o beijou delicada nos lábios e tocou a barriga com uma dor intensa. Ela estava diante de seu amor, do homem que ela tanto amava mais que qualquer outra pessoa na vida. O homem que tinha lhe dado sentido à vida e dividia com ela aquela linda família.

— Eu estou com medo, medo de verdade, Frederico, sinto como se algo estivesse errado. – ela disse com medo. – Vamos logo, eu quero ver a nossa filha.

Ele assentiu e ligou o carro assim que Paloma entrou chorando no carro.

— O que foi, filha? Por que está chorando? O que houve? – ele perguntou enquanto dirigia veloz para o hospital.

— Eu tô emocionada, pai, eu nunca tive um bebê em, casa. Eu quero muito ver ela, brincar com ela, levar ela para o rio.

Victória riu. A filha era engraçada, no meio de toda aquela dor era a única que poderia fazer ela se sentir um pouco leve. Mas durou alguns segundos e novamente estava sentindo suas contrações.

Paloma ligou para os avós, para o irmão e a cunhada e seguia com a mão, bem junto, dando apoio.

Chegar ao hospital pareceu uma eternidade. Tudo estava demorando demais, como se ele fosse um amador. Quando finalmente desceu e correu com a esposa nos braços em busca de uma cadeira de rodas, Frederico sentiu um calafrio.

— Vai ser forte, meu amor, vamos buscar nossa menininha! Vamos ter mais uma linda e sapeca princesa. – ele disse nervoso segurando a mão de Victória assim que ela se sentou na cadeira de rodas e a enfermeira veio.

A médica surgiu. Victória se foi depois de um olhar desejoso de mais proximidade. Frederico queria assistir ao parto, mas a médica achou melhor que ele não fosse. Estava nervoso demais e por isso, era melhor que ficasse esperando.

— Como está minha filhinha? – Marcos entrou correndo no hospital um tempo depois, nervoso e sentindo o rosto vermelho.

Paulina abraçou o filho e o beijou com todo amor. Frederico estava feliz e tenso ao mesmo tempo. Ana estava sentada ao lado de Mariano e Paloma. Todos nervosos, todos querendo que as coisas fossem resolvidas logo.

NA SALA DE PARTO...

Victória sentia as dores e gritava de dor, estava sendo preparada e tudo que conseguia pensar era que a filha estava com dor também. Queria que sua menina estivesse bem. Queria que tudo ficasse bem. Por alguns segundos o ar faltou e ela sentiu um mal-estar.

— Eu quero que salvem minha filha. – ela disse nervosa e a médica correu na direção dela.

— Victória, fique calma, você está muito agitada, precisamos que nos ajude com sua menina. Preste atenção, você precisa me ouvir e ficar calma... Vamos fazer isso juntas.

Victória sentia o coração acelerado, estava nervosa, sua história com Frederico parecia passar em sua frente. Era uma mulher alegre, cheia de luz e esperança.

Tudo pareceu sem sentido naquele momento. Tudo pareceu sem propósito quanto percebeu que a vida se esvaia de seu corpo. A filha estava ali, ela não podia desistir. Não podia ficar mal e sentir que estava acabada.

Do lado de fora Frederico sentia uma coisa estranha. Era uma dor, uma forte dor no peito. Paulina sentiu seu coração cheio de tensão e segurou a mão do filho.

— Vai ficar tudo bem, meu filho, sua mulher é forte, uma guerreira, ela já te deu dois lindos filhos.

Frederico agarrou a mãe com todo amor. Ela estava tentando dar conforto a ele. Sentiu o abraço da mãe como uma esperança.

— Ela estava com medo, dessa vez ela estava com muito medo. Não sei o que Viquetinha estava sentindo, mas ela está assustada, com se algo pudesse dar errado. O que será que ela está sentindo?

— Meu filho, sua esposa está tendo um filho. Como você pode achar que isso é uma coisa simples? Não fique mais nervoso, ela pode sentir sua torcida, então, vamos ficar calmos e torcer pelo melhor.

Frederico agarrou a mãe mais uma vez e sentiu o coração disparar. O tempo parecia parar, parecia tão devagar que nada mais podia acontecer. Ele estava com o rosto tenso, tomou café, cachaça, tudo que podia para se acalmar.

Depois de duas horas a médica surgiu na sala de espera com um rosto impossível de ser decifrado.

— Como ela está? Com está, Victória? Ela está bem?

A médica fez uma cara estranha e assentiu.

— Senhor Rivero, precisamos conversar com o senhor. Aconteceu algo inusitado e queremos que o senhor se acalme. Sua esposa foi uma paciente tranquila e fez todos os exames?

— Sim, ela fez tudo. Onde ela está? – ele falou nervoso, estava querendo dar um soco naquela médica por todo suspense. – Eu quero ver a minha mulher, quero ver ela agora, porra! Cadê, Vick? Cadê minha filha? A senhora está me escondendo algo?

— Senhor Rivero, se acalme, a sua filha está bem, na verdade, os dois estão. Não sabemos como, mas um bebê se escondeu dentro de sua esposa e ela estava grávida de dois bebês e não apenas de um. Eles passam bem e ela também, mas estamos tentando entender o que foi que falhou e como não vimos o outro bebê.

— Dois fonfons? Você disse dois? – ele deu um berro e segurou no sofá porque estava tonto.

A médica observou o rosto de Frederico e de todos ali, a surpresa deles era tão grande quanto à dela.

— Sim, sua esposa teve gêmeos. – disse nervosa e Frederico deu um salto e um urro que todo hospital ouviu.

Era felicidade de mais saber que na verdade seria pai de dois e não de apenas uma menininha que ele ansiou tanto por ter em seus braços, Victória deveria estar exaustas depois de parir a dois bebês e ele sorria feito um bobo querendo logo estar com eles.

— Eu quero ver a minha mulher e meus filhos! – o sorriso era enorme e ele olhou a todos. – Vocês ouviram isso? Eu sou pai de mais dois! – fez gesto com a mão enlouquecido.

Todos riram da euforia dele e a médica avisou que ele não poderia vê-la naquele momento e que os bebês estavam sendo cuidados e que dentro de mais ou menos uma hora ele e a família poderia estar com eles.

Frederico mesmo ansioso aceitou já que era para o bem deles e ficou ali comemorando com todos, tinha ganhado dois presentes de seu amor e era o homem mais feliz do mundo.

Quando por fim à hora passou, eles foram liberados para irem ao quarto e a medica os levou até a porta e pediu que não casassem Victória que estava exausta do parto e eles concordado, mas quando ela virou as costas e os deixou, Frederico e sua tropa entraram no quarto como loucos em busca dos mais novos integrantes da família.

— Frederico, você é um desgraçado! – foi o que Victória disse assim que o viu e ele soltou uma gargalhada. – Duas crianças, Frederico!

Ele foi a ela e a beijou na boca quase que arrancando o resto de ar que tinha e ela o afastou.

— Termina de me matar, homem! – respirou pesado.

— Eu te amo tanto! – beijou mais um monte de vezes a boca dela como se não tivesse mais ninguém ali. – Você me surpreende a cada dia, Viquetinha!

— É você que é um touro reprodutor que consegue esconder um bebê dentro de mim! – sorriu e olhou os filhos já com os bebês nos braços. – Nossa família cresceu rápido demais! – começou a rir.

Marcos e Paulina por fim conseguiram se aproximar dela depois que Frederico se afastou para ver os filhos e eles a abraçaram com lágrimas nos olhos demonstrando toda sua felicidade.

— Meu amor, como você é corajosa! – Marcos falou todo bobo.

— Foi uma surpresa pra mim também, papai!

— Deve estar exausta, né?! – Paulina tocou o rosto dela. – Vou fazer muita canja pra que se recupere e tenha muito leite pra nossos bezerrinhos!

— Eu vou precisar mesmo, mamãe! – a abraçou mais uma vez. – Precisamos escolher o nome deles como tinha combinado que seria junto! – falou amorosa.

Foi ai que começou o falatório entre todos eles com diversos nomes e ela começou a rir levemente sentindo todo o corpo doer. Era a família mais barulhenta e estavam mais unidos que nunca, Mariano tinha tomado juízo de vez com sua família e se mostrava o filho que Victória e Frederico sempre quiseram desde o começo e isso os enchia de orgulho.

Tudo era um sonho e vê-los ali falando tudo junto era musica para seus e até os gêmeos nem se moviam com aquele barulho, estavam de fato gostando da barulheira que eles produziam.

— Assim não vamos decidir nada! – falou depois de longos minutos.

— Tem que ser Mariana pra combinar com o meu! – ele olhou a mãe.

— Mais ai não vai combinar Palomo com ele! – Paloma falou já sofrendo. – Isso é injusto!

A gargalhada mais uma vez foi ouvida por eles e Frederico a beijou era sempre tão ingênua sua menina.

— Podemos chamá-la de Carla! – Paulina falou sorrindo e olhando o rostinho da neta. – Ela tem cara de Carla.

— Boa, vovó! – Mariano concordou no mesmo momento. – Oi, Carlinha, Henrique está em casa esperando pra brincar com você! – sorriu se recordando do filho.

— Assim ninguém fica com ciúmes e chamar de Palomo não dá! – Paloma negou com a cabeça e eles riram.

— Ele pode se chamar, Gustavo é um nome forte e combina com ele! – Marcos o pegou do colo da neta.

— Vocês escolhem tudo em! – Paloma ralhou.

— Minha filha, se não gostou é só falar! – Vick falou toda amorosa.

— Não, mamãe, eu achei lindo! – sorriu e foi a ela já que o avô tinha pegado o irmão. – Eu estou tão feliz, mãe! – a agarrou.

— Eu também, meu amor!

— Então, temos uma dupla sertaneja aqui formada! – Frederico falou rindo. – Carla e Gustavo!

Todos concordaram com os nomes e ficaram ali por mais um longo tempo paparicando os três e Victória como estava cansada não aguentou mais e adormeceu deixando os filhos em ótima companhia porque ela sabia que quando eles quisessem mama seria outra maratona...