A Vida em Tons de Cinza

Aqui... Há dezesseis anos.


Acordou em uma sala igual a que tinha desmaiado. Lucy estava ao seu lado. Logo que achou força colocou-se de pé, limpando as mãos na roupa. Assim que ele levantou-se, Lucy pegou uma bola com aspecto maciço no bolso, amassou-a no formato de um besante, puxou dos lados e fez dela um cilindro, quase do tamanho de um balde. Deu-a a Airleen.

— Para mim? Mas-...

— Três… dois-...

— Sério, eu estou-...

Foi questão de segundos, tão forte que os espasmos no seu corpo quase fizeram suas pernas vacilarem, ele vomitou tudo que tinha no estômago. Assim que ele terminou, Lucy deu-lhe um lenço prateado e disse.

— O botão embaixo o comprime. Jogue-o no incinerador e venha.

Foi o que ele fez. Alcançou-a logo depois, em frente a uma sala escrito “Sala de Audiência - Terkorusi”. Lucy pressionou o polegar contra a placa biométrica e a porta se abriu. Logo que entraram, viram um senhor de aparentemente 43 anos, com um sobretudo negro e calças de gabardine, escrevendo um longo documento.

Quando ele falou, Airleen se assustou. Esperava tudo, menos um tom de voz como aquele. Carregava… obstinação ferrenha.

— Bem-vindo, Airleen, eu e a Endorphin's o aguardamos há dezesseis anos.