A Vida em Tons de Cinza

A loucura é logo ali...


Dessa vez acordou e seus olhos não estavam vendados. Ele viu uma lâmpada quadrada flutuando acima de si. Então ele olhou para o lado e você viu uma moça pegando um bisturi numa bandeja, ela se virou pra ele, e seus olhos encontraram-se com os dela. Viu-a deixar cair o bisturi, que fez um tinir suave ao cair no piso de mármore, ela começou a balbuciar desacreditada.

— Mas se-senhor, eu não… Eu não consigo compreender, eu… Ele havia passado do período de oito horas… a enzima devia estar agindo…

— Mas não está!!!!

Airleen seguiu a voz e viu. Era um homem estranho. Tinha cabelos de cor de areia, nariz afilado e exalava um ar de leveza. Claro, pra quem não estava vendo-o agora, com as feições distorcidas, a veia saltando na testa e os olhos sem parar quietos. Ele aproximou-se dela e arrancou-lhe a touca médica, fazendo os cabelos surgirem como uma cascata negra, e com a outra mão, enganchou na nuca e bateu o rosto dela contra o vidro da redoma onde Airleen se encontrava.

— Vê! Olhe pra ele! Ele será sua ruína, Mareu? hein?! Este amontoado de rebotalhos será a ruína de todo o seu mundo?! Diga!!! Digaa!!!