O quinto ano, por si só, já era cansativo. Os alunos precisavam revisar os conteúdos dos quatro primeiros anos de estudo, mais o quinto, o qual cursavam. Atrelado a isso, Zaniah ainda tinha as rondas para fazer já que ela e Darwin foram nomeados os monitores da Sonserina. Dificultando ainda mais sua rotina, Zaniah tinha treino de Quadribol três vezes por semana. Agora com seu irmão Régulos como o capitão do time, ela nem poderia pensar em faltar os treinos. Ok, a rotina era pesada, mas Zaniah sabia que muitos faziam a mesma coisa nas outras Casas, no ano anterior o próprio Régulos estudava para os NOM’S, treinava e era monitor. No entanto, Zaniah era a única do quinto ano que devia uma pesquisa na área de poções para o Lorde das Trevas.

Seus domingos e suas tardes de terças-feiras, quando seu horário finalmente ficou livre, eram completamente dedicados à criação de uma nova poção. Toda semana ela recebia um frasquinho com sangue de centauro e outro com seiva de Visgo do Diabo. A única parte realmente boa de tudo isso era que Rabastan a ajudava a revisar as matérias para o NOM’S, tendo conseguido notas excelentes para tudo que prestou, e também tinha uma tarefa dada por Tom Riddle. Assim, eles passavam muito tempo juntos. Normalmente na biblioteca, mas juntos.

Ninguém, além deles dois, tinha conhecimento das tarefas que realizavam.

Naquele momento, Zaniah e Rabastan adentravam na Floresta Proibida, afim de conseguirem um ingrediente para a poção que a Black criava.

— O que estamos procurando mesmo? – Lestrange lhe perguntou, depois que o dois adentraram na trilha mal feita de mãos dadas.

— Descurainia. – Zaniah respondeu simples, atenta ao seu redor.

— Isso não é um ingrediente da Poção Polissuco?

— Sim, por isso só podemos pegá-la agora. Precisa ser cortada durante a Lua Cheia. – Zaniah apontou para o céu onde, através das folhas das árvores, era possível ver a redonda, pálida e brilhante rocha no céu noturno.

— Não me agrada a ideia de estar na Floresta Proibida em pela Lua Cheia. – Rabastan falou um pouco nervoso.

Zan o olhou sorrindo divertida.

— Medo de lobisomens, senhor Lestrange? – Falou provocativa. – Não se preocupe, eu protejo você.

Os olhos de Rabastan brilharam em desafio.

Quando Zaniah percebeu, estava escorada numa árvore, com uma perna sendo erguida e segurada na lateral do corpo de Rabastan, que estava na sua frente, colando seus corpos.

- Você ainda vai me enlouquecer um dia. – Ele falou em um tom de admiração, colando seus lábios nos dela rapidamente.

Zaniah teria ficado ali por horas, mas sua síndrome de cdf lhe dizia que precisava voltar ao trabalho, afinal já se aproximavam de outubro, a poção deveria ser entregue no recesso de Natal e Zaniah não se sentia nem perto de terminar a nova receita.

Assim, separou seu corpo do dele. Rabastan o olhou magoado.

— Às vezes eu odeio o fato de você ser a preferida do Lorde, sabia? – Falou num suspiro, afastando-se.

— Por quê? – Zaniah perguntou confusa.

— Você e eu só passamos tempo juntos quando é pra estudar ou fazer as pesquisas que ele quer. – Rabastan falou, com os ombros baixos. – Você quase nunca tem tempo livre, mas quando tem precisa se dividir entre descansar e dar atenção aos amigos. Céus, Zan, quanto tempo faz que você não sai escondida do seu dormitório pra dormir comigo?

Aquilo foi um golpe surpresa pra Zaniah. Ela sabia que não estava conseguindo dar atenção o suficiente para Rabastan, afinal sentia falta de só ficar de bobeira com apenas ele. Só não imaginava que ele se sentia da mesma forma.

Desde que o ano começara, ela se obrigou a manter a hierarquia da Casa organizada, o que lhe tomava tempo pois ela precisava estar em contato e sintonia com todo mundo, principalmente com seu grupo de amigos. Era verdade, não utilizava seu tempo livre apenas com Rabastan nem uma única vez. Nem mesmo dormia com ele mais, algo que era extremamente comum no seu ano anterior.

Tocou o rosto do namorado com a mão, fazendo uma carícia. Os olhos de Rabastan se fecharam em resposta e ele alisou o seu outro braço.

— Desculpe, meu amor, não sabia que você se sentia assim. – Ela falou com um fio de voz.

Rabastan abriu seus olhos novamente. Verde e preto entraram em contato por um instante, então ele beijou a testa da garota carinhosamente.

— Vamos, temos que achar a sua planta.

Andaram mais 500 metros e avistaram um aglomerado de plantas baixas, formando um arbusto com um metro de diâmetro.

Zaniah retirou um canivete e um plástico de sua bolsa. Cortou três ramos da Descurainia e guardou no plástico. Levantou-se, bateu suas vestes afim de limpar qualquer resquício de terra e voltou para o castelo com Rabastan.

Já era escuro quando pisaram no Portão Principal, alguns alunos já retornavam para seus Salões Comunais, outros não. Era sábado, então o toque de recolher era mais tarde. Chegaram na Sonserina e perceberam que o lugar estava praticamente desértico.

— Vou levar isso pro meu quarto, ok? – Zaniah falou ao namorado, indicando a sua bolsa.

— Certo, te espero aqui. – Rabastan falou enquanto sentava no sofá.

Zaniah subiu as escadas para o dormitório o mais rápido que pôde. Chegou no quarto e guardou a Descurainia na mesma caixa que os outros ingredientes que já havia separado à poção. Abriu o baú onde guardava suas coisas e achou o que precisava para sua mais nova ideia.

Havia ganhado de sua prima Bella em seu aniversário de quinze anos. O bilhete da Black mais velha fora muito sucinto: Faça bom uso :)

Era uma lingerie preta, com rendas e tão pequena que a primeira vez que Zaniah viu duvidou que pudesse caber naquilo. Mas vestiu e entendeu que sua função era tapar partes mínimas do corpo. Tirou sua roupa ali mesmo na sua cama, torcendo para que ninguém abrisse a porta do dormitório de repente, vestiu com um pouco de dificuldade aquele tecido delicado e vestiu a mesma roupa que usava antes por cima. Rabastan nem desconfiaria.

Desceu as escadas do dormitório, chegando no Salão Comunal e avistando que, agora, Rabastan tinha companhia. Antony estava de pé na sua frente o falando algo. Então, Rabastan a olhou e Dolohov percebeu sua presença.

— Zan! Eu estava falando com o Rabastan, alguns garotos da Lufa-Lufa organizaram um luau na beira do lago. Vamos? – O sonserino pareceu entusiasmado.

Zaniah franziu o cenho, mas tentou não parecer irritada com a situação.

— Na verdade, Antony, eu estava com outros planos pra agora. – Ela falou e viu que Rabastan ficou curioso. – Então, se vocês não se importarem, eu vou recusar o convite, porque pretendo passar pelo menos algumas horas com meu namorado.

Rabastan, que estava deitado no sofá, sentou rapidamente, sorrindo.

Antony os olhou entediado.

— Ok, ok. Já entendi, o amigo está atrapalhando. – Ele falou dramático. – Adeus, meus companheiros!

Então virou as costas e saiu pela passagem, deixando Zan e Rabs sozinhos.

Zaniah estendeu sua mão pra ele, que logo aceitou, levantando-se. Rabastan lhe deu um beijo singelo nos lábios.

— Eu amo você. – Falou baixinho.

— Eu também te amo. – Ela falou, beijando-o de novo. E de novo.

Então sentiu o namorado baixar o corpo, e percebeu que eles andaram para trás até que o corpo de Rabastan colidisse com o sofá. O Lestrange se sentou, fazendo Zaniah sentar-se por cima dele, uma perna de cada lado do corpo de Rabastan.

Os beijos ficaram ainda mais urgentes a cada segundo. Os toques se intensificavam gradualmente. Rabastan colocou suas mãos no quadril da namorada e o pressionou para baixo, causando um contato ainda mais profundo entre suas intimidades que se separavam apenas pelos tecidos das roupas.

A saia de Zaniah subiu à medida que Rabastan colocava sua mão por baixo dela, em busca da intimidade da garota.

Foi quando a Black recobrou a consciência. Ainda estavam no Salão Comunal.

— Rabs. – Falou baixinho, controlando as sensações que a mão do namorado lhe causava. – É arriscado demais aqui.

— E isso só me deixa ainda mais excitado. – Ele respondeu no mesmo tom.

Zaniah sentiu quando ele introduziu dois dedos de apenas uma vez em si. Perdeu qualquer consciência que tinha adquirido.

Levantou um pouco seu corpo para conseguir tirar a camiseta de manga longa que ele usava, expondo o tronco delgado e forte do namorado. Em resposta, Rabastan tirou seu casaco e desabotoou sua blusa em segundos. A parte de cima de sua lingerie ficou a mostra e Rabastan encarou-a com ferocidade. Apertou os seios de Zaniah fortemente por cima do sutiã. Arrancou-o com uma certa facilidade e afundou sua boca no corpo da namorada. Chupava e sugava os seios delicados dela enquanto ela rebolava lentamente em cima dele.

De repente, Zaniah afastou a cabeça de Rabastan de si, concentrando-se em retirar o cinto que prendia sua calça, para logo retirá-la também, junto da cueca, dos sapatos e das meias.

Ajoelhou-se na frente do namorado, nu e sentado no sofá, e colocou seu membro em sua boca. Com um gemido, Rabastan levou sua mão aos cabelos da Black, ditando o ritmo do movimento. Depois de várias relações sexuais, Zaniah já sabia a exata forma que Rabastan sentia mais prazer. Não demorou muito para que ela sentisse o membro dele contrair em sua boca e jorrar o líquido levemente amargo, o qual ela engoliu inteiro. O namorado respirava levemente ofegante quando ela terminou, mas seu membro logo estava rígido de novo.

Eles se beijaram de novo, a intimidade de Rabastan já roçando na de Zaniah de novo.

O Lestrange deitou a Black no sofá. Beijou seu tronco inteiro e retirou a saia de Zaniah devagar, assim como sua bota também.

Quando voltou para o ponto de prazer da garota, passou os dedos por cima de sua calcinha e a viu estremecer embaixo de si. Puxou o elástico fino da peça e começou a deslizá-la por suas pernas. Zaniah debateu os pés, afim de ajudar a peça de roupa a sair.

E então lá estavam os dois, completamente nus e com os corpos colados, bem no meio do Salão Comunal da Sonserina.

Rabastan penetrou um dedo na entrada da namorada, levando sua boca ao clitóris dela. Zaniah contraiu o próprio corpo e puxou a cabeça de Rabastan em direção da sua intimidade, afim de aumentar o contato. Rabastan sugava seu órgão de prazer enquanto o dedo fazia movimentos de vem e vai ritmicamente.

Então o corpo de Zaniah começou a vibrar, esquentando e esfriando ao mesmo tempo. Prendeu a cabeça do Lestrange com suas pernas e derramou-se na boca do namorado, com um gemido rouco de prazer.

Involuntariamente, afrouxou o aperto nas pernas enquanto aproveitava a sensação de prazer. Rabastan levantou-se, ajudando-a a se levantar também.

Zaniah o olhou confusa, mas com um sorriso pervertido no rosto e um movimento rápido, Rabastan a virou de costas pra ele e a empurrou contra o sofá. Zaniah apoiou os joelhos no acento do móvel e colocou os braços no encosto, inclinando-se para frente. Rabastan apertou forte sua bunda e friccionou seus membros um contra o outro. De quatro era sua posição preferida. Lambuzou os dedos com a lubrificação natural da entrada de Zaniah e a penetrou fundo. Os dois gemeram. A Black empinava cada vez mais sua bunda, a qual era estapeada pelo Lestrange constantemente. Ele segurava sua cintura forte, puxando-a para si sempre que ele estocava contra ela. Levou uma mão até os cabelos negros e longos de Zan, enroscando-os em seus dedos e puxando sua cabeça para trás. Daquela forma o corpo de Zaniah se arqueava e sua entrada ficava ainda mais apertada, o que lhes proporcionava mais prazer. Com mais alguns minutos naquela posição, os dois chegaram em seus auges, suando e gemendo o nome do companheiro. Rabastan saiu de Zaniah, cambaleando, e sentou no sofá.

Zaniah se virou para ele e os dois se encararam, respirando ofegantes. Ela mordeu o lábio inferior e engatinhou para perto dele. Beijando seus lábios demoradamente e descendo os beijos em direção ao seu colo. O membro de Rabastan já começava a se erguer novamente, o que Zaniah aproveitou, envolvendo sua mão ao redor dele e iniciando a masturbação. Rabs revirou os olhos de prazer e espalmou a bunda da namorada, apertando-a em seguida.

— Vamos pro chuveiro? – O Lestrange disse com a voz rouca, levando sua mão aos seios da namorada e os apertando.

— Você não está pensando em parar, está? – Zaniah o olhou semicerrando os olhos. Rabastan riu.

— Sua noite nem começou ainda, futura senhora Lestrange.

Beijaram-se e, com magia, recolheram suas roupas caídas pelo Salão. Subiram as escadas dos dormitórios até que chegaram no masculino do sexto ano. Os dois entraram, largaram suas coisas na cama de Rabastan e logo foram para o banheiro. Ligaram o chuveiro numa temperatura agradável e entraram. Rabastan percorria todo corpo de Zaniah com sua mão, enquanto ela se prendia em beijá-lo no pescoço, deixando algumas marcas e chupões. Ele a penetrou com os dois dedos, suspendendo-a levemente do chão. Com um gemido, Zaniah parou de beijar o pescoço do namorado, aproveitando as ondas de prazer que esse a proporcionava.

Ele a escorou na parede gelada, o que foi um contraste bom para seu corpo tão quente. Ela suspendeu suas pernas, deixando-as presas ao redor da cintura do Lestrange, que não perdeu tempo e já a penetrou. O som dos corpos se colidindo e depois colidindo com a parede, mais a água do chuveiro caindo reverberava por todo banheiro.

Zaniah sentiu Rabastan colocar suas mãos no seu quadril, erguendo-a levemente e então uma onda de prazer imensa a atingiu enquanto ela gemia. Aquela mínima mudança de posição havia sido fundamental para seu prazer. Com Rabastan a estocando sem parar, Zaniah percebeu que não aguentaria por muito tempo e isso logo se concretizou quando ela se derramou nele gemendo ofegando.

Rabastan parou no mesmo momento e a olhou curioso.

— Você acertou o lugar em cheio. – Ela disse com um sorriso um pouco envergonhado.

— Bom saber disso, senhorita. – Rabastan lhe deu um beijo na testa, então fez menção de desligar o chuveiro.

Uma ideia louca surgiu na mente de Zaniah. Ela havia pensado sobre esse assunto algumas vezes sozinha, e inclusive já havia se preparado para tal, mas nunca pedira o que o namorado achava. Algo lhe dizia que ele gostaria da ideia.

Impediu-o de desligar o chuveiro levando sua mão até sua nádega esquerda. Rabastan lhe sorriu safado enquanto a apertava. Lentamente, Zaniah virou-se de costas para o namorado, que continuava com a mão na sua bunda. Ele desceu-a até sua entrada, penetrando-a com um dedo apenas. Mas não era essa a ideia de Zaniah. Ela pegou a outra mão dele e levou entre as duas nádegas. Depois, levou suas próprias mãos até sua bunda, uma de cada lado, e afastou as nádegas o máximo que pôde. Rabastan alisou sua entrada de trás, parecendo entender pela primeira vez o que a namorada queria.

— Tem certeza? – Perguntou baixo em seu ouvido, não disfarçando a excitação de sua voz.

— Você quer?

— Você ainda pergunta? – Ele riu. – Espere dois segundos.

Zaniah sentiu o corpo de Rabastan se afastar e poucos segundos ele voltou, com um frasco em mãos. A embalagem estava lacrada e Zaniah logo reconheceu o produto.

— Por que você tinha um lubrificante na mala? – Perguntou curiosa.

— Porque nós nunca sabemos quando sua namorada gostosa vai resolver te dar o...

— Rabastan! – Zaniah o repreendeu antes que ele terminasse a frase. O garoto riu.

A Black voltou a ficar de frente à parede. Rabastan se colocou atrás dela rapidamente e sua primeira reação foi empinar sua bunda para que o provocasse. Deu certo, ele a espalmou com força.

— Relaxe. – Rabastan disse enquanto passava o líquido gosmento na entrada da namorada e depois um pouco no seu próprio membro.

Afastou as nádegas de Zaniah e se posicionou, entrando devagar. Zaniah grunhiu de dor e ele logo parou. O processo lembrava muito a primeira vez deles e, assim como na primeira vez, eles só precisariam de paciência e calma.

O Lestrange beijava as costas da garota, afim de fazê-la relaxar. Depois de incontáveis minutos, Rabastan já estava inteiramente dentro dela, se movimentando devagar. O prazer era incontestável para ambos, principalmente quando Rabastan levou os dedos à outra entrada de Zaniah, o que a levou a arquear ainda mais o corpo em busca de contato. Não demorou muito para que Rabastan se derramasse dentro dela e, com mais algumas estocadas, tanto com seu membro quanto com seus dedos, Zaniah também chegou no seu ápice.

Os dois não suavam porque estavam debaixo do chuveiro, mas os dedos murchos denunciavam o tempo que ficaram ali. Ouviram quando o toque de recolher soou e se obrigaram a sair do banheiro. Estavam já vestidos e deitados juntos quando Régulos e Antony entraram no dormitório.

— Zan! – Régulos falou surpreso ao ver a irmã ali. – Faz tempo que você não vem pra cá a noite.

— Então voltamos aos velhos tempos, Rég. – Ela falou amável enquanto o irmão lhe dava um beijo na testa de boa noite.

— Podemos voltar aos velhos tempos onde meu melhor amigo não transa com a minha irmã? – Régulos disse sentando na sua própria cama. Os outros três gargalharam.

— Na verdade não, Rég. – Zan disse ainda rindo.

— É, eu imaginei. – Ele falou fingindo estar emburrado e então deitou em sua cama.

Zaniah recebeu um beijo nos cabelos e adormeceu sentindo o toque de Rabastan lhe acariciando o braço.

No dia seguinte, ela acordou antes que os três donos do quarto. Virou-se, afim de ver a expressão serena do namorado enquanto dormia. Absorveu aquela visão. Era uma visão de paz e tranquilidade. Mas então lembrou-se de ser domingo.

E domingo significa pesquisa para o Lorde.

Zaniah já estava cansada dessa rotina. Na cama se permitiu colocar os pensamentos em ordem, coisa que já não conseguia há muito tempo. Zaniah, agora com quinze anos, não era a mesma de três anos atrás. Ela não gostava da ideia de submissão a um Lorde, ela não gostava da ideia de ser uma soldado treinada, mesmo que a melhor deles. Ela estava sacrificando muito ficando ao lado de Riddle. Ela sacrificara a relação com Sirius.

Por outro lado, Zaniah tinha medo de ir contra tudo que sua família acreditava. Tinha medo de decepcionar seus pais, Régulos e Rabastan. Tinha medo de virar um dos alvos principais do Lorde das Trevas. Tinha medo do Lorde das Trevas. Da tortura, física ou psicológica, do abuso mental, de ele querer penalizar Zaniah atingindo pessoas que ela amava. Não. Não podia arriscar a segurança de seus pais, Régulos, Sirius, Rabastan, Juliet, Bartô, Darwin, Antony, Andie, Cissa, Bella... Podia? Não. Eles eram sua família. Seus amigos. Ela deveria fazer de tudo para protegê-los.

Mas e sua autopreservação? Viveria com medo de ter seus pensamentos progressistas descobertos?

Como poderia se aliar a um grupo que atacaria pessoas como Lily, pessoas doces, talentosas e inteligentes?

Viu-se num impasse. Se finalizasse a poção de forma certa, seria inicializada no grupo seleto do Lorde das Trevas. Se não a concluísse, ela ou alguém que ela amasse provaria da insatisfação do homem. E Zaniah não sabia como impedir isso, não poderia permitir. Por outro lado, ela não poderia simplesmente recusar a Marca Negra, senão morreria. Ela não tinha opção a não ser seguir com o que todos esperavam que ela fizesse.

A não ser que ela pudesse contar de seu atual estado para alguém.

Não, isso era incogitável. Não havia ninguém para quem ela pudesse recorrer.

— Bom dia, meu bem. – Saiu de seus pensamentos com a voz rouca de Rabastan.

— Bom dia, Rabs. – Falou, forçando-se a sorrir para ele. Aconchegou-se mais contra seu corpo para disfarçar.

— No que estava pensando? Estava concentrada. – Ele indagou.

— Pensava no futuro. – Zaniah respondeu, não era uma mentira, tampouco uma verdade.

Rabastan a apertou contra seu corpo.

— E eu estava nesse futuro? – Perguntou ele manhoso.

Zaniah riu.

— Você tem alguma dúvida disso, Rabastan?

O garoto sorriu e depois beijou a testa da namorada.

- Eu e nossos cinco filhos? – Ele perguntou hesitante e Zan prendeu o fôlego.

- Cinco? – Falou embasbacada.

— Aham. – Rabastan assentiu divertido. – Eu quero vários Lestrange’s povoando o mundo bruxo.

Zaniah apenas revirou os olhos.

— Você que vai parir? – Perguntou.

Rabastan fechou a cara, fazendo Zaniah rir.

— Eu descido o número, meu bem. – Ela piscou para ele, que apenas a encarava, ainda um pouco emburrado.

— Quatro?

— Neste momento, só vou pensar no café da manhã. – Zaniah respondeu, levantando-se.

Um repuxe passou pelo seu corpo, fazendo-a sentir dor.

— Ai. – Falou enquanto se apoiava na cama mais uma vez.

— Amor, você está bem? – Rabastan perguntou rápido.

Zaniah analisou seu corpo. Haviam roxos por todo ele, mas principalmente na sua cintura, onde Rabastan apertara e batera na noite anterior.

— Eu acho que pegamos um pouco pesado ontem. – Ela resmungou, ainda dolorida. Pôs-se de pé novamente. – Eu vou tomar uma poção pra dor, encontro-te no Salão Comunal?

Rabastan a olhava preocupado. Ele apenas assentiu.

Zaniah saiu rápido, ansiando pela poção.

Chegou no dormitório e correu para o pequeno estoque que ela e as amigas mantinham de poções. Mad e Juliet já estavam acordadas.

— Zan, o que aconteceu? – Madeline perguntou preocupada.

Juliet a avaliou e deu uma risadinha sarcástica.

— Alguém teve uma noite movimentada. – Disse divertida.

Zaniah a fuzilou com o olhar.

— Por isso que vocês não foram ao luau, hm? – Mad perguntou rindo.

Zaniah apenas lhe deu uma piscadela, enquanto ingeria a poção para dor que tinham no quarto. Instantaneamente seu corpo melhorou.

— Que horas são? – Perguntou.

— Nove e meia. – Mad respondeu.

Zaniah foi até seu malão e buscou a poção anticoncepcional que usava. Tomou-a em um gole.

— Bem, pelo menos você está se cuidando. – Juliet falou ao ver a cena.

— Logo eu arriscar uma gravidez na adolescência antes do casamento. – Zaniah falou entediada.

Tirou sua blusa e sua saia, afim de trocar de roupa.

Madeline gritou.

— Céus, Zaniah, você transou ou foi espancada?

— Uma mistura dos dois, eu diria. – Ela falou rindo da cara da amiga.

— Então Rabastan faz o tipo bruto. – Juliet falou. – Não imaginava.

— Nem eu. – Disse Mad.

— Quem vocês acham que faz o tipo bruto? – Zaniah perguntou curiosa.

— Antony. – Juliet respondeu alguns segundos depois.

Madeline negou.

— Antony pra mim é o típico cara que diz que vai te fazer cansar e não aguenta mais de uma rodada. – Madeline disse franca, fazendo Zaniah gargalhar. – Ok, e os outros? – A Nott perguntou.

— Régulos me parece ser tímido. – Juliet respondeu, Zaniah logo concordou.

— Não sei se tímido ou sonso, mas é fato que a garota que quiser transar com ele vai precisar escrever isso na testa. – Zaniah acrescentou e as três riram.

— Bartolomeu? – Juliet perguntou.

— De anjo só a cara. – Zaniah respondeu e Madeline concordou rindo. – Darwin? – A Black perguntou.

— De anjo nem a cara. – Madeline respondeu e Juliet riu alto. – Theo? – Madeline perguntou sobre o irmão.

— Muita cara de safado. – Juliet disse e as outras duas concordaram.

As três já estavam prontas e desceram ainda rindo um pouco da conversa que estavam tendo no quarto. Encontraram com os garotos no Salão Comunal e Juliet quase não conseguiu segurar a risada ao ver Antony.

Desceram para tomar café e conversavam tranquilamente, quando uma garota da Corvinal se aproximou da mesa.

— Com licença, Régulos. – Zaniah a conhecia, era Brianna Abbott, cursava p sexto ano também. – Eu terminei minha parte do trabalho de Aritimância, achei melhor já te entregar. – Ela falou enquanto se aproximava dele e entregava o rolo de pergaminho.

— Ah, oi, Bree! – Régulos a cumprimentou alegre. Pegou o rolo de pergaminho e o analisou. – Céus, isso está incrível. – Ele falou surpreso e a garota corou. – Vou precisar me esforçar bastante pra chegar no seu nível. – Ele falou com uma falsa preocupação.

— O quê? Claro que não, você é super inteligente! – A corvina falou ainda envergonhada. Zaniah se divertia com a cena que via. – Eu vou voltar pra minha mesa. – A garota falou após ver que o grupo encarava a interação dos dois. – Só vim lhe entregar, de qualquer forma. Bem, tchau Rég, tchau pessoal.

Zaniah acenou animadamente para ela, que, envergonhada, voltou rápido para a mesa da Corvinal.

Zan, Mad e July se encaravam descrentes, rindo interiormente.

— Francamente, Régulos, o quão idiota você é? – Madeline perguntou para o garoto que estava na sua diagonal.

— Como? – O Black perguntou confuso.

— Ela está visivelmente afim de você! – Juliet falou revirando os olhos.

— O quê? Não, não está! – Régulos falou, mas pensou um pouco. Olhou para Zaniah com desespero. – Ela está?

Zan sorriu.

— Mamãe vai ficar feliz de saber que tem uma Abbott interessada em você. – Falou simplesmente. Régulos arregalou os olhos e olhou para trás, afim de procurar a garota na mesa da Corvinal. Brianna o encarava e, quando percebeu que ele a encarava também, logo desviou o olhar.

— Se eu fosse você, convidava ela pra ir à Hogsmeade final de semana que vem. – Madeline disse enquanto se servia de chá.

Já era meio da tarde quando Zaniah terminara algumas anotações que estava fazendo sobre a Descurainia.

— Qual vai ser o efeito? – Rabastan perguntou, vendo que a namorada fechara o livro.

— Como? – Zaniah perguntou, pois estava um pouco avoada.

— Qual vai ser o efeito que a Descurainia vai causar na poção? – O garoto reformulou a pergunta.

— Bem, na Poção Polissuco, é ela o componente principiante, aquele que dá início de fato à mudança. Minha ideia, aqui, é que, aliado aos outros ingredientes, ela transforme alguns órgãos internos em outros.

— Céus, Zan, isso é perverso. – Rabastan falou um pouco enojado.

— Eu sei... – Zaniah falou se sentindo culpada.

— Mas é brilhante. Você é brilhante. – Ele falou, debruçando-se por cima da mesa e lhe dando um selinho.

— Eu acho que terminei por hoje, vamos pro jardim? – Zaniah falou manhosa. – Preciso de ar fresco.

Rabastan sorriu.

— Tudo que você quiser, meu amor.