A Versão De Karin.

Lista, Ichigo e festa...


No capítulo passado:

Depois de terminado o café os três foram até o décimo esquadrão, onde Matsumoto se jogou no sofá, enquanto Toushiro reclamava com ela. O resto do dia correu normal para aqueles dois, Karin foi falar um pouco mais com Rukia, e depois voltou para a casa de Hitsugaya.

E foi assim por pelo menos três dias.

Nesse capítulo:

Já fazia três dias que Karin estava na Soul Society, e nada de Yamamoto liberar alguém para ir com ela até o Hueco Mundo. Por incrível que parecesse, novamente em apenas três dias, Toushiro e ela já agiam como velhos amigos, a relação entre eles era realmente estranha.

Rukia adorava provocar Karin, e quando ela lhe contou sobre os três terem dormido no mesmo sofá, Rukia sorriu maliciosamente, fazendo Karin corar. Para dar o troco, Karin comentou sobre Ichigo, e a época em que ela dormia no armário dela.

No final da tarde, Karin foi chamada ao primeiro esquadrão e informada que ela teria cinco pessoas acompanhando ela até lá, e se precisasse de reforços era só fazer contato com o Sereitei. Foi lhe entregada uma lista com as pessoas que acompanhariam, o cargo mínimo era tenente.

Lista:

Capitã do segundo esquadrão – Soi Fong.

Tenente do nono esquadrão – Shühei Hisagi

Capitão do décimo esquadrão – Toushiro Hitsugaya

Tenente do décimo esquadrão – Rangiku Matsumoto

Tenente do décimo terceiro esquadrão – Rukia Kuchiki

Tirando a Soi Fong, ela já tinha trocado palavras com todos ali, deviam ter estudado os relatórios deles, realmente era melhor que ela fosse com pessoas com quem tivesse mais contato.

Eles partiriam dali quatro dias, era muito tempo, mas ela não ligou, enquanto isso não acontecia era melhor que conhecesse melhor sua Zanpakutö, e treinasse sua shikai. Quando chegou à casa do capitão do décimo esquadrão, cumprimentou-o.

_Porque demorou? – perguntou o grisalho.

_Estava preocupado? – brincou, vendo-o bufar continuou. – Eu tive que passar no primeiro esquadrão. Já tenho a lista de quem vai comigo pro Hueco Mundo.

_Hum... – tentou mostrar indiferença, mas não aguentou de curiosidade, isso não era do feitio dele. – Quem vai com você?

Ela deu uma risada leve, e entregou-lhe a lista, ele olhou surpreso, e logo depois deixou um pequeno sorriso se formar em seus lábios.

_Bom, vamos conseguir manter a Matsumoto longe das bebidas por um tempo, mas não sei se será bom para ela, se for lá. – murmurou.

_Toushiro... – começou. – O que realmente aconteceu com a Rangiku-san?

Ele contou o que sabia para ela, se ela não fosse ela, teria chorado. Depois disso preparou a janta e chamou a Matsumoto para jantar, comeram calmamente e os dois informaram a Rangiku sobre a partida.

Dormiram cada um em seu quarto, e dessa vez Toushiro acordou primeiro. Karin levantou sonolenta e olhou em um calendário, sorriu para si mesma.

_Feliz aniversário Yuzu, e pra mim também. – espreguiçou-se, o que ela não sabia é que a Matsumoto não tinha dormido e tinha escutado isso [N/a: Lá vem merda kk’].

A loira foi até a cozinha onde estava seu capitão, e contou a ele sobre a informação conseguida, ele a encarou, olhou pro nada, e a encarou de novo.

_Você bebeu de novo? – perguntou sério.

_Taichou... – olhou decepcionada. – Assim você me chateia...

_Yare, o que você que eu faça? – perguntou desinteressado.

_Taichoouu... Ela vai fazer quatorze anos! Isso na idade dos humanos é muito tempo, logo ela não terá mais essa aparência e...

_Já entendi Matsumoto, direto ao ponto.

_Podemos fazer uma festa para ela? – olhou-o animada.

_Fique a vontade, contanto que não tenha saquê.

_Não! O senhor vai ajudar também!

Ele a encarou com uma cara de: “Você ta tirando com a minha cara”. E ela apenas riu, ele não se safaria dessa. Karin desceu já arrumada, olhou para Rangiku que estava toda animada, e Toushiro que como sempre não esboçava expressão nenhuma.

_Feliz aniversário Karin-chan! – disse esmagando ela.

Quando Karin conseguiu se livrar dos braços da loira e agradeceu.

_Parabéns Kurosaki. – disse com um meio sorriso, isso andava sendo muito frequente.

_A-arigato Toushiro... – disse um pouco envergonhada pelo sorriso.

Depois de tomar o desjejum os três foram até o esquadrão, Rangiku deu uma desculpa esfarrapada e foi arrumar a festa de Karin enquanto os outros dois trabalhavam. Rukia apareceu lá mais ou menos às dez da manhã.

_Com licença... – olhou e viu Karin e Toushiro colocando os últimos papéis na pilha. – Karin-chan – chamou com uma voz melosa seguida de um abraço. – Ometedö Kurosaki Karin!

_Arigato Rukia-chan! – disse melosamente, sorrindo e retribuindo o abraço.

_Kia, o Toushiro não está com as bochechas maiores? – perguntou com uma vozinha irritante.

_KUROSAKI! – berrou irritado e um pouco corado, fazendo as outras duas rirem, bufou.

_Yare, eu estou brincando... – justificou com um sorriso travesso.

_Tenho que ir, eu só vim te dar feliz aniversário... – disse sendo interrompida.

_Nem pensar Kuchiki Rukia! – gritou. – Agora você vai me ouvir, mas não aqui, eu á terminei o trabalho, vem! – puxou a outra pela mão pra fora da sala.

_Yosh! – disse a Kuchiki animada. – O que é tão importante senhorita Kurosaki?

Mostrou a língua e a arrastou pro jardim em que sempre conversavam, suspirou pesadamente estava nervosa, Rukia era sua única confidente, mas depois tirava sarro, fazer o que ia falar.

_Kia, euachoqueestouapaixonada. – falou rapidamente na esperança de que ela não tivesse entendido.

_KARIN-CHAN! – ela ouviu. – Quem é?! Quem é?! – perguntou balançando-a pelos ombros.

_Se você parar de me sacudir... – reclamou tonta. – Hum... Eu não sei se eu te conto... Você vai tirar sarro de mim...

Rukia fez uma cara de decepção, fazendo a morena rir, soltou um suspiro, olhou para o chão e corou.

_Eu gosto do...

Enquanto isso Rangiku arrumava loucamente uma festa que de simples não tinha nada [N/a: Vamos combinar é a Matsumoto que está fazendo a festa]. Aquilo era uma festa digna de alguém que estivesse completando bodas. Mas logo chegou seu capitão para cortar suas “asinhas”.

_MATSUMOTO! – berrou.

_Taichou... – cantarolou.

_Você tem que ir se tratar... – comentou batendo em sua própria testa. – Nos quatro dias que se passaram você não percebeu que a Kar- Kurosaki não é do tipo que gosta de chamar atenção?

_Ehhh? – perguntou tristemente. – Arrume uma festa menos extravagante, eu conheço-a o bastante pra saber que ela ficaria sem graça com isso.

Rangiku saiu resmungando para reorganizar tudo, mas quando estava na metade do trabalho viu que seu capitão ainda estava ali.

_Taichou! Esqueci-me de avisar! Você e a Rukia-chan estão encarregados de ocupar a Karin-chan até que a festa fique pronta, e poderia chamar a Hinamori-san, pra me ajudar aqui? – comentou sem graça.

_Tsc, está bem, eu chamo a Hinamori, depois vou atrás da Kurosaki. – bufou e foi em direção ao quinto esquadrão.

Chegando lá entrou no escritório do quinto esquadrão que atualmente era ocupado por Hikaro Shinij, bateu, e logo depois de ouvir a autorização entrou.

_Desculpe incomodar Hikaro taichou, mas a Hinamori fukutaichou está? – perguntou sério, e logo após avistou a morena, sussurrando o apelido que dera a ele, sabendo que não poderia chama-lo assim na frente de outros capitães.

_Claro, Hinamori, pode ir, já terminou tudo o que tinha que fazer. – disse abanando uma das mãos lentamente.

Dito isso a morena seguiu o grisalho até o lado de fora do esquadrão, e esperou ele falar.

_A Matsumoto precisa da sua ajuda para arrumar a festa da Kurosaki... – murmurou.

_Hum... – pensou um pouco. – Ah! A Karin-chan? – vendo-o assentir continuou. – Conversei com ela ontem, gostei bastante, ela é simpática! Ne, Shiro-chan, quando você a chama pelo sobrenome, quase não dá pra saber de quem você está falando hehe. – brincou.

Toushiro murmurou qualquer coisa, e disse onde seria a festa, Momo foi correndo ajudar, realmente gostara da mais nova shinigami. Apesar de não se parecerem se deram muito bem. O grisalho pensara o porquê de Karin não ter contado desse encontro, mas deixou de lado o fato, a memória da morena, pelo que ele sabia, era igual a do irmão.

Toushiro estava tentando procurar a reiatsu de Karin, mas de repente aparece em sua frente, um Kurosaki, mas não a pessoa que estava procurando e sim o de cabelos alaranjados, e mais velho, Kurosaki Ichigo.

_Kurosaki, o que está fazendo aqui? – perguntou surpreendido pela presença do ruivo.

_Vim atrás da minha irmã, por dois motivos, que você a está altura já deve saber... – disse sem esclarecer muita coisa, mesmo assim o grisalho entendeu o que queria dizer, porque era aniversário dela, e claro porque ela tinha se tornado shinigami.

_Hai, a Matsumoto está fazendo uma festa pra ela... – comentou com um tom meio preocupado com o resultado.

_Vixi, mas também tem outro motivo, ela saiu sem avisar a Yuzu, ela tá em prantos lá em casa, com medo de ter acontecido alguma coisa. – disse sério. – Aquela pestinha vai se ver comigo.

Aquilo de alguma forma irritou o Hitsugaya, será que ele não sabia o motivo de ela estar ali? Ele já tinha a visto resmungar enquanto dormia, e aquilo geralmente não era um bom sinal. Trilhões de coisas passaram-se pela sua cabeça, mas o que disse foi apenas:

_Você sabe o verdadeiro motivo dela ter se tornado shinigami? – perguntou sério.

_Não. – respondeu um pouco nervoso pelo tom de voz que o pequeno capitão usava.

_Ela veio pedir ajuda para salvar um amigo que está preso no Hueco Mundo, ela foi mais inteligente que você Kurosaki, ela pensou antes de agir, mas as coisas demoram um tempo por aqui, por isso ela não conseguiu sair, além disse nos últimos tempos anda impossível fazer contato com a Terra. – disse frio.

O ruivo não disse mais nada, só fez um sinal como se perguntasse onde ela está, e o Hitsugaya disse que não sabia. Até que Ichigo é acertado por um chute na cabeça, e os dois escutam risos de garotas.

_Kia-chan! Vai decapitá-lo desse jeito! – brincou Karin rindo.

_Mas o...? – viu as duas. – Sua baixinha! Como ousa?!

_Como ouso?! Vai catar coquinhos morango! Nem cumprimentou sua irmã, nem a mim, já chega dando patada!

_E você chega de voadora né?! – reclamou.

_Yare, chega... – disse Karin calma, botando ambas as mão nos ombros dos dois. – Eu sei que vocês se amam, mas vamos deixar o namoro pra depois...

Depois dos dois gritando corados quase destruindo os tímpanos dos outros dois presentes e de si próprios, Karin recebeu parabéns de seu irmão e em troca deu explicações, e um telefonema pra sua irmã.

A gêmea tinha uma voz chorosa, mas Karin já tinha uma desculpa na ponta da língua e disse que voltaria dali a umas semanas, ela não sabia o tempo exato, Yuzu concordou não que ela acreditasse nas desculpas esfarrapadas da irmã e do irmão. Mas ela sabia que tinha algo que eles não poderiam lhe contar, quando decidissem contar, ela saberia, até lá ela continuaria acreditando.

Desejaram feliz aniversário uma à outra e desligaram, e os três mantiveram a menina ocupada a tarde inteira. Toushiro saiu duas horas antes pra ver o que a sua tenente tinha aprontado, e por incrível que pareça ela fez uma festa super simples, porém arrumada.

Parabenizou a loira pelo bom trabalho e foi avisar os outros dois para darem um jeito de Karin se arrumar rapidamente. Pedido atendido, uma hora depois todos já estavam prontos para a festa.

Karin foi arrastada por Rukia até a festa e... Surpresa! [N/a: Não consegui inventar nada melhor gomen.]. A aniversariante foi convidada diversas vezes para dançar aceitando bem poucas, deixando o grisalho com uma cara um tanto carrancuda e séria. Seriam ciúmes?

Talvez, mas ele tentava ignorar, quando ela voltou a sentar do seu lado, voltou à expressão fria. Ela sorria como ninguém, aquilo deixou o capitão um pouco envergonhado, a morena estava com os cabelos soltos, isso era algo que ele só vira quando ela era menor.

_Ne, Toushiro... – chamou a atenção.

_Nani? – perguntou tentando mostrar desinteresse.

_Você não quer dançar? – perguntou sorrindo.

Ele corou e desviou o rosto, lerdeza em pensar e entender o que falam, poderia ser uma definição boa daqueles dois Kurosaki.

_Tanto faz. – disse levantando, ela segurou sua mão e puxou pra “pista” improvisada de Rangiku.

Coincidentemente (ou não), começou a tocar uma música lenta. A própria Kurosaki tomou noção de suas ações, e disse que se ele não quisesse não precisava. O grisalho nada disse, apenas a puxou para a dança fazendo a face de ambos tomarem uma cor extremamente avermelhada.

Karin apesar de ter dançado boa parte da noite, não costumava dançar músicas lentas, então estava uma pouco atrapalhada. Ele apertou mais sua cintura, fazendo com que ele guiasse e ela não precisasse se preocupar muito com se sabia dançar ou não.

Ele sentiu o cheiro dela, esse assustou com suas próprias ações, tão pouco tempo, era tão pouco tempo e aquela garota o conquistava tão facilmente. Isso não era normal, principalmente vindo dele, sentia-se estranho, não como se estivesse fazendo algo de errado, mas como se estivesse indo rápido demais.

Não a afastou, mas também não a aproximou mais, afinal não havia mais espaço pra isso. O irmão da menina já observava de longe, reclamou consigo mesmo da proximidade de ambos, mas Rukia deu pelo menos três socos na cabeça dele, fazendo-o não se calar, mas reclamar mais.

A Matsumoto tinha conseguido enfiar bebida em todos menos em Karin e Toushiro, ou seja, o Kurosaki estava gritando dez vezes mais alto do que costumava gritar, e Rukia batendo na mesma intensidade.

Karin estava nervosa demais, para sequer pensar, os batimentos estavam acelerados e descompassados, as mãos suavam, o rosto estava incrivelmente ruborizado pela proximidade que tinha com o grisalho, tentou e tentou ignorar, mas era impossível.

Demorou um pouco pra perceberem quando a música acabou, mas assim que ambos notaram, ela se separou ainda tímida e deu uma desculpa gaguejada, e foi para o banheiro. Jogou água no rosto, tentando encontrar a outra Karin.

Conforme o tempo ia passando, os convidados iam saindo, Karin voltou a se sentar ao lado de Toushiro, dessa vez calada. Como estava muito cansada, adormeceu no seu ombro, ele a levou pra casa nas costas, não a acordaria.

Escutou uma voz em sua mente dizendo que sentia algo que o perturbava, e logo depois sentiu as partes da pele de Karin que estavam em contato com as suas esquentarem, se preocupou, mas ao ver que ela dormiu logo concluiu.

Ela estava entrando em contato com a sua Zanpakutö, isso por um lado era preocupante por outro, bom, pois poderia se defender. Deixou um sorriso escapar e ao chegar em casa colocou-a na cama que havia em seu quarto e ficou em um colchonete, se algo acontecesse com ela ele saberia de prontidão, e a acordaria.

E ali adormeceu.

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