CAPÍTULO 6

Kili foi apanhado de surpresa. Era o primeiro beijo de verdade que eles trocavam desde o casamento. Era o primeiro beijo de verdade da sua vida.

Tarvi estava com os braços ao redor do pescoço de Kili. Por que ela não tinha tentado isso antes?, perguntava uma vozinha no fundo de sua mente. Era uma sensação maravilhosa. Era a primeira vez que beijava alguém de verdade (ela não contava aquele beijo seco, insosso, da cerimônia de casamento como um beijo – não depois deste). A falta de reação de Kili, porém, começou a preocupá-la. Talvez ela tinha ido longe demais?

Kili percebeu que Tarvi estava diminuindo a...velocidade do beijo. Ele não queria que aquilo acabasse. Era um pensamento egoísta, mas, quando percebeu, estava com as mãos perdidas em seu cabelo, beijando-a contra a parede (para ser justo, era uma casa pequena).

Bem, isso é que era reação. Tarvi estava pronta para encerrar o beijo e pedir desculpas, quando se surpreendeu com as mãos de Kili em se cabelo e a parede às suas costas. Ela não conteve um sorrisinho.

Kili não queria acabar com aquele momento, mas estava começando a ficar sem ar. Aproveitou o sorrisinho de Tarvi e sorriu também, pressionando a testa contra a testa da esposa, sem fôlego, mas muito, muito satisfeito. Tarvi colocou as mãos em seu rosto, e assim ficaram encarando um ao outro, testas apoiadas, um sorriso idiota no rosto.

— Nada mal para quem nunca tinha beijado antes – Tarvi disse.

— Concordo – respondeu Kili, apertando o braço em volta de sua cintura, trazendo-a mais para perto.

Tarvi inclinou a cabeça para o lado:

— Você nunca...?

— Nunca – Kili afirmou – E, para ser sincero, não me importo de começar a praticar com você.

Viu, com satisfação, sua esposa corar quando respondeu:

— Eu não me importo também... de praticar com você.

Mas Kili tinha orgulho de dizer que estava aprendendo a ler a linguagem corporal de Tarvi. Então sabia que, apesar de sua reação ao beijo e seu repentino (e momentâneo) atrevimento, ela estava ficando nervosa. Por isso, beijou sua esposa novamente – desta vez, calma e rapidamente, e puxou-a pela mão em direção à mesa de jantar:

— Melhor comermos aquela sopa antes que esfrie!