P.O.V. America.

É finalmente a hora de Maxon dizer quem é a Eleita. Com quem será? Com quem será? Com quem será que o Príncipe vai casar?

Todas as candidatas estavam paradas em fila usando vestidos chiques e bufantes. Todas inclusive eu.

—Como sabem, todo Rei precisa de uma Rainha.

Disse Maxon com a coroa feminina na mão.

—E eu elegi a minha. Ela é corajosa, honesta, caridosa, leal, tudo o que uma Rainha deve ser.

Eu só... senti a coroa sendo colocada na minha cabeça e fique tipo... O que?! Eu tava basicamente em choque quando ele ajoelhou, pegou a minha mão e as palavras saíram da boca dele.

—Você, America Singer... me daria a honra de ser minha esposa e Rainha?

—Eu... eu estou... chocada. Meu cérebro não tá funcionando direito.

P.O.V. Maxon.

Eu deveria saber que ela não daria uma resposta comum, mas eu não esperava isso.

—Eu... eu estou... chocada. Meu cérebro não tá funcionando direito.

Eu ri. Então, ela respirou fundo umas três vezes e disse:

—Sim.

Pude finalmente me levantar e colocar o anel de noivado de diamantes no dedo dela, mas como ela é a única America Singer, o anel ficou largo. Ela tem dedos muito finos, ela não é esquelética, ela é linda, tem uma aparência que... não sei como nunca suspeitei que ela era literalmente divina. Mas, America tem mãos delicadas, dedos finos e longos, os seus seios são bastante avantajados, a cintura delineada, as pernas torneadas, o pé dela é pé de Cinderela.

America tem pés muito pequenos. Mas ela é relativamente alta.

Depois de muitos preparativos é finalmente chegado o dia do Casamento Real. Enquanto os empregados colocavam as flores nos vasos, penduravam as fitas de cetim e enfeitavam o lugar, ela apareceu. Usando uma calça jeans skinny de lavagem escura, uma blusa cinza sobreposta por uma verde escuro cheia de pequenos botões que parecia um cardigã. Talvez fosse. E botas pretas sem salto, estilo coturno na altura do tornozelo.

—Eu tão não pertenço ao seu mundo.

Disse o irmão mais novo Gerard Singer. E a resposta dela me pegou de surpresa. Ela como sempre estava distraída demais para me ver chegando.

—Meu mundo? Me dê algum crédito. Eu não sou e nem nunca fui exatamente o tipo de garota que fica sentada fantasiando sobre o dia do meu casamento e se eu fosse... provavelmente pareceria menos... Isso.

Disse America apontando teatralmente para o bolo, a mesa de comes e bebes e todo o resto. Fazendo uma espécie de careta.

—É. Você é do tipo que casaria de Jeans e camiseta.

Eles riram.

—Não é á toa que você é meu irmão. Agora, se me der licença tenho que colocar um vestido que não me deixa respirar. De novo.

Disse em tom de piada.

P.O.V. America.

Eu não quis vestido com corpete não. Escolhi um de renda guipure com decote coração, mangas ombro a ombro de corte reto.

Escolhi o mais simples possível, eu não queria extravagância. A festa eu não consegui controlar, a mãe de Maxon ajuntou com a minha mãe Amara, ou Escuridão e elas fizeram a festa do século. Mas, o vestido... isso eu podia controlar então, foi o que eu fiz.

No cabelo, me mostraram vários penteados cheios de tranças, enfeites e coisas. Peguei tudo aquilo e pedi um coque baixo com um topete na frente. Não um topete Maria Antonieta, mas era só pra dar um... tchan. O meu cabelo já é ruivo cor de fogo, laranja. Se enchessem de enfeites só daria ele.

Me colocaram é claro uma coroa. A Coroa. Sabe aquele ditado, pesada é a cabeça que usa a coroa? Agora acho que estão sendo literais, porque esta coisa pesa uma tonelada. Cheia de jóias, pérolas e pedras preciosas. Safiras para ser mais exata.

Mas, estou feliz. Apaixonada e feliz.

O sapato era branco de salto quinze, em forma de cisne e é claro que tinham cristais nele.

—Realmente sou uma Princesa ou pareço com uma.

—Uma Rainha, senhorita.

—Daqui a alguns minutos serei uma senhora.

E essa é uma coisa que a maioria das pessoas não sabe. Se uma mulher de vinte anos for casada, ela é uma senhora. E se uma de oitenta for solteira, ela é uma senhorita.

—Bem, está na hora.

Me virei devagar pegando na barra do vestido e minha mãe estava me esperando. Infelizmente a mãe que me criou morreu em um ataque no pântano.

Nós a enterramos e eu meio que me afundei por um tempo.

—Está pronta?

Perguntou minha mãe Amara me estendendo um buquê de rosas, lírios e chuva de prata.

—Estou. Vamos lá.

É. Tá na hora. Respira fundo e vai.

P.O.V. Príncipe Maxon.

Estou me aprontando para casar com a mulher mais incrível do mundo. Quando ela veio caminhando até o altar com aquele vestido que era a cara dela. Fiquei... maravilhado. Senti meu coração bater mais rápido, mais forte.

Os guardas abriram a formação e colocaram as espadas para cima formando um túnel para ela passar como era a tradição. Como o pai dela havia falecido assim como a mãe que a criou, seu pai biológico a trouxe até o altar. Lúcifer era diferente do que eu havia imaginado, ainda assim lindo. Usando um terno simples, preto com gravata borboleta e camisa social branca, sapatos de couro italiano.

Amara é a Escuridão, então está usando um vestido de corte imperial, preto. Tão preto quanto possível. Ela é a mãe biológica de America e era uma de suas damas de honra.

Seu irmão Gerard, sua irmã May Singer e todos os seus outros irmãos estavam lá.

Ela tinha um sorriso lindo no rosto.

—Caros presentes, estamos aqui para unir este casal em matrimônio. Por favor, sentem-se.

America olhou bem pra mim, como se me examinasse.

—Você está bem?

Perguntou sussurrando.

—Estou. Porque?

—Tá muito sério. Parece que tá casando obrigado. Não tá casando obrigado né?

Eu ri e fiz que não. Só ela pra me perguntar algo assim.

O casamento era uma obrigação para um monarca e talvez seja por isso que eu pareça tão sério, mas posso dizer que estou feliz demais.

Primeiro fomos coroados e então, casados.

—Você, Rei Maxon Calix Schereave, aceita America Singer como sua legítima esposa para amá-la e respeitá-la enquanto ambos viverem?

—Aceito.

—Você, America Singer, aceita o Rei Maxon Calix Scherave para ser seu legítimo esposo para amá-lo e respeitá-lo enquanto ambos viverem?

—Aceito.

—Então, é mais honra para apresentar á vocês... suas Majestades Reais, o Rei Maxon e a Rainha America!

Disse Gavril e todos aplaudiram. Mas, logo os aplausos foram substituídos por tiros.

Era a resistência.