P.O.V. America.

Eita, diabos! Eles chegaram atirando, a guarda revidou. Mas, o que mais me chocou foi ver o líder da resistência. Era o...

—Aspen?

Nós conseguimos um acordo, ao menos assim eu pensei. Foi um golpe duro. Quando eu cheguei e vi o meu amado marido montando uma cúpula do poder e deixando o meu povo, o povo do meu pai de fora!

—É sério?! Você está dividindo o País e os lobos nem podem falar?!

Meses se passaram desde o casamento e eu estou... grávida.

—O que ela está fazendo aqui?

—Lorde Diego, sente-se. Não estamos dividindo, estamos estabelecendo limites...

—Besteira! Não vai haver paz se os lobisomens forem excluídos. De novo! Eles querem sentar á mesa. Se não conseguirem, eu vou pessoalmente até o líder da resistência jurar minha lealdade á ele. Vou fazer vocês se arrependerem.

P.O.V. Maxon.

Não se eu a mato ou se eu beijo.

—Você faz alguma ideia do quanto custou apenas para reunir estas pessoas numa mesma sala?

—Na verdade não, porque eu nem sabia o que vocês estavam fazendo, até um amigo me contar! Me diga uma coisa, Maxon. Deixou os lobisomens de fora por minha causa?

Perguntou cruzando os braços sob sua considerável barriga de gestante.

—Eu só os exclui porque não vivem mais em Iléa. Minha preocupação imediata é acabar com o conflito aqui para manter você e a criança á salvo!

—E até lá, o que eu digo a eles?! Sentem, fiquem e rolem? Eles são Wolf-Bloods não cães! E já foram negligenciados por tempo demais!

—Eu prefiro que você se retire do processo por inteiro!

Gritei, perdendo o controle. Então, respirei fundo.

—America, você tem certeza de que não quer voltar pra casa?

Ela piscou várias vezes como se processasse a pergunta.

—E onde seria minha casa exatamente? A Província de Carolina? O Pântano? Acho que nosso bebê deveria nascer e crescer num pântano cheio de crocodilos?

—Estou tentando proteger nossa família.

—Bem que pena. Porque está falhando. E além do mais, meu pai era um Wolf-Blood. Aquelas pessoas são minha família tanto quanto você ou o bebê. Eles são meu povo. O lobos merecem uma voz! Você disse que era melhor do que todos os outros que vieram antes de você. Então, seja melhor!

Decidi ouvi-la, porque ela tinha razão. Numa festa, houve uma briga entre um Wolf-Blood e um vampiro.

—Vá em frente. Mata ele.

—O que?

—Vá enfrente, Carlton mata. Não é como se ele não merecesse morrer.

O que?! Ela deveria defender o Wolf-Blood. Certo?

—Quero dizer, foi o Oliver que entregou a sua filha Renata para as bruxas poderem torturá-la. Meu ponto, Carlton é exatamente este. Se não pudermos aprender a conviver em paz, como uma comunidade, se nossas famílias não conseguem deixar o ódio pra trás, então... porque estamos fazendo tudo isso? Só... se matem logo e acabem com isso duma vez.

Eles abaixaram as armas. Sim, ela era de fato uma Rainha.

Os membros das facções de todas as províncias assinaram um documento estabelecendo a paz. Uma aliança. Então, alguém puxou um brinde.

—Ei! Á America!

—Á America!

Eles brindaram a ela. Simples assim. Ela ficou rosa de vergonha e riu. Aquela risada fofa e bonitinha.

E do brinde em diante, foi um efeito cascata. Efeito dominó. Bandos de Wolf-Bloods de todas as províncias, matilhas de todos os cantos deste país vieram para vê-la. Literalmente apenas para vê-la.

E ela não parecia ter a menor consciência do próprio Poder.

—O que tá acontecendo? Quem é toda essa gente? Porque essas pessoas estão todas em pé aqui, na espreita?

—Eles vieram de todo lado, todos os bandos.

—Ah é? E para ver um bebê que ainda nem nasceu? Agora me sinto como a Virgem Maria.

—Esqueça a criança, estão aqui por sua causa. Estão aqui pra ver você. Dado o lugar que seu pai tinha na alcateia eles acham que você é mesmo um Messias lobisomem.

—Mas, eu não sou lobisomem. Meu pai não era meu pai biológico. Sou literalmente a prole do Satã.

—Não importa. Acho que isso te torna ainda mais Messias. O fato que você é realmente divina.