– Ai meu cérebro – resmungou Pedro, que seguia a frente, levando a mão à cabeça e tomando toda a atenção do meu hyung.

– Pedro, você está bem? - perguntou o mais velho preocupado, tocando suavemente o ombro do menor que ainda tocava a testa com os olhos fechados e uma careta de dor - Venha, vamos nos sentar. Kyuhyun, compre uma garrafa de água para o seu dongsaeng.

Mediante a ordem, arregalei os olhos. Quer dizer que além de empatar o meu encontro com o Sungmin, ficar sendo aegyo com ele sem nem saber o que a palavra significa, ele ainda me faria ficar comprando coisas? Eu devia tacar... Meus pensamentos fluíam com velocidade, quando Sungmin os interrompeu ordenando mais uma vez que eu fosse comprar a garrafa de água.

– Não precisa, eu estou bem – disse o menor se afastando do cuidadoso e preocupado hyung e me espreitei com os olhos – E eu sei sim o que aegyo significa e sou bem melhor nisto do que você – bufou o menor e saiu marchando, enquanto eu apenas o encarava boquiaberto.

– O que deu no Pedro dongsaeng? Foi algo que eu fiz? - perguntou Sungmin estupefato.

– Ele é bipolar, hipotérmico e azarado, não dê atenção quando ele sentir dores – retruquei após alguns segundos, ainda com aquela resposta em mente. Não era a primeira vez que acontecia e aquilo começava a me assustar.

– Mas esta não é a primeira vez que ele sente dores de cabeça, você não se lembra? - perguntou hyung, mas apenas balancei a cabeça negativamente – Oh! Verdade, isto foi no dia do seu desaparecimento... De qualquer forma, acho que o doutor Jung-su devia examiná-lo, bater um raio-x, só por precaução.

– Não se preocupe com isso, tio Jung-su cuida do Pedro como se fosse um filho... - respondi dando de ombros e abri um iluminado sorriso para me esquecer de toda aquela pesada situação - Onde estávamos?

– Você não vai atrás dele? - questionou o hyung me encarando incrédulo.

– Ele está bem crescidinho, e além do mais, quando chegamos ele disse que procuraria comia e desapareceu, só apareceu àquela hora com o espetinho, então não se preocupe com ele, ele sobreviverá alguns minutos longe de nós.

– Aigo, não gosto disso – retrucou o mais velho em meio a um enorme e meigo bico, mas devido minha falta de interesse, acabou cedendo – Tudo bem, estávamos indo em direção a comida – completou Sungmin abrindo um torto sorriso e me acompanhou até a barraquinha.

P.O.V – KyuHyun off


P.O.V – Pedro on

Ler os pensamentos das pessoas, só me fazia ver o quão egoístas elas eram ou o quão malucas, de qualquer forma, eu estava feliz por voltar a ler mentes, era uma grande evolução, mas algo me dizia que eu precisava de um computador ou notebook com internet. Pensei em voltar e pedir o do Kyuhyun emprestado, mas conhecendo como eu o conhecia, sabia que a resposta seria não. Tinha ainda o meu notebook, mas ele estava no apartamento do hyung-nim, sendo assim, escutando o zumbido de todas as mentes presentes - o máximo que consegui abaixar do som de todas aquelas vozes -, peguei o celular de Kyuhyun, que eu não pretendia devolver enquanto ele não se lembrasse dele, e disquei o número que estava decorado em minha memória.

– O que você quer? - perguntou um pseudo loiro muito asperamente do outro lado da linha.

– Que jeito amistoso de atender o celular – ironizei, mas também não dei tempo para que ele me respondesse – Encontre um notebook ou netbook com internet para mim hyung, ou me dê uma carona até o prédio do hyung-nim, quero fazer umas pesquisas.

– Ah, claro, seu egocêntrico! – murmurou o hyung do outro lado.

– Egocêntrico? - repeti incrédulo.

– Sim, egocêntrico! Eu quase matei os meus amigos para encontrar o infeliz do Kyuhyun para você e você me agradece com um simples obrigado em uma ligação de dez segundos. Você poderia ser descente o suficiente para me agradecer pessoalmente.

– Omo! O que está acontecendo com você Hyukie? - perguntei bastante assustado, o Hyukjae que me chamava de 'senhor' a todo instante jamais me cobraria daquele jeito... Ou cobraria?

– Ahn... Esquece... Onde você está? Precisa do netbook para agora? Posso até arrumar um, mas você precisa me devolver o mais rápido possível. Se minha noona descobre que o peguei, ela me mata – disse o mais velho finalmente usando o tom amistoso que normalmente usava comigo.

– Eu tenho um notebook Hyukie, só que estou em uma praça gigante com um riacho mais longo que a Sapucaí, junto com o Kyu e não posso deixá-lo sozinho porque supostamente estou fazendo a segurança dele, sendo que na verdade ele está em um encontro entranho com o Sungmin hyung desejando desesperadamente que eu os deixe sozinho, mas tudo bem, não se preocupe com isso, logo irei para casa, dormirei hoje no apartamento do hyung-nim. Se quiser apareça por lá mais tarde, eu te ligo.

– Isso é sério?

– Claro, você não está ai reclamando que eu não lhe agradeci pessoalmente? Então, depois eu te ligo, até mais hyung – disse sério e até mesmo de forma um pouco fria, e desliguei a chamada antes da resposta do mais velho.

Quem sabe Heechul hyung não tivesse se arrependido e ainda houvesse doces no armário de sua cozinha, seria uma forma divertida de agradecer ao mais velho. Assim que guardei o celular no bolso da calça jeans, olhei em volta procurando pelos hyungs. Por simples birra eu ficaria bem pertinho do Sungmin hyung, seria engraçado ouvir os pensamentos furiosos do Kyu, mas antes que eu os alcançasse, escutei uma notícia que chamou minha atenção.

– Agora pouco um bar próximo ao bairro de classe alta, Pong Junghyuk, foi simplesmente inundado, mas ainda não se tem informações de onde veio toda a água... - dizia a repórter coreana em um celular de um civil qualquer. Minha mente trabalhou rapidamente apenas com as frases “bairro de classe alta” e “não se tem informações de onde veio a água”. Com isso corri para perto do rapaz que assistia ao noticiário do seu celular – Os bombeiros acreditam que tenha sido um cano estourado, mas um dos clientes que foi atingido pela onda afirma ter vindo de uma mesa ao canto do bar.

– Eu estava sentado... - começou o homem de meia idade, com suas roupas encharcadas, a dar seu depoimento, mas pelo estado de embriagueis do ajusshi e até mesmo por ter todas as informações importantes, corri para Kyu.

– Kyu! Kyu hyung! Precisamos ir embora agora mesmo – disse ao mais velho que mordia ao seu espeto de carne de porco que possuía uma aparência duvidosa.

– O que aconteceu Pedro?

– É o tio KangIn, ele anda surfando onde não devia... - tentei explicar ofegando, mas o maior apenas arqueou a sobrancelha esquerda completamente confuso – Não tenho tempo para explicar, venha comigo! - disse agarrando ao pulso do mais velho e fitei ao Sungmin hyung – Até mais hyung e me desculpe por rouba-lo, se não fosse tão importante ficaríamos mais.

– Oh! - foi tudo o mais velho respondeu, enquanto eu me afastava correndo com Kyu, indo de volta ao bairro de Simão.

Felizmente quando chegamos ao bar, tio KangIn não estava lá, mas meu alívio durou pouco, pois o celular do Kyu tocou. Quem ligava era um irritado Heechul que nos mandava voltar para casa imediatamente. Como eu havia acabado com o passeio do nerd, ele não contestou, simplesmente me passou a informação e seguimos juntos para o sobrado de Simão que não ficava muito longe do local, mas volta e meia, o mais velho me fitava com um olhar desconfiado e pensamentos confusos do tipo “Eu sei o você... pera, eu não posso pensar... Para Kyu! Ele não... Oh God! Why?”. E depois o bipolar era eu.

Minhas suspeitas se confirmaram quando chegamos à casa de Simão. Tio KangIn havia bebido além da conta e inundado, sem querer, o bar, mas o pior nem era isso, o pior era o olhar repleto de ódio do hyung-nim.

– Donghae! Até que enfim chegou! - resmungou ele assim que o líder abriu a porta da frente, que ainda não estava totalmente restaurada, fazendo um alto ronco ao ser movida - Vamos para o meu apartamento, eu não fico aqui mais um segundo! - afirmou ele sério bloqueando meu caminho e agarrou ao meu braço me levando ao seu carro.

O líder ainda tentou impedi-lo, mas foi inútil. Como não havia camas suficientes na casa de Simão, Kyu seguiu conosco para o apartamento, mas foi só chegarmos ao imóvel, para que nos dispersássemos. Heechul foi tomar um banho de banheira para relaxar, Kyu foi se preparar para dormir, enquanto eu fui pesquisar em meu notebook. Como não sabia muito bem como usá-lo, decidi ligar de uma vez para o Hyukie. Ele ficaria bravo, provavelmente, mas eu arriscaria.

Ao perceber que a porta do banheiro no fim do corredor estava fechada, conclui que o nerd tomava banho e entrei no quarto que ele ficaria. O cômodo estava arrumado de forma impecável, além de extremamente frio por causa da janela escancarada. O celular do mais velho estava solitário sobre a cama. Sentindo-me um ninja, me esgueirei até a cama e me joguei sobre a mesma, discando com facilidade o número de Hyukie.

– Dong... Hae? - perguntou o mais velho do outro lado da linha, que havia atendido em uma velocidade sobrenatural, com a voz baixa e entrecortada. Diria até que ele estava surpreso demais com a ligação para falar normalmente.

– Apareça no saguão, estou descendo – disse ao mais velho e desliguei a chamada. Agora era só correr para não deixa-lo esperando, mas antes que eu deixasse o celular sobre a cama, a porta se abriu me derrubando de susto do colchão – Ai – murmurei reprimindo uma careta de dor.

– Donghae? O que está fazendo ai? - perguntou Heechul hyung parado no vão das camas e me observando com um olhar confuso.

– Hyung-nim... Você não ia tomar banho de banheira? - perguntei me erguendo lentamente, ainda reprimindo a careta de dor. O tapete podia ser fofo, mas minha testa havia sentido o piso bem firme abaixo dele e latejava de dor.

– Eu vou, mas primeiro trouxe umas roupas para o Kyuhyun... - disse ele colocando a pilha de roupas limpas e dobradas sobre a cama que a pouco eu havia estado – Agora levante-se dai e vá fazer algo de inútil – ordenou ele sério e deixou o quarto marchando.

Ainda resmungando pela dor, joguei o celular do nerd sobre a cama e corri para a porta da área de serviço. Seria mais difícil um dos dois perceber que eu havia saído se eu deixasse aquela porta aberta e foi exatamente o que fiz. Quando cheguei impaciente ao saguão, olhei em volta procurando pelo loiro, mas não havia sinal do mesmo.

– Mas... Será que o Hyukie não vem? - questionei incrédulo, ainda procurando pelo maior com os olhos.

Para um prédio tão grande e com tantos quartos por apartamento, era um tanto sinistro o silêncio do saguão, mas pela primeira vez, uma jovem coreana de cabelos bem negros e curtos, passou caminhando ao meu lado e fez uma pequena reverência como forma de cumprimento. Imediatamente fiz uma reverência junto com um ‘boa noite’ e a fitei até que ela adentrasse ao elevador.

– Puff... Hyukie, se você não apa...

– Donghae... – disse a voz calma e constrangida do loiro a minhas costas. Rapidamente me virei para encara-lo, o que foi uma total surpresa, considerando que seu cabelo loiro estava perfeitamente liso e penteado, sua calça jeans azul escura até brilhava de tão nova, sua camiseta branca que se escondia embaixo da jaqueta xadrez vermelha, estava tão branca como aquelas de propaganda de sabão em pó e seu tênis da mesma cor, não apresentava uma marchinha sequer – Oi – completou o mais velho escondendo as mãos nos bolsos do jeans, enquanto buscava o chão com os olhos e sorria timidamente.

– Hyukie, você tomou banho? – perguntei franzindo o cenho desconfiado, enquanto seu meigo sorriso desaparecia de sua bonita face – Vamos de uma vez, hyung-nim não pode saber que desci para o térreo sozinho – disse por fim caminhando na direção do mais velho, mas paralisei ao sentir um cheiro bom no ar – Perfume?

– Oh! Eu queria estar arrumado... – murmurou o mais velho fazendo beicinho.

Tentando não rir, fiz sinal para que ele me seguisse.

Como Hyukie ainda fazia parte do grupo do mal e Heechul provavelmente o mandaria embora se o visse em seu apartamento – isso é claro, sendo otimista -, depois de pegar uns seis pacotes de doces, que variavam de balas a marshmallows, e sequestrar permanentemente a caixa de bombons que estava na geladeira, seguimos sorrateiramente para o meu quarto.

– Omo! Sinto-me um fugitivo – resmungou o mais velho notando minha preocupação com o corredor do qual havíamos acabado de sair. Como não havia sinal de vida, fechei minha porta e encarei ao mais velho.

– Não reclame Hyukie, eu já lhe pedi para morar conosco, você que não aceitou, mas eu não o trouxe aqui para brigar – disse depositando os doces em meu criado-mudo, ao lado da requintada luminária – Eu o trouxe aqui para... Ajudar-me com meu notebook – falei atravessando o quarto em direção a ele e me sentei na cama esperando que o mais velho fizesse o mesmo.

– Oh! E o obrigado?

– E por que você acha que eu trouxe todos estes doces? É uma forma divertida de agradecer e comemorarmos a volta do Kyu – enquanto minha palavras eram sido ditas, eu tentava sem sucesso abrir o notebook.

– Então vamos comer primeiro a caixa de bombons – retrucou o mais velho me fitando com os olhos semicerrados, mas imediatamente protestei fazendo um mimado e manhoso beicinho.

– Mas eu queria começar pelo marshmellow com recheio de chocolate.

– Omo! Deixe de ser tão egoísta! – resmungou o mais velho cruzando os braços emburrado.

– Tudo bem Hyukie, abra o pacote que quiser, mas primeiro sente-se aqui e me ajude com isto – disse esticando o notebook que ainda permanecia fechado.

Como era a primeira vez que o notebook estava sendo ligado, tivemos que ler algumas coisas chatas, programar uma senha, fazer algumas configurações, coisas neste sentido, mas assim que todo esse processo cansativo passou, pedi que o mais velho entrasse em um site brasileiro de pesquisa, já que eu não conseguia usar aquele bendito teclado coreano.

– Você devia pedir para o Kyuhyun baixar um aplicativo com o teclado romanizado, conheço sites que fazem isso, mas o aplicativo para que você tenha um acesso facilitado e sem precisar de internet, eu não conheço – respondeu Hyukie que permanecia sentado na beirada da cama, enquanto eu estava esparramado no colchão.

– Oh! Até que sua ideia não é ruim – retruquei sem tirar os olhos da tela.

Ele apenas sorriu com o canto dos lábios e terminou de abrir o site com o teclado romano. Depois abrir o site de pesquisa brasileiro, ele me passou o notebook e se esticou para pegar o pacote de marshmellow com recheio de chocolate.

– Omo! Por que está pegando o marshmellow? – questionei de imediato com os cotovelos apoiados no colchão.

– Não é este que você quer?

– Oh! Pensei que era para eu deixar de ser tão egoísta... – disse em meio a uma careta, enquanto o mais velho sorria constrangido sem saber o que fazer – Tudo bem hyung, tire o tênis, deite-se e fique quietinho comendo seu chocolate e marshmellow enquanto eu faço minhas pesquisas.

– Sobre o que vai pesquisar? – perguntou o loiro muito obediente enquanto tirava o seu tênis impecável e em sequência tirava sua jaqueta xadrez, visto que dentro do apartamento a temperatura estava agradável. Ainda era estranho sentir a fragrância do perfume do mais velho no ar, mas como ela era boa, não tinha do que eu reclamar – Queria entender o que está escrito ai – completou o maior deitando de bruços ao meu lado e abriu o pacote de marshmellows que eu queria.

Apenas sorri e peguei a uma daquelas preciosidades deliciosas. Passado alguns minutos de puro silêncio, cheguei a conclusão que se eu praticasse bastante, poderia ajudar o Kyu a 'recuperar' sua memória perdida, mas as palavras do líder ainda soavam em minha mente, dizendo que muitas pessoas bloqueavam lembranças traumáticas, então por que traze-las a tona se ele mesmo havia as deletado? Imerso em pensamentos, fitei ao mais velho que parecia entretido encolhendo qual bombom comeria. Ele poderia ser mais velho do que eu, mas deitado ao meu lado, ele me parecia apenas um garoto inocente, bobo e obediente.

– Hyung, por que você me atura? Por que você sempre vem quando eu te ligo? É por que você acha que eu sou um angelus? – Hyukie se assustou com as perguntas, mas passado alguns instante para digerir meus questionamentos, ele iniciou uma breve explicação.

– Claro que não Donghae – disse o loiro sentando-se na cama, me fazendo ficar de barriga para cima para fitá-lo – Eu te suporto com todas essas suas manhas e exigências porque eu gosto de você.

– Em qual sentido você gosta de mim? - perguntei inocentemente sentando-me na cama, sem deixar de encará-lo. Ele fitou ao colchão e riu baixinho.

– Deste – disse ele por fim segurando meu maxilar com delicadeza e o puxou para si, enquanto fechava seus olhos e pressionou seus lábios suavemente nos meus.

Arrepiei inteiro com o ar quente de sua respiração em minha face trêmula. Meus olhos vidrados pela surpresa moveram-se atônitos quando segundos depois, ele sutilmente se afastou. Fitei ao pedófilo de lábios nervosos respirando com dificuldade, mas em resposta, ele abaixou os olhos e sorriu tímido e constrangido.

– Hyung... – murmurei incerto, mas busquei em seus olhos escuros a segurança de minhas palavras – Eu também gosto de você – disse tocando seu maxilar tão agradável e puxei sua face surpresa para um beijo. Minha mão direita ganhou seu ombro com facilidade e depois se entrelaçou junto com a outra envolta de seu pescoço, enquanto ele tocava minha cintura puxando para mais perto de si.

Embora rápido, nossos lábios se moviam em perfeita harmonia, a única que nos fazia interromper o beijo, era a respiração, mas aos poucos seus lábios macios e ofegantes foram se perdendo dos meus. Hyukie começou beijando meu lábio inferior, passando para o queixo e vagarosamente seguia para o meu pescoço. Ao primeiro contato estremeci, fazendo o hyung sorrir, mas notando minha alta sensibilidade, que incluía até mesmo recuar diante daqueles beijos, ele iniciou beijos na base do pescoço. Suas mãos ligeiras que sem que eu percebesse já levantava minha camiseta, terminou de tira-la e jogou-a no chão.

Sorrindo ao meu tórax magricelo e descoberto, ele puxou meu notebook para o seu lado da cama e me empurrou para o colchão. Ofeguei incrédulo, mas antes que conseguisse dizer algo ou simplesmente protestar, ele se colocou de quatro acima de mim e voltou a me beijar com mais intensidade. Pela falta de ar o afastei sutilmente, mas sem dar tempo para um descanso, ele voltou a me beijar na base do meu pescoço descendo lentamente pelo meu tórax. A cada toque de seus lábios carnudos eu me arrepiava inteiro. Quando ele chegou a meu umbigo, ofeguei.

– Hyung – disse me sentando, mas mantendo as pernas embaixo de Hyukie – Não é melhor pararmos por aqui?

– Você quer parar? - perguntou ele com um enorme, malicioso e maroto sorriso.

Não respondi, apenas o abracei e o virei ficando por cima. Habilmente ele se apoiou nos cotovelos, enquanto eu sentei em seu colo e voltei a beija-lo com minhas mãos apoiadas no colchão. Meu corpo começou a vibrar sem controle, minhas mãos até então apoiadas no colchão subiram lentamente pelos braços frios e tensionados do mais velho, o apertado a cada centímetro...

– AAAAAAAAAh! - um grito ao longe nos fez paralisar – SOCO... - o pedido não conseguiu ser concluído.

Reconhecendo bem aquela voz, saltei da cama e pedi que Hyukie voltasse para o acampamento, ao mesmo tempo em que vestia minha camiseta.

– Mas seja lá o que esteja acontecendo, eu posso ajudar... - começou o loiro afobado, mas escutando mais uma vez o pedido de ajuda, ordenei que ele fosse embora e sai do meu quarto correndo.