– Então um cara fazendo cosplay de tornado entrou em uma cafeteria aberta procurando por você...? - perguntou Simão pausadamente após Kyuhyun contar tudo o que se lembrava de antes de simplesmente aparecer na porta da casa do modelo.

– Sim... - respondeu o nerd em meio uma careta confusa – E ele também era meio azul, meio pálido, era como se ele estivesse congelado e aos poucos estivesse descongelando, o que não faz muito sentido considerando o poder dele, mas eu lembro que ele era assim.

– Como você pode ter se esquecido da briga com o Sungmin hyung? Como pode ter se esquecido de ter sido preso? Isso não são coisas que acontecem o tempo inteiro, você devia se lembrar da vergonha que me fez passar – resmunguei fazendo um mimado bico, então além de desaparecer e deixar a todos preocupados, Kyu ainda queria voltar na pele do bom samaritano? Eu que não ia permitir.

– Então esse tal de Sungmin, que é irmão da garota que atacou o Young-woon no dia que fomos ao meu orfanato, sabe que você é incomum? - perguntou o hyung-nim que novamente estava acomodado no sofá e abraçado a uma almofada.

– Não sei, acho que não. Até porque eu jamais contaria isso a alguém, eu não contei dos meus poderes nem ao meu pai, imaginem para um rapaz que conheço há tão pouco tempo? Mas não me lembro de nada, não me lembro de briga em restaurante, não me lembro de ter sido preso, muito menos de ter vindo para a casa do tio Siwon depois de deixar a cafeteria com o Sungmin. É como se alguém tivesse apagado minha memória.

– Talvez a sua fuga tenha sido... Difícil – disse o líder entortando os lábios incomodado – Muitas pessoas bloqueiam lembranças traumáticas, é algo comum, e será melhor para você se esquecer de coisas ruins.

– Mas quem garante que isso não faz parte da série de experiências que fizeram com o Kyu? Quem garante que este aqui não um androide feito para capturar vocês quatro? - perguntei ao líder desconfiado.

– Eu sei que não sou um androide porque me lembro muito bem de ter queimado seus olhos quando tentei te ensinar português com o meu poder, senhor Pedro Assunção, que tipo de androide daria importância para algo assim? - retrucou o nerd me encarando de braços. Apenas o espreitei com os olhos.

– Na minha opinião o Kyuhyun tem que descansar – disse Heechul se erguendo do sofá e caminhou até o nerd – Vamos lá pra cima que você está parecendo um pai de santo com esse pijama branco. Enquanto você toma banho pego roupas do Siwon e levo para você – dizia o hyung conduzindo o nerd magrelo sutilmente para o andar superior, enquanto Leeteuk hyung apenas os acompanhava com o olhar.

– Não gosto nada disso – desabafou baixinho o líder, assim que o hyung-nim e o Kyu desapareceram de nosso campo de visão.

– Nem eu... - concordei fitando ao chão pensativo, só então me lembrei de um pequeno detalhe – Eu vou atrás do tio KangIn – os mais velhos ainda tentaram me impedir, dizendo que não seria necessário, já que tio KangIn provavelmente estaria desmaiado ou quase, em um bar qualquer, mas os ignorando, corri para a rua e só parei quando tive a certeza que nenhum deles estava me seguindo.

P.O.V – Pedro off


~ Algumas horas antes...

O carro preto cortava a estreita trilha a alta velocidade, os passageiros se agarravam ao banco enquanto Yuri costurava a floresta sem controle algum. Yesung, o mais velho, ainda havia se oferecido para dirigir, mas como só possuía carteira de motocicleta, Yuri que possuía carteira de ambos automóveis, disse que dirigiria.

Yoseob que ia abraçado ao braço esquerdo de Kyuhyun e imprensado entre ele e Jongjin, reparou que havia uma construção de lona mais a frente e cutucou o maior levemente.

– Kyuhyun, o que é aquilo? - apontou ele para a tenda que crescia cada vez mais em sua visão e bateu sem querer a cabeça no ombro do tecnólogo.

– É um acampamento de... Pessoas como nós – respondeu o maior entortando os lábios – Não se preocupe, ficaremos seguros lá.

Yoseob abriu um pequeno e cerrado sorriso para Kyuhyun.

O carro parou em um pequeno estacionamento e um a um, os rapazes saíram do veículo cambaleando. Yoseob principalmente mal conseguia parar em pé. Vendo o estado do ex-prisioneiro, Eunhyuk se prontificou em ajudá-lo.

– Venha, você não parece bem, quer comer algo? Precisa descansar? - perguntou o loiro segurando cuidadosamente ao braço livre do menor, já que sua mão direita segurava a de Kyuhyun, e o guiou sutilmente para a cozinha. Sentindo o aperto forte na mão, o tecnólogo apenas os seguiu.

Vendo que o trio se distanciava, Yesung se aproximou do irmão mais novo arrumando aos cabelos, e parou com os braços cruzados sem tirar os olhos do pequeno de pijama branco e feições infantis.

– Qual poder dele?

– Ele consegue ler mentes... - respondeu o menor também sem tirar os olhos de Yoseob. Seu irmão pulou pelo susto, enquanto Yuri que se aproximava sorrateiramente dos irmãos, paralisou arregalando os olhos.

– Telepatia?

– É, quase isso. Não sei, é um pouco estranho o poder dele, eu sinto como se ele fosse um telepata, mas ao mesmo tempo não seja. Talvez seja uma variação da telepatia, talvez ele precise de algo para fazer as leituras de mentes ou... - Yuri o interrompeu.

– Ou talvez as experiências o deixaram assim. Há quanto tempo vocês acham que ele estava naquele laboratório? Um ano, seis meses? E melhor ainda, o que faziam com ele ali? Porque não sei se lembram, mas a C.L vive dizendo isto, que quando ela estava presa faziam experiências com ela, que chegaram a abrir o pulso dela para tentar descobrir de onde vinha os pinhos.

– Omo! Não fale disso Yuri – protestou Yesung sério - Além do mais, nunca vi nenhuma cicatriz na Chaerin, e se ela não se lembra do que aconteceu depois, quem garante que ela se lembra do que aconteceu antes? Ela é apenas uma louca que faz tudo o que o líder manda. Para a segurança do próprio Yoseob, temos que pedir a ele que fique longe.

– Existe maquiagem pra isso – respondeu a jovem mostrando língua ao moreno e cruzou os braços fazendo um mimado beicinho.

– Eu vou falar com o Yoseob – avisou o maknae do quarteto e caminhou calmamente para a tenda onde ficava a cozinha.

– Você acha que o garotinho pode saber tudo o que pensamos a respeito dele? - perguntou o mais velho a jovem que havia restado.

– Eu não pensei muito bem durante o percurso, ainda estava com raiva daqueles homens – respondeu a jovem dando de ombros – Espero que não tenha pensado nada de errado – rindo, ela seguiu para as tendas.

***


– Yoseob... Este é seu nome certo? - perguntou o irmão mais novo de Yesung, que fisicamente parecia ter a mesma idade de Yoseob, perdendo um pouco somente na altura. O rapaz, que estava sentando em uma das mesas com uma caneca fumegante em suas mãos, assentiu com a cabeça – Eu gostaria de falar com você em particular.

– Oh... - disse o garoto voltando os olhos para o solo e por ligeiros segundos fitou a Kyuhyun, que lhe abriu um pequeno sorriso e assentiu com a cabeça, indicando que ele deveria ir – Tudo bem – concordou o rapaz por fim e se ergueu de sua cadeira.

Embora desconfortável, Yoseob seguiu ao detector até o início da floresta, onde era mais calmo e eles provavelmente não seria ouvidos. Jongjin foi o primeiro a parar e encarou ao chão procurando elas palavras certas. A brisa fresca da densa vegetação, fez com que Yoseob se abraçasse e também fitasse a gramínea esperando pelas palavras do menor.

– Yoseob... Eu sei que você não me conhece, não tem ideia das intenções das pessoas aqui, mas eu gostaria de saber uma coisa – o maior o fitou com seus lábios cheios ligeiramente separados – Você lê pensamentos, certo?

– Eu... - hesitou o jovem, mas Jongjin rapidamente completou.

– Na verdade não era bem isso... - o moreno riu de si mesmo e balançou a cabeça negativamente enquanto bagunçava seu escuro cabelo – É que... Eu sou um detector, e bem, pra mim você é uma espécie de telepata, e não sei, acho que como qualquer pessoa eu ficaria incomodado com alguém lendo minha mente, ainda mais depois que eu bati a cabeça em uma parede, meus pensamentos não são os melhores... - dizia Jongjin corando, mas foi interrompido pela voz baixa e hesitante do maior.

– Eu não sou bem um telepata... Eu consigo... - após um longo suspiro, o garoto que não sabia o que fazer ou pensar em uma situação como aquela, levou sua mão direita espalmada a face do mais novo – Eu consigo fazer isso – disse ele tocando a têmpora esquerda de Jongjin.

A respiração do menor falhou, seu coração bateu tão alto, que até mesmo o barulho do vento, pareceu cessar. Yoseob fechou aos olhos calidamente, enquanto os olhos de Jongjin buscavam ao chão confuso. Por segundos, ele pensou em tirar a mão do rapaz de sua têmpora, mas quando ergueu a mão, Yoseob se afastou abrindo os olhos.

– Oh... - disse o maior respirando devagar – Então... Você também sabe sobre ela?

– Ela... Quem?

– A tecnóloga, foi ela a quem você sentiu quando entrou no prédio.

– Quem é... - começou Jongjin a respeito da mulher que o rapaz se referia, mas antes que terminasse sua pergunta, ele finalmente se deu conta do poder do maior, arregalando aos olhos e pondo ambas as mãos na cabeça – Ei, até onde você foi em minhas lembranças?

– Apenas até o momento em que vocês chegaram ao laboratório... - respondeu Yoseob voltando seus olhos para o chão e entortou os lábios encabulado – O plano de vocês era tão bobo, ainda me pergunto o porquê de ter dado certo... Deve ser por causa da Yuri... Ela não era capaz de fazer chicotes de energia não é mesmo? Ela ainda tem muito a evoluir, ela nem sequer é imune a eletricidade ainda...

– Omo! Não faça mais demonstrações – resmungou o menor.

Yoseob ensaiou um sorriso, mas se limitou a ficar sério e encarar a expressão levemente brava de Jongjin.

– Esse é o meu poder, ele só funciona com o toque e veio desta maneira, não tem nada a ver com experiências e coisas do tipo. E a propósito, eu poderia ajudar essa C.L, eu posso 'recuperar' a memória dela se ela quiser, é claro que vai depender muito do motivo da perda. Se for obra de um incomum, provavelmente não conseguirei, mas se foi causado por um trauma...

– Existem certas coisas que devem ficar apagadas... - respondeu Jongjin fitando friamente a face do rapaz que era apenas alguns centímetros mais alto do que ele – Você é capaz disso? Você pode apagar a memória de alguém?

– Por quê? Quem você tem em mente? - questionou o rapaz sem quebrar o contato visual.

– O Kyuhyun... - Yoseob arregalou aos olhos no mesmo instante em que Jongjin quebrou o contato visual, buscando na grama, um pouco de coragem - Ele não precisa deste acampamento, ele não precisa aderir nossas ideias, será melhor se ele se esquecer da clínica, do acampamento e principalmente de nós.

– Eu não posso, ele é a única pessoa que... - o maior parou quando Jongjin fixou seus olhos nos seus. A respiração falhou e sua cabeça por fim pendeu para baixo – Ele mora com os pais? Existem mais incomuns em sua família?

– Ele tem uma família, não precisa de nós.

O maior suspirou tristonho. Sem que percebesse, seus olhos marejaram, mas ele não choraria por tão pouco coisa, não, ele se manteria forte. Puxando o ar fortemente para os pulmões, ele fitou a Jongjin.

– Diga ao Eunhyuk para descobrir onde fica a casa do Kyuhyun, eu o mandarei de volta – informou o rapaz friamente e deu as costas, mas assim que iniciou sua marcha de volta às tendas, Jongjin segurou seu ombro, fazendo-o virar para encará-lo.

– Eu também gostaria muito que ele se lembrasse de mim, afinal, não é sempre que temos incomuns com dons passivos aqui. Acho que ele poderia me ensinar algo sobre essas habilidades 'invisíveis', mas será melhor assim – concluiu o menor, soltando o ombro de Yoseob.

– É, talvez esteja certo... É melhor eu ir – foi tudo o moreno respondeu antes de voltar a sua caminhada.

O maknae juntou as sobrancelhas na base da testa, enquanto observava o maior deslocar-se até a tenda principal. Havia tantos questionamentos a respeito daquele rapaz em sua mente, principalmente sobre até onde ele estava dizendo a verdade. Tentando não se preocupar demais com algo que não merecia tanta atenção assim, ele agitou a cabeça negativamente e foi procurar por seu irmão.

Jongjin procurava por seu irmão, enquanto Yoseob procurava por Kyuhyun. Ao mesmo tempo em que moreno queria acreditar em suas próprias verdades, ele precisava escutar a voz da razão e quanto mais rápido ele tomasse uma decisão, mais rápido estaria livre para fazer suas próprias escolhas. Foi exatamente isso que o motivou a caminhar até a mesa da cozinha improvisada, onde Eunhyuk e Kyuhyun esperavam por ele.

– Kyuhyun – chamou o rapaz de feições infantis, parado na cabeceira da mesa - Você ainda quer saber qual o meu poder?

– Claro, qual é?

– Venha comigo, eu lhe mostrarei – respondeu o menor, deixando Eunhyuk curioso, mas este nada disse até por saber que mesmo se ele não contasse, Jongjin lhe contaria.

Kyuhyun entortou os lábios confuso, mas por fim pediu que o loiro cuidasse de seu chá e se ergueu da cadeira. Sua mente não conseguia entender o porquê de tanto mistério, mas também preferiu manter-se calado e seguir ao menor. Quando ambos pararam afastados da movimentação intensa de incomuns, Kyuhyun foi o primeiro o falar:

– E então? Qual é o seu misterioso poder? - brincou o maior tentando quebrar a atmosfera tensa criada pelo silêncio e curiosidade.

Yoseob ainda hesitou. Apagar memórias não era o tipo de coisa com a qual ele tinha experiência e também não era um processo reversível, mas depois da pequena chama de esperança que havia se acendido dentro de si, ele só pensava no que seria melhor para o Kyuhyun.

– É este – disse ele por fim, tocando suavemente a têmpora do maior, enquanto fechava seus olhos. Uma porção de imagens apareceu diante de seus olhos, uma porção de cenas. Era como se de uma hora para outra, ele perdesse o chão e adentrasse a mente de Kyuhyun. Cuidadosamente ele foi escolhendo as cenas mais recentes e quando por fim terminou, o maior caiu desacordado no gramado.


***


– Como foi na casa dele? - perguntou Jongjin afoito, assim que Eunhyuk se teletransportou de volta para o acampamento.

– Ele estava confuso, ficou olhando em volta, mas assim que colocou os olhos na casa, ele entrou. Além do mais os carros dos hyungs dele, estão lá, deve estar tudo bem com o Kyuhyun – respondeu Eunhyuk sem dar grande importância, mas assim que o silêncio se fez presente, ele levou suas mãos a sua cabeleira loira e lisa e fitou ao menor em meio a uma careta – Isso foi mesmo necessário?

– Eu também gostaria de ter o Kyuhyun conosco, mas ele pertence aos diferentes e além do mais, tenho certeza que nos encontraremos novamente, e quando acontecer, teremos a chance de recomeçar de forma certa, sem perseguições, batalhas, teletransportes ou coisas do tipo.

– Como pode ter tanta certeza? – questionou o hyung arqueando a sobrancelha esquerda e com um sorriso escondido no canto dos lábios.

– Sei lá – respondeu o maknae dando de ombros.

Eunhyuk riu baixo, mas o toque de seu celular o interrompeu. Imediatamente Jongjin levou os olhos ao bolso da calça jeans do loiro, de onde vinha o som, mas este, ao perceber a curiosidade do menor, fechou aos olhos soltando ao corpo e quando tornou a abri-los acabava de sentar-se dentro da barraca que costumava dormir. Apressadamente, ele tirou o celular do bolso e conferiu o nome no visor.

– Alô... - disse ele temeroso pela incerteza da ligação.

– Obrigado hyung – disse Pedro, ofegante, do outro lado da linha e sem delongas desligou a chamada.

– Alô? Donghae? - insistiu o maior confuso e até conferiu a ligação no visor, mas a chamada havia sido realmente encerrada - Só um 'obrigado hyung'? - questionou o loiro bufando e abraçou as pernas, enquanto pensava no quão mal agradecido era seu dongsaeng que ele tanto gostaria de rever.


P.O.V – KyuHyun on

Não acreditei quando Pedro me disse que eu e Sungmin hyung havíamos parado na delegacia por causa de uma briga em um restaurante de cinco estrelas, mas independente de ser verdade ou não, o hyung sabia de meu desaparecimento e provavelmente estava preocupado comigo, então antes de voltarmos para o sobrado do líder, onde eu estaria mais seguro, marquei um encontro com o hyung na praça onde havíamos nos conhecido.

A noite havia caído rapidamente, mas não havia estrelas no céu. Meu blazer combinava com o tom azul noturno da noite, mas minha calça jeans e meu tênis branco quebrava a monotonia daquele look certinho e elegante. Haviam caído alguns graus, me obrigando a cruzar os braços para me esquentar, mas quando eu menos esperava, alguém me abraçou por trás. Dei um grito grave pelo susto, mas o hyung me soltou alegremente e deu a volta me abraçando pela frente.

– Estou tão feliz em revê-lo – disse ele me aninhando em seus braços fortemente, algo extremamente constrangedor, considerando o número de pessoas presentes – Eu fiquei tão preocupado com você, dongsaeng – completou o mais velho com seus olhos brilhantes presos em minha face e um sorriso entusiasmado adornando-lhe os lábios.

– Omo hyung! Não me abrace desta forma – reclamei o afastando sutilmente para trás, mas segundos depois me arrependi, pois lentamente o sorriso desapareceu de seus lábios.

– Então é verdade? - perguntou ele me fitando sério – Você se esqueceu de tudo desde o dia em que nos encontramos na cafeteria Handel & Gretel?

– É, eu não me lembrado de exatamente nada, não sei com quem estive, o que comi, muito menos de termos sido presos. Cá entre nós, isso realmente aconteceu? Fomos presos por perturbação pública? – perguntei um passo mais próximo do hyung, para que ele escutasse meu sussurro.

– Sim... - respondeu Sungmin fitando ao chão em meio uma careta tristonha.

– Sungmin hyung, você está bem? Nós não estamos brigados ou estamos?

– Kyuhyun – chamou o hyung com sua voz baixa e entrecortada - Eu tenho que te confessar algo – seus olhos tão escuros e profundos como aquele céu, pousaram em minha face, de tal forma, que me senti intimidado diante daquelas feições tão angelicais – A verdade, é que eu gosto muito...

– Sungmin hyung! - gritou Pedro com um espetinho na mão e correu para abraçar o hyung. Durante toda nossa conversa, eu havia me esquecido desde pequeno detalhe, o Pedro estava me acompanhando para garantir minha segurança, exigências do tio Jung-su.

– Pedro – disse Sungmin com um sorriso torto e bagunçou aos cabelos do menor, enquanto este o apertava forte pela cintura – É impressão minha ou você cresceu desde a última vez que nos vimos? – perguntou o mais velho, abrindo por fim, um sorriso gentil.

– É só impressão sua hyung – retrucou o menor falando de modo aegyo demais para o meu gosto e esticou seu espetinho de carne empanada para o mais velho – Você quer?

– Eu agradeço, mas pense bem, eu sou mais velho, eu devo pagar a comida, então vamos comprar mais, tenho certeza que o Kyuhyun dongsaeng também está com fome – sorri diante do sorriso maroto do hyung, mas Pedro não deve ter percebido nada, pois ele apenas assentiu com a cabeça e saiu caminhando na frente, para que nos mostrasse o local onde havia comprado seu espetinho.

– Hyung – o chamei ao perceber que Pedro estava entretido demais com sua comida para prestar atenção em nós dois - O que você queria me confessar?

– Ahn... Eu? – suas bochechas enrubesceram, enquanto eu apenas assenti com a cabeça em meio a um gracioso sorriso - Eu queria confessar que... Adorei seu blazer, combina com o céu.

– Oh! – soltei em meio a suspiro, mas acabei por rir do nervosismo do hyung - Pensei a mesma coisa – completei tentando acalmá-lo e nos apressamos para acompanhar Pedro.